Inimigos Até Que o Amor nos Separe escrita por Gabs Black


Capítulo 4
Sala de Troféus.


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo, vai ajudar a entender um pouco o sentimentos do Scorpius, o por que dele ser desse jeito.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/267787/chapter/4

As aulas do dia terminaram, e quando eu entrei no Salão Principal para o jantar, todos já haviam esquecido o que Malfoy tinha falado sobre mim mais cedo, agora todos estavam concentrados no legume em decomposição e extremamente fedido sentado na mesa da Sonserina! É claro que todos os meus primos conheciam o produto da loja o tio Jorge, e de tempos em tempos lançavam olhares significativos para mim.

— O que você fez com o pobre Scorpius, Rose Weasley? — me perguntou Alvo, assim que eu sentei para jantar.

— Eu? — perguntei inocentemente.

Ele apenas sorriu e balançou a cabeça. O jantar terminou e eu achei melhor ir para a sala da McGonagall, afinal ainda havia uma detenção à cumprir.

Cheguei lá às seis em ponto, porém estava sozinha, Malfoy se atrasara.

— Sente-se, Srta. Weasley. ­

Ficamos em silencio absoluto e instantes depois, Malfoy chegou.

— Você se atrasou, Sr. Malfoy! — repreendeu ela. — E o que houve com você? — perguntou, se referindo à sua aparência.

— Uma travessura de Pirraça, diretora! Madame Pomfrey está tentando achar um antídoto, mas ainda não teve resultado.

— Gostaria de saber como um fantasma arruma esse tipo de coisa. — reclamou ela, e eu corei. — Mas, sem mais delongas, vamos as detenções. Hoje vocês começaram limpando a sala de troféus, deixarão tudo limpo e eu não quero uma briga.

Nós assentimos, ela pediu para que nos retirássemos. Fomos caminhando para a sala de troféus e por incrível que pareça, Malfoy não fez nenhum comentário irônico, nada! Mas, tudo que é bom dura pouco..

— Gostou da minha nova aparência Weasley? Agora estou parecido com você — disse ele assim que chegamos à sala.

— Malfoy, cala a boca, é serio, ta fedendo até quando você fala! — respondi reprimindo o riso.

— Foi você não foi? Fala Weasley, é um produto daquela loja ridícula do seu tio não é? — disse ele.

— Não sei do que você está falando! — respondi ­ — E, ah, limpa isso direito, não quero que a Diretora reclame.

— Você vai se arrepender. — ouvi ele resmungar.

xx-xx

Acordei no outro dia extremamente cansada, pois havia ficado até mais de meia noite limpando troféus, e ainda não terminamos tudo. Assim que cheguei ao Salão Principal para o café, tive uma decepção, Madame Pomfrey certamente conseguira o antídoto, pois Malfoy estava novamente com sua pele translúcida e o seu perfume, que, devo admitir, não é nada ruim.

O dia se arrastou, as aulas foram péssimas, um estranho mal estar estava me invadiu, e pensar que eu ainda tinha que terminar de limpar a sala de troféus, me deu vontade de pular da torre de Astronomia.

— Credo Rose, quantas olheiras. — reclamou Lily, assim que nos encontramos no jantar.

— Isso se chama cansaço, Lils.

— É só você ir pra cama e relaxar, ué. — disse ela.

— Eu realmente queria, mas ainda tenho que limpar os troféus. ­— reclamei.

— Na companhia do Malfoy, não é? Boa sorte.

— É, eu vou precisar! — disse bebericando meu suco de abóbora.

Logo eu estava novamente na sala de troféus, limpando, e sozinha! Malfoy se atrasara de novo.

— Ah, mas se essa doninha está pensando que eu vou limpar tudo sozinha... — comecei a falar, mais o barulho da porta se abrindo me interrompeu.

— Calma ruiva, sei que você não vive sem mim, por isso estou aqui, lindo e cheiroso dessa vez. — disse ele com deboche.

Bufei e voltei a concentração para o troféu. Ele pegou uma flanela e começou a limpar.

— Como é? — ele perguntou com a voz anormalmente baixa, depois de mais de duas horas em silencio

— Como é o que? — perguntei, com o tom de voz normal.

— Ser filho de heróis. — Disse ele, ainda num sussurro.

— Por que você ta me perguntando isso?

Então ele me mostrou um grande troféu em sua mão, com os seguintes dizeres: À Harry Potter, Hermione Granger e Ronald Weasley. Heróis da segunda guerra dos bruxos.

— Nossa! — exclamei — eu nem sabia que isso existia.

— Como é ser filho de heróis? — ele repetiu a pergunta.

— Olha, nem sempre é bom, ok? As vezes, as pessoas cobram de você, coisas que você não pode dar, apesar deu amar a minha família, as vezes o sobrenome pesa nas minhas costas, por que as vezes, você só queria ser uma pessoa comum. É lógico que eu tenho um imenso orgulho dos meus pais, mas as vezes, as pessoas fazem com que eu sinta obrigação de ser igual à eles, isso nem sempre é legal.

— Mas com certeza, é melhor do que ser taxado de traidor. — disse ele, virando de costas.

— Olha, eu não sei por que você ta me dizendo isso, mas essa guerra já está acabada a anos, e os seus pais parecem ser maravilhosos pra você, não tem motivo pra isso. — disse meio ríspida.

— Como você mesma disse, o sobrenome pesa nas minhas costas! As pessoas pensam que pelo fato deu ser um Malfoy, que eu não mereço confiança, que eu não sou alguém bom, mas as coisas não funcionam assim. Eu não sou o meu pai.

— Eu sei, mas... As pessoas julgam o tempo todo. Você sabe quem você é, isso é o que importa. — disse com uma nota de pena na voz.

— Que irônico, não é? Eu desabafando com você.

Nesse momento, ele se virou, ainda de cabeça baixa, mas eu percebi que seus olhos estavam vermelhos.

— Você ta... Você ta chorando? — perguntei, eu realmente não sei reagir a alguém chorando, mesmo que esse alguém seja o meu maior inimigo.

— Olha, já está tarde, vou indo, boa noite Weasley! — disse ele, então virou as costas, e saiu, me deixando sozinha e confusa.

Mais tarde, na minha cama eu comecei a pensar. Eu sempre convivi com pessoas que haviam ajudado muito na derrota de Voldemort, e sempre vi pessoas os parabenizando e as vezes eu até me incomodava, agora eu via, como isso soava egoísta, nunca tinha pensado por outro lado, nunca tinha pensado como seria ser de uma família de traidores e ter que conviver com filhos dos grandes heróis da guerra. Foi com esses pensamentos que adormeci, e acabei sonhando com um certo loiro dos olhos cinzentos.

Aquela semana se arrastou, e não foi nenhuma surpresa que Malfoy tivesse simplesmente ignorado o que me dissera na sala de troféus — e eu, muito orgulhosa que sou, resolvi não falar nada. —, e nós voltamos com as velhas provocações e os velhos insultos. A verdade, é que ver Malfoy chorando, mesmo que por alguns instantes, me fez ver um lado dele que eu não conhecia. Mas, não pense que isso vá mudar alguma coisa, eu continuo odiando-o.

Acordei no sábado de manhã, com uma Dominique gritando.

— Rose, Rose, ROSE! — Ela gritava. — Rose, por Merlin, ACORDA.

Então ela abriu a cortina, deixando uma claridade desagradável entrar.

— Levanta, coisa preguiçosa. — ela me chacoalhava. — Tem um recado pra você.

— Que recado? —perguntei sonolenta.

— Aquele seu amigo estranho, o Corner.

Will? O que o Will queria comigo às onze da madrugada de um sábado? Levantei e fui com passos hesitantes até o banheiro. Assim que sai, Dominique estava sentada secando os cabelos com a varinha, enquanto Roxi tentava um feitiço para alongar os cílios.

— Qual era o recado dele, Domi? — perguntei.

— É pra você encontrar ele nos jardins, meio dia e meio.

— Meio dia e meio? — perguntei incrédula. — É bem na hora do almoço, ele não sabe que eu preciso me alimentar?

— Não sei, vai lá e vê o que ele quer.

— AAAAAAH, DROGA! — Roxi grita.

Então quando eu olho para ela, é impossível não rir. Roxi estava com grandes cílios espessos e pretos, quase na altura dos ombros, que cobriam todo o seu rosto.

— Você é... Muito... Burra... Roxanne... Você falou... o feitiço... errado — dizia Domi entre risos.

— Para de rir e me ajuda, fala um contra-feitiço.

— Eu não sei. — disse Domi se recuperando das risadas. — Vá até Madame Pomfrey.

— Oh, droga, toda semana eu estou lá por causa de um feitiço malfeito. Quando eu chego lá, com algum problema nos cabelos, lábios ou olhos, ela só falta me bater. — reclamou Roxi, enquanto saia do dormitório.

— Bom, já é quase meio dia, vou descer nos jardins e esperar o Will, ver o que de tão importante ele tem que me falar, pra eu perder o almoço.

— Boa sorte com o esquisito­ — disse Domi. Ela nunca foi muito com a cara do Will.

Cheguei lá e sentei numa sombra perto do lago, vinte minutos depois, Will chega, com uma cara um tanto apreensiva.

— Oi Will. — cumprimentei enquanto ele se sentava.

— Oi — respondeu ele. — Preciso falar com você. — o tom dele era tenso.

— Pode falar. — respondi.

Ele olhou dentro dos meus olhos, e disse.

— Eu amo você, Rose.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mereço Reviews? *-*