Os Adoráveis Filhos Do Meu Chefe.

Escrita por:XxX Lulu chan XxX.

Capítulo XVII: O adorável fim do plano.

Era sufocante. Sua ânsia, expectativa e incerteza pareciam querer brincar com sua condição interna, um bolo hora ou outra se formava em sua garganta, fazendo-o pensar que sufocaria.

Mas preferiu manter-se, ou pelo menos aparentar-se, calmo. Tudo daria certo, não é? Afinal, um plano tão bem planejado quanto o dele dificilmente seria levado ao fracasso.

Tentou se manter vidrado na janela, tentou imaginar como seria aquelas ruas cobertas por neve, tentou imaginar milhares de coisas, porém falhou.

Era apenas o plano. Sua mente girava ao redor do plano.Não notou quando enfim chegaram no restaurante, precisou que Sayuri o cutucasse para perceber.

__Chegamos onii-chan. -Falou ela, a voz suave parecia querer conforta-lhe, e confortou, pelo menos um pouco.

__Ah. Certo... -Respondeu atordoado, teve dificuldade em assimilar que o trajeto de sua casa até o restaurante se passou como um estalo diante de seus olhos.

Retirou-se do carro.

__Ei crianças, - Naruto pediu a atenção.__ Por que escolheram esse restaurante? -Perguntou.

"Por que"! Daisuke sabia que cedo ou tarde essa palavrinha viria. Observou a fachada bonita à sua frente, tentando buscar nela uma resposta.

Aquele era o tipo de lugar onde casais iriam, a estrutura bonita e elegante deixava isso claro.

__Err...eu só estava curioso para conhecer esse lugar. Né Sayuri. -A menor acenou, reforçando a desculpa.

Naruto aceitou a desculpa esfarrapada arranjada de ultima hora. Sinceramente, ele não sabia como o loiro tinha aceitado, afinal aquela não tinha sido nem a melhor nem a mais convincente desculpa.

__Vamos entrar logo. -Choramingou Naoto, fazendo um falso bater de dentes dramatizando.

__Certo. -A matriarca Uzumaki assentiu.

Entraram no restaurante, um senhor já de idade com os cabelos que beiravam entre o grisalho e o negro atendeu-os, ele pareceu surpreso ao ver uma "família" no estabelecimento, mas nada disse.

O senhor funcionário levou-os até uma mesa, e desejou uma boa noite seguida de um cardápio.

Dali para frente tanto ele quanto Sayuri sabiam que deveriam somente esperar.

~~*~~*~~

Era difícil não rir.

Ver o seu chefe andando de um lado para outro como uma fera brava por ter sido enjaulada, era realmente cômico.

Segurou-se, a ultima coisa que ela queria era ter os olhos furiosos do Uchiha sobre si.

Ficaria quietinha, e tentaria passar-se por despercebida, e com muita sorte conseguiria ir para casa sem mais problemas.

Um perfeito plano.

Encolheu-se e planejou dar um passo para trás, iria caminhar devagarzinho e cairia fora.

Sem chefes irados e sem mensagens mentirosas de certas crianças.

Virou-se para a porta; sua mão alcançou a maçaneta e sua liberdade estava perto

porém...

__Haruno, volte aqui. -Seu chefe a chamou.

Suspirou; vencida pelo tom de voz do Uchiha ela deu meia volta e tornou a encarar os tão amedrontadores, e bonitos, olhos negros.

__Deseja algo senhor Uchiha?

__Me empreste o seu celular. -Pediu ele.

__Tudo bem.

Remexeu o bolso de sua calça, não encontrando o aparelho. Seu casaco também fora revirado de cabeça para baixo e a ausência do telefone continuava predominante.

Até que ...

__Bem, -Começou, temendo alimentar a ira de seu chefe. " Não deixe o homem ainda mais furioso, Sakura" Sua consciência alertou.__Eu não o trouxe. -Respondeu.

Viu uma das sobrancelhas negras de Sasuke arquear-se.

__Como não? Você não disse que tinha recebido uma mensagem?

Engoliu seco, oque afinal era aquilo? Uma especie de interrogatório? Ela parecia mais uma prisioneira sendo julgada por um juiz do que, de fato, uma babá enganada

__Eu realmente recebi a tal mensagem, mas com a pressa eu o deixei em casa. -Respondeu.

Ele bufou e jogou-se vencido no sofá.

Viu ali a melhor oportunidade de ir embora, mas duvidava que o seu chefe deixaria.

Sentou ao lado dele sobre o sofá. Esperaria até uma mudança de humor para ir para casa.

Mas algo ainda martelava em sua cabeça. E isso era relacionado a mensagem recebida, oque aquelas crianças tinham na cabeça ao chamaram ela?

Queriam eles jogar a culpa para cima dela? Torcia que não fosse esse o motivo da mensagem.

Mirou os seus olhos no teto; aquele assunto ficaria para depois... e falando em assunto, ela teria que puxar algum com o seu chefe.

__Sasuke-san...

~~*~~*~~

__Ei irmãozão, quero ir no banheiro.

Uma de suas sobrancelhas tremeram sobre sua testa. Já tinha perdido a conta de quantas vezes tinha falado que não era o "irmãozão" do Naoto, mas o pequeno Uzumaki parecia querer ignorar o fato.

__Vá sozinho.

__Mas...

__Nada de 'mas'!

Oque raios aquele pirralho tinha na cabeça?

Já tinha deixado claro, ou pelo menos acreditava que tinha, que estava ali em uma missão, envolvido e absorto em seu plano. Mas de minuto em minuto o Uzumaki mais novo dava um jeito de chama-lo para alguma coisa.

Tsc, pirralho...!

__Mamãe, o irmãozão não quer me levar ao banheiro. -Choramingo o menor, manhoso.

Hinata sorriu, e os olhos leitosos o convenceu sem o menor esforço. Tava ali mais uma mulher que controlava suas ações.

Era Sayuri, Sakura e agora sua tia Hinata também. Tsc

__Vamos rápido.

Odiou enxergar o sorriso vitorioso de Naoto.

__Espera ai, irmãozão. -Naoto o parou já afastados da mesa.

__Oque foi? Você não disse que queria... -Foi cortado.

__Oque você e a Sayu vão fazer? -Perguntou o pequeno. Então no final das contas era aquilo, o menor dos Uzumaki queria apenas entrometer-se nos assuntos alheios.

__Isso não é de sua conta. -Ralhou.

__Se você não disser vou contar para a mamãe! -Ameaçou o loiro. Definitivamente crianças não deveria ser subestimadas.

Bufou impaciente.

__Olha só, escute bem, e se caso contar para alguém te encho de cascudos...

~~*~~*~~

__Sasuke-san, você não deveria ficar bravo. Amanhã você conversa com a sua namorada e vai ficar tudo certo. -Disse ela tentando, e conseguindo com louvor, fazer com que tudo parecesse algo banal, fácil de ser resolvido.

Pode ver de esgrelha que a babá bocejava, poderia até se oferecer para leva-la para casa mais suas chaves não estavam disponíveis. Sumidas juntamente com o celular.

Recostou a cabeça no sofá e cobriu os olhos com o braço; o seu único dia de folga da semana estava lhe dando muita dor de cabeça, antes estivesse no trabalho.

__... Talvez eles nem sejam os culpados do seu encontro fracassado. -Insistiu ela, a voz cada vez mais baixa.__... Acho que foi só coincidência...

Por raios ela insistia em depositar tanta confiança em seus filhos? Logo quando a dupla mirim já fez coisas que até Deus duvida. Ele não acreditava tanto assim nos seus filhos.

__Não confie tanto nisso.

__Se você diz...

Ficaram em silêncio, Sasuke até estranhou, já que a babá se mostrou bem falante ao longo da noite.

Porém bastou que ele retirasse o braço que pousava sobre seus olhos para constatar que a babá antes sonolenta, agora já dormia.

Incomodou-se minimamente com a distancia consideravelmente pequena entre os dois.

E lá estava novamente notando o delicado rosto da rosada, desde os olhos fechados emoldurados pelos cílios até a boca rosada entreaberta.

Um convite mudo e sem pretensões que ele preferiu ignorar. A ultima coisa que queria agora era deixar de ver a Haruno como babá, e começar a enxerga-la como uma mulher interessante.

Cerrou os olhos devotando sua audição à respiração calma ao seu lado.

E sem que percebesse acabou por dormir.

~~*~~*~~

Se aproximou dos dois garotos que já estavam demorando demais para voltar para mesa. Sua tia já estava ficando impaciente e o tio loiro falava cada vez mais alto.

Encontrou-os, o seu irmão cochichava algo com Naoto, esse só assentia e questionava vez ou outra.

Se aproximou dos meninos e catucou as costas do irmão pedindo atenção desse, os dois meninos sobressaram-se como se eles acabassem de ser descobertos. Sorriu ao ver como Daisuke se aliviou em ver que em vez de algum adulto enxerido era ela.

__Entendi irmãozão. -Disse Naoto.__ Seu plano é o máximo, tô certo. -O mais novo encorajou, tomando partido das palavras do pai.

Tal pai, tal filho.

__Onii-chan, o titio e a tia estão preocupados. -Avisou.__ Oque conversavam?

__Estava explicando o plano para esse cabeça oca. -Disse ele, empurrando-a junto com Naoto para um canto, pode ver por cima do ombro dele que um garção passava.

__Ei eu só não entendi por que chamaram a babá de vocês. Ela não deveria ser a inimiga?

__Sakura-chan não é nossa inimiga.

__Ei vocês dois parem com esse papo furado, -Ordenou o Uchiha, apontando para um ponto com o queixo.__ A ruiva chegou.

...

__ Daisuke-nii, o papai comprou um carro maneiro pra mim, quer ver depois?

__Tanto faz, -Fez pouco caso.

__Ahh! -Resmungou o menor.

Sentaram-se na mesa juntos de seus tios; conversavam naturalmente ora coisas banais e ora não.

Mas os olhos negros, verdes e azuis estavam fincados na mulher que acabara de entrar no restaurante, checou o relógio prateado de seu tio, a mulher havia feito o favor de se atrasar quase meia hora, se era a intenção dela deixar seu pai esperando Karin não obteve sucesso.

Os olhos escarlates, furtivos como de um gato, percorreu cada ponto do enorme salão, parecendo perceber a ausência de seu pai Karin parecia ficar cada vez mais impaciente.

Karin conversava, ou melhor, maltratava o funcionário com sua grosseria. A voz alta intimidava o garçom que não tinha culpa alguma.

Sua irmãzinha retraiu-se em seu banco, desconfortável em ver a cena injusta que se desenrolava.

Seus tios encaravam a cena abismados. Minutos passaram-se até que o gerente, recém-chamado, parecia ter acalmado os ânimos da ruiva, por poucos minutos ao menos.

__Bem, -Naruto limpou a garganta, deixando a perplexidade de lado.__ Vamos pedir a sobremesa.

__Ok. Oque vão pedir crianças? -Cooperou a matriarca, também desconfortável.

__Não sei titia. -Declarou a Uchiha, os olhos tão duvidosos sobre qual gostosura açucarada a escolher.

Torceu o rosto em desgrado, só de imaginar-se entupindo-se de doces já revirava-lhe o estômago. Era fato, Daisuke Uchiha odiava doces.

O garção retirou-se da mesa com os pedidos, e assim que esse saiu ele pode enfim ter novamente a visão da "adorável" pretendente do papai.

E lá estava novamente, as ondas de raiva que parecia reverberar dentro do salão, sem que ninguém percebesse excerto as crianças.

__ Quero que contatem o senhor Uchiha agora. -Pode ouvir a voz histérica subindo algumas notas.

__Senhora nós não podemos... -Tentou justificar o senhor gerente que novamente tinha voltado, mas o efeito calmante não parecia ter afetado a ruiva dessa vez.

__Eu estou mandando! -Exclamou.

Naquela hora todos já haviam interrompido o jantar para assistir a cena. O gerente parecia ter perdido a paciência ao ver que parte de seus clientes estavam perdendo a vontade de permanecer no lugar.

__Senhorita, você está assustando os outros, peço que se retire por favor. -Pediu o senhor.

__Não irei me retirar coisa alguma! -Concretou.

__Olhe a sua volta, muitos estão se indo embora, duvido que você queira arcar com as despesas.

Os olhos cor fogo da ruiva percorreu o salão, vendo-se vitima dos olhares alheios ela pareceu readquirir um pouco da compostura perdida. Karin pegou a bolsa da cadeira e retomou os seus passos em direção a porta, sem trocar palavra alguma com o gerente, mas cessou-os assim que os viu.

Ela havia paralisado, e tanto Daisuke quanto as outras duas crianças sabiam o porque, e não tinha demorado muito para que Karin juntasse as peças.

Os passos agora direcionado a mesa deles estavam mais rápidos e pesados, ela parecia cuspir fogo.

__Vocês pestinhas nojentas! -Acusou-os.__ Vocês que tramaram essa coisa toda, onde está o pai de vocês?! Onde, me respondam!

Sorriu com os cantos de seus lábios; Perfeito! A mulher havia caído como um pato em seu plano, e sem esperar por nada o seu tio se levantara da mesa raivoso.

Protegendo a família dele, e do melhor amigo, da mulher raivosa.

__Olha aqui acho melhor você abaixar esse dedo. -Naruto ameaçou nas entrelinhas.

O dedo indicador antes suspensos no ar caiu para a lateral do corpo da ruiva.

__Não ouse proteger essas duas pestes Naruto! Eles, principalmente ele, -apontou para Daisuke.__ Tramaram, não consegue ver? São uns diabinhos com cara de anjo!

__Chega Karin! -Ordenou o loiro, revoltado.

__Vocês... -Ela murmurou ameaçadoramente, entretanto antes que pudesse responder o garção que vinha com a bandeja na mão acabou derrubando a sobremesa que eles pediram sobre ela. O vestido preto agora estava completamente sujo. Aumentou seu sorriso. Ela os olhou novamente, a ira sombreando os olhos escarlates.__ Vocês... me... pagam! -Ameaçou.

Ela ajeitou uma mexa de seu cabelo atras da orelha e saiu andando como se nada tivesse acontecido, recolhendo sua compostura espalhada até a porta, retirando-se.

Seu tio se sentou novamente na cadeira, um silencio havia se mostrado presente no salão e não parecia querer sair tão cedo.

__Eu acho que, -Hinata chamou a atenção da mesa.__Não temos mais clima algum para a sobremesa. -Ela tentara soar divertida, mas acabou falhando.

Assentiram todos, a noite tinha acabo quando Karin entrou no restaurante.

Naruto fechou a conta, e a família Uzumaki e os membros Uchiha seguiram para o carro, uns ainda perplexos e outros orgulhosos do plano perfeito.

...

__Obrigada por convidar agente titio. -Sayuri agradeceu ao descer do carro com sua ajuda.

__Que nada flor do titio. -Naruto acenou da janela do carro, o sorriso bobo já se desenhava nos lábios do mais velho.

Abanou a mão no ar em uma despedida, murmurando um "até mais".

__Temos que marcar outras coisas. -Hinata falou.__ Vai ser divertido. -Disse ela,confirmou com a cabeça.

__Hey, irmãozão, Sayu-chan boa sorte! -Naoto desejou, ciente de que levariam uma bela bronca e de quebra um bom castigo.

Mas o pequeno poderia deixar-los esquecer do assunto, mesmo que Daisuke duvidasse que conseguiria

"Conforme-se..." Consolou-se.

O carro foi ligado e saiu deslisando pela rua, pouco a pouco perdendo-se de sua visão.

__Vamos entrar.

Os passos recém retomados não poderiam estar mais lento, não queriam, ou melhor temiam entrar dentro de casa, torcia para que Sakura tivesse feito o papel dela.

Mesmo que a Haruno não estivesse ciente, ela era uma peça muito importante naquele plano, afinal Daisuke não a chamaria atoa!

Daisuke já tinha percebido, Sakura acalmava todos, tanto ele quanto seu pai. Já presenciou tal fato, e torcia para que dessa vez não fosse diferente.

Tudo bem, ele não tinha sido honesto, a mensagem mandada para Sakura deveria ter deixado a babá desesperada e ela deveria ter ficado ainda mais nervosa ao ver seu pai bravo.

Afinal, quem não ficaria?

Porém acreditava que ela iria conseguir acalmar os ânimos do pai, e se esse ficasse calminho poderia amenizar o castigo.

Sim, seu egoísmo falava como sempre mais alto...

Girou a maçaneta abrindo a porta entrando na casa junto com Sayuri. Abandonou o seu cachecol pelo corredor, esse parecia querer enforcar-lhe.

__Cadê o papai. -Sayuri cochichou.

__Sei lá.

Foi em direção à sala preparando mentalmente para a futura bronca, no entanto ele não estava pronto para ver o seu pai e sua babá...

...dormindo.

Quer dizer, não apenas dormindo, mas sim, dormindo juntos. Sakura com a cabeça no ombro de seu pai, e o Uchiha com a cabeça apoiada sobre a dela.

Dormindo juntos e, aparentemente, contente por isso.

Arfou jogando todo o seu ar para fora. Preparava-se pouco a pouco para acorda-los, acusar a babá expulsa-la da residencia porém perdeu a coragem, afinal por que faria uma coisa dessa?

Nem estava com raiva nem nada. Ele tinha chamado-a ali não é?

__Onii-chan. -Sayuri o chamou, puxando o braço de seu casaco para acorda-lo.

__Hunn...

__Você está bem? -Perguntou, os olhos verdes encarando-o aflitos, esperando por alguma reação.

__Estou. -As sobrancelhas da mais nova franziu dizendo claramente que "não, ele não estava bem".Teve vontade de rir mais não o fez, estava atordoado demais para tal.__ Eu só acho que...

__Que...? -Incentivou a menor.

Escolheu as palavras certas, e acabou por se surpreender consigo mesmo, afinal oque raios ele estava pensando.

Mas foi inevitável, sua boca mexeu-se por conta própria, e as palavras murmuradas surpreendeu tanto ele quanto sua irmã.

__Eu acho que já temos a namorada perfeita para o papai.