Carpatos escrita por Senhorita Escritora


Capítulo 13
Interrogatório


Notas iniciais do capítulo

Olá, desculpe pela demora. Eu estive viajando e não pude ter acesso a internet,só cheguei na semana passada.
Mas, aqui está mais um capítulo para vocês.
Boa leitura.



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‘’Ele segurou minha mão que estava em seu rosto e a manteve lá. - Se aquele garoto não tivesse separado a briga e levado você até o hospital... - Ele não terminou a frase e balançou a cabeça como se estivesse imaginando o que poderia ter acontecido.


Eu me perguntei se ‘’aquele garoto’‘ fosse Nathan.


– Por que não me avisou que você tem um namorado? - Ele perguntou calmo, mas pude notar uma certa raiva contida lá.


Caramba.’‘






Enquanto os segundos se passavam eu pensava em uma boa desculpa para dar á ele. Meus olhos se deslocavam por vários pontos do quarto sem nada ver, eu só queria saber o que dizer...O que explicar.


Nathan tinha me avisado explicitamente o que aconteceria se eu dissesse a verdade para meu pai e eu não ousaria duvidar do que Nathan faria. Mas ao mesmo tempo me perguntava se ele seria capaz de ser tão cruel assim em matar meu pai.


– Não quero que fique nervosa, podemos discutir isso depois. - Ele disse e desviou o olhar, provavelmente se sentindo culpado por me deixar constrangida.


A palavra ‘’discutir’‘ pairou na minha mente...Ele poderia ter dito ‘’conversar’‘ ou algo do tipo, mas sendo filha dele sabia que esse assunto não ficaria de lado por muito tempo.


Pigarreei e tentei mudar de assunto:


– Você sabe quando poderei ir?


Seu olhar voltou a ficar preocupado - Ainda não sei, o médico disse que precisava fazer alguns exames. - Ele balançou a cabeça em desagrado. - Médicos e suas frescuras.


Não contive o sorriso pelo comentário dele. Finalmente tinha tirado a conversa ‘’Nathan-é-seu-namorado-e-você-nem-me-disse’‘. Eu ainda não sabia o que dizer á ele, mentir não seria fácil, pois meu pai tinha um detector de mentiras infalível instalado nele. Metaforicamente falando. Claro.


Ouvi passos rápidos se aproximando do quarto e avistei a mesma enfermeira.

– Sinto em dizer isso, mas o seu horário de visitas chegou ao fim e...

– Mas como chegou ao fim? Eu só fiquei dez minutos com a minha filha! - Ele interrompeu-a e levantou-se.


A enfermeira arregalou os olhos. Acho que ela não esperava essa reação assim como eu.

– S...Senhor, lamento mas essas são as nossas normas e não sou eu quem as dito. - Ela gaguejou. - Mas o senhor sempre poderá visitar sua filha.


– Sabe pelo menos quando ela terá alta? - Ele perguntou já mais calmo.


Ela foi até á porta e pegou alguns papéis que estavam numa espécie de suporte colado á porta e se aproximou novamente com passos lentos.


– Bom, o caso da sua filha não é muito grave. Ela só tem algumas fraturas no rosto e na barriga, mas o médico ainda não tirou a hipótese de haver alguma hemorragia interna, já que ainda há muitos hematomas no corpo dela. - Ela parou de falar mas, continuou concentrada em sua leitura. - Podemos dizer que até um semana ela estará de alta. - Ela sorriu timidamente.


– Tudo bem. - Ele disse e se inclinou na minha direção para depositar um rápido beijo sobre a minha testa.


– Cuide bem da minha filha, eu só tenho ela. - Ele disse, enquanto seguia rapidamente porta á fora.


A moça de estatura baixa o seguiu e fechou a porta, deixando-me sozinha naquele quarto fúnebre.


Vão ser longos dias, pensei e como resposta lancei um enorme bocejo. Não sei como ainda sentia sono depois de ter dormido por tanto tempo, mas logo avistei um pequeno fio no meu braço, eles deviam estar tentando me manter o mais desacordada possível.


Eu não queria dormir, os acontecimentos passados na escola ainda invadiam minha mente de maneira agressiva. O que será que houve com aquela garota que havia me batido? Ela merecia no mínimo ser expulsa da escola, mas eu sabia que isso seria difícil, já que ela era uma líder de torcida e representante das líderes de torcida e toda essa baboseira.


Soltei um suspiro resignado. As coisas sempre eram meio difíceis quando eu era envolvida.


‘’Fiquei tão preocupado com você.’‘


Nathan.


Revirei os olhos, eu já sabia que ele não iria deixar de fazer suas brincadeiras medonhas por muito tempo.


– Eu imagino. - Me senti estranha por estar falando sozinha. Ainda bem que não havia ninguém por perto.


‘’ Por que não me disse que estava sendo perseguida por aquela criatura loira horrenda?’‘


Será que ele estava se referindo á garota que havia me batido? O vocabulário obsoleto dele as vezes me confundia.


– Você quer mesmo discutir sobre isso agora? Eu estou com sono. - Bocejei novamente.


Aonde será que ele estava? Eu queria interrogá-lo, queria saber o que houve depois que desmaiei, mas a escuridão parecia tão convidativa que não conseguia mais manter meus olhos abertos. Pensei ter ouvido ele falar na minha mente com um tom de raiva, mas nada mais importava, eu já não estava em um momento muito bom para entender alguma coisa...





Alguns dias depois


– Está se sentindo bem para andar? - Ele parecia tão preocupado que chegava a ser engraçado.


– Tudo bem, pai. - Sorri, tentando parecer bem disposta. Tentando, pelo menos. - Já se passaram vários dias, você se lembra do que o médico disse? - perguntei enquanto seguíamos até o estacionamento.


Ele abriu a porta do carona para que eu entrasse e o fiz com certa dificuldade já que minhas costas ainda não estavam totalmente ilesas. Aquela garota havia feito um belo trabalho, pensei sarcástica.


– Talvez devíamos tentar abaixar um pouco esse banco. - Seu corpo se inclinou para onde eu estava sentada e suas mãos começaram a fuçar no regulador do banco.


– P-Pai. Pare com isso. - tentei empurrá-lo. - Já disse que estou bem. - Sim, eu estava irritada.


Ele chiou e se afastou, mas antes disso fez questão de fechar a minha porta. Logo, ele entrou no carro e começou a tirar o carro do estacionamento de maneira desengonçada.


- Desculpe pai. - Dei de ombros e abaixei a cabeça. - E-eu não queria ser grossa.


Houve um longo silêncio. Será que ele estava com tanta raiva que não queria dizer nada?


– Se te faz feliz pode regular meu banco. - Sugeri, mas no fundo eu queria fazê-lo rir.


– Ser irônica não vai me deixar mais tranquilo, mocinha. - disse ainda com seriedade, mas assim que eu o olhei pude notar que seus lábios estavam inclinados para cima com um tímido sorriso.


Não contive o sorriso também. Ele não conseguia ficar chateado comigo por muito tempo e isso era umas das coisas que eu mais gostava nele.


– Ah, esqueci de te contar. - murmurou. - Aquele garoto me passou as matérias que você perdeu durante os dias que esteve no hospital. - disse com a voz ligeiramente rude.


– Ah legal. - murmurei. O assunto ‘’Aquele-garoto ’‘ ainda pairava na mente dele. E eu já tinha quase certeza do que ele iria dizer em seguida.


– Por que não me disse que ele era seu namorado? - perguntou.


Strike 1


– Estou com tanta fome. Aquela comida do hospital não enche...

– Não adianta mudar de assunto. Não vai funcionar, por isso trate de responder a minha pergunta.


Engoli em seco e senti vontade de abrir a porta e pular do carro em movimento só para não ter que passar por essa situação. Por que era tão difícil falar sobre o Nathan com o meu pai? Ah claro, porque 99,9% das minhas respostas iriam ser inventadas.


– Ele disse que era meu namorado? - perguntei. Talvez houvesse alguma brecha para remediar essa situação.


– Sim. Ou você pensou que tudo era fruto da minha imaginação? - perguntou, sentia que este diálogo iria virar um interrogatório familiar.


– Não, claro que não. - Balancei a cabeça. - Mas parece que esse assunto te deixa desconfortável. - disse com cautela.


Ele grunhiu. - Eu não quero que namore com ele. Isso não é certo. - Ditou.


O que não era certo? Tudo bem que o meu relacionamento com Nathan não era nada certo, mas...


– Eu estou namorando a mãe dele e já estamos pensando em noivar ,o que faz de você e aquele garoto meio irmãos.


– O que? - aumentei o tom de voz sem conseguir evitar, achando em parte o ponto de vista dele totalmente ridículo. - E como assim ‘’já estamos pensando em noivar’‘?


Tudo estava errado, pensei. Eu queria me livrar do Nathan, mas parecia que tudo me deixava mais ligada á ele e isso com certeza era terrível. Já que o garoto não era humano e nutria um sentimento doentio por mim.


– Qual é o problema? Por acaso é errado um homem se apaixonar? Estive só por muitos anos e celibato não é bem o meu estilo de vida, Rúbia.


– Eu não quero que fique com ela. - disse como uma criança mimada.


– E eu não quero que fique com ele. - Ele também não cedeu.


Ele estava sendo infantil e eu estava agindo do mesmo jeito.


Nem me dei conta de que já estávamos na frente da nossa casa. Assim que ele estacionou, abri a porta do carona e sai rapidamente para fora , e como resposta minhas costas estralaram com o movimento abrupto. Não contive o gemido de dor.



– Rúbia! - Ele gritou com raiva e se aproximou preocupado.


– O que?! - usei o mesmo tom dele e tentei não fazer caretas de dor. Minhas costas doíam tanto que precisei me apoiar no carro.


De repente ouvi um carro se aproximando e um dos meus maiores problemas estavam frente á frente á mim.


Nathan e sua mãe estavam saindo carro com sorrisos de comercial de creme dental. Não escondi o meu desagrado por vê-los e mantive a expressão emburrada.


Iria ser um longo e terrível dia.







Notas da autora: Assistam ao trailer oficial da estória!



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Notas finais do capítulo

Se gostarem comentem!
Beijokass