Carpatos escrita por Senhorita Escritora


Capítulo 21
Sonhos Perdidos


Notas iniciais do capítulo

Obrigada Katherine Sky pela recomendação. Perdão por ter demorado a agradecer! Você me deixou verry happy! :)

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/269047/chapter/21

Foi mais que difícil superar aquele dia. Lucinda veio com várias interrogações sobre o meu comportamento.

– Seus olhos estão inchados, me conte o que aconteceu de uma vez, pirralha. – Ela bloqueou minha passagem quando eu ia levar os pedidos para fora da cozinha.

Engoli em seco, eu era uma péssima mentirosa... Olhei para o chão e soltei uma meia verdade. – Um cara, Lucinda.

Fui evasiva, eu sei.

Ela respirou pesadamente e me olhou impaciente sem mover nenhum passo para me dar passagem.

– Da pra ser menos evasiva, garota? Eu quero te ajudar, mas você não está cooperando.

– Esse cara é o meu ex namorado, ele tem me ameaçado. – Quando vi já tinha soltado outra meia verdade, quase verdade (confuso).

Ela travou o maxilar e cruzou os braços sobre o peito. Ela só fazia isso quando duvidava de mim... E era esse sentimento que brotava em seus olhos cor de chocolate nesse momento.

– Aquele velho alto era o seu ex, pirralha? Sabia que isso é pedofilia?! – Ela berrou.

Eu não estava acreditando que ela pensava que o médico (vampiro) era o meu ex...Mas talvez fosse melhor que ela acreditasse nessa mentira.

– Sim...E- Ele é-é o meu ex.

Muito convincente, Rúbia...Parabéns.

– E-e por que vo-você gaguejou? – Ela tirou sarro dando um sorriso sarcástico. – Você acha mesmo que eu tenho cara de otária? – perguntou apontado um dedo pra si,

– Lucinda, os clientes vão começar a reclamar pela demora dos pedidos. – disse tentando desviar dela, mas a mesma tirou a bandeja das minhas mãos e colocou sobre a mesa.

– Você não vai sair daqui até me dizer a verdade... Isso pode durar o dia todo se você quiser. Não vou me importar com esses clientes de merda.

Cara, ela era insuportável quando queria.

– Lucinda, não seja radical por favor. – pedi segurando em seus ombros tentando afastá-la, mas Lucinda não se moveu nenhum milímetro.

Ela nada disse só me encarou esperando... Esperando até que eu dissesse a verdade.

– Ah, tudo bem. Você venceu! Aquele homem que estava me fazendo ter um ataque horas atrás, não era o meu ex. - Passei os dedos sobre meus cabelos desgrenhados.

– Isso é óbvio, idiota. – Ela deu um sorrisinho cínico.

Respirei fundo. – Aquele homem é como eu posso dizer... Um mensageiro... Ele estava lá para me manter informada sobre o Carpato que me ameaçava. – olhei para o chão. Aquele assunto me deixava envergonhada, humilhada e com muita raiva.

– Mas parece que esse mensageiro não deu notícias nada boas, certo? – Ela perguntou, sua voz estava séria novamente.

– Exatamente. – Eu estava quase chorando, mas me permiti ser mais forte. Eu não poderia desabar novamente.

–Ah pequena... Se eu soubesse quem é esse tal Carpato... – Ela não terminou a frase, mas já deixou bem claro suas intenções .

– Você tem um grande problema em me chamar pelo meu nome. – brinquei.

– Ah cala a boca, pirralha. – Ela sorriu e me abraçou com força exagerada.

De repente um hino de xingamentos surgiu no bar.

“Cadê meu pedido?!!”

“Elas estão fabricando as comidas, só pode ser!!”

“Mas que porr@!#$%!!!”

– Melhor eu ir. – Me afastei dela e peguei a bandeja, quando estava prestes a sair da cozinha, Lucinda me parou novamente.

– Se quiser podemos fugir daqui. – Ela disse.

Virei-me assustada. – Não... Você não pode fazer isso.

Ela riu e se aproximou. – Sabia que eu adoro quando pirralhas como você me desafiam?

Aquela mulher definitivamente era louca.

– Lucinda, pare com isso. – disse já com a paciência esgotada.

– Ah, tudo bem! – Ela bateu as mãos contra o quadril em sinal de rendição. – Vai lá trabalhar, então... Como se esse fosse o melhor trabalho de sua vida. – Ela nem era irônica.

Dei um sorriso cínico e me virei para ir embora da cozinha carregando uma pilha de pedidos.

– Caralh@#$% pensei que esse troço jamais iria chegar! – Um velho cheio de dentes cariados e os braços fechados por tatuagens de dragão berrou quando eu o servia.

– Mas esse troço chegou, então cale logo essa boca podre e coma!! – Lucinda disse logo atrás de mim com sua costumeira gentileza.

O velho fez cara de tacho e a ignorou.

– Rúbia, nossa conversa ainda não acabou. – Ela disse segurando meu ombro para olhá-la recebendo um olhar ameaçador.

Não disse nada, só me afastei para continuar entregando os pedidos aos “reclamões de plantão”.

[...]

Já eram 22:00 e eu estava suada...De tanto mexer naquele forno de alta potência. Eu nem precisava cheirar minha camisa pra perceber que aquele odor desagradável era o meu.

Precisava de um banho.

Depois de banhada e vestida me desloquei até a varanda. Aquela noite estava cheia de estrelas e como uma idiota eu me via as apreciando. Eu adorava observá-las, aquilo me passava esperança de que um dia eu teria uma vida normal.

– Rúbia!!! – alguém gritou meu nome lá de baixo.

Aquela voz.

Engoli em seco... Era ele.

Olhei para baixo e vi se seria possível pular da janela sem me esborrachar toda.

O desespero correu entre minhas veias e tranquei rapidamente a porta do quarto. Empurrei o armário quase morrendo de esforço e o prensei contra a porta.

Um fio de suor deslizou sobre a minha têmpora e corri tentando achar alguma arma...

Eu era uma idiota... Ele era um vampiro... Nada podia machucá-lo. A não ser...

Peguei uma faca onde eu sempre deixava embaixo da cama. Eu já sabia o que fazer.

– A deixe em paz!! – Lucinda gritou.

As vozes já estavam mais próximas até que um barulho abrupto surgiu. Alguém tinha caído violentamente no chão.

Meus olhos começaram a lacrimejar.

Lucinda. Ele a matou.

Ele era um monstro.

–Rúbia... Minha pequena Rúbia. – A voz dele estava docemente ameaçadora. - Abra a porta.

Engoli em seco e nada disse, só esperei.

– Consigo sentir seu perfume daqui. – Ele caçoou. – Abra a porta.

Silêncio.

–Quer mesmo que eu use a violência, Rubi? – Ele disse muito suavemente.

Segurei a faca sobre o pulso e fiz o primeiro corte. Aquilo era horrível de se ver.

O sangue gotejava incessantemente.

Eu sabia que Nathan tinha sentido o cheiro de meu sangue, por que assim que fiz o primeiro corte ele começou a destroçar a porta.

O armário que eu tinha posto tinha funcionado, mas por pouco tempo... Ele só serviu pra retardar os ataques de Nathan.

Fiz um segundo corte no outro pulso, meus olhos ardiam... A dor era horrível.

De repente uma brecha na porta se abriu e olhei amedrontada para seus olhos azuis ensandecidos de ódio.

Tirei a camisa rapidamente e mirei a faca contra o meu estomago.

Eu teria coragem?

Eu teria coragem? Perguntei novamente.

Nathan adentrou dando um enorme empurrão na porta, fazendo o armário cair violentamente, assim como a porta.

Ele me olhou, mas naqueles olhos magníficos não me encaravam mais com ódio e sim com horror.

– Não faça isso. – Ele se aproximou lentamente.

– Se aproxime mais e eu farei. – Disse com a voz falhada pelo choro. Sim, eu estava chorando.

Nathan arqueou uma sobrancelha em tom de desafio. – Sou mais rápido que você.

– Então tente algo para ver o que acontece. – Ameacei como uma cobra.

Ele sorriu.

De repente algo que estava atrás de mim jogou-me contra o chão e a próxima coisa que presenciei foram dois braços me puxando delicadamente.

Não! Não!

Bati em seu peito com meus pulsos jorrando sangue e Nathan os prendeu colocando sobre minha cabeça, ele não queria que meu sangue bombeasse rápido... Seu plano era manter-me viva, como se eu quisesse ficar viva.

– Agora você é minha novamente. – sussurrou segurando meu queixo com força exagerada.

– Rúbia, querida. – Uma voz masculina estava próxima de meus ouvidos e virei meu rosto, quando o aperto da mão de Nathan se suavizou.

Aquilo só podia ser piada.

Era o médico. Ele era comparsa de Nathan sem ao menos eu perceber. Todo esse tempo havia passado e nada de eu desconfiar dos seus reais planos.

Ele sorriu e se aproximou. – O que pretende fazer com ela, garoto?

– Não é da sua conta, agora você pode vazar daqui. – Nathan disse rudemente.

– Se você diz. – Ele foi até a janela e se virou para me encarar com zombaria – Boa sorte, você vai precisar.

Engoli em seco e senti aqueles dedos me puxando de volta para encarar aqueles olhos contidos de ódio e paixão.

– Deite-se vou procurar alguma coisa que preste nesse lugar para tentar amenizar a loucura que você tentou fazer. – Ele disse se afastando e virou abruptamente. – Não seja idiota de fugir novamente.

Engoli em seco e me sentei na cama. Meus olhos ardiam, meus pulsos sangravam e minha vida estava definitivamente acabada.

– Rúbia. – Alguém sussurrou. Era uma voz sofrida.

Corri até a porta arrebentada e encontrei uma Lucinda estirada no chão jorrando sangue por sua boca.

– Lucinda! – gritei e sentei ao seu lado. – Meus olhos que antes ardiam agora mal puderam se abrir com as minhas lágrimas desesperadas.

– Não chore pirralha. – Ela sorriu, mas tossiu sangue novamente.

– Porque Lucinda, por quê? – perguntei acariciando seus cabelos castanhos.

– Não quero que se renda a esse monstro, você é nova...Precisa...Lu...Luta...r.

Seus olhos estavam se fechando e antes que eu me desse conta Lucinda deixou dessa pra melhor.

Comecei a chorar violentamente.

– O que eu disse sobre não fugir novamente, Rúbia?

– Monstro!! Odeio você!!- gritei.

– Diga novamente se tiver coragem. – sussurrou com seus lábios bem próximos da minha orelha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo? Se sim comentem se não comentem também...Brincadeira.


Gente preciso muito da ajuda de vocês, acabei de escrever uma One Shot de Carpatos. Os personagens não são os mesmos, mas o enredo sim.

Aqui está o link: http://fanfiction.com.br/historia/444946/One_Shot_Carpatos_-_Anjo_Sombrio/





E outra coisa é que eu acabei de fazer um Book Trailer pra uma colega minha rs...Se não for muito incômodo assistam e leiam a estória também porque vale a pena ♥♥♥

link da estoria:http://fanfiction.com.br/historia/264679/Reviravoltas/

link do booktrailer: https://www.youtube.com/watch?v=e3mGZJlfSKA




Mas voltando para o assunto Carpatos...Espero sinceramente que estejam gostando! Eu andei pensando em fazer, tipo...Um "Nathan Pov". Eu não sei se vai dar certo, mas queria a opinião de vocês.

Obrigada quem leu as minhas notas finais!! Beijinnns e até um próximo capítulo ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Carpatos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.