Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 20
Parte XX – Desespero.


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoinhas! Como vão pessoinhas? :3
Desculpem a demora do post, é que no sábado eu fui obrigada a viajar pros confins do mundo (Santo Amaro), pra ver a minha tia-avó, e só voltei hoje. Tava dormindo um pouquinho pra recuperar as energias perdidas nas três horas de viagem. q
~
Tenho que falar algo. u.u
Esse final de semana eu decidi ler 50 Tons de Cinza; como eu disse anteriormente, ganhei de aniversário.
Sei que virou best seller e tal, mas pra mim... Sinceramente... APELATIVO. q Flw, sou uma virgem que não sabe de nada do mundo, e ainda só to na metade do livro... Mas precisava colocar tanta sacanagem num livro só?! Ainda mais no primeiro volume?!
Eu vi muitas críticas ruins falando que "era uma cópia erótica de Crepúsculo", e lendo, concordei plenamente... Nada contra o clichê "rapaz rico começa a desejar a moça pobre", mas Christian Grey é apelação demais, falando sério. q
Enfim; espero que o efeito negativo do livro passe no segundo volume (li em algum lugar que tem um pouco mais de história além da Anastácia tendo um orgasmo só por ele falar com ela). Eu odiaria saber que meu presente de aniversário foi estragado. D: Não gosto de criticar o trabalho dos outros, mas não consegui não falar. :x
Mães de plantão, deixem suas filhas longe de E.L. James!
~
Agora vamos ao capítulo, que será a prova viva de que EU SOU APAIXONADA POR CLICHÊS! ;*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/269603/chapter/20

Parte XX – Desespero.

O som não tinha passado do volume 50, mas com Mayuki e Jiraya cantando no suave ritmo da música favorita do avô, de nome, autor e cantor desconhecidos para a pequenina, ela parecia alta. Sentada no banco de trás do carro, presa com os cintos de segurança, cheia de biscoitos nas mãos e besteiras espalhadas ao seu lado, Mayu balançava os pés alegremente. Os olhos azuis estavam perdidos na bela paisagem serrana, e ela já podia sentir o cheiro de mar invadindo suas narinas.

Eles já estavam na estrada há algumas horas. O relógio do carro dizia ser quase dez da noite; Tsunade, sua avó, já tinha ligado mais de três vezes para saber onde diabos eles estavam e porque demoravam tanto. Mayuki, que era a responsável pelos telefonemas enquanto o avô dirigia, mais de uma vez disse que a avó era impaciente e explicou que vez ou outra, faziam paradas para usar o banheiro e comprar besteirinhas para alimentá-la, já que, como Tsu sabia, ela estava em fase de crescimento e precisava de “nutrientes”.

Quando as gotas de chuvisco serrano começaram a pintar o vidro da janela, os olhos da irmã de Naruto brilharam. Como qualquer criança de sua idade, ela começou a desenhar mil e uma figuras, apagando com as baforadas e desenhando mais uma vez no vidro escuro, quando se assustou com uma luz que passou ao lado de sua janela como um flash. – Malditas crianças irresponsáveis... – Jiraya murmurou irritado. Limpou o ar quente dos vidros para que pudesse enxergar, mas não foi muito útil.

- Tudo bem vovô? – Ele assentiu.

- Não se preocupe querida, tudo está certo. – Ela conseguiu enxergar o sorriso pelo espelho, então sorriu em resposta. Tornou a cantarolar a música calma e a balançar os pezinhos numero 28 alegremente, enquanto desenhava com os dedos no vidro recém-baforado. Jiraya, entretanto, estava tenso. Mal conseguia enxergar a estrada, e mesmo de longe, conseguia ouvir o som alto de algum moleque irresponsável. Quando o carro enfim apareceu, rápido como o pai de Kushina imaginava, vinha justamente em sua direção. Ele desviou com maestria, mas a curva fez a neta gritar, soltar os biscoitos e segurar firmemente onde podia. – Mayuki, segure-se! – Ele ordenou quando percebeu que a estrada estava molhada demais; o carro derrapou rápido e apavorante, e mesmo que Jiraya fosse um ótimo motorista, não conseguiu evitar que ele saísse da estrada e continuasse derrapando em alta velocidade por uma descida estreita demais.

- Vovô! – Mayuki gritou em desespero, chorosa.

- SEGURE-SE! – Jiraya ordenou e ela assim o fez, encolhendo-se e apertando os olhinhos azulados, assustada como nunca antes. Quando teve velocidade suficiente, e com a ajuda de algumas pedras no caminho, o carro capotou, capotou três vezes, embora nenhum deles estivesse consciente nem na segunda vez, e só parou quando violentamente bateu contra uma árvore, que acabou com metade do automóvel. Os air bags foram acionados no tempo certo, no primeiro impacto, mas eles não pareceram ser lá muito eficazes, já que ambos os acidentados estavam ensanguentados, inconscientes e em péssimo estado.

As guloseimas de Mayu estavam espalhadas pelo chão do carro estraçalhado, assim como sua boneca favorita, a maleta com dois livros e o celular do avô, que manchado com sangue, começou a tocar mais uma vez.

Mas as ligações de Tsunade não seriam mais atendidas.

~

O dia de Hinata foi o pior possível. Estava triste, inconsolável e sentia-se doente. Por algum motivo, ela não tinha conseguido comer nada aquela manhã, e mesmo que Hanabi culpasse a cozinha horrível de uma das empregadas, ela não quis ser rude o bastante para concordar. Para melhorar o seu humor, Hiashi tinha voltado um dia mais cedo, provavelmente para pegá-la no flagra como das vezes anteriores... Mas agora não tinha por que se preocupar, já que eles não estavam mais juntos...

Esse fato era tão doloroso que ela não conseguiu pregar os olhos durante toda a noite que se seguiu. Sentia que nada poderia piorar o que estava sentindo, por isso não se exaltou quando o pai avisou a todos que enfim seus negócios com Minato estavam acabados, portanto, ele não precisaria viajar tão cedo. Graças a isso, no dia seguinte teriam um grande jantar de comemoração.

Tudo seria como antes... Quando ela era apenas a isolada garota Hyuuga. A diferença é que agora ela já não era apenas uma garota inocente, era uma moça que conhecera o amor, e a dor que ele podia causar. Que conheceu a amizade, e não teve muito tempo para degustá-la... Mas desde sempre soube que “tudo o que é bom, dura pouco.”, ela já ouvira esse provérbio milhões de vezes, e sabia que era um fato.

Mas... Precisava mesmo durar tão pouco...?

~

Já era madrugada quando Naruto, sem conseguir pregar os olhos graças ao rompimento, desceu para fazer um lanche noturno. Embora normalmente dormisse com confortáveis ceroulas largas, ele não era tão inconsequente a ponto de fazer isso com visitas femininas em casa, portanto, trajava apenas sua macia calça de moletom negro.

Com o ipod preso à calça, ele estava se preparando para recolocar os fones quando ouviu o choro contido da mãe. Estranhando, desceu as escadas com cautela e observou a cena: Kushina estava sentada, chorando baixo com o rosto escondido em uma das almofadas que ela geralmente odiava que fossem tocadas, e Minato, com o telefone em mãos. Discreto, tentou ouvir claramente a conversa. – Como assim não os acharam?! – O pai perguntou frustrado, mas com o tom baixo. – Por Deus Tsunade, fale com calma! – Ele esperou e ouviu. – Você ligou para o telefone dele? – Mesmo longe, Naruto pode ouvir os chiados altos que deveriam ser a voz da avó. – Ligou para a polícia? – Aquilo o alarmou. Polícia? Para quê a avó deveria ligar para a polícia?

A barriga congelou de repente, e ele deu um passo à frente. – Mayuki! – Exclamou pálido, ao lembrar-se da alegre irmãzinha saindo com o avô àquela tarde, antes de toda a confusão com Hinata acontecer. O choro de Kushina aumentou, e Minato fez uma careta irritada para o filho. – Não era nada. – Ele se desculpou com Tsunade. – Naruto entrou aqui. Escute Tsunade, não faça nada. Fique em casa; talvez eles ainda apareçam. Ligue para a polícia e diga o numero do seguro, assim eles vão encontrar o carro mais cedo. Fique aí, você está muito nervosa para tentar fazer qualquer coisa. Eu estou indo para Okinawa agora, se encontrá-los no caminho, ligo imediatamente... – Esperou mais uma vez. – Fique em casa. – Ele mandou novamente, antes de desligar o telefone.

Kushina levantou-se instantaneamente, e segurou a camiseta do marido com os olhos desesperados em busca de qualquer informação. Minato suspirou, e alisou a cabeleira ruiva da amada. – Eles ainda não chegaram, e ela ainda não consegue falar com Jiraya. A polícia já foi contatada.

- O que houve com a Mayuki?! – Naruto sentia cada nervo do seu corpo tremer. Ouviu Minato suspirar, e notou que aquilo definitivamente não era um bom sinal – muitas poucas vezes ele vira o pai ficar impaciente.

- Não sabemos Naruto. – Ele abraçou Kushina enquanto dizia. – Eles não chegaram, sua avó está desesperada. Disse que já ligou milhões de vezes para o celular do seu avô, e nada. A polícia já foi chamada e eu vou ir até lá para ajudar em qualquer coisa. – O filho assentiu compreensivo.

- Eu vou junto! – A voz da mulher foi tão decidida que o marido sabia que não tinha como convencê-la. Ele assentiu, concordando.

- Eu vou pegar algumas roupas; faça algo para levarmos para a viagem. – Ela concordou, e foi prontamente até a cozinha. – Naruto, empreste-me seu celular. O meu está sem bateria. – Concordando, o primogênito do casal Uzumaki correu escadas acima; procurou o celular e desceu o mais rápido possível. Encontrou o pai tirando o chip do seu, e entregando-lhe o aparelho. Ele o imitou. – Qualquer coisa, você sabe o meu numero. – Viu o filho concordar. – Não diga nada à Karin até que eu te ligue. – Mais uma vez, ele concordou. Podia entender bem o motivo daquilo... Há muito tempo Karin não entrava em carros, e só de sonhar que o carro do avô amado por todos havia sumido, ela provavelmente surtaria.

Minato coçou a nuca e pareceu pensar longamente. Depois disso, olhou para o filho; balançou a cabeleira idêntica a sua e sorriu. – Não se preocupe. – Ele disse com mais calma. – Eles só devem estar pedidos na estrada, ou podem ter achado um fliperama e não conseguiram sair dele. – Naruto sorriu, embora duvidasse que conseguisse transparecer tanta calma quanto Minato. – Vá dormir. – O pai pediu, e o filho concordou. Deu um abraço no mais velho e foi até a cozinha para fazer o mesmo com a mãe, e pedir-lhe calma. E depois de se despedir, tornou a se fechar no quarto.

Ele ficou parado, em pé na frente da porta por um bom tempo, e depois se sentou na escrivaninha. Colocou as mãos sobre o rosto e respirou fundo... Aquela definitivamente seria uma longa noite.

E foi. Não apenas para ele.

Minato e Kushina só chegaram à Okinawa na manhã seguinte, onde descobriram, para sua agonia, que Jiraya e Mayu continuavam desaparecidos. Àquela altura, todos estavam desesperados e já desesperançados de ser alguma traquinagem de qualquer um deles.

Entretanto, quando o carro foi encontrado, as nove e tantas da manhã do dia seguinte ao acidente, em péssimo estado, o desespero foi ainda maior. Os acidentados foram levados o mais rápido possível para o hospital mais próximo, em Okinawa.

O estado de Jiraya era o pior possível; a perda de sangue foi considerável, e alguns de seus órgãos pareciam não se reconstruir com a velocidade necessária. Estava em coma profundo, e Tsunade temia uma morte cerebral a qualquer hora.

A senhora Tsunade Uzumaki, ou Dra Senjuu – como gostava de ser chamada – era uma médica mundialmente conhecida. Famosa por suas revoluções em cirurgias e grandes pesquisas com células tronco, era uma mulher rica, dona de uma rede de hospitais de boa índole e de uma personalidade incrível, além é claro de ser casada com um dos fundadores do grande Grupo Uzumaki. Adorada pelos netos e amada pelos filhos e marido, jamais poderia sonhar que algum dia, seu próprio marido estaria acamado numa situação tão desesperadora, ou que sua neta... Sua pequena neta mais nova, a adorável Mayuki algum dia seria vítima de um acidente tão horrível.

Mayu também estava inconsciente, agora por quanto tempo ficaria naquele estado, ninguém sabia dizer. Quando foi encontrada, a cabeça sangrava muito, e tinha alguns ferimentos espalhados pelo corpo. Minato quase se sentiu morrer ao ver a cena, e deu graças aos céus por Kushina ter aceitado ficar em casa e esperar o irmão.

 Naruto e Karin foram imediatamente avisados, e foi decidido que após um aviso formal à escola, viajariam até a casa dos avós de trem.

Como era bem imaginado, Karin não reagiu muito bem ao acidente. Inicialmente Naruto se preocupou sobre a viagem, já que ela não esboçava reação alguma além de olhos mortos, pouca fome e os “sim” sempre vazios que dava em resposta a qualquer coisa que fosse questionada. Mas quando conversou sobre ficarem juntos em Konoha à espera de notícias, foi-lhe negado imediatamente. Sendo assim, como lhes fora instruído, foram até o colégio e após o aviso, seguiram direto para a estação.

A viagem foi longa, e quando enfim alcançaram a casa dos avós, toda a rua estava escura... Com exceção, é claro, da residência Uzumaki.

~

A festa não era de seu agrado, definitivamente. Lá estavam todas as pessoas que ela não conseguia enfrentar... Todas juntas, como um complô contra a pobre garota Hyuuga, isolada do amor, isolada dos amigos.

Ela estava sentada à sala, bebendo mais um copo de suco de laranja – já que absolutamente nada conseguia ser consumido sem que ela sentisse vontade de colocar pra fora, desde de manhã – absorta na conversa não muito interessante do pai com um dos servos que, ela podia apostar, era um de seus vigias.

Como já passava das onze da noite, Hanabi, para sua própria sorte, já dormia tranquilamente no quarto; a música usada na recepção era lenta, leve e calma... Assim como os Hyuuga pareciam ser, então não havia perigo algum dela ser acordada ou coisa parecida – afinal, nem Hina conseguia entender como ela conseguira ficar acordada diante de tantas pessoas desinteressantes, com uma musica que mais parecia de ninar do que qualquer outra coisa soando. Mesmo Neji a havia excluído, mas ela não o culpava. O primo era novo nos negócios, então precisava se socializar; conhecer pessoas, aprender sobre pessoas... Para assim, mais tarde, poder manipulá-las como qualquer Hyuuga que se preze.

Bem... Talvez ela não fosse uma Hyuuga tanto quanto Hiashi desejava.

Estava ali, absorta em seus pensamentos quando um nome soado no noticiário lhe chamou a atenção; quando ela leu o anuncio, foi como se um buraco tivesse sido aberto abaixo de seus pés. “TRAGÉDIA: OUTRO ACIDENTE DE CARRO ABALA A FAMÍLIA UZUMAKI”; apressada, ela puxou o controle da mesa de centro, e sem se importar com a festa, a família ou a vergonha que poderia estar passando, aumentou o volume até poder ouvir direito tudo o que a repórter dizia. -... Estamos em frente ao Hospital Central de Okinawa, onde o empresário Jiraya Uzumaki e sua neta estão internados desde o início da manhã. – Como num feche de luz, Hina lembrou-se da última vez em que falara com a pequena Uzumaki, e seus olhos tremeram. – Segundo as notas divulgadas pelo hospital, ambos estão em coma desde a manhã, e não ainda não apresentaram melhoras. – Em seguida, imagens do resgate do carro foram mostradas no vídeo, e Hinata teve que tapar a boca para não gritar. Mesmo com os borrões da censura, era possível ver o sangue, e identificar a cabeleira loira da amável garotinha sendo levada às pressas na maca, com profissionais claramente evitando as luzes das câmeras.

A partir daí, ela não conseguiu ouvir mais nada. Levantou-se rápida, sentindo a vertigem crescer e batendo em visitas que ela não reconheceu, correu para o banheiro chorando lágrimas pesadas. Lá, todo o desespero e surpresa – assim como o suco de laranja – foram despejados na pia branca e agora não tão imaculada dos Hyuuga.

Sentiu-se desfalecer, e tombou no chão, apoiando-se apenas no gélido mármore da pia suja. – Hinata?! – Neji estava ao seu lado, erguendo-a com os braços fortes sem se importar com seu hálito estranho ou em sujar o terno novo. – Hinata! – Ele exclamou mais uma vez, mas sua voz parecia muito longe. Hina viu tudo girar, e clarear dolorosamente contra seus olhos. Também pôde ouvir a voz do pai, assim como os murmúrios na sala de estar, ou atrás dele, – ela não sabia identificar – mas não conseguiu compreender nada do que ninguém dizia.

Um zumbido irritante soou no ouvido direito, e depois em ambos, e tudo ficava mais claro e mais claro... Assim como ela ficava cada vez mais fria. E de repente, tudo se silenciou. Apenas na mente dela, já que os gritos de Neji soaram ainda mais altos.

~

Aquilo era tão estranho... Aquela sempre fora a casa mais animada da família; os avós eram sempre felizes, falantes e briguentos. Nunca, mesmo ao anoitecer... Naruto nunca teve nenhuma lembrança daquele lugar quieto. Pelo menos até agora.

Naquele momento, Karin, Minato e Naruto eram os únicos na casa dos avôs Uzumaki. Eles tinham acabado de se instalar, e estavam a espera do mais velho, que guardava dentro de uma bolsa não muito grande algumas das roupas de Kushina quando o celular de Naruto – agora em posse de Minato – tocou. Naruto viu o pai atender prontamente, e notou o empalidecer repentino em seu rosto, que foi seguido pelas melancólicas palavras: “Nagato... Eu sinto muito.”.

Não havia palavras no mundo para descrever o coração do pobre garoto naquele momento. Ele estava chocado, paralisado... Imóvel no sofá, com os olhos desfocados na direção do pai, que se aproximou depois de desligar o telefone.

Karin, que descia as escadas, se preocupou ao ver a cena. Sentou-se ao lado do primo após o pedido do tio, que com cautela e calma lhes contou. – Seu avô... – Ele hesitou. – O Jiraya... – Podiam notar que ele tremia. – O Mestre Jiraya... A cirurgia não deu certo. – Ele disse enfim. A crise de choro em Karin foi imediata, mas Naruto ainda parecia paralisado. Ele não pôde mover um músculo sequer, ou piscar os olhos.

Minato se aproximou, agachou-se e tocou o ombro do filho. – Naruto... Nós precisamos ir. – Ele falou, mas não houve reação alguma do garoto. – Sua mãe, sua avô e seu tio... Eles precisam de nós. – Ele ergueu os olhos desfocados em direção ao pai, e concordou debilmente. – Você também Karin. – Ele apertou a mão da sobrinha, que tentava inutilmente engolir as lágrimas.

Ajudou-os a se levantar, e quanto Naruto tornou a “realidade”, pôde buscar o resto das roupas. O garoto loiro envolveu a prima desesperada num abraço forte, que foi dolorosamente retribuído. – Vovô... – Ela murmurava. – Vovô...!

~

Hinata não reconheceu as paredes do quarto de Neji ao abrir os olhos; elas estavam um pouco embaçadas à sua visão. Percebeu que os cabelos estavam soltos, e sentiu algo gelado molhando sua franja. Sentindo as pernas confortáveis, livres do vestido longo que fora trocado pela camisola de algodão que ela tanto adorava, ela sequer conseguia entender o porquê de estar deitada ali.

Preguiçosa, sentindo o corpo mole como de uma doente, ela olhou para a parede, armário e teto, e aos poucos foi retornando a órbita natural da terra. Seus olhos ficaram presos à porta, na imagem de Neji, Hiashi e a Dra Suzuki conversando. Demorou um pouco até seus ouvidos pararem de zunir para que ela pudesse ouvir a conversa. -... Isso tem que ser mentira... – Ouviu o primo dizer; ele parecia... Chocado?

- Você tem certeza Suzuki? – O pai soou mais sério. A médica assentiu.

- Eu não tenho duvidas, meu primo. Desde a primeira vez em que a examinei, tive essa impressão... Mas agora, a certeza é quase certo.  – Viu Hiashi baixar a cabeça, e a mulher pousar a mão em seu ombro. – Eu já coletei o sangue dela, em dois dias trarei o resultado. – Ele assentiu lentamente. – Dê a notícia com cuidado... Ela não pode passar por qualquer tipo de stress, ou pode ser prejudicial... Não só a ela, como ao bebê. – Bebê? – Você quer que eu conte? – Ela pareceu hesitar diante a expressão de Hiashi, mas ele negou com a cabeça.

- Eu mesmo direi a ela. Se for verdade. – Suzuki concordou. – Traga os resultados o mais rápido possível. – Ela assentiu.

- Amanhã a noite vou te ligar e dizer se ela está ou não grávida. – O corpo de Hinata paralisou inicialmente, e ela levou alguns minutos para absorver a conversa.

Bem... Aquilo explicaria algumas coisas, como o porquê dela estar tão nervosa ultimamente, o porquê das atitudes de Naruto magoarem-na tanto, o porquê a suposta falta de consideração de Sakura em se despedir a tivesse afetado, quando na verdade ela fora tão gentil... As saudades, o apetite instável, os choros infindáveis, a teimosia... As constantes febres, que estavam começando a ficar costumeiras com o passar do tempo...

Lentamente, as mãos deslizaram inconscientemente pelo ventre, e as palavras animadas de Mayu tornaram à sua mente: “Você engordou um pouco; aposto que é influencia do onii-chan!”, ela havia dito.

Tão feliz... Ela estava tão feliz... E mesmo assim, por que as lágrimas tristes e dolorosas insistiam em descer pelo seu rosto?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A crise hormonal da Hinata está explicada! :D
Assim como eu disse, também, a coisa vai começar a ficar dramática. Temo que alguns leitores parem de ler... x.x
~
Eu sinceramente amo alguns tipos de clichê; acho que tudo se baseia num clichê, e desde que você possa usá-lo bem, pode fazer histórias mágicas. *p*
Uma vez li um review falando que minhas histórias eram realistas (acho que o leitor me mandará desconsiderá-lo depois desse capítulo. XD), mas quando penso comigo, não consigo me ver assim. Eu definitivamente gosto de fantasiar, sabe? Um mundo cheio de encontros e desencontros, dramas e paixões melosas... Isso é clichê, mas eu realmente gosto. :)
~
Espero que tenham gostado. Eu me esforcei muito para escrevê-lo sexta a noite, antes de sair no sábado de manhã. :)
~
Críticas? Dúvidas? Sugestões?
Sempre disposta a tudo! ;*