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Os Adoráveis Filhos Do Meu Chefe.

Escrita por:XxX Lulu chan XxX.

Capítulo IX:O adorável beijinho na testa.

Já era noite e ela estava ciente que os vagarosos ponteiros do relógio,prendido na parede,ameaçavam logo postar-se sobre o decimo segundo número marcado,avisando-os que logo os primeiros minutos do dia seguinte começariam a ser contados,e também dando um recado extra que o seu pai estava novamente atrasado.

Ela sabia,já deveria ter se acostumado com os constantes atrasos de seu pai,porém mesmo que os atrasos já estivessem,sem o consentimento dela,incluído na rotina,ela não conseguia deixar de seu preocupar e ela sabia,só conseguiria se livrar daquele amargo aperto de em seu peito quando pela porta passar o seu,sempre atrasado,pai.

Fitou por curtos instantes o seu irmão,que estava sentado ao seu lado,e como sempre o mais velho parecia irredutível,totalmente indiferente aos frequentes atrasos de seu pai.Porém ela sabia que era tudo fachada,por que ela conseguia acompanhar todos os movimentos das íris negras de seu irmão que passeavam entre a porta e o relógio...

...E sem que ele pudesse perceber,os seus próprios olhos o traia e o desmascarava.

E ela sabia que o seu irmão mais velho posava indiferente para lhe transmitir segurança,e ela era agradecia,já que ela desconfiava que se seu irmão não fizesse aquilo por ela,ela certamente entraria em panico.

E seus olhos novamente vagaram pela sala encontrando a figura de sua babá,que ao contrario deles dois ela parecia alheia ao fato de que ela teria que ir embora bem mais tarde,o programa na televisão parecia esta sendo bem mais interessante.E ela podia ouvir os frequentes suspiros sonhadores que a sua babá soltava enquanto os olhos mantiveram-se fixados,o tempo todo,no televisor.

E se ela não estivesse tão centrada na chegada de seu pai,com certeza pararia para pensar que a babá,diferente das antigas,não ficava reclamando em sua cabeça pelo atraso de seu pai,como se de fato ela e seu irmão tivesse culpa.Entretanto lá estava a babá,aparentemente,não se importando com o atraso.

__Uaw isso foi realmente lindo! -A babá rosada exclamou sonhadora,enquanto na televisão os créditos do filme subiam na tela negra.__Não acharam?

Ela realmente queria responder,porém ela nada vira do filme,o ponteiro do relógio tomava a sua visão.

__Isso foi ridículo! -Seu irmão comentou,entre um bocejo e outro,ele estava com sono.__Ridículo e clichê! -Completou ele.

E ela internamente se perguntou o que era clichê.Perguntaria ao seu irmão outra hora,já que seu irmão lhe servia bem de dicionario ambulante.

__Ah não diga bobagens. -Disse a babá,pouco levando em conta as palavras de seu irmão.

__Bobagem é essa porcaria que acabou de passar. -Murmurou o seu irmão.__Clichê demais!

__Foi uma história linda. -A babá comentou,sonhadora.

__Linda? -Perguntou o seu irmão,desdenhoso.__Uma empregada que sustentava um amor platônico pelo seu chefe.Esses produtores que não tem mais oque inventar,ai fazem essas porcarias.

Ah pelo menos algo que ela sabia oque significava,o seu irmão havia explicado uma vez que amor platônico significava...significava...bom ela não lembrava no momento.

__Ah Neko-chan,você é muito ranzinza. -Comentou a babá causalmente.__E depois de mas a mas,meninas adoram clichês e romances platônicos que dão certo no final.

__Sei... -Murmurou o seu irmão,descrente.

__Não está acreditando em mim? -A babá perguntou ofendida.__Não é verdade o que eu digo,Sayuri-chan?

E no momento ela não soube oque responder,por que ela realmente não sabia oque raios significava o termo ''Clichê".

__Err... -Murmurou em busca de alguma resposta,que ela não tinha certeza se encontraria,porém antes de completar a sua frase fora interrompida.

__Mas é claro que a Sayuri não concordara com esse filme idiota e muito menos com você. -Revidou o seu irmão,respondendo em seu lugar.

__Ah claro,a Sayuri-chan é nova por enquanto,porém deixe-a crescer...ai sim ela sonhara com clichês. -Afirmou a babá,convicta.

__Claro que ela irá namorar,porém ela não será como certas adolescente desmioladas. -Falou o seu irmão,e ela pensou que aquilo fosse uma indireta para a sua babá.__E na idade que Sayuri começar a namorar ela não irá acreditar nesses filmes idiotas,terá juízo.

__E com quantos anos você acha que a Sayu-chan começará a namorar? -A babá perguntou,curiosa.

__Depois dos trinta. -Decretou o seu irmão convicto.

E uma sonora gargalhada de sua babá preencheu a sala.

__Acha que ela irá namorar tão tarde? -Perguntou a babá,ainda se recuperando de seu recente ataque de risos.

__Claro que sim.

Enquanto ainda observava a babá e seu irmão naquela nada amistosa conversa,ela se perguntava quando o assunto,que antes era sobre o filme,passará para o futuro dela.

E ela cansou-se de ouvir aquela conversa de seu irmão e a doce babá.Ela em seu tão pequeno,e infantil,universo não conseguia compreender a maior parte do que eles conversavam.Ela só podia ter a certeza que ela era o assunto.

Desligando-se do assunto alheio ela devotou toda a sua atenção ao relógio,e no momento a unica coisa que era aceita por seus ouvidos era o,sinistro e perturbador,som dos sempre tão hostis ponteiros do relógio que permaneciam em seu costumeiro 'tic-tac'.E sempre que ela implorava,internamente,que eles andassem mais devagar eles pareciam correr ainda mais rápido.

E pronto,o ponteiro já pousava sobre o número doze,e ela se perguntou,internamente,se teria que esperar até que ele chegasse ao próximo numero.

~~*~~*~~

Passou uma grossa coberta,estampada,sobre as adormecidas crianças.Daisuke e Sayuri lutaram como podiam contra o sono que pouco a pouco se aproximava,porém no fim eles acabaram cedendo,talvez a divertida tarde que eles passaram no parque tenha sugado muita energia.

Ela sabia,como era sufocante ter que esperar uma pessoa quando essa estava tão atrasada.Afinal quando sua mãe ainda era viva ela sempre ficava com o coração na mão quando a sua mãe se atrasava no hospital em qual ela,no tempo,trabalhava.

Saiu da sala quando de sua boca escapou um bocejo sonolento,se ela continuasse sentada naquele,delicioso e,confortável sofá ela certamente acabaria do mesmo jeito que os pequenos Uchihas,dormindo.E claro que ela não queria ser flagrada pelo chefe tirando um cochilo fora de hora.

Sua cabeça caiu cansada sobre o granito da mesa da cozinha,enquanto ela tentava,mesmo que em vão,laçar aquela inconveniente sonolência para longe.As suas cansadas pálpebras suplicavam para que pudesse pousar sobre os seus olhos.

Oh como ela estava cansada.

Poucos segundos depois ela pode ouvir,com satisfação,o barulho da porta da frente sendo aberta...

...Finalmente o seu,tão atrasado,chefe havia chegado.

~~*~~*~~

Ele sabia que estava terrivelmente atrasado,porém não teve culpa de ter que executar uma cirurgia de emergência bem na hora que ele estava para sair.Era constantes essas cirurgias,e aquela última que ele havia presenciado havia-se tornado falha,ele perdera o paciente na mesa cirúrgica,talvez esse especial acontecimento teria tornado a sua noite tão amarga.

Estranhou,quando achou a sala toda apagada,e ele por um momento cogitou na possibilidade da babá rosada ter cansado de esperar e foi embora antes que ele chegasse,porém tal possibilidade morreu quando pode ver as luzes da cozinha acesa,e para lá ele foi.

Entrou na cozinha encontrando uma sonolenta babá que quando o viu deixou que os lábios rosados curvassem em um sutil sorriso.

__Boa-noite,Sasuke-sama. -Cumprimentou ela,educadamente.

__Boa-noite. -A palavra escapou de seus lábios de maneira quase automática.__Desculpe pelo atraso. -Desculpou-se,sentando em uma cadeira perto da dela,ele ainda tinha que trocar o curativo daquele corte.

__Não foi nada. -Ela murmurou.

__Hn...Deixe-me ver esse machucado. -Pediu ele enquanto colocava uma mecha rosada atrás da orelha de Sakura.

__Não precisa,nem o sinto mais. -Murmurou ela,teimosa.

__Não é por que você não está sentindo dor,que quer dizer que poderá deixa-lo de qualquer forma. -Disse,repreensivo.

__Huuhn...Tudo bem. -Disse ela,rendida.

Ficaram por alguns segundos em silêncio,enquanto ele trabalhava no pequeno corte do supercílio da rosada,porém ele sentia um enorme peso sobre os seus ombros,e ele sabia bem que era os esverdeados olhos da rosada,o observando,o avaliando.

__Aconteceu algo,Sasuke-sama? -Perguntou ela,cortando o silêncio.

__Não... -Respondeu vagamente,terminando o curativo,fitando-a de volta.__Por que a pergunta?

__Você me parece um pouco desanimado...ou talvez triste. -Respondeu ela.

__Foram só alguns problemas no trabalho. -Respondeu,ele não queria conversar sobre a fracassada cirurgia,e ela pareceu perceber.

__Tudo bem... -Disse ela.__Sasuke-sama,estou indo agora. -Avisou ela,se levantando-se da cadeira para logo pegar uma bolsa que estava pendurada atrás da porta da cozinha.__Sayuri-chan e o Neko-chan estão dormindo na sala... -Avisou ela,enquanto fechava o casaco.

Ele fitou por breves momentos o seu relógio de pulso,que marcava quase duas horas da manhã,era muito tarde para deixar que Sakura fosse embora sozinha.

__Pode dormir aqui em casa,temos um quarto de hospedes. -Falou,enquanto se levantava da cadeira.

Sakura o fitou por alguns segundos,e ele pensou que ela havia o interpretado mal.

__Obrigada Sasuke-sama,mas não é do meu feitio dormir na casa do chefe. -Ela respondeu agradecida.

E ele não pode fazer nada,a não ser deixar que os seus ombros caíssem rendidos.Na curta convivência que ele teve com a Haruno,ele descobriu,a teimosia era a característica predominante da babá rosada.

__Tudo bem,eu te levo então. -Murmurou,enquanto pegava a chave que antes ele tinha posto em cima da mesa.

__Sasuke-sama é perigoso andar a essa hora. -A rosada falou,como se tivesse dando-lhe uma bronca,e ele só pode olha-la incrédulo,afinal ela que queria ir embora sozinha e ainda por cima a pé.__E além do mais,o senhor não pode deixar os seus filhos sozinhos. -Completou ela,talvez percebendo que os argumentos anteriores de nada adiantaram.

__Eu não demorarei nem dez minutos...e pare de tentar arrumar essas desculpas esfarrapadas. -Falou saindo da cozinha com a rosada em seu encalço,que por fim acabou acatando a sua ordem suspirando resignada.

Depois de conferir que os seus filhos continuavam dormindo,ele fechou a casa entrando no carro juntamente com a babá de seus filhos,que murmurou algo como "Isso realmente não é preciso"porém ignorou totalmente,levando-a para casa.

~~*~~*~~

Estacionou o carro em frente ao prédio em que a,sonolenta,babá de seus filhos morava.Fitou por alguns segundos os olhos verdes que agora se encontravam entre-abertos,cansados resistindo bravamente ao sono,ele teria que começar a dar um jeito de chegar mais cedo,ele estava prejudicando a babá de seus filhos.

Saiu do carro contornando-o abrindo a porta do carro para que a rosada saísse,e essa praguejou baixinho algo contra os baixos graus que aquela noite oferecia-lhes,abandonando o conforto caloroso de seu carro.

__Obrigada por me trazer Sasuke-sama. -Ela agradeceu encolhendo-se minimamente sobre o casaco preto que vestia.__E desculpe por te fazer repetir esse incômodo.

__Não foi nada. -Respondeu observando-a.

__Bem já vou indo... -Ela murmurou enquanto rodava sobre os calcanhares pronta para sair de sua frente,porém antes que ela pudesse retomar os passos ela novamente se voltou a ele olhando-o,e ele só pode devolver o olhar,curioso.

__O que foi? -Perguntou,curioso.

__Bem Sasuke-sama eu só queria falar que nem sempre podemos vencer todas.

__O que quer dizer com isso? -Perguntou ele,pouco entendendo oque ela falava.

__Só estou dizendo,que mesmo que você se sinta triste ou frustrado por algo que tenha acontecido no seu trabalho,não cobre tanto de si mesmo,seja lá que tenha acontecido não foi sua culpa,por que eu sei que você tentou porém você não pode salvar todas as pessoas que deitam sobre uma de cirurgia. -Ela falava enquanto os olhos verdes fitavam-o.__Não se preocupe,oque importa é que você tenha tentado até a ultima batida do coração de seu paciente. -Consolou ela,abrindo um reconfortante sorriso para ele.

E por um momento ele se perguntou como ela conseguira deduzir oque havia acontecido,e ele pensou que talvez ele estivesse transparente demais naquela noite,ou talvez fosse aqueles olhos verdes que tudo podiam ver,e para falar a verdade ele estava confuso...

...Porém agradecido pelas doces palavras da babá de seus filhos.

Ele deixou que a lateral de seu lábio se curvasse em um minimo sorriso,para depois se aproximar da rosada selando o seus lábios na testa da babá.

__Obrigado Sakura. -Murmurou agradecido,afastando-se dela,que lhe devolveu o sorriso.

__D-de nada. -Falou ela de maneira rápida.__Boa-noite Sasuke-sama. -Saudou-lhe mais uma vez,para logo seguir em pequenos passos para dentro do prédio,perdendo-se de tua vista.

__Boa noite Sakura.

~~*~~*~~

"O que havia sido aquilo?"Essa era a única palavra que circulava em sua cabeça.Claro que ela sabia,ou melhor tinha a completa certeza,que havia sido apenas um singelo beijo de agradecimento que o seu chefe avia dado em sua testa...mais por que?...

...Por que as suas pernas ainda estavam bambas?

Oh deus ela havia ganhado um beijo,na testa,dado pelo seu chefe!E ela se perguntou o por que de quando os lábios de Sasuke tocaram em sua testa,descargas elétricas pareciam ter tomado o seu corpo?

Ela apenas avia falado oque vira em sua mente,já que uma boa parte de sua vida ela avia presenciado aquele olhar triste e distante sempre que a sua mãe não conseguia sucessos com os pacientes,e ela se achou na obrigação de confortar o chefe,entretanto não estava em seus planos ganhar um beijo.

E ela por fim resolveu de uma vez por todas abandonar aqueles pensamentos,culpando,unica e exclusivamente,o filme que havia visto mais cedo.Daisuke tinha razão aquele filme era estúpido e havia colocado fantasias em sua cabeça...

...mas mesmo afirmando tal coisa,ela ainda não tinha conseguido parar de sorrir.