─ MALFOY?!

Ouvi a porta bater.

─ Weasley? Você quer falar comigo? ─ perguntou ele, confuso.

─ Não! Você quer falar comigo. ─ não foi uma pergunta.

─ Não! O Alvo me disse que tinha alguém aqui querendo falar comigo.

─ É, ele me falou isso também, mas acho que houve um engano... ─ então eu me lembrei da insistência das meninas para vir nessa festa e entendi o por quê. ─ Eu vou matar esses traidores.

─ Do que você está falando? ─ mais é lerdo esse Scorpius...

Então eu me virei para sair do quarto, girei a maçaneta da porta, porém estava trancada. Saquei minha varinha.

─ Alohomora. ─ falei sem muita convicção de que fosse dar certo.

A porta continuava trancada.

─ ALVO SEVERO POTTER, ABRE ISSO AGORA! ─ gritei batendo na porta, mas ninguém podia nos ouvir, a musica estava muito alta.

─ Weasley, o que está acontecendo? ─ perguntou Malfoy com uma expressão confusa.

─ Você ainda não percebeu? Alvo nos trancou aqui! ─ exclamei desesperada.

─ Não pode ser, por que Alvo faria isso?

─ Vai lá então o super gênio, tenta abrir a porta ─ disse sarcástica.

─ Está trancada. ─ disse ele forçando a maçaneta.

─ Bela descoberta.

Ele sacou a avarinha e apontou para a porta.

─ Você é idiota ou o que? Não acabou de me ver fazendo exatamente isso? ─ falei.

─ Não confio na sua habilidade em feitiços, Weasley. ─ disse ele ironicamente. ─ Alohomora.

A porta não se abriu. ─ É, não dá certo mesmo. ─ disse ele, desapontado.

Sorri sarcasticamente.

─ E agora? ─ Perguntou ele.

─ E agora o que?

─ O que vamos fazer? ─ perguntou exasperado.

─ Simples. Ignoramos a presença um do outro, como estamos fazendo à dias, e ficamos aqui até aqueles idiotas destrancarem a gente.

─ Aqueles? Pensei que fosse só o Alvo.

─ É claro que a Domi, a Roxi e a Lily também estão por trás disso.

─ Você e a sua família, Weasley.

─ Cala a boca.

Depois disso eu me sentei à uma extremidade dá janela, encostada na parede, observando as estrelas e ele se sentou na outra. Não vi quando adormeci.

POV SCORPIUS.

Nós estávamos presos em um quarto. Juntos. Tudo que eu havia lutado para ignora-lá desde a nossa briga acabava de ir por água abaixo. Bendita hora que eu aceitei vim nessa festa. E ela está excepcionalmente linda hoje. Droga consciência. Não posso esquecer que estou falando da metida, arrogante e chata, da Weasley. Eu estava de costas para ela, observando pela janela que dava para os jardins de Hogwarts, quando me virei para olha-lá, ela estava sentada no chão, a cabeça tombada para o lado, dormindo a sono solto. Os cabelos caiam pelo rosto e a sua respiração estava lenta e pesada, um perfume floral dominava o quarto. Ela provavelmente teria um torcicolo dos feios amanhã. Eu realmente não sei o que me deu, mas quando dei por mim, estava com ela em meus braços, indo em direção a única cama de solteiro velha do aposento. Coloquei-a sobre a cama e ela se acomodou. Olhei para sua pele branca, contrastando com o cabelo ruivo, por que nós tínhamos que nos odiar tanto?

Me sentei no chão e voltei a observar os jardins de Hogwarts, me perguntando o que estaria havendo comigo.

POV ROSE

Acordei no outro dia, o sol já estava alto, uma claridade desagradável entrava pela janela, fazendo meus olhos arderem. Por um momento pensei quem teria sido a infeliz que abrira as cortinas. Então me vi numa cama velha, numa casa velha. Ah, droga. E não me perguntem como eu vim parar nessa cama, que eu me lembre, eu dormi no chão. Olhei em volta procurando por Scorpius, mas ele não estava mais ali, olhei para a porta e ela estava aberta.

─ Custava alguém ter me acordado? ─ disse me levantando e esfregando os olhos. ─ Que horas deve ser agora? Já devo ter perdido no mínimo as duas primeiras aulas.

─ Dizem que falar sozinho é o primeiro sinal de loucura. ─ falou Roxi, aparecendo de repente à porta do quarto.

─ Eu juro, Roxanne, eu juro que se eu não tivesse com tanta dor no corpo por ter dormido nessa cama horrível, eu te mataria de tanto bater. ─ falei fechando os olhos e buscando paciência.

─ Credo! Quanta agressividade. ─ riu ela.

─ Que horas são? ─ perguntei.

─ É quase meio dia. Estamos no horário de almoço, o professor Slugh perguntou por você.

─ Deixa eu me recuperar, e eu mato vocês, ah se eu mato.

─ Deixa de violência e vamos para o castelo! ─ disse ela. ─ A propósito você está com uma cara horrível.

─ Dormi de maquiagem né, devo estar parecendo o coringa! ─ falei.

─ Parecendo quem?

─ Deixa pra lá... ─ resmunguei.

Assim que chegamos no castelo, um furacão vermelho me atingiu.

─ Então, como foi lá? Vocês fizeram as pazes? Se declaram? Estão namorando? Quando vai ser o casamento? ─ perguntou Lily com os olhos cintilantes.

─ Primeiro: Me solta, Lily e segundo: Nós ainda nos odiamos mortalmente. Está bom pra você?

─ Ah... ─ disse ela sem graça.

─ Olha, eu vou para a sala comunal, vou tomar um banho, por que se vocês não perceberam eu ainda estou de saia, salto e blusa de paetês. Mas, assim que eu estiver recuperada, desço aqui para matar um por um. E podem ter certeza que vai ser uma morte bem lenta e dolorosa.

Assim subi para a torre da Grifinória.

POV LILY.

Eu simplesmente não acredito que o meu super plano infalível falhou. Estou decepcionada. Voltei no Salão Principal para falar com Alvo.

─ Alvo! Preciso falar com você.

─ Ah não Lily, estou comendo...

─ AGORA ALVO! ─ Exclamei.

─ Ai, quanto estresse, ta bom, ta bom.

Assim nós saímos do salão e fomos até um corredor vazio.

─ É o seguinte, o plano falhou. ─ falei.

─ Sério? Eu realmente não imaginava que isso pudesse falhar. ─ disse ele sarcástico.

─ Olha, a idéia de prender os dois no quarto foi sua.

─ Acho que era melhor do que embebedar os dois com Fire Whisky, não?

─ Não importa. O plano falhou.

─ E agora? ─ perguntou ele.

─ Agora vamos para o plano B. ─ disse com os olhos brilhando de malicia.