Carpatos escrita por Senhorita Escritora


Capítulo 17
Carpato


Notas iniciais do capítulo

O capítulo se chama carpato mesmo, não foi erro de digitação Rs.



Obs: Carina Baum e B day, leiam as notas finais( please?)


Boa leitura ♥♥♥





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‘’- Pai, não precisa se preocupar. - sorri e olhei para suas mãos que estavam sobre as minhas.

– O que aquele garoto fez?

O encarei assustada. Será que ele sabia de algo?

– N...Nada. - balancei a cabeça. - De onde o senhor tirou isso? - me levantei da mesa, mas ele ordenou para que eu continuasse sentada.

– Um dos seus piores defeitos é que você é uma péssima mentirosa. - Ele cruzou os braços sobre o peito e me olhou desconfiado. - Agora, me diga alto e claramente. O que aquele desgraçado fez? ‘’



E agora? O que eu iria dizer?



Seu olhar indagador e sua postura tensa traziam uma imagem negativa. Meu pai sabia muito bem como me assustar. Engoli em seco e olhei para o teto durante alguns segundos. Eu não pensei duas vezes em fazer algo que concerteza iria me livrar dessa situação:

Fingi um desmaio.

Eu era uma péssima atriz, mas dada a situação péssima em que eu estava submetida qualquer coisa seria válida.

Meu corpo se chocou violentamente contra o chão. Aquilo ficaria roxo. Tentei não fazer nenhuma careta de dor e simplesmente fechei meus olhos e fingi estar dormindo profundamente.

–Rúbia! ! – Ele gritou. Senti suas mãos tocando meu rosto. – Rúbia! ! – Ele gritou novamente.

Eu me sentia uma péssima filha ao perceber o estado dele. Senti meu corpo sendo levantado do chão e recostado em uma superfície almofadada.

– Preciso ligar para a ambulância! – Ele gritou e ouvi seus passos ficando mais distantes de mim.

Abri meus olhos lentamente e suspirei. Agora eu fingiria que havia acordado do desmaio súbito.

– Alô. Preciso que busquem a minha filha! Ela desmaiou!...Eu não sei o que houve com ela, ela simplesmente desmaiou!... É na rua Deeav, numero... – Ele parou de falar e ouvi algo caindo contra o chão. O encarei e vi que ele me olhava desacreditado.

– Oh filha! – Ele correu na minha direção e me abraçou. – Você e sua saúde frágil. – disse enquanto se afastava.

Não conseguia olhar nos olhos dele, não quando a vergonha estava estampada em meu semblante.

– P...Pai, eu não sei o que houve. – disse com a maior cara de desentendida.

– Você desmaiou, querida. Eu até ia chamar a ambulância, mas quando vi seus olhos abertos um enorme alívio me envolveu. – Ele disse e se levantou. – Mas isso não descarta a possibilidade de você estar com alguma coisa, por isso vou levá-la ao médico.

– Pai... – Reclamei.

– Não adianta reclamar. Eu já perdi sua mãe e seria um inferno perdê-la também.

Ouvir aquilo me machucava um pouco, eu não gostaria de estar na pele do meu pai quando eu me recordava das pessoas que ele perdera.



– Sua filha está perfeitamente bem, senhor. – Disse o médico, enquanto pedia para que eu respirasse fundo e tocava minhas costas. – A respiração está limpa e normal.



– Que estranho. – Meu pai disse.

O estranho era o fato de eu me sentir terrivelmente mau perto daquele médico que as vezes lançava olhares furtivos que eu tentara ao máximo não percebê-los.

– Então acho que já podemos ir, certo? – disse já me levantando e seguindo em direção da porta, mas o estranho homem que era chamado de ‘’médico'' interrompeu-me:

– Mas eu ainda não descarto que esse desmaio possa ter outros motivos. – Ele me olhou e apontou a maca.

Engoli em seco.

De repente uma enfermeira que carregava vários papéis e um semblante calmo chamou meu pai para que ele assinasse alguns papéis.

– Rúbia, eu volto logo. – Ele disse enquanto saía porta á fora.


Eu já não ouvia mais nada, só meu coração que imitava o som de um pássaro batendo suas asas. Talvez isso fosse só exagero, talvez meus extintos estivessem dando a mensagem errada de que aquele homem era perigoso e eu devia me manter afastada dele.


– Deite-se na maca, por favor. – disse o médico.

Engoli em seco, e fiz o que ele pedira. Meus olhos se focaram no teto branco.

– Então você é a famosa companheira do Carpato. – ele disse, enquanto se aproximava.

– Carpato? Do que está falando? – Toda a minha frieza evaporou. Eu estava mais que desentendida.

Ele riu e tocou meu pescoço. – Ele ainda não te transformou, pelo visto. Não há marcas em seu pescoço.

Afastei sua mão bruscamente do meu pescoço. – Não me toque. – Disse assustada e fiz movimento para me levantar, mas senti suas mãos pressionarem meus ombros contra a maca.

– Ele não te disse o que ele é e porque ainda está vivo? – ele sussurrou.

Olhei sem acreditar quando o vi se inclinando até mim, com seus dentes crescendo e seus olhos ficarem vermelhos.

– Por sua causa...Você o mantêm vivo. – Sussurrou com os lábios bem perto do meu pescoço.

Eu não tive coragem de gritar.

De repente a porta se abriu e no mesmo segundo o médico se afastou em um movimento inumano. Meu pai havia entrado novamente e pelo seu olhar não havia percebido nada do ocorrido.

– Me equivoquei senhor, sua filha está realmente bem. – disse o médico enquanto se sentava. Ele agia com uma frieza que até me assustava.

Meu pai sorriu feliz e me chamou para que fossemos embora. Sai da cama quase tremendo e segurei a mão do meu pai.

– Tenha um bom dia, Rúbia. – Disse o médico com um sorriso sarcástico.


Engoli em seco e não disse nada. Tudo o que eu mais queria era sair daquela sala.



– Quer comer algo diferente? – Meu pai perguntou enquanto abria a porta do carona para mim.


– Não sei. Você sabe que não me importo muito com essas coisas, pai. – disse quando ele entrou no banco do motorista.

Eu não queria estragar o barato dele... Ele estava tentando deixar a situação mais descontraída possível, mas tudo o que eu queria era ir para casa e me isolar desse mundo maluco.

– Você vai pensar diferente quando ver aquele suculento sorvete de chocolate do Mc Donalts. – Ele provocou com um sorriso bobo.

Revirei os olhos e balancei a cabeça em desaprovação. – O que eu não faço por você, pai.

Entramos na lanchonete e pedimos dois sorvetes que teriam no mínimo 1.000 calorias.

– Isso é realmente muito bom , não acha? – Ele disse enquanto se lambuzava com o sorvete de chocolate.

Sorri e nada disse. Aquela cena no hospital ainda perseguia meus pensamentos.

– Alias, estou curioso. O que aquele médico disse à você para que a deixasse tão assustada?

–Hã? – quase deixei o sorvete escorregar das minhas mãos.

– Você parecia tão assustada. – Ele disse com seus olhos fixados no sorvete.

– Acho que o senhor está vendo coisas onde não há nada. – disfarcei o nervosismo e tentei mudar de assunto. – E como anda a sua vida, pai? Arranjou outra namorada...? – pergunta nada idiota.

Ele sorriu, mas seu sorriso parecia triste. – Pior que não. Não consigo esquecer a Pietra. Aquela mulher mexeu comigo.

Engoli em seco. Como ele poderia nutrir um sentimento por aquela mulher. Ela era uma víbora, e não era difícil notar isso...Mas parece que meu pai não ‘’quis’’ analisar esse lado dela.

– Se não fosse por aquele garoto... - Ele não terminou a frase e me encarou com um semblante desconfiado. – Aliás, tenho a ligeira sensação de que vocês ainda estão juntos. Será que estou errado? – questionou.

Ele conseguiu quebrar o clima, pensei.


Não disse nada. E o meu silêncio foi uma afirmação de sua pergunta. Eu não queria mais mentir para ele, não queria mais fingir.


– Eu imaginei que isso pudesse estar acontecendo. – Ele largou o pote sorvete e me olhou decepcionado.

–Pai... – Eu não sabia o que dizer, mas vê-lo me olhando daquela forma era pesado demais.

– Vou falar com a Pietra. Não quero você mais perto dele, ainda mais sabendo que ele te fez mau.

– Como sabe que ele me fez mau? – Eu estava mais que assustada.

– Então é verdade? – ele balançou a cabeça e se levantou. – Vou levá-la para casa e logo depois irei a casa dela ... Irei acabar com isso agora!


Não!


Se ele for na casa deles meu pai estará em perigo. Nathan vai ficar possesso.


’– Você agora vai fazer o que eu mandar, entendeu? - Sussurrou, seus lábios encostavam na minha orelha enquanto ele continuava a sussurrar. - Se disser algo sobre a nossa conversinha para alguém eu juro que acabarei com a vida do seu querido papai. Quer isso? - continuou calmamente.’’



Nathan iria matá-lo.


– Pai, não. Não faça isso. – sussurrei quase chorando pelo desespero.

Ele não me deu ouvido e mandou que eu entrasse no carro. – Não adianta chorar, eu não quero ele perto de você.

Entrei no carro e fechei a cara. Ele até tentou puxar algum assunto comigo, mas eu estava realmente chateada, mas não era com ele, era comigo mesma. Eu não era nem capaz de salvar pelo menos ele.

Depois de vários minutos angustiantes eu havia chegado em casa. Pela primeira vez na vida me senti triste por isso, eu adorava o meu lar, mas nesse momento não... Não, quando eu estou quase perdendo algo realmente precioso.

– Rúbia...- Ele me chamou, mas eu o ignorei e sai do carro dando lentas passadas em direção do portão de ferro.

– Eu só quero o seu bem, querida. Sei que agora você não vê isso, mas espero que um dia me entenda. – Ele disse em alto e bom som.

‘Eu entendo você pai!’

Eu queria gritar essa frase, mas de nada adiantaria.

Encostei na porta de casa, sem entrar. E encostei minha testa na mesma. Ouvi o carro se afastando e com um longo suspiro adentrei em casa.

E foi ali que eu o vi. Ele me olhava com culpa e remorso.

Engoli em seco. Eu queria fugir, mas antes queria enfrentá-lo...

– Rúbia. – Ele sussurrou e começou a se aproximar, mas no mesmo instante levantei minhas mãos para repeli-lo.

– Não se aproxime de mim, por favor. – Abaixei a cabeça.

– Não pode me pedir isso. – ele disse e começou a se aproximar.

– Não! – gritei, mas de nada adiantou. Ele rodeou minha cintura e me abraçou com força. – Não...Não. – sussurrei. – Você é um monstro.

Senti ele ficar rígido, eu pensei que ele iria retrucar, mas em vez disso ele somente me abraçou e beijou minha testa.

– Eu sei, sou um monstro, de diversas maneiras. – ele sussurrou. – Eu lamento por ter feito aquilo com você ontem, lamento por ter ameaçado a vida de seu pai... A minha única arma naquela época era essa. Eu precisava de você de qualquer forma... E aliás , eu jamais mataria seu pai. – Ele completou.

Aquilo foi como uma bomba para mim. Eu não sei se eu ficava feliz por saber disso, ou se acabaria por xinga-lo por completo.

– Meu amor, meu único amor. – sussurrou de maneira obsessiva.

– Pare! – gritei e empurrei-o com força. – Você me enganou de diversas maneiras. Eu nem mesmo sei o que você é. – eu queria provocá-lo, eu estava atiçando ainda mais o meu autocontrole. - Ou melhor, talvez eu saiba... Um Carpato, isso que você é. Um maldito vampiro!



To be continued...






Notas da autora: Cara, eu fiquei ensaiando durante esse tempo todo a melhor maneira de agradecer as duas meninas lindas que recomendaram a minha estória. Vocês não fazem ideia da alegria que causaram em mim. E agora eu lhes digo '' Um sincero obrigada'' .Para :Carina Baum e a B Day.




♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥


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