Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 18
Parte XVIII – Decisão.


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna-san! Há quanto tempo, não?!
Como eu tinha avisado, passei três lindas semanas na casa do amor da minha vida. sz e voltei pra SP.
Eu tava muito tristinha, então sofri um bloqueio violento.
Como queria entregar logo o capítulo para vocês, nem tive tempo de betar... Devo betar amanhã. @_@
Então, perdoem-me qualquer errinho. :3
Capítulo pros SasuSakus. *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/269603/chapter/18

Parte XVIII – Decisão.

- Não vou permitir! – Ah, não. – Tudo o que eu fiz foi para poder impedir essa sua decisão, pai! – De novo não. – Não vou permitir que façam com meu irmão o mesmo que comigo. Não agora! Não agora, que ele tem amigos! – Mesmo de fora de casa, Sasuke pôde ouvir o barulho de algo se quebrando, e um grito desesperado de Mikoto soou pela sala, implorando para que ambos, filho e pai se acalmassem. “Espero que não seja o vaso da vovó”, ele pensou.

– Nunca pensei que veria você meu filho... Meu primogênito, desafiando-me de tal maneira! – Fugaku exclamou com desgosto. – Não você, a quem dediquei tudo! Meu tempo, meu dinheiro... – Mas Itachi bufou.

– Claro papai. – Pôde notar a ironia na voz do mais velho. – Você sempre foi um pai muito atencioso, de fato. Sempre fez questão de me ensinar tudo do mundo dos adultos, para que eu me tornasse frio e calculista como o senhor. Mas tenho uma novidade para contar, senhor Uchiha: Eu não sou como você! Eu me importo com Sasuke, eu me importo com a mamãe e que essa maldita fortuna, esse maldito clã vá para o inferno! – Ouviu a mãe chorar, e apertou a maçaneta com o punho, mas ainda não tinha coragem para adentrar. – Nada, você ouviu? Nada é mais importante do que minha família!

– Por favor, Itachi... Por favor...! – A senhora Uchiha murmurou angustiada.

– E você, mamãe?! – Sasuke podia imaginar o olhar frio e desacreditado do irmão a fitar a mãe. – Como pode deixá-lo afastar seu filho?! Mais um filho.

– Não fale assim com a sua mãe! Sabe que ela está sofrendo. – Mas o mais velho riu com desgosto.

– De fato, eu acredito que a mamãe esteja sofrendo. Só não entendo como você pode ser tão frio a ponto de ignorar os sentimentos de todas as pessoas dessa família! Um só não basta?! Só um filho perfeito. Eu vou herdar seus negócios, vou cuidar da cidade e do clã; vou me tornar amigo de quem precisar e me casar com quem o senhor quiser, mas deixe o Sasuke decidir a própria vida! – Já bastava. Ele não podia mais ouvir pedido algum de auto sacrifício vindo de Itachi. Abriu a porta, mas não foi notado de imediato. Não se surpreendeu com a cena que encontrou: Itachi e Fugaku, cada um em um canto distante da sala de estar, e Mikoto ajoelhada, chorando enquanto colhia os cacos de vidro do vaso que a falecida avó dos meninos havia lhe dado em comemoração ao seu casamento, tantos anos atrás; embora Fugaku geralmente fosse culpado por aquele tipo de coisa, ele não pôde descobrir quem tinha sido o autor da tragédia, visto que o irmão estava assustadoramente frustrado. – Esqueçam essa ideia. – Ele concluiu, sem perceber a presença do caçula. – Ele só vai se quiser, e ponto final. – O mais jovem sorriu sem ânimo verdadeiro, pôs as mãos no bolso e caminhou pela sala, deixando o resto da família em choque ao percebê-lo. Ele seguiu cabisbaixo até as escadas, e subiu-as sem olhar para trás. Quando alcançou o topo, cessou os passos.

– Eu vou. – Avisou tranquilamente, sem olhar em nenhum dos três pares de olhos negros que, ele tinha certeza, estavam surpresos observando suas costas. Fugaku esboçou um sorriso vitorioso para Itachi, que cerrou os punhos.

– Como era de se esperar do meu filho... – Murmurou orgulhoso, cruzando os braços contra o peito. O mais novo deu os ombros, e seguiu para seu quarto, sendo imediatamente seguido pelo irmão.

Ele passou pela porta e jogou a pasta sobre a escrivaninha; deitou-se cansado na cama e escondeu o rosto. Quando ouviu a porta se fechar, não teve a menor dúvida que se tratava do cabeludo da família.

Itachi puxou a única cadeira do quarto e sentou-se ao lado da cama de Sasuke. Seu olhar era triste, mas compreensivo, e ele esperou até que menor murmurasse um “o que foi?”, para a conversa começar. – Você não precisa fazer isso.

– Assim como você nunca precisou fazer o que fez, mas fez. – Sentou-se enquanto dizia. – Eu sempre achei estranho... Você, seguindo o pai daquele jeito... Vocês dois são completos opostos, eu sempre imaginei que odiaria ficar no lugar dele. – Itachi deu os ombros.

– Eu sou o filho mais velho... De um jeito ou de outro, ia acabar sobrando pra mim. Mas não para você; não precisa fazer isso. – Repetiu agora mais sério. O mais jovem deu um longo suspiro; levantou-se e seguiu para a janela.

– Você sempre foi muito responsável, onii-san... Mas eu também sou. Não fique tão preocupado, eu sempre pensei em fazer direito. De uma forma ou de outra, eu ia acabar saindo de Konoha; fosse pra Tóquio ou pra fora do país, eu ia ter que me desapegar dos meus amigos de um jeito ou de outro.

– Há uma grande diferença entre “outra cidade” e “outro país”, Sasuke. Acredite em mim, disso entendo bem. – Mais uma vez, ele deu os ombros.

– Eu sei o que você pensa, entretanto... Na realidade é uma ótima oportunidade. E eu sou inteligente demais para negar isso, ou para recusar. – Os olhos do mais velho estavam perdidos no carpete azul do quarto. – Na verdade, eu ouço essa discussão há semanas... Então, andei pensando muito. Não quero que pense que foi uma decisão tomada as pressas, porque não foi. Eu analisei todos os prós e contras, e decidi ir. – Os olhos negros olharam de soslaio para o corpo imóvel do mais velho na cadeira. – Obrigado, onii-san. Mas já sou grandinho para decidir que caminho seguir... Não é pela mamãe, nem pelo pai... Eu vou por mim mesmo. – Itachi assentiu lentamente, e também se levantou.

– Como eu disse, só queria que você tivesse liberdade suficiente para decidir. Já que você pensa assim... Já que está dizendo isso, eu vou acreditar. – Pousou a mão amigável no ombro do caçula. – Qualquer problema, é só me ligar. – E sorriu. – O onii-san vai ajudá-lo onde quer que esteja. – Sasuke também riu, e empurrou o de cabelos longos com o cotovelo. Dando um último sorriso, o mais velho seguiu para a porta. – Onii-san. – Sasuke o interrompeu antes de ele sair. – Do clã, dos negócios do papai e da cidade... Nós vamos cuidar disso tudo juntos, está bem? Por isso, pode começar a fazer um pouco do que você quer na sua vida também. – O outro riu, não pelas palavras do mais jovem, mas pela preocupação dele... Afinal, talvez eles fossem mais parecidos do que Itachi supunha. Assentiu, verdadeiramente grato e se retirou.

Sasuke suspirou enfim, e os olhos negros seguiram até a não tão distante residência de Kakashi e Rin. Essas horas, Sak deveria estar ajudando a tia com o jantar; deveria ter acabado de voltar da casa de Ino, onde a amiga loira lhe ajudou a desabafar sobre ele mesmo, e ela a ajudou a estudar. Certamente, estava cortando as cebolas pensando se deveria perdoá-lo, se deveria voltar a falar com ele – porque fazia muito tempo que eles não conversavam realmente. Ou poderia simplesmente estar trancada em seu quarto, lendo, como sempre fazia nas horas vagas e sem nenhum mínimo pensamento sobre Sasuke Uchiha na cabeça.

Ele sorriu com a ideia, pois era realmente absurda. Sakura poderia estar decepcionada, mas ainda estava apaixonada... Ele podia sentir isso a cada olhar furtivo que ela tentava disfarçar durante as aulas... A cada conversa com Naruto, que ela propositalmente interrompia para falar qualquer besteira; cada discussão no conselho estudantil, cada rubor quando ele estava próximo... Ela definitivamente estava apaixonada. E embora isso o fizesse se sentir bem, não estava exatamente feliz com a conclusão. Afinal, se ela o amava, significava que sofreria com a separação...

Encostou a testa no vidro da janela e fechou os olhos. – Desculpe Sakura...

~

O céu estava chuvoso àquela manhã. Era o fim de maio, e as provas se aproximavam. Naruto não era exatamente responsável ou inteligente, mas sempre fazia o melhor de si; sempre se esforçava ao máximo, mesmo que nunca conseguisse entender o suficiente para tirar uma nota acima da média. Como já era de costume há algum tempo, ele chegou mais cedo àquela manhã; Sasuke havia lhe ligado na noite passada e estava estranhamente calmo; avisou que chegaria antes da aula e pediu que o amigo de infância fizesse o mesmo, mas nem era preciso. Desde que Karin tinha aberto aquela grande e inconveniente boca para Hinata, a Hyuuga havia sumido da escola; segundo Neji, estava adoentada e de cama, embora o loiro não acreditasse exatamente. Agora, ele acordava todos os dias mais cedo; não que estivesse brigado com a ruiva ou coisa parecida, só imaginava que Hinata não gostaria nada de vê-los caminhando juntos até o colégio depois dela praticamente ter acabado com o relacionamento dos dois.

Quando chegou a sala, fechando o guarda-chuva desajeitadamente, derrubou-o assim que notou o pequeno corpo de sua até então namorada sentado. Ela estava em seu lugar, os cadernos de matemática fechados e organizados sobre a mesa, ao lado do estojo de canetas aberto. Em suas mãos, um livro novo que o Uzumaki não conhecia, e que também não se importava.

Os olhos perolados estavam atentos à história, tanto que ela sequer pareceu ouvir o barulho do guarda-chuva do namorado caindo estrondosamente no chão. Naruto não conseguiu se mover, ou falar qualquer coisa... No momento, absolutamente nada passava pela sua cabeça. Ele tinha lhe mandado tantas mensagens que não foram respondidas... E teve tantas ligações ignoradas... Mesmo que ele tenha imaginado dezenas de vezes aquele reencontro, ou minimamente uma conversa por mensagens ou telefone, agora que estava na frente dela não conseguia pensar em nenhuma desculpa, nenhuma bronca... Em absolutamente nada. Queria abraçá-la, chamá-la de idiota e implorar que ela nunca mais se afastasse, mas não tinha tanta coragem. O som da chuva era o único barulho que ambos podiam ouvir, embora o coração do Uzumaki estivesse a mil por hora. Lentamente, ele se aproximou... Tomando coragem e imaginando qualquer coisa para falar... Quando enfim a alcançou, teve que reunir todas as forças para murmurar um “Hinata”, que finalmente a fez notá-lo.

As maçãs do rosto da Hyuuga rosaram levemente, e seu coração palpitou tão rápido quanto o de Naruto. Ela acenou com a cabeça, cumprimentando-o e fechou o livro. – Você está bem? – Ele perguntou apressado. Ela assentiu com a cabeça e timidamente, pediu que ele se sentasse. O rapaz obedeceu, sentando-se em seu próprio lugar à frente dela, e esperando ansioso que ela começasse a conversa.

Hinata pareceu hesitar; estava séria, pensativa e um tanto nervosa. Ela tinha emagrecido, ele notou; e parecia mais pálida que o comum... Muito mais frágil do que a última vez que a vira. Só de ver o rosa de seu rosto tão fraco, ele sentiu vontade de acariciá-la, mas fez o máximo para se controlar. Quando ela pareceu tomar coragem, olhou diretamente, olhos nos olhos. – Ainda sente alguma coisa pela Sakura-san? – Por um momento ele se calou, surpreso pela preocupação dela. No outro, ele sorriu, e negou com a cabeça. Viu o rosto dela corar mais e, mais confiante, levantou-se. Puxou-a pelo braço, fazendo-a levantar e enlaçou a cintura fina.

– Desculpe. – Ele murmurou baixinho. – Eu não quero que pense mais nisso... Eu realmente, realmente... Realmente não sinto nada pela Sakura-chan, além de amizade. – E roubou um beijo, que foi timidamente retribuído.

– Então me prometa... Que não vai mais olhar ou pensar em outra garota além de mim... – O pedido foi sussurrado, e o fez rir. Assentindo, ele prometeu; ergueu o mindinho na direção da amada, que o enlaçou com o seu próprio. – Ou vai engolir mil agulhas. – Ele concordou.

– Ou vou engolir mil agulhas. – Ambos sorriram, mas antes que pudessem se beijar, ouviram o aplauso do sempre inconveniente monitor. Sasuke riu, e fez chacota com a inocência do casal, sendo prontamente respondido por berros irritados de Naruto, que sequer percebeu que o amigo escondia alguma coisa. E mesmo que Sasuke fosse tão responsável e consciente, preferiu omitir o fato, pelo menos por enquanto... Já que não queria estragar a felicidade do melhor amigo.

E assim os meses se passaram... Hinata aprendeu que, para conviver bem com Karin, você não pode falar de Sakura. Ela ainda não gostava da ruiva, mas era educada o suficiente para terem conversas descentes em sala de aula. Mesmo que merecesse, Naruto não gostava da ideia de deixar a prima isolada. Por isso, após muitas conversas com a namorada, Hina concordou em tentar ser amigável. Não foi tão difícil quanto a morena imaginava, já que a Uzumaki havia cessado com os assédios contra o primo, e desculpou-se sinceramente com o casal após voltarem.

Mas mesmo que a situação entre Naruto e Hinata tivesse sido revertida, o mesmo não podia se dizer de Sasuke e Sakura. Depois daquilo, eles não conversavam sobre mais nada além de assuntos do conselho estudantil. Não voltavam para casa, nem iam para a escola mais juntos; não estudavam juntos e nenhum dos amigos conseguiu pensar em um jeito de ajudá-los.

Sasuke estava muito mais reservado; não havia dito à ninguém além de sua família sobre a viagem... Sua vida começou a se restringir da casa para a escola, além de algumas dezenas de provas que vez ou outra o fazia viajar, e a situação ficou assim por meses... De maio a novembro, o tempo passou num piscar de olhos, e seu tempo com os amigos se esgotara mais rápido do que ele supunha.

O período de provas estava prestes a começar quando enfim decidiu revelar aos amigos. Ele se levantou na aula de Kakashi de repente, e após falar com o professor por curtos cinco minutos, ficou à frente de todos na sala. – Nós vamos fazer uma votação. – Ele disse com calma; os olhos negros fitaram os verdes de Sakura e ela concluiu que estava sendo convocada. Como qualquer vice monitora, obedeceu a ordem silenciosa num pulo; levantou-se, foi até a lousa. Pegou a caneta preta e esperou pelas instruções do Uchiha. – Antes que as provas comecem, vamos decidir quem será o novo vice monitor. – O coração de Sak parou por um momento, para que no segundo seguinte bombeasse rapidamente. Karin sentiu o mesmo. Naruto ergueu as sobrancelhas, confuso, e o moreno entendeu que, por respeito ao amigo de sempre, deveria explicar. – Sakura vai assumir o cargo de monitora, portanto precisamos de um vice. Alguém se habilita? – O silêncio foi unânime. – Yamanaka. – Ino já entendia do que se tratava, a própria Sakura havia lhe contado os tristes detalhes do último festival, então estava num estado quase tão ruim quanto o das apaixonadas. Ela se levantou lentamente. – Alguém tem alguma objeção? – Novamente, ninguém se pronunciou. – Então está decidido. Sakura e Ino serão as novas monitoras, e é só. – Ele seguiu para o seu lugar, mas Sak não pôde se mover. Os murmúrios começaram, e foi Ino quem se prontificou a tirar a rosada da sala antes que ela começasse a chorar, e não demorou muito.

– Ele vai embora... – Ouviu a amiga murmurar antes mesmo delas alcançarem o banheiro. – Ele vai embora, Ino... – Aos prantos, abraçou a melhor amiga e ali despencou todos os seus dolorosos sentimentos. E Sasuke, mesmo que soubesse que ela deveria estar chorando, não conseguiu se levantar de sua mesa. Pois pela primeira vez, percebeu que realmente estava apaixonado por ela.

~

– Ei, teme. A Sakura-chan ficou chateada com a sua atitude. Tudo bem que vocês estão brigados... Mas ela realmente gosta de você; deixar o conselho estudantil assim, sem mais nem menos... – Sasuke, Hinata, Karin e Naruto estavam caminhando em direção à uma sorveteria. O próprio Uchiha os tinha convidado. Karin mantinha o semblante baixo; Naruto estava irritado com o amigo e Hinata, embora tranquila, não podia deixar de sentir-se mal pela amiga.

– Eu não saí do conselho por causa dela. – Esclareceu, surpreendendo o loiro.

– Então... Por que mais ia sair? Você adora controlar tudo. – O moreno preferiu ignorar a brincadeira. Apenas quando todos estavam na sorveteria, com suas sobremesas em mãos que o rapaz decidiu contar.

– Eu vou para o exterior. – Soltou de repente; com Naruto as coisas eram assim, não tinha nada como “preparo psicológico”, ele só conseguia ouvir as coisas diretamente. Karin se levantou e, sem explicações, seguiu para casa sozinha. Embora Hina tivesse intenção de consolá-la, não conseguiu se mover ao notar a expressão do amado. Naruto estava em choque, nada mais o descreveria naquele momento.

Os olhos azuis estavam levemente arregalados, e seus lábios, entreabertos como se ele quisesse dizer algo, mas não conseguisse pensar em nada - na verdade, era exatamente assim que ele se sentia... Ficou assim por mais ou menos um minuto; depois, as sobrancelhas loiras se juntaram frustradas, e seu semblante ficou raivoso. Ele se levantou e bateu na mesa, sem se importar com os outros clientes. – COMO VOCÊ FAZ ISSO?! – Ele gritou frustrado. – Desde quando você está pensando nisso?! Como não avisou ninguém?! Como não avisou ao seu melhor amigo, Sasuke?! – O Uchiha suspirou, e procurou ser paciente e compreensivo.

– Meus pais decidiram, e eu achei uma boa oportunidade. Não é como se eu fosse ficar para sempre lá... Vou me tornar um bom advogado e voltar, claro... – Mas Naruto bufou. Jogou o dinheiro dos sorvetes sobre a mesa e saiu com passos pesados, quase sem se lembrar que Hina estava ali. A Hyuuga, constrangida, reverenciou o moreno, que deu os ombros para que ela não se preocupasse. – Estou acostumado com Naruto. – Acalmou-a. – Isso é mais normal do que parece... Mesmo assim, vá atrás dele... – Hina assentiu, mas não saiu imediatamente. Ela pareceu hesitar... Mas por fim, achou que seria melhor expressar sua opinião; tanto por Sasuke quanto por Sakura.

– Você deveria falar com a Sakura-san. – Ela murmurou baixo, implorando aos céus para que ele não a considerasse intrometida. Para sua surpresa, Sasuke suspirou e assentiu, e até murmurou um “obrigado” antes de ela correr à procura do amado.

Naruto não estava muito longe, mas mais do que deveria estar. Seus passos pesados eram largos demais para que Hina pudesse acompanhá-lo sem correr. Quando percebeu o quão inconveniente estava sendo para a namorada, decidiu parar. – Hina, vá para casa... – Ele pediu, parecia tão cansado que ela se sentiu mal.

– Mas... – Ela tentou, mas ele negou com a cabeça, implorando para que ela não dissesse nada. Segurou o rosto pequeno entre as mãos e encostou a testa na da amada.

– Escute, eu realmente não quero que você me veja assim... Então, por favor... Vá para casa. – Ele pediu mais uma vez. Sentindo-se péssima e rejeitada, ela assentiu, concordando. Afastou-se do amado com muita dificuldade e seguiu para casa sozinha.

~

Fugaku e Mikoto estavam no futuro apartamento do caçula e Itachi, que levaria Sasuke para o aeroporto, estava na casa dos Uzumaki desde o fim da tarde, quando o irmão lhe contara da reação de Naruto ao descobrir sobre a viagem. Ele prometeu que conversaria com o loiro enquanto Sasuke terminaria suas preparações para a viagem, e se encontrariam lá depois que tudo estivesse pronto.

Demorou mais de três horas para que tudo estivesse em ordem. Os livros estavam embalados, o computador coberto para evitar a poeira e a cama arrumada. Ele deu uma última olhada no quarto que fora seu desde o nascimento... Suspirou, pegou a mala média e saiu. Fechou a porta e seguiu para a saída com lentidão, e não olhou para trás. Ao chegar na porta da saída, entretanto... Sentiu como se seu corpo travasse. Não porque sentiria falta do lugar – embora ele soubesse que iria -, mas porque parada, sentada ao lado dos muros curtos dos Uchiha, estava a rosada.

Ela se levantou rápido, quase caindo, desajeitada. Ainda usava o uniforme, e seus olhos estavam vermelhos; Sasuke sentiu seu coração se partir ao perceber que aquilo seria a despedida mais dolorosa de todas. -... Então você vai mesmo... – Ela sorriu tristonha. O Uchiha assentiu.

– Eu passei nas provas, estou dentro. – O sorriso dela aumentou, assim como as lágrimas contidas. – Cinco anos... Em Harvard. – Ela assentiu, e o reverenciou.

– Parabéns! – Exclamou com um sorriso triste e o viu se aproximar. Naquele momento, mil e uma coisas passaram por sua cabeça; um modo de se declarar, um jeito de pedir para que ela pudesse esperá-lo... Ele poderia beijá-la, e prometer que voltaria logo por ela... Poderia pedir desculpas pela falta de aviso prévio, poderia fazer qualquer coisa romântica que ela tinha certeza já vira em algum livro de romance.

Mas ele não fez. Apenas se aproximou mais, e pousou os lábios na testa que todos diziam ser grande – embora ele não concordasse. – Sakura... – Ouvi-lo sussurrar seu nome acabou com qualquer controle que ela poderia ter. As lágrimas desceram pesadas pelo rosto pálido, e ela se encolheu.

– Eu te amo tanto... – Murmurou angustiada. – Por favor... Por favor, não vá... O que eu vou fazer aqui sem você?! – Soluçava. Sasuke colocou uma mecha rosada atrás da orelha da amada; ergueu seu rosto e fitou os orbes verdes da Haruno. Tão lindos... Aqueles olhos verdes que ele sempre soube que olhavam para ele e ninguém mais... A garota que sempre esteve ao seu lado, sempre fazendo de tudo para ajudá-lo, para ser notada... A pessoa que o fez feliz. A mulher por quem ele faria de tudo para se orgulhar por amá-lo, pois a amava.

– Sakura... Obrigado. – Foi o que ele conseguiu dizer... Porque se dissesse “eu te amo”, temia que toda a energia que ela sempre teve para se levantar após as quedas se esvaísse.

Beijou a testa mais uma vez, suavemente, e foi-se.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pronto. Eu revisei... Uma vez só, essa hora (3:31), mas revisei! q
~
Espero que seja uma revisão descente. @_@
Deee qualquer forma, se vocês encontrarem algum erro, perdoem-me! :D
~
Eu to cansadinha, então vou capotar. :3
~
Dúvidas, críticas, sugestões: SEMPRE BEM VINDAS! :D
Menos, é claro, se você for uma pessoa cruel e ofender todo meu trabalho. Além de chorar, vou perder a confiança e meu sonho de ser escritora (éosono). T-T
~
Enfim.
Vejo vocês! :D