Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 19
Parte XIX - Break Up.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! :D
Tia Candy está febril, morrendo de dor de cabeça e deitada o dia inteiro! Mesmo assim, fiz o melhor que pude para trazer o capítulo até vocês! |D
Bem, acho que a partir de agora as coisas vão ficar um pouco tensas, e prevejo muitas ofensas nos comentários, embora eu pense que tudo o que escrevi foram besteiras adolescentes que provavelmente acontecem - só que com menos drama. XD
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Obrigada a todos os leitores novos! Obrigada por todo o carinho nos reviews! Quando eu tiver mais tempo e menos dor de cabeça, prometo responder todos os comentários que não pude! :D
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Bem, espero que gostem. Eu literalmente dei o meu suor pra fazer esse capítulo. Meu braço tá até doendo porque, pra escrever deitada, fiquei em cima dele. u.u"
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Boa leitura!



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Parte XIX – Break Up.

A partida de Sasuke abalou a todos, ainda mais pelo fato de ele ter se despedido apenas de um grupo muito seletivo de amigos, o que muitos não consideraram certo. Afinal, os alunos do terceiro ano estavam juntos desde sempre e mesmo que vez ou outras discussões ou inimizades se formassem, nada era muito duradouro. Sasuke Uchiha, sem duvida nenhuma, sempre fora o mais maduro da sua idade. O ex- monitor sempre fora responsável, e além das discussões costumeiras com Naruto, nunca se envolvera realmente em uma briga.

Sakura passou três dias inteiros em casa, e não voltaria se Ino não tivesse ido até lá, buscá-la com toda a “gentileza” de uma melhor amiga de infância.

Naruto também estava triste, mas parecia estar levando as coisas muito melhor do que Sak; mesmo frustrado com a decisão do amigo, depois de uma longa conversa com Itachi, eles se despediram como deveriam ter feito desde o início: com abraços, apertos de mãos e um “me ligue se tiver problemas.”, que parecia mais uma ordem do que uma instrução. Ele lamentava pela amiga, mas realmente não sabia o que fazer para ajudá-la; temia que caso se aproximasse da rosada num momento tão complicado, Hina pudesse interpretar algo errado, e era bem possível, já que mesmo que estivesse levando bem a partida do Uchiha, Naruto não estava ótimo como sempre; ele se afastara de todos, incluindo a sempre doce namorada; mesmo que não se orgulhasse disso, simplesmente não tinha humor algum para ficar saindo de um lado para o outro nos finais de semana, como haviam se acostumado a fazer, e mesmo que quisesse ficar ao lado da amada, temia, mais do que qualquer coisa, tratá-la mal como Sakura andava fazendo com Ino ultimamente.

Karin era a pior. Ela não tinha amigos, nem uma mãe para compartilhar seus sentimentos.  Também não tinha maturidade para enxergar que ele fora por seu futuro. Não tinha coragem, nem vontade de seguir em frente, mas também não conseguia pedir à tia para mandá-la de volta, não com toda a felicidade que invadia a casa dos Uzumaki perto das preparações de natal. Sim... O natal estava chegando... Como há muito não passavam o natal em família, Kushina, Nagato e seus pais estavam planejando uma grande ceia em Okinawa. Mayuki era a mais alegre com o acontecimento, já que o avô lhe prometera que andariam de barco.

Quando Jiraya Uzumaki chegou à Konoha duas semanas antes do combinado, a alegria foi unânime. Até mesmo Naruto, que se isolara ultimamente não conseguiu fazê-lo perto do avô. O senhor Uzumaki era um grande homem, em todos os sentidos da palavra; ele era alegre, e sempre conseguia espalhar a alegria por onde passava. Era muito ligado aos netos e aos filhos, e tinha uma cumplicidade incrível com Minato – cumplicidade que, vez ou outra, gerava uma grande dor de cabeça para a pobre Kushina. Ele pouco tempo ali, apenas para levar a netinha caçula o mais rápido possível para casa, e assim poder cumprir todas as divertidas promessas que fizera, e vendo toda a felicidade nos olhinhos azulados da irmã, Naruto não pôde continuar com aquele mau humor.

No dia seguinte, como era de se esperar, ele tornou a ser o Naruto de sempre. Cumprimentou a todos alegremente, respondeu de maneira idiota às perguntas dos professores e roubou beijos da tímida Hina, que ficou aliviada com a mudança no temperamento do loiro.

Mas Sakura estava diferente do habitual. Ultimamente, ela só lia na aula, no intervalo e na saída, e conversava de maneira rude com qualquer um que tentasse falar com ela, mas hoje... Ficara sentada o dia inteiro, cabisbaixa e pensativa. Hinata e Ino até chegaram a cogitar alguma notícia ruim de Sasuke, mas se fosse isso, Naruto já estaria ciente de alguma coisa. Tudo ficou claro no intervalo, quando ela surpreendentemente se juntou à mesa de Naruto, Hinata e Karin. Estranhando e temendo alguma briga - que era muito possível quando se juntavam a ruiva e a rosada -, Ino aproximou-se imediatamente, e com muita cautela, Sak pediu que ela se sentasse também.

Todos ficaram em silêncio, com mil e uma expectativas passando por suas cabeças quando a Haruno enfim teve coragem para prosseguir. – Eu vou para Tóquio.

-... Tóquio? – Foi só o que Ino conseguiu soltar, chocada. Sakura assentiu.

- Eu consegui passar na Toudai. Vou fazer medicina, e a partir da semana que vem, não estarei mais com vocês. – Naruto se levantou de imediato. Os olhos arregalados, surpresos, e mente vazia, assim como fora quando Sasuke deu a notícia.

- S- Sakura-chan... – Ele gaguejou. – Se for por causa do Teme... – Ela negou com a cabeça.

- Não é só pelo Sasuke-kun... – Só de pronunciar o nome, o rosto empalideceu um pouco, e ela se calou por um segundo, balançou a cabeça e tornou a focar o assunto. – Não é só pelo Sasuke-kun... De fato, se ele estivesse aqui, eu provavelmente nunca pensaria nisso, mas... – Sorriu, e olhou nos olhos do melhor amigo. – Eu quero me tornar uma pessoa melhor. – Depois levou os olhos até os de Ino. – Eu quero ser digna da amizade de vocês, digna da admiração de vocês... – E olhou para Karin, que parecia, mais do que qualquer um, estática. – E mais do que qualquer coisa, digna do Sasuke-kun. – Lágrimas subiram aos olhos vermelhos da ruiva, mas ela as conteve.

- Sakura, medicina é o curso mais longo que-... – Ino tentou, mas Sak negou com a cabeça, e ela viu que não poderia opinar.

- Desde que meus pais morreram, eu sempre quis ser médica. Sempre pensei que, se eu pudesse estancar o sangramento da mamãe, ela estaria viva hoje... – Depois riu. – Claro que isso não é verdade, já que ela morreu de hemorragia interna, mas mesmo assim... – Respirou fundo. – É isso que eu vou fazer. – Sentiu os braços da loira a envolverem imediatamente, e a ouviu choramingar em seu ombro.

- Você não precisa ir pra Tóquio para ser uma boa médica, idiota! Seria a melhor, não importa onde se formasse! – Exclamou desesperada, e de alguma forma, aquilo aliviou a Haruno. Saber que era amada e querida pelos amigos... Para ela, naquele momento, nada poderia ser mais gratificante que aquilo. Ela retribuiu o abraço da Yamanaka.

- Obrigada por me fazer desabrochar. – Murmurou. – Sem você, eu seria para sempre a garota tímida e envergonhada, sem coragem de olhar qualquer um nos olhos. Os soluços de Ino eram audíveis, assim como a decepção de Naruto, que caiu na cadeira sem animação para falar ou tentar qualquer coisa, era visível. Quando olhou para Hinata, se surpreendeu com os olhos perolados perdidos, pensativos e não tão tristes como ele imaginava que estariam. Tocou o rosto branco, apenas para que ela despertasse de seus devaneios, e focasse sua atenção a ele. Ele sorriu como um cãozinho sem dono, e ela entendeu que naquele momento, ele precisava de consolo. Com um sorriso doce, ela aproximou a cadeira da dele, e apertou suas mãos.

Nada além daquilo foi dito pelo grupo de amigos. Sakura, diferente do amado, fez questão de explicar e se despedir de todos os antigos colegas, e prometeu escrever à todos, embora não soubesse se de fato conseguiria fazer isso todos os dias, considerando o curso escolhido. Ela se despediu de Naruto e Hinata com um caloroso abraço, pois aquele seria o último dia do período.

Naruto, Hinata e Karin, como faziam há algum tempo, foram embora juntos. Era a primeira vez em muitos dias que o casal dava as mãos. Eles fizeram o caminho em silêncio; Naruto estava cabisbaixo por perder mais um amigo para a distância, Karin, sofrendo em silêncio por saudades e Hinata, absorta em seus pensamentos.

Sakura... Realmente era uma pessoa muito forte, pensou ela. Ir embora assim, deixar tudo para trás... Tudo para ser uma pessoa melhor, para ser digna das pessoas que amava... Mas ela não estava incluída nesse meio. Durante a despedida da monitora, Hinata pôde ter certeza de uma coisa: ela não fazia parte daquele lugar. Ela não era mais uma das amigas de infância, nem de longa data; naquele quesito, até Karin a ultrapassava. Até Karin, a indesejada, era mais considerada do que a intrusa novata de Konoha, que nunca teria estado ali, não fosse a morte da mãe.

Os olhos perolados seguiram furtivamente até o namorado, que cabisbaixo, imaginava como Sasuke reagiria à notícia quando ele lhe ligasse no fim da tarde. Sasuke provavelmente se orgulharia, e diria: “Verdade?” “Bem, vamos ver se ela consegue.”, mesmo sabendo que ela conseguiria. – Vovô? – A voz de Karin despertou o casal de seus devaneios, e ambos viram a pequena Mayuki e Jiraya descerem de um carro esporte, com rodas tão altas que a irmã de Naruto teve que pular para alcançar o chão.

 - Hina onee-chan! – Ela correu e agarrou a cintura da Hyuuga alegremente. – Há quanto tempo não a vejo! – Afastou-se, colocou a mão no queixo e começou a rodeá-la com um olhar analítico. – Você está muito bem. – Elogiou. – Engordou um pouco, aposto que foi influência do onii-chan. – Hinata corou, e teve um pequeno desespero interno comum em toda mulher que ouve tais palavrinhas. Naruto riu, jamais podia imaginar que a amada se incomodasse com algo tão superficial. Puxou-a pela cintura e beijou a cabeleira azul.

- Não fique chateando, Mayuki. – Bronqueou. – E ela não engordou coisa nenhuma, sua pestinha. – A loirinha riu, e abraçou a cintura do irmão.

- Onii-chan é sempre tão bobo. Não deve ter notado porque convivem, é claro. Mas... Isso não importa. Hina-nee vai ser sempre linda. – A Hyuuga corou mais uma vez, e ainda mais, ao ver o velho senhor se aproximar. Ele e o amado se cumprimentaram com um aperto de mão firme.

- Já vão? – Jiraya assentiu.

- Hoje começa as férias, e sua irmãzinha não me dá um descanso sequer. – Ele alisou a cabeleira loira da menina, que sorriu em resposta. – Aliás, quem é a mocinha? – Perguntou, referindo-se à Hinata, que sentiu o coração acelerar.

- Oh! – Naruto sorriu ao ver o quão nervosa ela estava. Puxou-a pela mão para que se aproximasse mais do velho. – Velho, essa é Hinata Hyuuga, minha namorada e futura esposa. – Jiraya se surpreendeu; arregalou os olhos e assim como Mayuki, rodeou a moça com um olhar estranho, como se pudesse vê-la nua. Naruto suspirou impaciente, o que fez o avô gargalhar alto e bater no ombro de neto mais velho amigavelmente, orgulhoso.

- Esse é o meu neto! Sempre soube que sairia a mim, garoto! Um belo par de seios você tem aí, hein netinha. – Se Hinata pudesse enfiar a cabeça debaixo da terra naquele momento, ela o faria. – E belas pernas também... Mayuki, ela tem mais gostosura do que gordura, aprenda com seu avô a diferenciar. – Mayuki gargalhou.

- Vovô, pare de chateá-la. – Karin murmurou com um suspiro, e teve o pescoço enlaçado pelo braço do mais velho.

- Minha netinha está com ciúmes?! Você sempre será a mocinha do vovô, Karin, não se preocupe! – Ela suspirou mais uma vez, mas sorriu. – Não quer vir conosco? Vamos navegar! O vovô e suas belas netinhas! Você também pode vir, Hyuuga-... – Foi então que a ficha caiu. Ao notar o sobrenome da garota, Jiraya deu dois passos para trás, arregalando os olhos e de boca aberta. – H- Hyuuga?! Naruto! Como você conseguiu se envolver com uma Hyuuga?! – Ele olhou com descrença para o neto, que gargalhou.

- Ela não é nada parecida com o pai. Ela é simples, bonita e perfeita. – Hina lançou um olhar para o namorado que implorava para que ele parasse com os elogios tão vergonhosos, mas ele apenas piscou, provocativo. 

- Vejo que é uma garota muito tímida! – O velho observou. – Como vai conseguir suportar meu querido inconveniente neto?

- Olha quem fala. – Ouviram Naruto murmurar.

- N- Naruto-kun é um bom garoto, então não tem problema. – Ela respondeu envergonhada, dessa vez, fazendo tanto Mayuki quanto o avô rirem.

- Onii-chan definitivamente não é um bom garoto! – A menor exclamou. – Ele é mau, vive implicando com a Mayuki. – As sobrancelhas loiras do irmão se arquearam, e ele a puxou com facilidade extrema para seu colo.

- Ah, é assim?! Então não vou mais deixar você ir com o vovô. – Ele ameaçou, e Mayu mostrou a língua.

- A mamãe já deixou, então você não pode fazer nada, onii-chan. – Ele a lançou no ar, fazendo-a gritar. – Não faça isso, não faça isso! Sabe que eu tenho medo de altura! – Mas Naruto gargalhou, maldoso. Agarrou a irmãzinha e correu para longe.

- Adeus, Jiraya! Vou sequestrá-la! – Exclamou e de longe, só podia-se ouvir o grito estridente da mais jovem da família. Hinata riu, como sempre fazia ao vê-los juntos, e imaginou como Naruto seria um pai divertido... Bem, ela podia imaginar isso, não é? Já que ele sempre a apresentava como “sua futura esposa”, ela deveria ter esse direito. Mesmo assim, corou um pouco com o pensamento.

- Fico feliz que ele tenha voltado ao normal. – Jiraya sorriu ao falar.

- Acho que é porque o senhor apareceu senhor Uzumaki. – Hina também sorriu.

- Ele sabe disso. – Karin comentou, fechando os olhos. – Você veio porque a tia te ligou e disse que estava preocupada conosco desde que o Sasuke foi embora, não é mesmo? – Hina se surpreendeu, principalmente porque o avô Uzumaki, embora não confirmasse, também não negou, e soltou uma risada suspeita.

- Você ainda está mal, Karin? – Ela não respondeu. – O amor é assim mesmo. Todo rapaz um dia terá de quebrar o coração de uma garota preciosa. Algum dia você também fará o mesmo, querida. – E beijou a testa da ruiva. – Só não vá ser muito cruel como eu acho que será, certo? – Ela revirou os olhos.

- Dê seus conselhos malucos à Mayuki. – Murmurou com falsa revolta. Compreendendo, o avô beijou-lhe a testa mais uma vez. – Vá com cuidado. Não acelere para se exibir, como fazia quando eu e o Naruto éramos pequenos. – Ele riu, e bagunçou os cabelos vermelhos.

- Definitivamente é minha neta. Chata como a avó, chata como a tia. – Ela cerrou os olhos e deu uma cotovelada leve no estômago do mais velho, já que ele era alto demais para que a moça pudesse acertá-lo no peito.

Os gritos de Mayuki se aproximaram, e eles viram os irmãos Uzumaki alcançarem-nos cheios de risos e sorrisos. Naruto entregou a irmã ao avô, que a colocou nas costas. – Então vocês vão mais cedo... Tome cuidado na estrada. – Mayu sorriu e assentiu. – Não vomite no carro. – Ela fez uma careta e corou um pouco, desviando o olhar, fazendo o irmão rir mais uma vez. – O onii-san vai te levar um belo presente.

- É bom mesmo, onii-chan. – E ela apontou para Hinata. – Eu quero um anel igualzinho o da Hina-nee! – Mas o mais velho negou.

- O anel da Hina-nee é único, só dela. Para você, vou dar uma coisa chata de criança. – Mayu mostrou a língua mais uma vez.

- Eu sei que vai me dar algo legal. Sempre me dá algo legal. Não adianta tentar me enganar, não vai mais conseguir.

- Certo! – Jiraya interrompeu antes que eles resolvessem ficar o resto da tarde naquela conversa. – Não importa. Nós vamos agora, dê tchau à eles, Mayuki. – Ela acenou alegremente, e os jovens acenaram de volta.

- Fale para o Sasuke que eu vou mandar muuuitas fotos para ele! – Naruto riu, e assentiu.

- Não se esqueça do seu irmão! – Ela mostrou a língua uma última vez, antes de entrar no carro.

Os três os viram o carro se afastar, e só quando estava fora de vista, Hina suspirou e se despediu. E foi só ela estar fora de vista para que Karin enfim pudesse ficar a vontade. Eles não precisaram caminhar muito para o loiro perceber que ela estava a ponto de chorar. Envolveu os ombros da prima num terno abraço. – Acalme-se... – Ele pediu. – Já faz um tempo, você tem que se esforçar... – Ela fungou, e coçou os olhos.

- Como se fosse fácil! – Exclamou. – Até mesmo aquela chorona conseguiu superar, por que eu não consigo?! Por que eu não consigo parar de sentir dor só de me lembrar do Sasuke?! – Sentiu o primo apertá-la. – E como ela se atreve a dizer coisas como “quero me tornar digna dele”?! É tão óbvio que ele a ama! Por que ela faz isso, Naruto?! Por que na minha frente?! Ela quer me humilhar?! – O rapaz suspirou.

- Ela não está tão certa disso quanto você. – Explicou, mas de nada adiantou.

- Ele a chamou! Estava comigo, me tocando, e a chamou! É claro que ele a ama! É tão óbvio que estão apaixonados... Tão óbvio que me dá náuseas! A única coisa que me fazia ter alguma esperança era o fato de ela não ser ninguém; o fato de que a família dele certamente se oporia à qualquer relacionamento, mas... Quem vai se opor a um relacionamento com uma médica?! – Naruto a guiou até um banco próximo, e ali a sentou. – Ela certamente vai conseguir... Por quê?! Diga-me! Por que ela é tão forte?! – ele se sentou ao lado dela, ainda com os braços em volta de seus ombros. – Foi a mesma coisa quando nossos pais morreram... Todos diziam: “Pobrezinha, ela ficou órfã...”, mas mesmo assim, ela conseguiu superar tudo muito antes de mim! Por que ela é tão forte...?! – As lágrimas banhavam seu rosto pesadamente. – Por que eu sou tão fraca?! – Gritou frustrada, e jogou a pasta para longe, desmanchando-se em lágrimas nos braços do filho de Kushina.

Naruto definitivamente não era bom em conselhos, mas ele era muito bom em consolar as pessoas, embora muitas vezes não gostasse de ser consolado. Ele era o tipo de pessoa que, mesmo falando coisas idiotas, estaria sempre ao seu lado, estaria sempre fazendo o seu dia mais alegre, sempre fazendo esquecer-se da dor... Sim. Karin sabia disso melhor do que ninguém, já que mais de uma vez eles consolaram um ao outro.

Os olhos avermelhados da garota se ergueram em direção aos azuis do primo, que tentava consolá-la de qualquer maneira. Naquele momento, ela só queria esquecer... Esquecer tudo que a machucava: Sasuke, Sakura, a falecida mãe... Esquecer-se de como era fraca por não saber lidar com tudo aquilo. Ela não tinha intenção de magoar o primo... E muito menos de causar o que estava prestes a causar quando, num ato desesperado e impensado, selou os lábios do jovem, que  já conhecia tão bem, num beijo triste e doloroso.

Não só para ela, mas também para Hinata. Que ao achar que ouvira um grito de Karin, acabou refazendo o caminho para alcançar os Uzumaki, e alcançou.

Paralisada em pé, no meio da rua, ela esperou... Esperou até que ele se esquivasse, ou fizesse qualquer coisa... Mas ele não fez. Foi só quando uma buzina soou para pedir que Hinata saísse do meio da rua que os dois se separaram, e então viram sua inconveniente espectadora.

Ela não olhou para Karin, mas encarou Naruto com uma raiva que ele jamais poderia imaginar vindo dos olhos perolados tão amados. – Hinata... – Ele se levantou; o carro preferiu desviar pela outra pista, já que a garota não se movia. Ela não disse nada... Apenas tirou o anel, e jogou na direção dele; virou-se na direção da residência Hyuuga e correu. – HINATA! – Ele gritou, e a seguiu. Só conseguiu alcançá-la depois de muito trabalho, e só a parou forçando-a, segurando-a pelo braço.

- Me solte! – Ela mandou, mas ele não obedeceu.

- Escute aquilo...

- Eu não ligo mais! Estou cansada de ser posta em segundo lugar! – Olhou-o nos olhos. – Estou cansada de você querer dar apoio para sua prima, e se esquecer de dar apoio a mim! Cansada de querer ficar ao lado dela nas horas tristes, mas pedir para que eu compreenda quando quer ficar sozinho! Eu não aguento mais esse lugar! – Sentiu as lágrimas escorrerem pelo rosto. – Antes eu não tinha amigos, e nem agora também! Vocês são gentis... Vocês fazem de tudo, mas não conseguem mudar o fato de que eu não sou uma de vocês! Nem você... Nem a Sakura-san... Nenhum dos dois, nenhum de vocês consegue me ver como além da “pobre menina Hyuuga, isolada de todos”!

- Isso não é verdade! – As sobrancelhas loiras se juntaram. – Eu já te disse, não é?! Nada para mim é mais importante que você! – Mas ela negou com a cabeça.

- Para você... O mais importante é a sua família... – “O quê?”, ele pensou. – E eu não sou uma Uzumaki. – Ela realmente estava fazendo aquilo... Colocando-o entre sua família e ela... Fazendo-o escolher entre ela e Karin, sua quase irmã. Lentamente, o aperto dele afrouxou, e aquilo foi apenas a confirmação.

Hina desviou os olhos e enxugou as lágrimas. – Já chega. – Murmurou. – Meu pai está voltando na próxima noite... Então vamos parar.

-... O que? – Ela fixou os olhos tristes nos dele, com um olhar sério demais para uma garota tão linda. – Hinata... Foi só um beijo...

- “Um beijo” não, Naruto... O seu beijo... O seu beijo, que fez eu me apaixonar por você. Para você pode não ser nada, mas para mim... Um beijo é tudo. – Afastou-se. – Tudo o que eu tinha de mais feliz, você deu pra ela... – Ele não conseguiu responder. Paralisado, viu a garota dos seus sonhos, a garota dos sonhos de qualquer um, se afastar. Mas mesmo que a amasse com todas as forças, não conseguia pensar em nada mais para debater aquela resposta... Então só a deixou ir.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal! O que acharam?!
Hinata estava muito sensível, não é? Nervos à flor da pele! QQ
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Sobre a Karin... Eu sinceramente tenho pena dela. u.u
Ela tenta aparentar ser madura, mas é tão frágil e fraca... Naruto é o único que sabe disso, por isso aceitou o beijo quando ela o fez. Ele queria ajudá-la, afinal. E como Hina disse: "O mais importante para ele é a família.".
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Não fiquem zangados com a Hinata. Ela tem motivos para estar tão tensa... O pai indo embora, a amiga, que já não era tão amiga, indo embora sem ter direcionado à ela palavras de despedida como fez com Naruto, Ino e até mesmo Karin... Também tem o Naruto, que não quis ser ajudado quando Sasuke foi embora e o Hiashi voltando de viagem. Não acham que é muita coisa pra alguém que até menos de dois anos atrás vivia com a mãe e a irmã trancada numa bolinha de cristal?
~
Também não fiquem com raiva da Karin. Ela só é uma garota perdida, que não sabe o que fazer diante das situações... :T
~
Enfim! A partir daqui, as coisas vão ficar um pouco melodramáticas! Como eu disse, essa história foi inicialmente planejada para ser um drama, e é aqui que começa o drama! Algumas pessoas me elogiaram pelo meu realismo, mas não acho que isso vá acontecer daqui pra frente... XD
Mesmo assim, espero que continuem acompanhando, e gostando de Que Chegue Até Você!
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Dúvidas, críticas, sugestões... Estou sempre disposta à respondê-los! :D
Obrigada por estarem comigo até aqui e até semana que vem!