POV ROSE.

Chegamos à sala da diretora, ela estava sentada e seus olhos faiscavam por trás dos óculos. Então ela se virou, e deu uma ordem muda para que sentássemos.

Ai meu Merlin, e agora, o que será de nós, pobres mortais?

─ Por que não é uma surpresa para mim ver os senhores aqui? ─ perguntou ela, com a voz cortante.

Não respondemos.

─ Eu exijo uma explicação. ─ disse ela. ─ Será que eu preciso dizer novamente que vocês são monitores?

─ Não senhora. ─ falei baixando a cabeça.

─ Então, o que o senhor Malfoy fez dessa vez, Srta. Weasley e Sr. Corner? ─ perguntou ela, cruzando os dedos sobre a mesa.

Ai que eu percebi. Claro que ela está achando que eu e Will brigamos com Scorpius, afinal, sempre foi assim.

Legal, agora vamos explicar a historia e ela vai me achar uma encrenqueira de mão cheia.

─ Ahn... Diretora? ─ chamou Will. ─ posso dar minha versão dos fatos?

─ Claro que você não pod... ─ começou Scorpius, se alterando, porem foi interrompido.

─ Achei que a diretora aqui fosse eu, senhor Malfoy.

Scorpius corou, e murmurou um pedido de desculpas.

─ Por favor, senhor Corner, nos conte a sua versão; ─ disse ela, novamente.

─ Eu estava do lado de fora da sala, diretora, esperando a senhora Vector, e então comecei a conversar com Rose, foi quando Malfoy se alterou e me lançou um feitiço.

Eu podia sentir as ondas de raiva que eram liberadas por Scorpius.

Ele não vai agüentar muito tempo.

─ OLHA AQUI, SEU COVARDE, POR QUE NÃO CONTA A VERDADE PELO MENOS UMA VEZ NA SUA VIDA? ─ gritou Scorpius se levantando.

─ SENHOR MALFOY, SENTE-SE. ─ gritou McGonagall.

Will sorriu vitorioso, e eu tive vontade de socá-lo.

─ Diretora, posso, por favor, contar a minha versão? ─ pedi educadamente.

─ Fale, Srta. Weasley. ─ disse ela.

─ Bom, eu e Scorpius, depois de muitas brigas, finalmente nos acertamos e agora somos bons amigos, e...

─ BONS AMIGOS UMA OVA, QUE EU SAIBA AMIGOS NÃO SE AGARRAM POR AI. ─ gritou Will.

Caiu na minha armadilha. Idiota.

─ SENHOR CORNER, POR FAVOR. ─ tornou a gritar a diretora.

─ Bom, como eu estava dizendo ─ continuei. ─ eu e Scorpius estamos nos dando muito bem, e bom, Willian parece não ter ficado nada satisfeito com a nossa amizade, então, quando estava conversando com Scorpius, à espera da Professora Vector, ele me insultou de um nome, que sinceramente, não me agrada repetir à senhora. Foi assim que Scorpius perdeu o controle, e lançou-lhe um feitiço.

─ O Senhor confirma isso, Malfoy? ─ perguntou ela.

─ Sim, senhora.

─ Bom, então quer dizer que vocês não estavam conversndo e sim brigando, Senhor Corner? ─ disse ela, olhando para ele.

─ É.. Ahn, mais ou menos isso, diretora. ─ disse ele, baixando a cabeça.

─ Tudo bem, mas isso não justifica o fato de o Senhor lançar-lhe uma azaração, Sr. Malfoy. ─ disse ela. ─ Não sei se vocês dois lembram, ─ disse ela, se referindo à mim e a Scorpius. ─ mas da ultima vez que vieram parar na minha sala por uma briga, eu disse que na próxima perderiam o cargo de monitor...

─ Não.. ─ gemi.

Scorpius mordeu o lábio.

─ Sinto muito, mas tenho que cumprir com minha palavra, parece que detenções não funcionam com vocês.

─ Mas e ele? ─ perguntou Scorpius, apontando para Will. ─ ele tambem é monitor.

─ Sim, ele é, porém é a primeira vez que vem à minha sala esse ano, por isso cumprira três semanas de detenção.

Scorpius estava prestes a gritar, porém se controlou.

─ Vou escrever aos seus pais, e cinqüenta pontos serão retirados de cada casa.

Fizemos uma careta, isso deixa Lufa-Lufa em primeiro lugar.

─ Podem se retirar, e não se preocupem, amanhã nomearei novos monitores para Grifinoria e Sonserina.

Sai da sala à beira das lagrimas, meus últimos três anos nessa escola foram totalmente dedicados à conseguir o cargo, e agora, perco tudo.

Scorpius percebeu que eu ficara triste e me abraçou de lado. Will saiu logo atrás de nós, com um sorriso vitorioso nos lábios.

xx-xx

No outro dia de manhã eu ainda enfrentava a perda da monitoria, pensava que nada mais poderia me abalar. Ah, como estava errada.

Lá estava eu, sentada, comendo meu café, quando o correio chega, vejo minha coruja se aproximar e largar dois envelopes vermelhos à minha frente.

Ok, isso me assustou. Um eu até compreenderia, afinal minha mão odeia detenções, mas e o outro?

─ Melhor abrir o primeiro Rose, parece que já vai explodir. ─ disse Alvo, sem esconder a ponta de riso na voz.

Tive vontade socá-lo.

Estendi a mão, hesitante e abri a primeira carta, ela imediatamente começou a berrar:

─ ROSE WEASLEY, EU NÃO POSSO ACREDITAR, VOCÊ PERDEU O CARGO DA MONITORIA. VOCÊ IMAGINA O QUANTO EU ESTOU DECEPCIONADA? JÁ NÃO BASTA A PORÇÃO DE DETENÇÕES QUE VOCÊ CUMPRIU ESTE ANO? AH, EU HAVIA FICADO TÃO ORGULHOSA POR TER CONSEGUIDO SE TORNAR MONITORA, MAS TINHA QUE ESTRAGAR TUDO, POR CAUSA DE UMA SIMPLES BRIGA. EU ESPERO VOCÊ EM CASA NAS FÉRIAS DE PASCOA, VAMOS CONVERSAR SÉRIO, MOCINHA. ─ isso foi a minha mãe.

Nessa altura, todo o salão já tinha os olhos pregados em mim. Então a segunda carta começou a se debater na mesa, e eu, sem querer prolongar o sofrimento, abri.

─ BONS AMIGOS? QUER DIZER QUE VOCÊ AGORA É BOA AMIGA DO... DO... DO MALFOY? PENSEI QUE VOCÊ O ODIASSE, E AGORA ELE ESTA AI, TE DEFENDENDO DO MENINO QUE EU PENSAVA SER SEU MELHOR AMIGO. O QUE ESTÁ HAVENDO COM VOCÊ MINHA FILHA? E por favor, não conte para sua mãe sobre este berrador, como ela diz: “não posso indispor vocês dois, pois esta guerra já esta acabada” ─ a ultima parte foi como um sussurro.

Ah, meu Deus. Agora com certeza meu rosto está mais vermelho do que os tomates da torrada.

Olhei em direção à mesa da Sonserina, e para minha surpresa, Scorpius me olhava com uma sombra de riso no rosto.

─ Ok, agora o tio Ron pegou pesado. ─ disse Alvo.

Como não queria prolongar meu sofrimento e vergonha, sai do Salão Principal com as mãos cobrindo o rosto.

Sai pelo saguão, o dia estava bonito, afinal já nos aproximávamos da Páscoa, me encostei-me a uma arvore, e fiquei pensando no desastre que é a minha vida.

Então eu sinto braços rodeando minha cintura, e um beijo sendo depositado no meu pescoço.

─ Oi... ─ disse desanimada.

─ Não fica assim, Rosie, o que o seu pai pensa sobre os Malfoy não é nenhuma surpresa para mim. ─ disse ele, gentilmente.

─ Ah, eu sei, mas mesmo assim... ─ falei sentado e puxando-o para se sentar comigo.

─ Não vou desistir de você por causa disso, Ruiva. ─ disse ele, deslizando o polegar no meu rosto.

Sorri. Aproximei-me para lhe dar um beijo, quando nossas bocas estavam muito próximas, ele sussurrou:

─ Ro, você quer namorar comigo?

Não pude evitar sorrir.

─ Claro. ─ e finalmente o beijei.