Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 2
Parte II - Fazendo Amigos.


Notas iniciais do capítulo

Yo Minna-san! :D

Como vão vocês?!

EU VOU MUITO MAL. T.T

Estou muito triste com o término de um dos meus animes favoritos. T__T

Alguém aí já ouviu falar em Hyouka?

Pra mim, foi o melhor anime de colegial desde Clannad!

Durante o anime inteiro eu me perguntei o que eu, uma completa shoujo-girl estava fazendo assistindo um anime tão simples.

A verdade é que, embora seja um anime de romance, é um anime calmo, onde os sentimentos dos personagens são desenvolvidos com o passar do tempo.

E QUE PERSONAGENS!!

Eu sempre me julguei uma pessoa que se contentava com boas histórias, mas notei que antes de qualquer coisa, as personagens tem que ser boas!

Afinal, de que adianta ter uma ótima história com personagens ridículos? *-*

Suuuper recomendo pros otakus e otomes de plantão! A história é interessante e o designer é o melhor que eu já vi! :D

Ah! Eu também quero agradecer muito as reviews que me mandaram! *-*

Muito obrigada! Fiquei muito feliz com cada palavra. :D

Vamos ao capítulo?!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/269603/chapter/2


PARTE II – Fazendo Amigos.



Os dias que passavam realmente pareciam ser cada vez mais curtos para Hinata, em especial as aulas, que acabavam num piscar de olhos.

Mesmo que os outros alunos ainda não fossem exatamente amigos da Hyuuga, ao menos não a ignoravam mais. Conversavam e vez ou outra até pediam alguma explicação sobre alguma matéria.

Mas ela não se importava mais com as opiniões ou impressões que as pessoas tinham a respeito dela. Afinal, finalmente tinha encontrado boas pessoas, que não a julgavam por ela ficar quieta a aula inteira e que não a chamavam de esnobe só por ser tímida. Tinha encontrado bons amigos, boas pessoas que, por livre e espontânea vontade haviam decidido falar com ela, por vontade própria viraram seus amigos.

Durante o mês que se passou, Hinata aprendeu muito sobre aqueles dois garotos que de uma hora para a outra decidiram falar com ela: Sasuke era o filho mais novo da família Uchiha, a família responsável pela segurança da cidade e consequentemente um dos clãs mais influentes em Konoha. Tinha um irmão mais velho que de vez em quando era chamado para assuntos políticos sobre interesses da cidade com outras cidades. O tal irmão era tão genial que irritava o mais novo, portanto, Sasuke fazia de tudo e mais um pouco para superá-lo e ganhar o respeito do pai.

Naruto, para a surpresa de Hinata, vinha de uma família ainda mais importante: os Uzumaki, que controlavam o lugar. Eram praticamente donos de Konoha! Tinham fábricas, terras e influências sobre as demais cidades japonesas.

Ele era o mais velho de dois irmãos, mas sempre dizia que a herdeira, no fim das contas seria Mayuki, que era mais inteligente e interessada. Entretanto, mesmo dizendo isso, ele era esforçado. Tentava de todo o jeito entender filosofia e matemática, mas eram simplesmente as coisas mais complicadas do universo para ele – mesmo que suas notas tivessem melhorado um pouco depois das aulas particulares de Hinata no intervalo, e as aulas de Sasuke nas visitas de final de semana.

Ela sabia que teria problemas se o pai descobrisse suas novas amizades, então fez de tudo para se esconder do primo, sempre inventando um livro novo pra ler ou dever pra fazer durante o intervalo, e Neji estava ocupado demais com seus trabalhos para a conclusão do colégio para se preocupar com as desculpas de Hinata.

À medida que o fim do ano se aproximava, Naruto se sentia mais e mais desesperado por não entender, mas num certo dia, o professor de Sociologia, Hatake Kakashi deu a solução perfeita para seus problemas.

O tema daquele trabalho era o maior tabu da vida de Hinata: Socialização. – Vocês vão formar grupo de exatamente seis pessoas. – O de cabelos brancos dizia enquanto andava de um lado para o outro na sala. – Quero uma dissertação crítica sobre temas comuns no nosso cotidiano, não importa qual. O importante mesmo é que vocês discutam, procurem dados e entrem em um consenso. – Por fim, sentou-se na cadeira e puxou a lista de chamada. Olhou para o relógio e disse, na maior tranquilidade do mundo: - Vocês têm um minuto e meio para formar grupos de seis pessoas, exatamente. Quem não conseguir vai ser encaixado por mim. – E bastou se calar para que os alunos entrassem em pânico.

– Nós já temos três! – Naruto praticamente berrou. – Hinata, Sasuke e eu. – O rosto da Hyuuga queimou de felicidade, e ela escondeu um sorriso baixando a cabeça. – Quem mais, Sasuke? Quem mais?! – Ele parecia em pânico, o que fez duas veias pulsar nervosas na testa do Uchiha.

– Acalme-se! – Ele mandou, e virando-se na cadeira olhou para a garota que se sentava atrás dele. – Sakura. – Foi só ouvir sua voz e a garota de cabelos róseos se virou imediatamente. Era baixa, mas ainda assim mais alta que Hinata. Tinha pele de pêssego e olhos estupidamente verdes, escondidos por um par de óculos de leitura com armadura vermelha. – Pode ficar com a gente? – Ela assentiu, freneticamente. Tinha o rosto borbulhando e um sorriso gigante.

– He?! – Ino praticamente se jogou sobre a mesa da rosada. – Eu sempre fico no grupo da Sakura, então chamá-la significa me chamar também. – A de olhos verdes fuzilou-a com os olhos. Uma gota desceu pela testa do Uchiha, mas ele concordou.

O tempo passou, mas no fim das contas o grupo não conseguiu encontrar o sexto integrante, e Inuzuka Kiba foi escalado para se juntar ao Grupo Sete.

Todos pareciam animados, e discutiam sobre o tema que seria escolhido. Hinata ficou calada o tempo todo, apenas observando com um sorriso quase emocionado. Ela realmente estava dentro de um grupo... E um grupo maravilhoso, pelo visto.

Na aula que se passou, a morena pôde observar algumas coisas sobre os colegas. Sakura e Ino pareciam se dar muito bem, e ambas não conseguiam tirar os olhos de Sasuke, que por sua vez, fazia anotações sobre as hipóteses dos temas. Quando a aula chegou ao fim eles finalmente tinham achado um tema que agradou a maior parte dos integrantes do grupo. – Aborto, hein... – Sasuke suspirou. – Com tantos temas políticos de interesse maior, vocês querem mesmo discutir sobre algo tão estúpido? – Sakura fez um beicinho tímido, mas cruzou os braços.

– Não é algo estúpido! – Ela pontuou.

– Eu concordo. – A loira apoiou. – Ninguém está livre do risco de uma gravidez indesejada. Podemos procurar blogs, depoimentos de pessoas que passaram por isso. – O sorriso da rosada se abriu, e ela voltou sua atenção à Ino.

– Isso! – Concordou de imediato. – Podíamos fazer algumas entrevistas, eu, você e a Hinata-chan. – Naruto fez um beicinho.

– O que é isso? Fomos excluídos? – Murmurou chateado.

– Claro que não! – A rosada se defendeu. – Mas acho que mulheres ficam mais tocadas nesse assunto, e mulheres só conseguem se abrir realmente com outras mulheres. – Cruzando os braços, a loira ao lado dela assentiu.

Hinata não pôde resistir e riu de uma forma doce, o tempo todo durante a discussão sobre o tema elas discutiram quase que para matar uma a outra, mas foi só entrarem em acordo que pareciam irmãs, com opiniões idênticas e defendendo o ponto de vista uma da outra. Notando a reação repentina da Hyuuga, todos olharam em sua direção, constrangendo-a. – O que foi? – Os olhos azuis da loira pareciam preocupados. – Dissemos algo idiota? – A Hyuuga balançou a cabeça, negando.

– É que vocês realmente parecem se dar muito bem. – Ela explicou com um sorriso. Naruto apoiou a cabeça na palma da mão, e não se importou com o olhar desconfiado de Sasuke. Com uma expressão quase orgulhosa ele olhava para a menina Hyuuga... Ela era tão linda, tão doce, tão espontânea, tão tímida... Tudo nela era encantador. Definitivamente, ela parecia um anjo... E em pensar que ele, o burro da turma, o burro da família e o burro da cidade havia descoberto um anjo!

Mas seus pensamentos foram interrompidos, interrompidos por algo que não só ele, como Ino também havia percebido: um olhar praticamente igual ao dele, um olhar de veneração e surpresa vindo do intruso escalado pelo professor.

Kiba não conseguiu tirar os olhos de Hinata desde o primeiro dia em que ela havia entrado na sala de aula. Sempre a considerou a mais bela entre as belas, mas nunca a viu sorrir antes. O sorriso da moça era tão quente, cálido e intenso, que o fazia tremer na cadeira, e paralisar só de olhá-la.

Sasuke suspirou entediado e se levantou. – Babões. – Estalou os dedos na frente de Kiba e olhou na direção de Naruto. – A aula acabou. – Lembrou-os.

Hinata virou-se e colocou os livros na bolsa, assim como o restante do grupo. Quando terminaram, seguiram juntos para fora da sala. – No final de semana, podemos nos encontrar na minha casa. – A proposta de Sasuke fez todos se calarem. – Meu pai vai estar numa reunião fora da cidade então não precisam ter medo. – Ino, Sakura e Naruto respiraram aliviados, fazendo surgir um meio sorriso dos lábios do Uchiha.

– Às nove? – Todos assentiram, mas Hinata manteve a cabeça baixa.

– Eu não devo ir... – Avisou com uma voz triste. Todos se surpreenderam e a encararam como se fosse um ET. Com o rosto desanimado, ela levantou a cabeça e sorriu tristonha para todos. – É que... Bem... Todos vocês devem conhecer meu pai. – A compreensão foi como um tapa na cara dos integrantes do grupo.

Ela era tão boazinha que até se esqueceram de quem era filha. Hyuuga Hiashi, o homem mais horripilante rígido do universo, que conseguia se tornar até mais assustador que Fugaku, pai de Sasuke.

Sakura abraçou-a pelos ombros. – Não se preocupe! – Disse com animação. – Se você não pode ir, vamos te arrumar algo para fazer.

– A gente podia discutir pela internet, assim ela vai fazer parte da reunião! – Ino sugeriu, arrancando palmas da rosada.

– Claro! Como não pensei nisso?! Tem internet na sua casa, não é? – Hinata assentiu constrangida. – Então ótimo! Fale que precisa pesquisar alguma coisa, entre no computador e nos falamos por alguma rede social. Você tem celular? – Quanto mais conversavam, mais se afastavam dos três garotos, que haviam sido claramente excluídos.


Hinata e Hanabi mal chegaram a casa quando foram convocadas para ir ao escritório do pai. Elas tiraram os sapatos, como sempre faziam e seguiram imediatamente, com uniforme e as pastas nas mãos, para o lugar favorito de Hiashi.


Entrando no lugar deram de cara com o Hyuuga mais velho guardando alguns livros dentro de uma maleta. Ao ver as filhas, ele largou o trabalho de lado e se sentou na confortável cadeira vermelha almofadada.

Hinata e Hanabi sentaram-se nas cadeiras que ficavam em frente à mesa. – Algum problema, otou-sama? – Hinata perguntou de forma educada.

– Na verdade, sim... Eu as chamei aqui por um grave problema. – Ambas enrijeceram. Será que ele tinha descoberto sobre suas amizades? – Os líderes dessa vila são tão inúteis... – Ele comentou, mais para si do que para elas. – Enfim... Estou me aprontando pra viajar até Tóquio. Neji vai me acompanhar então na nossa ausência, quero que o clã fique em suas mãos, Hinata. – Ela assentiu com os olhos sérios. Hanabi apertou os punhos e teve que conter o sorriso.

– Quanto tempo vai passar fora?

– Difícil de dizer... – Ele alisou a testa. – Neji só deve passar uma semana fora, mas talvez eu fique mais.

– É alguma coisa séria? – O pai negou com a cabeça.

– O Uzumaki quer expandir uma das fábricas.

– E por que o senhor vai junto? – Foi Hanabi que quis saber. Os punhos do pai cerraram.

– Aquele maldito só pode estar querendo me humilhar... Mostrar que tem mais poder que eu. – Nenhuma delas falou nada, e ele suspirou. – Ele pediu meus conselhos, e quer conhecer algumas das minhas terras em Tóquio. – Finalmente explicou. – Você vai ficar bem no comando, Hinata? – Ela demorou tanto para responder que Hanabi se levantou.

– Claro que ela vai! – Exclamou. – One-... Aniwê é muito inteligente e organizada, ela pode controlar o clã pra vida inteira se quiser. – O rosto da mais velha corou, mas Hiashi sorriu.

– Já que tem tanta certeza, podem ir. – Elas concordaram e se levantaram.

Saíram da sala após uma breve mesura, e ao chegarem ao quarto a mais nova foi cheia de broncas, puxões de orelhas e beijos doces de agradecimento;


O dia seguinte foi divertido.


Às sete da manhã as irmãs se levantaram para se despedir do pai e do primo, e depois que eles se foram finalmente puderam respirar.

Hinata se vestiu com as melhores roupas casuais – por um motivo que ela mesma não sabia explicar. E pediu para que a irmã ligasse para Mayu.

As três se encontraram numa praça no meio da cidade, e depois da bronca gentil de Hinata, que pediu que a loirinha não saísse mais sozinha, seguiram até o distrito Uchiha.

Já eram quase dez horas, então quando Sasuke abriu a porta se surpreendeu com as presenças. Convidou-as e deixou que Mayuki se pendurasse em seu pescoço.

Quando a Hyuuga chegou à sala, Naruto caiu do sofá em que se pendurava e Kiba deixou a caneta cair. Ela riu enquanto Sakura e Ino os ridicularizavam mentalmente.

Todos riram da explicação de Mayuki e Hanabi, mas se calaram quando a mãe de Sasuke, Mikoto, entrou no recinto trazendo chá e biscoitos para a reunião. Ela colocou a bandeja sobre a mesa de centro e depois de desejar boa sorte aos garotos, deixou a sala, levando as duas mais novas consigo. – S- Sasuke... – Kiba gaguejou, o rosto estava rubro. – Sua mãe é muito-...

– Continue a frase e morra. – O de olhos negros nem precisou desviar a atenção da tela do computador para fazer Kiba se encolher no sofá.

Depois de algumas pesquisas e esclarecimentos, o grupo abriu um círculo. – Como todos nós sabemos, o aborto no Japão é uma prática liberada e não exatamente política. Os pais escolhem ou não ter os filhos... – Ele parecia entediado, e o silêncio se estendeu.

– É um absurdo... – Ino murmurou, quebrando o gelo. – Eles são crianças, humanos e feitos com amor... Pelo menos na teoria. – Sakura assentiu.

– Pois é. Não consigo imaginar como tanta gente consegue matar uma parte de si mesmo... – A rosada reforçou.

– Na verdade o aborto é uma prática bem simples, e geralmente o motivo é o mesmo: dinheiro. Ou as mães são novas demais, ou a família não tem condição financeira... Acho que esses motivos são maiores do que as gestações por violência e os casamentos infelizes.

– Com certeza. – Kiba concordou. – E você, Sasuke? O que acha disso? – Com um suspiro pesado e cansado, Sasuke fechou os olhos. Sabia o que ia dizer ia chocar a todos.

– Eu sou a favor. – Disse por fim. E, como imaginou, um turbilhão de comentários acusativos foi lançado em sua direção.

Com as sobrancelhas juntas e expressão irritada, ele encarou a todos. – Posso explicar? – Hinata assentiu, Naruto virou a cara e os outros baixaram as cabeças. – Ter um filho é muito mais complicado do que parece. – Ele colocou as mãos no bolso. – Vai dinheiro pra médico, pra escola, pra comida, brinquedo... As despesas realmente aumentam. Além disso, toda a sua vida vai ser obrigada a parar... Quero dizer, se você é um estudante, vai ter que deixar de ser pra se tornar mãe ou pai, trabalhar e criar a criança e nas piores condições possíveis. É bem melhor o aborto do que trazer ao mundo uma criança que vai viver precariamente, ou no meio de confusões familiares. – Todos ficaram em silêncio.

Os olhos de Sakura e Ino tremeram, lagrimando e elas esconderam a boca quase ao mesmo tempo. – Sasuke-kun é tão calculista... – Choramingaram em conjunto, e ele sentiu uma veia pulsar na testa.

– Isso é ridículo. – O loiro disse com irritação. O Uchiha suspirou.

– E o que você acha do aborto, Naruto? – O loiro cerrou os punhos e bateu no braço do sofá, possesso.

– É claro que eu condeno! – Exclamou. – Se você fez um filho tem que arcar com as consequências! Não importa se foi um resultado de cinco ou quinze minutos de prazer! Isso é horrível! Toda a mãe deveria amar seu filho desde o ventre! Mais que um pecado, esse tipo de coisa deveria ser um crime... Porque é um assassinato! – Os olhos perolados da Hyuuga ficaram fascinados pela expressão de Naruto, que até agora era desconhecida por ela.

Ele estava tão... Sério, decidido e irritado... Como se realmente quisesse convencer Sasuke de que o que ele dizia era o certo. O moreno inspirou. – Então diga Naruto... – Falou lentamente. – O que você faria caso engravidasse uma garota?

– É claro que eu me casaria.

– Mesmo se fosse um acidente?

– Claro! Eu não ia deixar ninguém matar meu filho.

– Isso é o que você, que tem uma família rica e compreensiva diz. Sasuke então voltou os orbes negros para Hinata, que até agora só observava a discussão.

– E você Hinata Hime? Qual é a sua opinião sobre o assunto? – Ela pareceu pensar por um momento. Pensando em suas primeiras experiências em família, ela concluiu que antes de morar em Kyoto, ela não desejava ter nascido.

–... Não sei ao certo. – Ela confessou. – Não posso falar do ponto de vista de todos, porque eu entendo que existem pessoas que passam dificuldades, traumas e infelicidades que acabam levando-as para esse caminho. Mas se você me fizesse a mesma pergunta que fez pro Naruto-kun... Inicialmente, eu responderia não, mas se realmente acontecesse... Eu não sei o que faria.

– Como assim, Hinata?! – A voz de Sakura era um misto de preocupação e desapontamento. Hinata forçou um sorriso e olhou para a nova amiga.

– Mesmo casada, se eu engravidasse de uma garota meu pai provavelmente me mandaria abortar, já que há poucos rapazes no clã... Também me faria abortar se o pai não fosse um Hyuuga, ou se eu não estivesse na idade certa. – Todos ficaram calados.

–... Ele é tão ruim assim? – Foi Ino quem perguntou, e acabou levando uma cotovelada no braço por Sakura. Hinata baixou a cabeça, ainda com o mesmo sorriso.

– Eu não sou a pessoa indicada pra dizer se ele é ou não ruim... Na verdade, eu não o conheço. Mas sei que ele faria algo assim, porque antes de qualquer coisa, ele é o líder do clã.

– E se você recusasse? – Kiba quis saber automaticamente, e corou ao notar a pergunta, mas Hinata nem percebeu as segundas intenções contidas nela.

– Eu provavelmente seria expulsa. – E depois de mais uma onda de silêncio, a sala foi invadida por um pequeno tufão amarelado.

As Marias Chiquinhas de Mayu saltitavam junto com seus pulos, e ela mais uma vez se lançou sobre Sasuke, abraçando-o. – Noivo! – Ela exclamou alegre. – Eu quero que me ajude no dever de matemática! – Avisou com a voz alta e rosto rosado.

Ino e Sakura desviaram o olhar da cena, e Naruto fez um rosto depressivo. – C- Como assim, Mayu?! – Perguntou à irmã. – O onii-san pode te ajudar!

– Não pode não! – E mostrou a língua para o Uzumaki mais velho. – Noivo, vai me ajudar não é? – O moreno balançou a cabeça negando. – Por quê?! – Ela quis saber, bicuda.

– Porque estamos fazendo um trabalho sério aqui. Você é mais inteligente que seu irmão, então não seja afobada como ele. – O bico aumentou.

– Mas eu quero que meu noivo me ensine! – Ela reclamou com a voz embargada. Sakura se levantou, quase de imediato, com o rosto rubro em inveja e ciúmes.

– Mayuki-chan! – Chamou a menina, que virou o rosto apenas parcialmente. A rosada coçou a bochecha e desviou o olhar. – Se quiser, eu posso te ajudar. Geralmente minhas notas de matemática são maiores que as do Sasuke-kun... – Veias saltaram mais uma vez da testa do Uchiha. Mayuki riu com isso, e se levantou.

– Sim! – Ela exclamou com felicidade. – Se aprender com a melhor, eu poderei superar o Itachi-nii! – Naruto se levantou e puxou a irmã para as costas, fazendo-a berrar em desaprovação.

– Não adianta! – Ele disse com voz irritada. – Eu não vou te soltar! Não vou deixar nenhum Uchiha te roubar de mim, então não fique dizendo “Itachi-nii” ou “noivo” por aí, ouviu?! – A mais nova puxou os cabelos do loiro.

– CHAMO SIIM. – Gritou. – Porque o Itachi-nii vai ser meu novo irmão quando eu for grande, e o Sasuke é meu noivo. – Explicou como se fosse uma professora. Naruto saltou, fazendo-a gargalhar.

– Não. Vou. Deixar! – Disse de novo, e correu pela casa de Mikoto como se fosse a dele, divertindo a mais nova e quem os visse.


Como era de se esperar, a tarde passou rápida demais. Como o imaginado, não foi só do trabalho que eles conversaram: brincaram, riram, e até acabaram assistindo um filme! Enquanto os “adultos” assistiam, Naruto, Hanabi e Mayuki brincavam de tudo que era barulhento. Até de aviãozinho brincou com a irmã de Hinata! Que mesmo negando, havia se divertido tanto que poderia guardar aquelas memórias para o resto da vida!


Por ser muito tarde, tanto Sasuke como Sakura – que na verdade também era uma moradora do clã Uchiha – acompanharam os colegas até suas casas – ou até metade do caminho.

Sakura e Hinata observavam de trás, enquanto Sasuke e Naruto caminhavam na frente com Mayu e Hanabi nos ombros, respectivamente. Mesmo Sasuke parecia uma criança junto com Mayuki e Naruto! – Afinal, Sakura-san... Por que mora no distrito Uchiha? – Hinata perguntou de repente, corando ao notar sua indiscrição.

A de cabelos róseos pensou por um minuto, e depois olhou para o céu. – Bem... Depois que meus pais morreram num acidente de carro, eu meio que fui adotada pelo meu tio... E ele é casado com uma Uchiha, então de algum jeito eu acabei indo parar lá. – E sorriu para a Hyuuga.

– Seu... Tio...? – A rosada assentiu. – Ele deve ser uma boa pessoa. – Concluiu com inocência, arrancando uma risada de Sakura.

– Na verdade, você o conhece bem... É o Kakashi-sensei. – A surpresa fez os olhos perolados de espantarem, arrancando outra risada de Sakura. – Minha tia se chama Uchiha Rin. Ela sim pode ser considerada uma boa pessoa. – Concluiu com os olhos fechados. Hinata sorriu e mais uma vez, ambas se pegaram observando as quatro crianças à sua frente.

– Sakura-san... – A de cabelos azuis chamou mais uma vez, fazendo os olhos verdes tornarem a ela. – Você e a Ino-san... Bem, pode ser petulante da minha parte, mas eu realmente estou curiosa pra saber como funciona sua relação. – Com o rosto fervendo, ela olhou para o chão. Com mais um sorriso, Sakura voltou seus olhos às costas de Sasuke.

– Isso é simples... Nós somos rivais. – Isso fez Hinata esbugalhar os olhos, chocada.

– R- Rivais...? Mas isso não é meio... Exagerado? – Sakura deu os ombros.

– Mas é a verdade... Infelizmente, nós cometemos o pecado de nos apaixonar pelo mesmo rapaz. – Acompanhando o olhar esverdeado, Hinata soube que era de Sasuke que ela falava. – Sim, é ele. – A rosada preferiu revelar diretamente.

–... Falando no Sasuke-kun... – A expressão tornou a ficar confusa. – Por que a Mayu-chan o chama de “noivo”?

– Porque eles são noivos, oras! – Dessa vez a rosada riu com a expressão da outra. – Entenda... Sasuke é o filho mais novo dos Uchiha, então não vai herdar nada. Já a Mayu... Eu não me surpreenderia se o Naruto deixasse tudo pra ela. Então, mesmo que não seja nada oficial, não seria estranho se eles acabassem mesmo se casando. Na verdade isso foi posto na cabeça dos dois desde que a Mayu-chan nasceu.

–... E você não se sente mal com isso...? – A expressão de Sakura foi de desânimo.

– Não é como se o Sasuke-kun fosse se apaixonar por mim... Na verdade, eu e a Ino meio que já desistimos dos nossos sentimentos. No fim das contas... Não tem porque amar alguém gelado como o Sasuke.

– Mas você ama! – O tom decidido da frase fez a Haruno tremer, e ela tornou a olhar para Hinata. Dessa vez, ela estava surpresa. Com o rosto rosado e olhos decididos, Hinata continuou: - Você o ama! E nunca disse a ele... Mesmo que não dê em nada, não acha injusto fazer isso consigo mesma? – Na verdade, Sakura nunca tinha pensado por esse ângulo. Mesmo assim, os olhos verdes caíram ao chão.

– E de que adianta...? Mesmo se ele gostar de mim vai acabar se casando com algumazinha rica. Por mim, prefiro que seja a Mayu-chan... Ao menos eu sei que ela vai se tornar uma boa pessoa.

–... Mesmo assim... – A Hyuuga continuou. – Acho que deveria ao menos considerar. – Sakura riu baixo, e agarrou a mais baixa pela cintura.

– Você é mesmo muito fofinha, sabia?! – Disse. – Me sinto como se tivesse uma irmãzinha. – Hinata corou. – Mas e você, hein? O que me diz do Naruto? – As faces pálidas queimaram com o olhar desconfiado da amiga.

– C- Como assim?

– Qual é Hinata... Quando ele diz alguma coisa tá quase escrito na sua cara: “recebendo amor por Naruto”. – As gargalhadas aumentaram, fazendo os rapazes olharem para trás.

– S- Sakura-san, mais baixo! – Ela pediu, e a rosada assentiu quando sentiu os olhares. Só voltaram ao assunto depois deles olharem para frente novamente. – A- Agora que você falou... Será mesmo que eu pareço idiota olhando o Naruto-kun? – Sakura balançou a cabeça.

– Claro que não! – Garantiu. – Você fica mais como boba apaixonada... Mas não chega ao nível babão. – Como o Naruto quando olha pra você, adicionou mentalmente.

–... Eu não sei... – O rosto dela queimou ainda mais. – Na verdade, só de estar perto do Naruto-kun já fico extremamente feliz... Eu gosto de vê-lo brincar, o acho engraçado, esforçado... Adoro sua espontaneidade o fato de sempre sorrir, até para os desconhecidos. Acho também que é um irmão admirável, eu jamais vi ninguém que amasse a irmã tanto quanto ele... E mesmo que Mayu-chan seja mais inteligente, eu gostaria que algum dia a vila fosse governada por alguém esforçado e de tão coração quanto ele. – Sakura fez silêncio, analisando cada fala, e cada expressão da amiga. – Mas não sei se isso pode ser considerado como paixão... – A rosada sorriu.

– Tem razão. – Disse para a de olhos perolados, que a olhou de imediato. – Não é paixão... Esse é o tipo de interesse amoroso mais puro que existe. – Hinata não respondeu. Na verdade, ficou em choque ao receber uma notícia tão impactante.

Ela realmente estava amando Naruto...? – Sasuke-kun! – Sakura chamou, fazendo Hinata romper as conclusões e chamando a atenção dos garotos. – Está escurecendo! – Ela disse. – Vamos voltar antes do toque de recolher! O Naruto pode levá-las. – O moreno assentiu e esperou até que as moças o alcançassem para entregar Mayu adormecida nos braços de Hinata.

Ela era tão leve e pequena que a Hyuuga não teve o menor problema em aguentá-la. E mesmo constrangida, sem nem perceber que tudo aquilo não passava de um plano mirabolante da Haruno para deixá-la sozinha com Naruto, ela seguiu caminho até o distrito Hyuuga ao lado do loiro.

Sabia que ele não poderia ir mais longe, então quando chegaram ligeiramente perto das portas do clã, eles pararam e trocaram as crianças. – Hoje... Foi muito divertido. Eu realmente agradeço por ter me colocado nesse grupo. – Hinata sorriu em agradecimento, e se não fosse Hanabi em suas costas, ela faria uma mesura educada.

O rosto do Uzumaki ferveu, mas ele apenas assentiu. – Afinal, somos amigos! – Disse com um sorriso tímido.

– Até a aula. – Ela despediu-se e se virou. Quando começou a caminhar, ele cerrou os punhos.

– Hinata! – Chamou, fazendo-a virar o rosto parcialmente e provocando uma combustão em seu peito e rosto. -... A- Até a aula... – Ela assentiu com um sorriso e voltou a andar. – H- Hinata! – Chamou mais uma vez, fazendo-a repetir o ato anterior. – V- Vamos ver um filme no sábado que vem tá? – Ele não conseguiria jamais descrever a ansiedade que sentia internamente. Na verdade, nem ela...

Mesmo que não tivesse certeza se poderia não ou ir, naquela situação constrangedora, incrível e feliz, ela só pode assentir com sua face rubra, e responder. – Okay! – O sorriso dele foi o maior que ela tinha visto até agora, e com um assentir, ele se virou na direção oposta, e ambos seguiram seu caminho.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu realmente gosto muito dessa história. Pela primeira vez na minha vida, eu escrevi algo tranquilo, sem pressa de fazerem as coisas acontecerem.

Mas não se enganem! Mais do que a história de uma garota solitária começando a socializar, Que Chegue Até Você é um romance. :)

Estou muito ansiosa pra resposta de vocês! *-*

Espero reviews. Lembrando que já tenho um capítulo pronto que só será postado semana que vem, isso se tiverem comentários! sz