Uma Babá Em Apuros - Finalizada escrita por Luhluzinha


Capítulo 15
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

São exatamente 05:10 da manhã no meu relógio. Estava eu estudando para a minha prova de segunda e me deu um surto para terminar o capitulo. Esta grande e altamente delicioso. Nao sei se foi o melhor, (pq nada tira da minha cabeça que o melhor foi o cap anterior) kkkk... mas eu acho que pela demora esse compensa. E nao.. eu nao sei quando vem o proximo. Semaninhas de provas as duas proximas por isso... ja sabem neh? Sory, realy sory.

kkkkkk.. final show. Aleluiiiia.
Enjoooy!



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Capitulo X

- Eu ainda não entendi a do meu irmão de resolver vir junto.

Reclamou Alice lixando as unhas. Ela tinha o cabelo cor rosa, usava um top, uma saia de oncinha e saltos plataformas. Ela tinha abandonado a vida de roqueira gótica. Segundo ela era muito cansativa a vida de revoltada.

Isabella mal prestava atenção no que ela dizia, sua mente estava voltada para o seu celular, simplesmente porque trocava mensagens de texto com Jasper White.

Ela nunca tinha imaginado que eles teriam tantas coisas em comum. De como o assunto nunca acabava. De como falar com ele se tornaria uma necessidade. E ela ali em Paris, diante de todo aquele sonho e novidades que a esperava, mas o que mais gostava de fazer em suas curtas horinhas vagas, era conversar com ele.

Queria q vc estivesse aqui. Se ñ tivesse que viajar com eles, eu te levaria p/a meus lugares preferidos.

Via Jasper S2 ás 5:58PM

Acredite Jazz. Eu preferia estar ai. Queria estar com vc. ♥

Via Bella Linda ás 5:59PM

- Eu conheço ele – continuou Alice sem se dar conta de que estava sendo ignorada – ta com cara de quem vai aprontar. Eu sempre soube quando ele vai aprontar ou já aprontou! – Alice por fim encarou Isabella – Hey to falando com voce, ta escutando?

Jogou a lixa de unha em Isabella que tinha um sorriso bobo na cara.

- Ah.. oi.. o que voce dizia mesmo? – perguntou atordoada.

- Xiii.. credo! Esse povo atualmente vive no mundo da lua! – reclamou – Estou falando que Edward vai aprontar alguma coisa. Escreve o que to te dizendo. Quando ele quer fazer algo que normalmente ele tem que fazer escondido, ele fica com essa cara de sonso.

Isabella olhou para Edward na poltrona do outro lado da imensa sala do quarto de hotel que eles tinham alugado. Ele parecia normal para ela. A mesma cara de sonso de sempre.

- Não consigo ver diferença! – disse se esforçando para encontrar alguma expressão de que o condenasse.

- Bella, pra começar ele não iria vir para Paris conosco. Foi idéia da mamãe trazer as crianças para conhecer a cidade luz. Ele nem tava sabendo o porque ela tinha estourado o cartão de credito. Daí então do dia pra noite – Alice pegou outra lixa de unha – Ele diz que iria vir. Ou ele esta fugindo da cadela Denali, ou ele tem alguma coisa aqui em Paris para fazer. De duas uma!

Isabella franziu o cenho e deu de ombros. Ela não estava mais tão interessada em Edward Cullen e nem no que ele fazia ou deixava de fazer. Edward Cullen havia morrido para ela naquela noite do baile. As palavras dele, a crueldade dele, a atitude dele tinha sido mais do que o suficiente para mostrar para ela que qualquer sentimento que ela pensasse possuir por ele, não valia a pena. E agora ela estava de casinho com Jasper. E Jasper ate o Jake tinha aprovado.

Bem... não aprovado. Mas ele tinha reclamado menos do que ele reclamou quando contou que estava afim de dar uns pegas no patrão.

- Qual é a do mala? – questionou Emmett se aproximando de Alice – Deixou uma boa galera louca la na Magnun quando disse do nada que iria viajar com a família.

- Talvez ele queira mesmo estar com vocês! – arriscou Isabella.

Emmett e Alice começaram a gargalhar.

- Ai Bella, voce é idiota assim ou só se faz? Peloamor! – disse Alice enxugando as lagrimas de tanto rir.

- Edyboy ta aprontando alguma. Fique esperta Nanny. – disse Emmett indo para a sacada. A torre Eiffel estava a dez quarteirões dali. Tinham uma vista privilegiada do quarto de hotel. Quarto que não tinha nada de quarto. Era um apartamento com sala, suítes, empregados e sacada com um mini jardim.

Isabella se levantou e foi para um dos quartos do aposento. O quarto em que ficava com as crianças. Andy tirava um cochilo, Sofie desenhava e bem no cantinho, bem quietinho estava Thomas. Ele tinha passado o dia assim. Mesmo quando foram almoçar fora e depois fizeram um passeio turístico, ele mal conversou. Parecia muito triste como se algo o estivesse machucando.

Isabella tentou descobrir o que era. Thommy deveria estar feliz. Ele deveria estar perto do pai aproveitando o momento único que ele tinha de ficar mais perto dele. Mas nem Thommy ou Sofie pareciam apreciar a companhia de Edward.

- Hey Thommy – disse se sentando ao lado dele – O que te chateia? - Ele suspirou e continuou fitando a paisagem que a janela oferecia. - Eu não vou saber se voce não me contar!

- Não é voce a obrigada a saber Nanny. – ele disse numa voz meio embargada.

- Mas eu gostaria.

- Mas voce não é boa em guardar segredos!

- Hey! Claro que sou!  - reclamou se fingindo de ofendida.

- Esse eu sei que não!

- E como sabe disso? – instigou Isabella se debruçando ao lago dele.

- Já teve vontade de fugir de casa? – Thommy respondeu com outra pergunta e agora estava a encarando a espera de uma resposta.

Isabella ponderou. O que ele queria dizer com aquilo?

- Toda criança já quis fugir de casa. Eu mesma quando tinha a sua idade, tinha uma mochila pronta debaixo da cama. Um dia eu e Jake, meu melhor amigo, fugimos para a floresta. Foi a maior aventura que eu tive até o momento em que a noite chegou e deixou tudo tão escuro que eu não podia enxergar nem o caminho para voltar! – Isabella sorriu – Mas para a nossa sorte, meu pai era o chefe de policia, e o pai de Jake um grande biólogo conhecedor da floresta local, então não demorou muito para nos achar. Na hora eu fiquei com tanto medo, mas depois de um tempo eu e Jake só falávamos daquilo, e até hoje lembramos de como foi emocionante. – Thommy parecia prestar muita atenção em cada palavra, intrigado.

- Mas porque voce fugiu?

- Eu queria me divertir. Mas eu fugi com meu melhor amigo e na intenção de voltar. – Isabella passou o braço em torno do garoto – Porque voce esta pensando em fugir?

Thomas voltou a olhar a paisagem de céu alaranjado pelo entardecer.

- Eu não estou pensando em fugir. – disse suspirando como se já tivesse a certeza de algo. Então Thommy se levantou e foi para o banheiro. Deixando uma Isabella para trás completamente intrigada.

Tão intrigada que olhou até debaixo da cama para ver se ele tinha uma mochila pronta ali. Mas não tinha. Parecia tudo limpo e sem suspeita. Suspirou e voltou para a sala. Edward já não estava mais lá e Alice agora conversava animadamente pelo celular.

Estava entediada. Ela queria estar com Jasper e os amigos dele. Ted e July que conheceu em Oxford na noite do baile fracassado. Eles eram divertidos e não a viam como uma figura que teria que ser sempre responsável e compreensiva, como era o caso dela ali no seio da família Cullen. Com Jasper ela tinha liberdade, não a liberdade que teria com Jake, mas já era alguma coisa.

Foi para a sacada observar a paisagem. O céu ia escurecendo em padrões de cores diferentes. Primeiro um alaranjado, mais pra frente um vermelho, mais abaixo um rosa escuro e bem abaixo na linha do horizonte seus olhos encontravam um tom violeta. O céu em Paris era diferente. Bem, talvez nem fosse diferente, mas era que no caso ela estava em Paris.

Paris.

Não cansava de repetir a si mesma. As pessoas ali eram tão educadas e elegantes. Até o ar que ela respirava parecia ser mais glamoroso. E ainda mais quando se estava hospedada naquele hotel cinco estrela quase nos pés da torre. A noite tinha chegado e a cidade luz acendeu o seu brilho. A torre piscava como se fosse de diamantes e parecia hipnotizar qualquer um que a fitasse. Isabella por um tempo esqueceu quem era de onde tinha vindo e para onde poderia ir. Deu um pause no mundo a sua volta e desejou que aquele momento nunca terminasse.

- Que grande porcaria!

Isabella despertou para realidade.

- Não acredito nisso! – era a voz de Alice seguindo a de Edward.

- Eu não poderia ter esquecido! Eu sou o pior tio do mundo! – era Emmett.

Isabella voltou rapidamente para sala dando de cara com quatro pessoas histéricas. Esme estava sentada e uma empregada a abanava com um guardanapo.

- Eu não deveria ter me desligado do mundo hoje! – Edward batia a cabeça na parede – Justo hoje.

- O que esta acontecendo?  - Isabella perguntou a Alice que parecia querer arrancar os cabelos.

-Thommy! Hoje é o aniversário do Thommy.

A única reação de Isabella foi correr para o quarto onde Thomas deveria estar.

- Não adianta Bella! Ele não esta ai! 

Olhou dentro do quarto, Sofie continuava pintando Andy dormindo, mas Thomas havia desaparecido.

A voz falha e um pouco chorosa voltou a sua mente.

- Já teve vontade de fugir de casa?

- Eu devia ter mantido a agenda comigo. – disse Edward parecendo estar arrasado.

Isabella o encarou com lagrima nos olhos.

- Sério? Voce precisa de uma agenda eletrônica pra te lembrar do aniversario do seu filho? – Olhou Edward com tanta fúria nos olhos que ele sequer conseguiu segurar o olhar por muito tempo – Eu nem sei em que mundo em vive, Senhor Cullen.

Isabella esqueceu que não estava a sós com ele. Na verdade estava fazendo questão de se esquecer quem era ele.

- Eu não fui o único a esquecer! – reclamou ficando de pé.

- Eu não esqueci. Eu não sabia! – rebateu Isabella – E mesmo não sabendo eu percebi que havia algo errado, Thommy não estava conversando muito e sequer gostando dos lugares aonde fomos!

- Mas Thommy não é de conversar muito! Ou é? – disse Alice um tanto confusa.

- É! Thommy deveria estar empolgado com a viagem já que é a primeira vez que o pai dele vem em uma! – exclamou Emmett dando uma olhada feia para Edward que fechou os olhos suspirando – Eu tinha a obrigação de ter lembrado! Aonde eu estava com  a cabeça? Deveríamos ter aprendido com o ano passado.

- Ano passado? Voces esqueceram o aniversario dele ano passado? – A voz de Isabella saiu um tanto fina e estranha. O horror tomou conta dela.

- Ai Bella – disse Alice torcendo os dedos – Não espere muito de nós! Não somos normais, mas pelo menos lembramos a tempo de parecer uma festa surpresa!

- Santo Deus! – Isabella soltou o ar que nem sabia que estava prendendo e sentou porque não tinha mais perna para ficar em pé.

- Eu estava e Hong Kong! – disse Edward se desculpando – Graças a minha ligação que lembraram.

- Ah Edward grande coisa! – Disse Alice – Suas ligações nem fazem diferença alguma, voce nunca esta presente mesmo!

- Alice quem é voce mesmo pra me cobrar algo? – Edward rebateu ofendido.

- Na verdade eu não deveria estar cobrando nada! O filho é teu! Voce deveria se lembrar disso com mais freqüência!

Edward rosnou e abriu a boca para soltar impropérios quando finalmente foi interrompido.

- BASTA! – bradou Esme tão forte que em seguida o choro de Andy foi ouvido.

Também com toda aquela gritaria, era de se preocupar que não acordasse. Isabella se levantou diante do silencio sepulcral de todos. Caminhou para o quanto onde encontrou Sofie ao lado de Andy, as duas tinha os olhos arregalados e assustados.

- Pensei que sabia do aniversario de Thommy. – sussurrou com um tom culpado. Isabella pegou Andy no colo.

- Não, mas tudo bem, eu vou encontrar ele Sofi.

Sofi correu para o caderno onde tinha um envelope feito a mão em cima e então voltou.

- Entrega para ele? Passei o resto da tarde fazendo.

Isabella sorriu ao olhar a letra de forma um pouco torta que dizia:

Para Thommy.

O melhor irmão do mundo.

- Eu irei!

Isabella pegou um casaco porque já era fim do verão e a noite em Paris parecia ser mais fria do que as noites de Londres. Agasalhou Andy e deu um beijo no topo da cabeça de Sofie seguido de um “se comporte”.

Os quatro da sala pareciam ainda discutir. Isabella passou por eles sem menos se importar com o que falavam, mas quando foi que abriu a porta se viu chamada.

- Aonde pensa que vai senhorita Swan? – Esme ainda estava pálida devida a vertigem que havia sofrido com a noticia.

- Aonde mais eu iria senhora Cullen? – disse Isabella um tanto indignada – Enquanto vocês ficam discutindo e acusando uns aos outros, Thommy esta lá fora, sozinho, triste, perdido e talvez tenha se machucado .. eu não sei. Então com todo respeito, a senhora permitindo ou não, eu vou ir procurar o Thommy. Eu sei que ele espera isso pelo menos de mim.

Houve um silencio constrangedor. Mas não constrangedor para Isabella. Constrangedor para a família Cullen que agora não tinham lugar para enfiar a cara.

- Espera Bella – Emmett rompeu o silencio – podemos fazer isso todos juntos!

- É! – concordou Alice – vou pegar um casaco!

Isabella encarou as orbes verdes de Edward.

- Mãe, voce fica com as meninas, Emmett voce vai com Alice para a zona norte. Pergunte a todos mostre foto, faça mímica, faça tudo o que estiver ao seu alcance numa área de 20 quarteirões e então se não achar, volte e ligue para a policia ok? – Edward então voltou a encarar Isabella – Eu vou com a senhorita Swan encontrar o meu filho. Não espere que voltemos sem ele. Ficamos em contato pelo celular.

Esme pegou Andy dos braços de Isabella e Edward já passou a mão em seu casaco que estava em cima da poltrona.

Os dois saíram. Isabella não pretendia trocar uma palavra com ele. Que pai esquece o aniversario de seu filho? Que tipo de pessoa é essa? Alias, a pergunta que passava em sua cabeça era, que tipo de família era essa que não se importava com os seus?

- Voce deve estar nos condenando ao inferno. Nos julgou como monstros.

Isabella continuou encarando a porta fechada do elevador.

- Eu não sou Deus para julgar ou condenar alguém, Senhor Cullen. – suspirou - Mas sim, eu estou.

A porta se abriu e eles saíram. Edward foi apara a recepção pedindo para checar as câmeras de segurança. Em nenhuma delas ele conseguia encontrar algo que identificasse Thomas.

- Espera – interrompeu Isabella – que moleque filho da mãe! – apontou para o canto esquerdo da câmera – Ele seguiu por trás do carregador de malas.

- Aonde? – questionou Edward ficando mais perto dela.

- Ali. Eu conheço aqueles pés em qualquer lugar do mundo!

A gravação voltou para o play e então Thomas saiu de trás das malas. Ele tinha uma mochila, tênis, casaco e um toca preta na cabeça.

- É! Agora sabemos a roupa que esta e que direção tomou!

-

-

Thomas encarou as luzes e encobria a cidade. Tinha muitas pessoas a sua volta, gente velha, gente nova, casais e famílias. O que mais o chamava a atenção era a família que estava sentada do lado de fora de um restaurante ao ar livre. Havia o pai a mãe e um garotinho com um bolo a sua frente com as velas acesas e todos á volta observavam encantados e aplaudiam o pequeno aniversariante.

Uma lagrima de ódio escorreu por seu rosto. Esse era um daqueles momentos em que ele se sentia completamente sozinho no mundo. Não importasse quantos estivessem a sua volta, mas por dentro ele sempre estaria sem ninguém. Não se sentia amado ou desejado. Thomas não conseguia entender porque seu pai não gostava de passar um tempo com ele, e muito menos porque a sua mãe tinha o abandonado e então ido formar outra família. Ele tinha uma irmã do outro lado do oceano e ele nem sabia como ela era ou o seu nome. Ele nem lembrava mais como era a sua mãe. Tinha pardo de olhar a foto que tinha guardada debaixo da sua cama em uma caixa há muito tempo.

Se ele tivesse um bolo e uma vela naquela noite o seu desejo ao soprar seria simples.

Thomas desejaria não ter nascido.

Puxou o capuz para a sua cabeça e enfiou as mãos no bolso e voltou a andar. Um pouco cabisbaixo e saindo do caminho de qualquer um que passasse a sua volta. Entrou num beco e se sentou em um dos caixotes que tinha ali. Se estivesse em Londres ele conhecia algum lugar interessante para ir e se divertir em seu aniversario; sua Nanny tinha o apresentado a alguns pontos turísticos de sua cidade. Mas ali em Paris ele tinha fugido de casa sem ter idéia de onde ir. Foi então que algo chamou a sua atenção. Colado no poste tinha um cartaz de um parque de diversões.

-

-

Edward voltou ao encontro de Isabella um tanto frustrado.

- Nada? – ela perguntou.

Ele apenas negou com a cabeça. Fazia algumas horas já. Eles haviam entrado em cada estabelecimento permitido para menores. Perguntado para transeuntes, taxistas, turistas qualquer um que tivesse passado pela frente. Mas nada. Ninguém tinha visto Thommy ou prestado atenção a sua volta.

Pela primeira vez na vida Edward se sentia desesperado. Como se seu coração estivesse saído do seu corpo e estivesse caminhando por ai correndo risco de nunca mais voltar e ele sabia se qualquer coisa acontecesse com o seu coração, ele iria morrer.

- Eu.. eu preciso achar ele! - Murmurou quase sem voz – Eu prometo que nunca mais, nunca mais vou me afastar. – olhou para Isabella que o fitava com as mais dentro do bolso do casaco – É meu filho. Ele precisa de mim, como eu pude esquecer disso? – levou as mãos a cabeça e a puxou para os joelhos.

- Voce vai achá-lo, senhor Cullen! – a voz suave de Isabella naquele instante era tudo o que não deixava ele enlouquecer.

- Vivo ou morto? – ele questionou voltando a encará-la – Bem ou mal? Me odiando mais do que antes ou não? Eu vou encontrar Thomas, disso eu sei. Nem que eu tenha que ir ao inferno. Mas como eu vou encontrá-lo é o que me preocupa.

Edward observou Isabella suspirar. Ela não parecia sentir compaixão dele. Ou tentar acalmá-lo. Ela parecia sentir ódio dele tanto quanto Thomas deveria estar sentindo.

Mas Edward queria que ela o ajudasse. Ele sabia que Isabella só estava ali por Thomas, mas ele queria que ela segurasse a sua mão e o ajudasse a ser pai. Porque ninguém nunca tinha feito isso ou explicado como era isso, e ela parecia saber o que estava fazendo com seus filhos. A forma de como eles pareciam mais felizes e mais produtivos com ela por perto. Ela fazia dele também querer extrair de si o seu melhor, mas ele tinha medo de dar o seu melhor e não ser o suficiente.

- Senhor Cullen... – ela começou como se não soubesse o que dizer.

- Me diz porque eu sinto que vou morrer se eu não encontrar meu filho logo? – ele choramingou segurando o braço de Isabella que olhou o ato um tanto surpresa.

- Fuji de casa uma vez. – ela disse subitamente – Meu pai falou que se ele não tivesse me encontrado rápido ele teria morrido de um ataque no coração. – se sentou ao lado dele – Por um tempo eu pensei que ele tinha dito aquilo para que eu nunca mais fugisse, porque que criança quer matar o seu pai? Seria uma ótima forma de manter meus extintos aventureiros adormecidos.  – Isabella respirou fundo deixando que Edward se aconchegasse mais a ela -  Mas então um dia quando eu estava mais velha, num almoço de domingo, meu pai voltou contar a historia e eu vi algumas lagrimas contidas em seus olhos. Foi então que eu entendi. Ele realmente iria morrer se não me encontrasse. Talvez não fisicamente. Mas a parte mais importante da vida dele. Eu era a parte mais importante. Era a filha dele. Ele era o meu pai. – então encarou Edward no olhos, ele prestava muita atenção no que ela dizia – É isso que acontecem com os pais quando perdem seus filhos. É isso que pai de verdade sente quando perde o seu filho. Se esta sentindo que vai morrer se não encontrar Thommy, isso quer dizer que voce finalmente lembrou que é pai dele. Voce se importa com ele, não precisa mais me pagar pra isso. Voce ama o seu filho senhor Cullen e eu acho que chegou a hora dele saber disso.

Edward olhou Isabella se levantar e acenar para um taxi.

- Vamos! Eu sei onde Thommy esta.

- Sabe? – Edward se levantou rapidamente um pouco tremulo ainda.

Ela sorriu e estendeu a mão para ele que não pensou duas vezes e entrelaçou os seus dedos nos dela.

- Olha aquele cartaz – Edward olhou para o anuncia de um parque de diversões que estava localizado do outro lado da cidade, na parte periférica, muito longe dali – Que lugar melhor do que um parque de diversões para uma criança que só quer se divertir no dia do seu aniversário?

Edward piscou não entendendo a lógica. Ele poderia ter ido á casa de jogos a duas quadras dali. Mas então lembrou que o filho não conhecia a cidade e que estava fugindo provavelmente sem rumo e então percebeu que era Isabella quem estava apontando a direção, e se ela dissesse vamos ao inferno, ele iria de bom grado.

-

-

A roda gigante parou.

- Garoto, o parque esta fechando. – disse o homem um tanto mal encarado e operador das maquinas.

- Só mais uma volta. – Thommy pediu entregando mais um tike.

- Voce disse isso na ultima. Logo as luzes vão apagar.

- Por favor – ele pediu – É meu aniversário hoje. Eu só queria me divertir.

O homem o encarou de cima a baixo. Como se analisasse.

- Onde esta sua mãe? Voce e muito criança para estar sozinho na rua uma hora dessas.

- Minha mãe abandonou quando eu era bebe.

O homem se debruçou sobre os controles da maquina.

- E o seu pai?

- Ele esqueceu do meu aniversario.

O homem suspirou e enfiou o palito de dentes de volta na boca.

- Garoto, voce é um merda de um azarado. Só mais uma volta.

- Obrigado!

Thomas voltou a se sentar no assento da roda gigante. De qualquer brinquedo que pudesse existir o que ele mais gostava era aquele. Porque a roda gigante o fazia recordar dia em que ele, Isabella, Sofie e Andy foram em uma pela primeira vez juntos. Sua Nanny deixou de levar ele na psicóloga e o levou para passear pelos lugar mais legais e bonitos que ele não imaginava que existiam. Aquele tinha sido o melhor dia da sua vida. E não importava quantos outros dias viessem, aquele dia seria único, porque foi naquele dia que ele desejou que Isabella fosse a sua mãe.

A roda parou bem no alto. Dali ele podia ver grande parte da cidade e uma lua redonda no céu. Ela era grande e brilhante. Thomas quis poder voar até ela ficar la para sempre. A roda voltou a girar fazendo lembrar que não teria como ele ficar no céu o resto da vida. Porque a terra tinha uma coisa chamada gravidade que o prendia ao chão.

-

-

Edward pagou o taxi. Olhou bem para o parque que era um tanto precário, bem diferente do que estava no cartaz.

- Esta fechando. Não tem mais ninguém. Se ele veio para cá ele já foi embora.

- Não foi. Ele esta na roda gigante.

Edward olhou para o brinquedo e viu Thomas ali. Subindo e descendo e admirando o céu.

- Sabe porque eu gosto de voce, Senhorita Swan? – perguntou Edward sem tirar os olhos do filho. Seu corpo esta voltando ao normal como se estivesse em queda livre e agora finalmente tinha encontrado o chão, mas sem danos colaterais. Então encarou Isabella que o fitava um pouco assustada e ele não soube o por que. – Eu gosto de voce porque me diz verdades que ninguém mais ousa a dizer. Eu gosto quando voce briga comigo. Que me acusa. Que me encare furiosa como se pudesse me esganar. Eu gosto de voce porque me trata feito gente e não feito um monstro. Voce não tem medo de mim. – Sorriu ao notar a confusão se instalando no rosto dela – Voce é a melhor coisa que nos aconteceu.

Então calmamente de afastou de Isabella e se aproximou da roda gigante. Isabella viu as suas defesas caindo ao chão e se sentindo uma louca por pensar que não sentia nada por ele. Como não sentir? Como não querer? Edward era mal, mas era bom também. A mão dele entrelaçada na sua? Sentiu que o mundo poderia acabar que ela não se importaria. E agora estava novamente na estaca zero. E se ele se aproximasse mais, ela sabia que não iria se conter.

Edward esperou o brinquedo parar. Thomas foi descendo de vagar sem olhar em seu rosto.

- Obrigado moço.

- Obrigado pelo o que?

Thomas levantou os olhos rapidamente se mostrando assustado. Como o seu pai tinha o achado ali? Por acaso ele tinha implantado um rastreador em sua cabeça quando era mais pequeno? Esperou encontrar uma expressão furiosa de seu pai. Aquela cara fechada e olhar duro. Uma bronca e talvez uma surra.

Mas não era isso que o esperava.

Seu pai o encarava com um sorriso no rosto e com os olhos cheios de lagrimas.

- Voce quase me matou hoje sabia? Seu eu demorasse mais um pouco para te achar eu teria morrido. – ele se ajoelhou a sua frente – Me perdoe Thomas se voce puder. Mas eu vou tentar dar o meu melhor a partir de agora. Não sei se vai ser o suficiente, mas quero que voce saiba que eu estou tentando. Tudo bem?

Thomas assentiu. Seu pequeno coração batia forte.

- Agora venha aqui – seu pai o puxou para um abraço forte – Eu te amo Thomas. Amo muito. Voce é o meu garoto! Feliz aniversário.

Thomas abraçou o seu pai com tanta força que parecia que a qualquer momento ele iria acordar e tudo aquilo ser um sonho. Em parte poderia ser, porque aquele dia tinha sido terrível, mas ele estava disposto a ter ele na memória se isso significasse que seu pai realmente estava ali dizendo o que amava.

Duas grossas lagrimas escorreram por seu rosto. O cheiro de seu pai era bom. O abraço dele também.  Ele não conhecia essas duas coisas do homem a sua frente, mas agora ele tinha ambas. Abriu os olhos, e sua visão estava um pouco embasada, mas ele reconheceu a figura um pouco distorcida.

- Nanny! – exclamou.

Seu pai desfez o abraço e olhou para trás como se chamasse ela pra junto.

Isabella tinha em mãos um cupcake com uma velinha em cima.

- Feliz aniversário Thommy. Tenho presentes para voce!

Ela se aproximou sentando na escada de lata. Ele e seu pai fizeram o mesmo. Thomas ficou no meio encarando o pequeno bolo e a sua pequena vela.

- Vamos Thommy. Assopre e faça um desejo! – disse seu pai bagunçando seus cabelos.

- Mas tem que nos contar! – advertiu Isabella.

- Se eu contar não vai se realizar! – ele murmurou e Isabella riu.

- É por isso que meu pai me ensinou para se falar ao contrario do que quer. Tem mais efeito. Vamos.

Thomas encarou a vela e o pedido que saiu de sua boca foi muito diferente do que ele tinha em mente no começo da noite.

- Eu não queria ter uma mãe.

Assoprou.

Edward e Isabella se encararam. Como se os seus corações soubesses como realizar aquele desejo, mas não sabiam se era o certo.

- Voce disse que tinha presente! – disse Thomas capturando a atenção da Nanny.

- Sim! Sofie fez para voce.

Isabella tirou a cartinha do bolso e entregou para ele.

Era um desenho e nele estavam retratados ele, Isabella, Sofie e Andy. Todos em uma roda gigante.

- Ela também sabe! – ele murmurou com um sorriso enorme no rosto.

- Sabe o que? – perguntou Isabella curiosa.

Ela sabe que voce deveria ser a nossa mãe!

- Segredo Nanny!

Thomas se levantou. Edward ainda rindo da expressão não contente de Isabella também fez o mesmo.

- Vamos. Esta tarde. Já passa da meia noite e estamos longe do hotel.

- Hey garoto! – o operado de maquinas apareceu caminhando de pressa para perto deles – Esse é o seu pai?

Thomas encarou Edward e então voltou a encarar o homem.

- Sim.

O homem assentiu e então meteu o soco na cara de Edward Cullen fazendo ele cair no chão.

- Nunca vi um pai esquecer do aniversário de um filho. – disse encarando Edward furiosamente – Garoto, esse é o meu presente para voce! Ele nunca mais vai esquecer o dia em que levou um soco de um operador de maquinas, acho que assim não se esquecerá do seu aniversário. – o homem tirou o palito de dentes da boca e então limpou a garganta – Desculpe senhorita pela grosseria e voce garoto, feliz aniversário! Agora dêem o fora. O parque fechou!

Isabella correu para socorrer Edward que tentava levantar segurando o maxilar.

Secretamente Thomas sorriu. Seu pai tinha merecido.

-

-

- Voces estão loucos para rir. Brigar nunca foi meu forte!

Disse Edward sorrindo. Isabella rolou os olhos soltando uma risadinha. Realmente ela queria rir dele. Ele tinha caído no chão como fruta podre. Olhou pela janela do taxi tentando controlar o riso.

- Não iria rir de voce pai. – disse Thomas já rindo internamente.

- Não na minha frente não é? Espertinho. Mas aposto quando estiverem apenas os dois, isso será piada. Ai. – Edward gemeu voltando a massagear o maxilar.

- Senhor, com licença? – chamou o taxista – A ponte esta interditada. Acho que aconteceu algum acidente, não vamos atravessar tão cedo e se formos buscar outro caminho durará horas.

Edward se inclinou para frente observando o transito.

- O que nos indica?

- Dormirem em um hotel próximo e amanha atravessam o rio Senna. Acho que até la já terá tudo resolvido.

Edward voltou a se encostar. Pegou o celular ligando novamente para emmett.

- Ei Emm. Estamos presos do outro lado da cidade. – Isabella agora prestava atenção – Não. Não tão cedo. Sim, o taxista indicou isso, estamos na ponte norte que hotel tem aqui próximo? – Isabella percebeu que Thomas parecia muito animado com a noticia – Certo. Até amanha. Diga para mamãe que esta tudo bem. Ok. Boa noite.

Edward então voltou a inclinar-se para frente.

- Hotel Plaza Queen. Fica oito quadras ao sul.

O taxista assentiu. Thomas olhou com uma expressão sapeca para Nanny.

- Tem certeza que não tem como atravessar? – insistiu Isabella.

- Te tem, mas vamos ficar muito tempo aqui dentro desse taxi. – disse Edward  - Melhor descansarmos e amanhã cedo nós vamos. Algum problema? Quer que tentamos outra via?

Isabella engoliu seco.

- Não, claro que não. Só.. perguntei! – deu um sorriso amarelo e voltou a olhar pela janela.

Ela e ele dividindo um quarto? Se bem que ele poderia pagar por dois. Isso. Nada de pânico.

Demorou um pouco até que conseguissem dar a volta e chegarem ao hotel.

Mas antes de entrarem Thomas fez o pedido mais absurdo do mundo.

- Podemos dormir todos juntos?

Ele estava fazendo de propósito percebeu Isabella. Ou então era porque pela primeira vez que ele tinha ela e o pai só para ele. Mas não importava isso. Importava que ela não estava capacitada para continuar na presença de Edward Cullen, muito menos dividir um quarto com ele.

- Thomas. Porque? – questionou Edward um pouco sem graça – Voce e ela podem dor mim em um quarto e eu em outro.

- Mas pai. Eu queria que a gente fosse uma família por uma noite.

Touché!

Isabella sentiu um buraco no estomago a engolindo de dentro pra fora. Edward não ia negar depois dessa. Ainda mais pelo cansaço que todos estavam. Edward não iria tentar convencer Thomas até porque ele parecia ter gostado da idéia.

- Voce se importa, Senhorita Swan.

- Não.. claro que não! – Isabella disse numa voz fraca e sôfrega.

Ao entrarem na suíte se deu conta que havia o hall com um sofá, mesa, TV, bar, frigobar e uma grande porta de correr aberta que dava para o quarto propriamente dito com um única cama de casal extra grande, abajur e a porta do banheiro e um pequeno closet.

- Todos na mesma cama? – Isabella perguntou pra si mesma bem baixinho, mas isso não deixou de atingir os ouvidos de Edward.

- Não. Voce e Thomas ficam no quarto. Eu durmo no sofá.

Edward foi caminhando ate a janela para observar a vista, no caminho tirou o casaco.

Thomas pulou no sofá e chutou os tênis para o chão e se deitou.

- Acho que eu deveria dormir no sofá. É do meu tamanho!

Parecia que Isabella tinha mergulhado nas águas frias do mar do ártico. Seu coração congelou junto da sua capacidade de falar, andar ou piscar. Encarava Edward Cullen apavorada da mesma forma que ele a encarava sem ação alguma. O mundo parecia ter anunciado a terceira guerra mundial porque ambos mal acreditavam no que tinham escutado, a insinuação e a compreensão daquilo poderia trazer circunstancias fora do controle.

- Thomas – começou constrangido com o medo pavor estampado no rosto de Isabella – Não é muito delicado no mundo dos adultos que eu e a Senhorita Swan... compartilhemos a mesma cama.

- Porque não? Cama serve para dormir!

Não apenas para isso meu amiguinho!

Gritou Isabella em pensamento.

- Sim – assentiu Edward coçando a cabeça – Mas pessoas só dormem juntas quando tem... certo nível de intimidade. Assim como voce tem com ela. Vocês são amigos!

Thomas olhou Isabella e então voltou a olhar seu pai.

- Mas é isso que eu quero que sejam; amigos!

Outro silencio. Isabella mal sentia o chão.

- Mas eu não preciso dormir com seu pai para ser amiga dele, Thommy!  - Isabella se pronunciou se aproximando um pouco.

- Sim. – concordou Edward voltando a olhar o filho – Nós já somos amigos.

Thomas voltou a deitar sorrindo.

- Se são amigos, isso significa que podem dormir juntos. Porque é isso que amigos fazem!

Enforcados!

Fechou os olhos como se não esperasse por resposta e então voltou a abrir, mas era visível que ele tinha planejado aquilo e ninguém naquele instante estava com coragem de negar nada a ele devido ao esquecimento de seu aniversário.

Edward suspirou e sorriu fraco voltando seu olhar culpado para Isabella, afinal de contas, quem tinha caído no jogo de Thomas era ele. Se aproximou de Isabella segurando-a pelo braço e a puxando para um lugar mais longe do filho.

- Eu não sei o que fazer. Não sei como negar.

Isabella assimilou as palavras olhando para Thomas que quase pegava no sono.

- Muito menos eu. Senhor Cullen... eu não ..

- Shiii! – ele silenciou ela com o seu indicador. Isabella sentiu uma onda de calor percorrer todo o seu corpo – Voce não precisa argumentar ou pedir desculpas senhorita Swan. Prometo que não sou o tipo de patrão que se aproveita. Eu te respeito! Muito!

Isabella suspirou inquieta. A sinceridade nos olhos verdes que a fitava eram visíveis. Mas o problema não era ele. Era ela.

Assentiu sem ter voz para se pronunciar.

- Entre no quarto, feche a porta, tenha sua privacidade. Eu ficarei aqui com Thomas até que ele durma.

- Ok! – se afastou num caminhar robótico.

Arrancou o casaco um tanto desesperada. Parecia que estava em chamas. Ela, Isabela Swan, iria dividir a cama com ele, Edward Cullen. Show de horrores mostre as câmeras!

Entrou no banheiro fitando seu reflexo no espelho. Estava apavorada. Transpirava e tremia da cabeça aos pés. Olhou o chuveiro e começou a arrancar a roupa ara um banho frio. Enquanto a agua escorria por seu corpo ela não sentia nada alem de uma ansiedade e medo absurdo. Nada tinha mudado afinal. Ele era Edward Cullen. Nenhum sentimento, deslumbramento ou seja lá o que fosse que alguém possuísse por ele, poderia desaparecer. Mesmo quando Jasper a beijava, ela se pegava imaginando como seria o beijo dele. Mesmo quando Jasper a tocava, ela imaginava o toque dele. Isso era fixação. Doença. Macumba! Não deveria estar menos apavorada do que estava no momento. Porque ela sabia que não iria apenas dormir com Edward Cullen.

Quando Edward entrou no quarto e avistou Isabella sentada na cama seu coração quase saiu pela boca. Sob as luzes fracas do abajur ela parecia mais linda do que nunca. Sua regata de seda azul contrastava contra a sua pele branca. Seus cabelos estavam soltos e caiam ondulados sob seus ombros.

Deixou o celular e o casado em cima da mesinha de canto e se aproximou.

- Ele dormiu.

Observou ela puxar o ar profundamente.

- Deveríamos fazer o mesmo, foi uma busca cansativa.

Edward mordeu o lábio inferior e franziu o cenho.

- Tenho muito a te agradecer senhorita Swan! - Viu ela fazer uma careta. - Algo te incomoda?

- Sim, o seu Senhorita Swan!

Edward se pegou rindo.

- Eu não sei outra forma de te chamar!  - se aproximou se sentando na outra ponta da cama.

- Bella. É uma ótima forma.

Olhos de Edward brilharam. Ele estava conquistando o direito de chamá-la de Bella, assim como o moleque White a chamava.

- Tudo bem... Bella!

Por um instante pensou ter algo errado com ela. Porque ela pareceu se contrair um pouco, mas talvez fosse o fazer de escutar ser chamada de Bella, o mesmo prazer que ele sentiu de chamá-la assim.

Ele voltou a se levantar.

- Bella... eu não consigo dormir bem de camisa. Se importa que eu...

- Não! Não me importo. Não é algo que eu já não tenha visto!

Edward a encarou sem entender. Foi ai que Isabella percebeu o fora.

- Voce não lembra não é? Do dia em que nos conhecemos? Voce me salvou de um traumatismo craniano...

Vagamente Edward foi juntando as peças.

- Voce esta em casa desde aquela época? Foi... voce... – algo pareceu iluminar na sua mente – eu deveria ter sido menos grosso. Me desculpe por aquilo, mas aquela manha eu estava realmente necessitado de dormir.

Isabella riu. Não estava mais tão apavorada.

- Tudo bem, eu exagerei. Imagine, perder o chuveirinho para uma criança de nem dois anos de idade e acabar molhada e quase em um hospital. Sua bronca me trouxe pra vida real.

Edward sorriu e retirou a camisa.

Isabella buscou ar. Sua memória não fazia jus a realidade. Ele não era malhadão, fortão, gostosão. Ele era levemente definido sem muito esculturismo. Gostoso na medida certa. Na medida exata que a deixava louca.

- Desculpe a pergunta – Isabella tentou voltar ao foco, conversando. – Mas qual é a sua verdadeira historia? Porque eu já escutei tantas versões de tantas pessoas. Mas agora consigo te imaginar vivendo em algumas delas e em outras não.

Edward sorriu e se sentou do lado esquerdo da cama.

- Não é muito bonita. Voce pode sair daqui me achando um perfeito idiota.

Isso eu já penso!

- Porque não tenta me contar?

- A historia das mães dos meus filhos?

Edward a fitou por alguns segundo.

- Certo, mas que isso não saia daqui. – seu deu por vencido e Isabella se deitou de lado confortavelmente para prestar a devida atenção.

- A mãe de Thommy eu namorei toda a minha adolescência. A conheci no baile de máscaras da alta. Fiquei perdidamente apaixonado por ela. Pelo menos acho que sim. Acho que o que eu sentia era algo da família amor porque eu era um perfeito retardado quando se tratava de Kate Dowson. Ela era três anos mais nova. Por isso quando engravidou eu já estava na faculdade e ela terminando o colegial. Sabia que tinha algo errado porque ela mudou completamente de humor, pesei que era a gravidez, mas logo depois do casamento e quando Thomas tinha cinco meses ela dormiu e não amanheceu ao meu lado. Deixou uma procuração para sua melhor amiga assinar os papeis do divorcio por ela e a guardo de Thommy em meu nome. – os olhos de Edward encontraram os de Isabella – Ela nunca mais ligou ou voltou. Mas eu como sou um retardado quando se trata dela, tenho um detetive 24 horas que me diz tudo o que ela faz ou deixa de fazer. Antes era uma coisa de orgulho e obsessão. Hoje e que eu gosto de estar preparado para que caso um dia ela volte. Mas não acho que seja algo que ela vá fazer.

Isabella mordeu o interior de suas bochechas. Ele ainda de certa forma a amava. Mesmo depois de tudo. Ele a amava.

- Foi então que o pior período da minha vida começou. Eu tinha uma faculdade, um filho, uma empresa e uma família para zelar. Porque um ano depois meu pai veio a falecer. Tudo sobrou para mim. Eu tinha que manter Alice na linha, fazer com que Emmett fizesse a faculdade e que a minha mãe saísse da depressão que estava deixando ela louca. Não tinha paciência para os choros de Thommy ou para qualquer outra coisa. Eu precisava de ajuda. Meu filho não podia crescer nas mãos de uma babá e eu não podia ficar tão sobrecarregado. Foi então que eu conheci Victoria. Ela parecia ser alguém decente. Mas na verdade eu não tinha me dado conta que só tinha reparado em seus cabelos cor de fogo e em seus olhos azuis cor do céu. No começo me ajudou muito, tanto que fiz a pior coisa que poderia ter feito, me casei com ela e fiz um outro filho. Vicky  surtou quando descobriu que ia ser mãe. Me implorou para que eu permitisse que fizesse um aborto, porque naquela época estava começando a decolar na sua carreira de modelo. Aceitei. Fomos até a clinica. Mas não consegui deixar que ela fizesse aquilo e a enfiei dentro do carro e a trouxe de volta. Vicky só sabia chorar. Foi então que eu percebi meu erro. Ela não estava pronta para se casar, cuidar de uma casa ou ser mãe. Vicky queria só uma guinada na sua carreira e quem mais influente do que eu naquele momento? Quis sentir raiva dela, mas não consegui, então fiz um acordo. Ela teria o bebê. Depois disso eu daria a ela o divorcio e mais uma pequena fortuna e qualquer apoio que ela precisasse para a sua carreira. Foi então que nasceu Sofie e a grife Victória Secret’s*!

(N/A: Sem essa gente. A grife foi criada em 1977 por Roy Raymond e cuja matriz encontra-se localizada em Ohio, Estados Unidos. TOTALMENTE FICCIONAL.)

Isabella se sentou rapidamente na cama.

- Para. Não brinca comigo!

Edward gargalhou.

- É sério Bella.

- A mãe de Sofi é... – voltou se sentar – A mãe de Sofi é uma vadia! – tampou a boca diante do olhar surpreso de Edward  - Desculpe. Saiu sem querer.

Edward voltou a rir.

- Sim. A mãe dela é uma vadia, linda, inteligente, estúpida e charmosa. Depois de tudo, eu quando vou a Milão ainda tenho um horário na minha agenda com ela. Vicky virou minha amiga e sempre que pode leva Sofie para o mundo cor de rosa dela. Mas eu não gosto. O mundo de Vicky é tóxico.

Isabella se deitou um pouco pensativa. Ela era baba da filha de uma puta mulher criadora da Victoria Secret’s. Sem essa. Ela não podia imaginar isso não tão fácil.

- Agora quando eu acertei eu acabei errando no tempo. Conheci Savannah mãe de Andy de uma maneira mais imprevisível. Ela pertencia ao grupo Greenpeace que estava protestando contra a Magnun. Me acertou com um ovo enquanto eu saia da empresa, na hora em que os seguranças me trouxeram ela eu queria rir da sua valentia. Linda, selvagem e loira. Representante do grupo beta. Marcamos uma reunião pra conversar sem agressões sobre o caso ecológico. Depois convidei para outro tipo de jantar. Um pessoal. Ela era brava. Rebelde. E maternal. Foi por ela que por um instante que pensei que tudo tinha se resolvido. Mas até hoje não entendo como ela foi morrer.

********** musica: http://www.kboing.com.br/rihanna/1-1208997/    ESCUTEM **********

Stay – Rihana

Houve silencio.

- Eu jurava que voce tinha superado. Vai se casar de novo.

Edward se virou um tanto ofendido pra Isabella.

- Não se supera a morte. Se convive com ela.

Isabella suspirou.

- Me desculpe, não queria te chatear.

- Não chateou.

Silencio de novo.

- Já contou isso a alguém? – voltou a perguntar.

- Não.

- Então porque contou para mim?

- Porque voce perguntou.

- Entao se alguém tivesse te perguntado voce teria contado?

Isabella e Edward ficaram se encarando.

- Sim. Mas ninguém perguntou antes.

O coração de Isabella voltou a bater forte.

- Ninguem se importou. – murmurou roucamente.

- Não. – sussurrou Edward.

Silencio.

Isabella virou para o lado ficando de costas para ele e apagou a luz do abajur. Edward se esticou na cama e apagou a sua luz também.

- Boa noite, Bella.

- Boa noite.

Silencio.

Só se podia ouvir a respiração descompassada de ambos e alguns carros que passavam do lado de fora.

- Bella?

- Sim?

- Eu não seria homem se dormisse aqui e não beijasse voce.

Isabella respirou fundo e  se virou encarando o teto imóvel.

Silencio.

- Então seja homem senhor Cullen.

Ouviu uma risada.

- Não é senhor Cullen, é Edward.

- Entao seja homem... Edward.

Ele se movimentou ficando em cima dela. Seus olhos fixos na mulher que tinha as mãos espalmadas em seu peito. Podia enxergá-la pela luz da lua que entrava por uma fresta na cortina.

- Voce é linda. - Seus lábios foram se aproximando dos dela. - Deveria ter te beijado na noite do jantar. Eu tive duas chances e não usei nenhuma. – cheirou seu pescoço e acariciou a sua cintura, Isabella reprimiu um gemido – Na noite do baile na recepção... e depois na sacada quando eu estava completamente cego de ódio por voce estar com Jasper White. Perdi todas elas. – seus lábios migraram para o colo desnudo de Isabella e então ele voltou a encará-la nos olhos – Mas essa noite, voce é minha. E eu não vou te perder.

Seus lábios tocaram os dela suavemente. Mas não demorou para que Isabella enroscasse seus dedos em seus cabelos e o puxasse para si com tanta urgência, paixão e desejo que acendeu em Edward um fogo já esquecido. Algo que o mantinha vivo, sentindo, amando. Ele podia sentir Isabella como não tinha sentido ninguém antes. Seu coração pulsava com tanto desespero em fazê-lo um homem vivo que quase chorou. Edward sentiu que poderia amar mesmo com o coração ferido e partido em mil.

Edward soube que poderia amar Isabella Swan.

E por isso a beijou como se fosse a ultima coisa que pudesse fazer no mundo.

A beijou como se fosse a única coisa certa que já tinha feito na vida.

Suas línguas e corpos dançam uma musica silenciosa. O cheiro dela jamais iria sair de sua memória porque agora ele não precisava se esconder atrás de um pedaço de tecido, ele podia obter a essência direto do corpo dela. E a cada caricia, a cada movimento ele sentia algo parecido com a felicidade.

Não sabia o certo porque ela o fazia se sentir assim. Se era a inocência dela, o jeito de menina mulher, ou a sua determinação. Mas ela encaixava nele. E ele precisava que ela ficasse. Ficasse ali. Ficasse pra sempre.

O coração de Isabella deu um salto. Poderia ser errado aquilo, mas porque parecia tão certo? Ele e ela juntos. O beijo dele o toque dele. Nada no mundo era igual. Era como se ela tivesse esperado a vida toda por alguém que a fizesse se sentir daquele jeito. Não tinha uma explicação para o jeito, ela não sabia explicar como se sentia, mas era engraçado; ele quem estava em ruínas e era ela quem estava sendo salva. Salva de si mesma.

Ele estava a jogando de um precipício e pulando junto.

... Não tenho muita certeza de como me sentir sobre isso

Algo no seu jeito de se mexer

Faz com que eu acredite não ser possível viver sem você

Isso me leva do começo ao fim

Quero que você fique...

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Notas finais do capítulo

hahahahahaha.. final mau. muito mau.
Sim. Edward e Bella se beijaram e sim, nao fizeram só isso ok? u.u
Proximo cap tem briguinha quente do estilo: Me joga na parede e me chama de largatixa. kkkkkk... E Thommy é danado neh? oloco!

kkkkkk.. Xuxus recomendem a fic? Pleaase???

Até a proxima!
XOXO :*