A viagem para a ilha onde Amaterasu-sama mandou Naruto e Akane demorou seis dias, seis dias direto correndo sobre o mar, Naruto duvidava que conseguiria andar por todo esse percurso se não fosse Shiva, sempre que ele se cansava Shiva usava seu poder e congelava um pedaço do mar, onde Naruto e Akane podiam descansar e dormir sem nenhum problema.

No inicio do sexto dia de viagem ambos avistaram uma enorme ilha no horizonte, levou mais algumas horas para chegar até ela, mesmo Naruto estando bem mais animado. Ao chegarem na ilha se depararam com uma densa floresta, o clima era quente e úmido, fazendo o ar abafado, Akane resolveu descansar por algumas horas antes de entrar na floresta.

Naruto estava cozinhando um ramen em uma fogueira improvisada, era crepúsculo e logo iria ficar escuro – ei Akane-nee-chan, nós vamos procurar os Yokais hoje ainda?

- não, Yokais são muito territoriais, entrar em seu território na calada da noite pode fazê-los pensar que estamos invadindo.

- entendo... o que faremos até amanha?

- vamos esperar, durma um pouco, eles não vão nos ameaçar enquanto nós não os ameaçarmos.

- hai.

“Naruto, estamos sendo observados. Tem alguém no meio das arvores” Naruto procurou entre as arvores mas não viu nada.

“Onde?” ele perguntou mentalmente.

“Concentre-se em sentir sua presença, não procure com os olhos, é fácil enganar a visão.”

Naruto seguiu o conselho e fechou os olhos para se concentrar, Akane olhou com interesse, pois percebeu na hora o que ele estava querendo fazer, levou alguns minutos, mas Naruto percebeu o cheiro e o chakra de outra pessoa espreitando entre as arvores, ele não poderia dizer como essa pessoa era e nem se era humano ou Yokai, mas ele sabia que ela estava lá.

- Akane-nee-chan, tem alguém nos espiando entre as arvores – ele disse com um sussurro.

- eu sei, ele já está lá desde o momento que chegamos, não se preocupe, não representamos nenhuma ameaça para ele nos atacar agora.

- o que faremos?

- nada, ele vai nos observar durante toda a noite e só vai se revelar quando formos entrar na floresta. Durma um pouco, se algo acontecer eu te chamo.

Ainda um pouco desconfiado, Naruto se deitou e fechou os olhos, em questão de momentos ele já estava roncando despreocupadamente.

Na manhã seguinte, Naruto foi acordado pelo cheiro apetitoso de peixe assado, sua barriga resmungou alto – Naruto, acorde, temos trabalho a fazer.

O loiro se levantou e se deparou com Akane assando peixes na mesma fogueira que usaram na noite passada, suas nove caldas balançavam suavemente na brisa do mar. Sem dizer nada ela estendeu um palito com um peixe espetado, Naruto aceitou e comeu com entusiasmo.

- Vamos – ela disse ao acabar de comer.

Naruto acenou e comeu o ultimo pedaço rapidamente antes de se levantar e a seguir.

Quando estavam andando entre as arvores eles podiam ouvir vários passos próximos, vindos de todas as direções, então um grupo de oito Yokais os cercaram, todos eles tinham aparências exóticas, na opinião de Naruto, todos vestiam Haoris com vários tons de verde e azul, tinham orelhas de animais, caninos aparentemente, e caldas peludas, todos eles desembainharam espadas e apontaram para os dois.

- quem são vocês? O que querem em nossa ilha? – a que parecia ser a líder perguntou com afiados olhos amarelos, seus selvagens cabelos prateados caíam em uma bela cascata de prata por suas costas, até à cintura.

Akane cutucou Naruto sutilmente, ele entendeu a indireta e avançou um passo, sem nunca desviar os olhos da Yokai ele pronunciou – Viemos em nome de Ryugakure no Sato e de Amaterasu-sama entregar uma mensagem aos Yokais que vivem nessa ilha.

A mulher estreitou os olhos – Você que diz falar em nome de Amaterasu-sama, como podemos confiar em você? Foram os de sua raça que causaram nosso exílio.

Naruto ficou surpreso ao ouvir isso, ele nunca pensou que os Yokais tivessem rancor contra os humanos – olha, não vim aqui para brigar ou para tentar nada contra vocês, se não acreditam na minha palavra, posso lhes mostrar o pergaminho que os dragões me deram para entregar à vocês. – ele disse tirando um pergaminho selado de dentro da bolsa de shurikens.

A Yokai, ainda desconfiada, pegou o pergaminho e estudou o selo, depois de um momento ela olhou para os outros e deu um leve aceno, eles guardaram suas armas e desapareceram – me acompanhem, mas mantenham as mãos onde eu possa ver.

Naruto se sentiu intimidado pela mulher, mas seguiu sem reclamar, Akane estava rindo por dentro com a reação de Naruto, ele era bem arisco perto de mulheres.

Os três estavam caminhando já fazia quase uma hora, mesmo estando intimidado pela presença da Yokai, Naruto estava bastante curioso – Ano... qual o seu nome? Meu nome é Uzumaki Naruto e essa é Akane.

Ela olhou para ele durante um tempo, como se considerasse valer a pena ou não responder a pergunta – Kaira, Akashiya Kaira – ela respondeu simplesmente.

- Kaira-chan, você sempre morou aqui?

Ela o olhou nos olhos com aborrecimento – desde que eu nasci.

Naruto ia perguntar mais, mas o olhar afiado de Kaira o calou instantaneamente.

Mais alguns minutos e eles chegaram à uma grande vila, Naruto viu todos os tipos de Yokais ali, desde crianças até a velhos, alguns corriam sobre os telhados das casas com velocidade de shinobis treinados e sem falar na enorme quantidade de chakra que cada um deles possuía, até mesmo as crianças tinham chakra o bastante para competir com um chuunin.

- Me sigam – a yokai disse, Naruto e Akane passaram pela vila seguindo-a, as crianças olhavam com curiosidade enquanto as mães e pais os escondiam e olhavam ameaçadoramente para Naruto.

Naruto não sabia qual era a fonte de tanto ódio, ele quase podia sentir, era quase palpável, os yokais tem um enorme ódio para os humanos, era o que parecia.

Kaira os conduziu até uma grande construção no centro da vila, os guardas se curvaram enquanto ela passava, como se ela fosse uma rainha ou algo assim, os três entraram no prédio e se dirigiram por um enorme salão até chegarem ao que parecia ser um trono, sentada no trono estava uma yokai, ela tinha sete caldas douradas e longos cabelos da mesma cor, vestia um kimono caríssimo branco com detalhes em verde, seus olhos eram verdes brilhantes, parecendo duas esmeraldas, e as pupilas em fenda (http://yugihawkins.deviantart.com/art/Kitsune-Yokai-Seven-Tails-252046699). Ela levantou os olhos dos papéis que estava lendo e olhou para Kaira.

- Hahaue, esses dois entraram em nossa ilha hoje carregando uma mensagem de Amaterasu-sama. – Kaira disse sem esperar.

A yokai olhou para Naruto e depois para Akane e se surpreendeu – Akane?! – ela se levantou do trono e, antes que Naruto pudesse perceber, ela já estava abraçando Akane com um grande sorriso – você está viva! Faz tanto tempo que você desapareceu que eu pensei que estava morta!

Akane riu – não, estou viva, mas agora não é hora para reencontros, podemos conversar depois de tratarmos dos assuntos oficiais. – Akane se virou para Naruto, que estava olhando com os olhos arregalados – Naruto, essa é Akashiya Kitami, matriarca de todos os yokais refugiados.

Ao mesmo tempo, Kitami disse à sua filha – Kaira, quero que conheça Akane, a raposa de nove caldas, ela me ajudou muito a salvar os yokais no passado.

Ambos, Kaira e Naruto, se curvaram respeitosamente à pessoa a quem foram apresentados e disseram – é um prazer conhecê-la!

Kitami olhou para Naruto com curiosidade – então ele é o herdeiro? Ouvi falar que os Uzumakis estavam extintos, por isso temi que estivesse morta – ela terminou falando para Akane.

- é uma longa história, mas o mais importante, Amaterasu-sama mandou uma mensagem para você e para todos os yokais em extensão.

Kaira entregou o pergaminho para a mãe, Kitami olhou com curiosidade para o selo dos dragões, um selo milenar que só abriria para a pessoa certa, não era baseado em chakra, era um segredo dos dragões.

- me acompanhem para a sala de reuniões – ela disse aos três – Aiko-chan, peça para as criadas levarem o jantar para a sala de reuniões – Kitami pediu para uma yokai que estava limpando um dos vidrais ali perto.

A yokai se curvou – Hai, Akashiya-sama!

A sala de reuniões era bem grande e bem decorada, com gravuras de yokais nas paredes e tapeçarias, no centro tinha uma enorme mesa onde dez pessoas poderiam se sentar tranquilamente.

Kitami se ajoelhou na ponta da mesa e acenou para os três, que se ajoelharam depois. A matriarca quebrou o selo e abriu o pergaminho, ela leu durante alguns minutos e então o colocou sobre a mesa com um ar surpreso – bem, isso foi realmente inesperado.

- o que está escrito, hahaue? – Kaira perguntou preocupada.

- Amaterasu-sama nos convidou para ir viver ao lado dos humanos outra vez.

Kaira arregalou os olhos – depois de novecentos anos? Por que agora?

- não sei, mas se estão nos dando outra chance acredito que mudanças gigantescas acontecerão no futuro.

- segunda chance, o que quer dizer? – Naruto perguntou confuso.

Akane respondeu – Novecentos anos atrás, antes da morte do Sábio dos Seis Caminhos, os humanos e yokais vivam juntos em harmonia, porem com sua morte os bijus foram liberados, o poder dos bijus corrompeu alguns yokais.

- por sermos mais anexados à natureza que vocês – Kitami continuou – fomos muito afetados pelo chakra demoníaco deles, alguns yokais começaram a agir de maneira diferente, matando humanos para absorver suas almas e se tornarem mais fortes.

- os yokais atacaram primeiro – Akane voltou a falar – e dizimaram grande parte da população humana, os dragões ficaram furiosos e mataram pessoalmente cada yokai que tinha absorvido qualquer alma humana.

- nós fomos banidos dessa terra, forçados a viver isolados nessa ilha – Kitami falou tristemente – eu estava lá quando Amaterasu-sama lançou sua fúria sobre nós, eu era apenas uma filhote, mas aquelas memórias nunca mais serão esquecidas.

- Amaterasu-sama condenou os yokais ao exílio – Akane continuou – eles só não foram completamente exterminados antes pois os dragões receberam uma visão dos deuses, mostrando que os yokais seriam necessários para lutar contra um grande mal que surgiria no futuro.

- entendo... mas por que eles me olharam com tanto ódio quando eu cheguei? – Naruto perguntou confuso.

- eles sentem inveja e ressentimento – Kitami respondeu – pois eles se lembram, eu levei anos para entender que a culpa não foi dos humanos, foi nossa, nossa fome por poder se virou contra nós, eles ainda não entenderam isso, pensam que os yokais que começaram a matar os humanos eram heróis, pois em sua visão eles estavam limpando o mundo de uma praga...

Naruto estreitou os olhos – isso é errado! – ele exclamou assustando as três mulheres – como eles podem pensar assim!? Nós não temos culpa de nada!

- eu sei, Naruto – Kitami respondeu tristemente – porem eles não vêem a verdade dessa forma, a influencia dos bijus e do juubi ainda é presente em suas mentes, vai demorar um pouco para que eles se livrem dela.

- droga! Amaterasu-sama me deu a missão de levar os yokais para a vila, mas como farei isso se eles se ressentem tanto?

Kitami não sabia como responder a isso, Kaira estava apenas assistindo a tudo com espanto, ela nunca ficou sabendo dessa história, ela já tinha nascido nessa ilha.

Akane olhou para os outros e disse – Acho que eu tenho uma solução.

Os três se viraram para ela com curiosidade – o maior problema que temos aqui é a falta de confiança dos yokais nos humanos, correto?

Os três acenaram concordando – não acham que um casamento político poderia abrir uma pequena fresta por onde as duas raças poderiam se interagir mais? Essa fresta poderia se abrir mais e mais com o tempo e, eventualmente, limpar as mentes dos yokais da influencia dos bijus, dando assim a oportunidade deles voltarem a viver entre os humanos como deveria ser.

Kitami pensou profundamente sobre o assunto – acredito... acredito que tenha razão.

- então quem vai se casar? – Naruto perguntou.

Akane respondeu – para ganharmos a confiança do publico, o casamento precisa ser entre duas pessoas importantes, um dos lideres da vila e um dos lideres dos yokais.

- entendo... então, quem vão ser?

As duas mais velhas olharam para Naruto e Kaira por um tempo.

Kaira entendeu na hora o olhar das duas – Ah não! Eu não vou me casar! Ainda sou muito nova!

Só então Naruto entendeu os olhares, ele olhou para Kaira e depois para as duas e arregalou os olhos – Akane-nee-chan! Você está querendo que eu me case com ela?!

- vai ser divertido – Akane comentou.

- a cerimônia tem que ser bem montada, conheço um sacerdote perfeito para casamentos – Kitami disse.

- e eu sei onde arrumar alianças de prata que irão servir perfeitamente.

- Oe! – Naruto e Kaira gritaram ao mesmo tempo.

- vocês não tem escolha. – Akane comentou.

Naruto corou e desviou os olhos – não tenho nenhuma opinião nessa questão?

- não! – as duas mulheres gritaram.

- cara... essa vai ser uma looooonga missão.

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Saisou caiu exausto em sua cama, a primeira semana oficial da vila tinha tomado muito dele, transportar quase cento e quarenta pessoas para Taiyou no Shima tinha sido realmente um enorme desafio, por ser uma ilha flutuante ele teve que bolar um sistema de transporte, com a ajuda de Sasuke, Chojiro e Suzaku, alem dos outros Uzumakis, ele conseguiu fazer um tipo de elevador, um cesto com um selo anti-gravidade escrito por baixo e metros e mais metros de corda, sem falar na quantidade quase interminável de viagens, levou quase quatro dias para que todos fossem finalmente levados para a outra ilha, Hattori e Kyioni já estavam preparando selos especiais para colocar nos barcos para poderem flutuar entre as ilhas, Sasuke ficou ajudando o pessoal na ilha de baixo enquanto Saisou os organizou na ilha do sol.

O trabalho foi absurdo, mas também foi bem gratificante, os camponeses já começaram a dividir as terras e alguns já começaram à plantar.

No quarto dia a academia foi finalmente inaugurada, Kushina começou a ensinar as crianças sobre o básico enquanto Saisou e Sasuke ensinavam combate físico, Hattori e Kyioni começaram a ensinar o básico de fuinjutsu, Yuriko, a muito contra gosto, começou a ensinar as crianças sobre ninjutsu e genjutsu, e por ultimo, Karin finalmente aceitou que fazia parte de um clã, e agora, uma nova vila, e aceitou ensinar a teoria por trás do chakra.

E também teve Nagato, Saisou estremeceu ao se lembrar, ele tinha aceitado viver em Ryugakure, mas em troca pediu que fossem lhe dado olhos novos, comuns, pois ele jurou nunca mais ser manipulado, como ninguém tinha qualquer habilidade com ninjutsu médico ele foi levado até Grandine, a dragoa do céu retirou seus olhos e lhe deu olhos novos, porem o processo foi extremamente doloroso, foi pior ainda pois o corpo de Nagato estava fraco demais, o curioso, porem, foi que depois que os olhos foram transplantados ele ainda continuou com os mesmos poderes, Grandine explicou que seu corpo e chakra se acostumaram tanto ao Rinnegan que ele agora conseguia recriar algumas das técnicas com seu chakra Uzumaki. Realmente uma grande surpresa.

- Saisou? – Suzaku chamou fora do quarto.

- pode entrar!

Suzaku entrou no quarto com um pergaminho – tenho uma mensagem de Akane, um convite.

Ele se levantou curioso e pegou o pergaminho – Convite de casamento? O que?!! Naruto vai se casar?! Como isso?! Quem é a noiva?!

- acalme-se – Suzaku riu do desespero de seu herdeiro – vai demorar ainda, pelo que eu fiquei sabendo o nome da noiva é Akashyia Kaira, uma Kitsune yokai, filha de Akashyia Kitami, matriarca dos yokais.

- quando será a cerimônia? Onde será?

- em seis meses, será aqui, no templo de Amaterasu.

- quando ele volta?

- em seis meses, parece que Akane é uma grande amiga de Kitami e as duas querem preparar cada detalhe.

Um estremecimento frio correu pela espinha de Saisou – coitado...

- heh, não vá se aliviando ainda, você ainda vai se casar e eu prepararei a cerimônia – ela disse com um sorriso brilhante.

Agora Saisou estremeceu de medo.

- uma ultima coisa antes de eu sair, amanha cedo Sasuke estará saindo com Chojiro, eles vão buscar o irmão de Sasuke, Itachi.

- entendo.

- bem, vá descansar, amanha será um dia e tanto.

- eu sei... – o dia seguinte seria bem importante para Ryugakure, pois Amaterasu-sama irá palestrar para todos os moradores, o assunto ele não tem a menor idéia, mas de uma coisa ele tinha certeza, essa palestra vai ensinar muita coisa às pessoas que entenderem o que ela quer dizer.