Supernatural escrita por Sansa Thorne


Capítulo 4
Well, well, well. The VanCamp are a happy family!


Notas iniciais do capítulo

Todo ano, o jornal Sight Landevil comandado pelo poderoso Louis Thorne faz uma entrevista a várias famílias exemplares de Landevil para que possa ser eleita a "Family of Year". E em todos os anos, a família VanCamp tem ganhado por não ter nenhum escândalo publicado ou descoberto. Mas agora, K irá mostrar que não tem só o poder de acabar com as nossas queridas mentirosas, mas potencial para destruir elas e suas famílias. Quem está pronto para assistir um videozinho obsceno?



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“(...)Com força puxou os cabelos da garota para trás e com o machado golpeou seu corpo diversas vezes. O sangue espichou numa onda escarlate no rosto do assassino, mas ele continuou golpeando até que se satisfez e jogou o cadáver plataformas abaixo. O corpo de Lola caiu sobre o feno macio.

(...)Ela era uma VanCamp. E como sua mãe Cece disse, os VanCamp são fortes.

(...) — Isso quer dizer que K está mais próximo de meu pai do que eu possa imaginar.

(...) — Não fugimos de uma batalha.

— E que isso sirva de aviso para K. Não somos Edward Simon. Iremos lutar até o fim nessa batalha.”

A casa dos VanCamp era a maior da Apple Street. A casa era sustentada por alicerces e afastada do chão. Com janelas e seteiras em pontos estratégicos com abas horizontais para que o vento pudesse ser aproveitado sem que o sol atrapalhasse. A piscina ao lado do jardim era bela e luminosa, enorme. As cadeiras de praia estavam espalhadas pelo local. Alguns freezers e as churrasqueiras e o dia de domingo estava feito. As paredes eram quase todas de vidro, por isso em todo local havia uma cortina para que a privacidade fosse mantida. As paredes eram de cores claras: um tom de bege, pastel, branco e cinza. Papeis de parede de listras eram comuns nos mais de quinze quartos. O local mais famoso daquela enorme mansão era a varanda de Cece. Com uma digna vista para o mar principalmente no pôr-do-sol. Era uma mansão de vários quilômetros quadrados.

Mesmo ali em Landevil, lugar de casas exuberantes, de socialites e homens ricos e poderosos a família VanCamp era considerada a elite da cidade. Cece VanCamp, mais conhecida como Queen Van no país inteiro, era a coroa mais luxuosa e ousada de toda a nação.

E fora usando esse pretexto que o Sight Landevil elegeu durante anos VanCamp como a Family of Year. Sight Landevil é o jornal local — cujo chefe da empresa era Louis Thorne — homem conhecido na adolescência pelas greves causadas pelo mesmo e atualmente pelo enorme número de casos na justiça pelo fato de seu jornal conter verdades que as celebridades tentam esconder.

Há anos, Cece e Louis tiveram um caso. E a Queen Van usou aquele fato para abafar qualquer escândalo que pudesse surgir sobre sua família. Louis sempre esteve e sempre estará na mão de Cece. Isso é um fato.

— Olá queridos espectadores da Sight Landevil, aqui fala sua repórter Pâmela Evans do castelo da nossa Queen Van. Bom dia, minha linda. Primeiramente eu queria falar que é uma honra estar aqui contigo. E quero deixar claro, eu sou sua fã! — disse Pâmela sorridente jogando seu cabelo para trás vivaz e se ajeitando na sua poltrona.

Cece é uma mulher de tamanho mediano. Pele clara. Seios fartos e corpo delineado que deixaria qualquer homem louco. Com um olhar forte e determinado realçado por seus olhos verdes. Lábios finos e rosados. Cílios grossos e negros. O cabelo era enorme, chegava a bater na cintura e encaracolado caindo em pequenas cascatas por suas costas. Nariz pequeno, fino e reto. Orelha pequena com um brinco de cristal, uma corujinha. Fã de livros de Nicholas Sparks, Dostoievski, Stephen King e outros gêneros literários. Faz compras para se esfriar a cabeça do dia-a-dia e famosa por suas caminhadas na praia ao luar. Vestia-se com um vestido vermelho colado ao corpo e um salto alto de bico fino de Manolo Blahnik com estampa de oncinha. Um sorriso gentil estampado no rosto.

Ela estava sentada ao lado de Emily abraçando a filha. O seu filho mais velho, Jeremy, estava do lado de Emily entre ela e seu esposo, Ronald. Todos vestidos elegantemente. Os VanCamp são um exemplo de família para o país. Por enquanto.

— Que nada meu amor, a honra é nossa. — garante ela olhando amigavelmente pela repórter, tentando esconder seu desprezo por gente como ela.

O homem que segurava a câmera foca no rosto de Cece.

— Então, primeiramente eu quero saber... Como vai sua coleção de inverno? É o que todas as mulheres do país querem saber!

— Bom, não se preocupem. Eu lhes peço. Está magnífica. Meus estilistas estão dando um trabalhão para essa coleção ser digna de todas as outras lançadas pela Queens of Van. Mas, essa, em minha sincera e humilde opinião está esplendida!

— Ora, então não podemos ter dúvidas.

Cece sorri.

— Sua presença foi confirmada na Fashion Week de Nova Iorque e Paris?

— Sim. Ainda há dúvidas? E minha querida, adicione a sua listinha Milão, você deve ter esquecido. Sempre acontece.

Esclareceu sorrindo.

Pâmela respirou fundo por alguns segundos e recomeçou.

— Agora a pergunta é direcionada ao senhor, Ronald VanCamp. Como vai a VanCamp Global Corporation? — quis saber Pâmela.

— Ora, ótimas. Os índices vêm crescendo desde nossa decaída em 1996 e não pararam de crescer desde então. Nós compramos algumas empresas coligadas desde então, eu aproveito para agradecer ao prefeito, Mr. Liam Cullen por seu apoio em todos os momentos e por seus empréstimos. — dizia Ronald animado

Ronald era um homem bonito. Aproximara-se de completar cinqüenta anos. Olhos azuis e gelados. Cabelo grisalho. Pele branca avermelhada. Sorriso largo de dentes brancos. Físico bem cuidado. Músculos resistentes. Vestia-se socialmente.

Emily estava distraída. Mas um desagradável lembrete da realidade chegou até ela.

Assista as máscaras caírem.

— K


Emily olha para todos os lados e procura por sombras que pudessem ser produzidas no chão. Ela vasculha sua mente procurando por um feitiço que pudesse animar e invocar a presença da K ali. Ele estava realmente invisível? Finalmente, ela se lembra de um feitiço. Era respira fundo e repete as palavras mentalmente se preparando para dizê-las.

Omnes, qui invisibilis est. Apparet. Omnia latet. Veni ad lucem. Ostende te, umbrae senham capta per lumen... Omnes, qui invisibilis est...* — repetia Emily incansavelmente usando como combustível para sua mágica a frase ameaçadora que retumbava em sua cabeça. Até que chamou a atenção de Jeremy.

— Hey, o que é isso maninha?

Ela continuou a falar.

— Para com isso. Está-me assustando! — sussurrou.

Jeremy era alto. Tinha cabelos negros. Olhos azuis e gélidos como os do pai. Sorridente. Moreno. Ele então beliscou Emily. Ela continuava falando como se estivesse em transe.

— Mas que porra! — ele beliscou pra valer.

— AAAAAAAI! — grita Emily massageando a mão.

— E agora que eu encontrei um novo método para lançar esse produto no mercado... — foi à última frase de Ronald antes de ser interrompido.

Todos olhavam perplexos para Emily. Ela se ajeitou no sofá e gesticulou para que Ronald continuasse.

Pâmela sorriu e o interrompeu.

— Espere, Mr. VanCamp, acho que já nos contou mais que o suficiente.

Ronald assentiu. Cece riu por dentro.

— Essa pergunta vai para Emily. Minha queridinha... Sei que esse assunto pode ser muito delicado, mas eu e meus espectadores queremos muito saber, você disse que estava disposta a se abrir em relação à morte de Lola e o desaparecimento de sua amiga, Megan. Ambas próximas a você. Com pequenos intervalos de tempo. Como se sente em relação a isso?

Cece assentiu. Emily respira fundo e repassa em sua cabeça as palavras que sua mãe pediu que falasse durante a entrevista para aquela pergunta. Decidida, começa a falar.

— Bom, eu...

Ela é interrompida. A tevê é ligada sozinha. Por meio da magia. Ela pôde sentir uma energia avassaladora tomando a sala com uma força perturbadora. Os ouvidos de Emily começam a zunir. Ela respira fundo e fecha os olhos. Está tonta. Olha em volta procurando o emissor daquela onda de energia, mas não o encontra.

Ela olha para a tevê e fica surpresa.

— Grave isso! — sussurra Pâmela.

A câmera é focada na tevê.

— Nem precisa pedir. — informa o garoto.

A imagem exibida era um quarto de motel vazio. Ronald enrijeceu. Emily olhou para os lados e começou a repetir o feitiço. Sentiu uma dor enorme no seu peito como se seu coração tivesse uma tonelada. Ela fechou os olhos e deixou algumas lágrimas escorrerem por seu rosto. Estava enfrentando uma batalha e não podia ser auxiliada por ninguém. Respirou fundo e continuou a pronunciar o feitiço.

Todos ficaram paralisados na sala.

— Desliguem. — ordena Cece.

Jeremy aperta o botão “off” no controle. Mas o aparelho permanece ligado.

— Aperte! — manda Cece.

— Estou apertando.

— Me dê isso. — pede ela tomando o controle.

Ela pressiona o botão. Mas a tevê continua ligada.

Ela arregala os olhos e senta-se no sofá.

Eles ficam observando até que algo acontece. A porta se abre e então no cômodo Ronald. Todos viram seus olhares para ele. Ele arregala os olhos e pega o controle apertando o botão loucamente. Emily para de praticar o feitiço e olha a tela. Não conseguia se concentrar. Ronald gesticulara para alguém entrar. Entrara no cômodo um homem alto, de cabelo negro na altura dos ombros. Olhar determinado. Olhos negros e amendoados. Moreno. Arrumado socialmente, assim como Ronald. Eles dois se encaram e sorriem.

Ao que parecem, vão se abraçar. Quando de repente, se beijam.

Emily solta um grito de horror e levanta-se do sofá desajeita. Pâmela ri alto enquanto entra em histeria causa do nervosismo. O garoto da câmera permanece gravando e fala.

— Nossa cara...

Cece olha para Ronald e seus lábios formam uma palavra.

— Theon? O meu Theon?!

Emily sente-se nauseada. Jeremy vai até seu pai que está boquiaberto e paralisado.

— Pai! Que porra é essa?! Diga-me que isso é mentira, por favor. Com o ex-amante de minha mãe?

— Uau, isso está cada vez melhor. Você tinha um amante? — ri Pâmela provocando Cece.

Cece se levanta do sofá e golpeia Pâmela com força.

— Sua putinha, se qualquer disso aqui vazar, irei acabar com tua vida!

Pâmela ri enquanto recebe os consecutivos tapas de Cece. O garoto da câmera deixa o aparelho em cima da mesa e vai tentar falar com Cece, mas ganha uma bofetada.

— Ei madame, calma!

— Vá tomar no seu...

Jeremy encara seu pai horrorizado.

— Pai!?!?

— É verdade sim filho.

— Você é gay?

— Sou sim. E prefiro que vocês f...

Ao ouvir a menção da palavra “gay”, Emily começa a vomitar no jarro de flores ali em cima da mesa.

Cece deixa Pâmela largada no sofá. Chorando e corre até seu filho que estava esmurrando seu esposo. Ronald não reagia. Estava roxo e quase caindo. Somente defendendo alguns golpes. Cece fica entre eles.

— Você sabia, mãe? Por favor, diga que não.

Cece sente-se mal por ver as lágrimas do filho.

— Não, meu querido... Nunca soube.

Jeremy e Cece se abraçam. Emily grita por alguém até que as empregadas adentram no cômodo apressadas e dão suporte a Emily. Pâmela se levanta e vai mancando até o sofá, ela tenta encontrar a mídia de DVD que estivesse exibindo as imagens. Mas não as encontra. Enquanto isso, nas filmagens Theon está deitado sobre Ronald só de calça massageando o peitoral do mesmo. Emily corre até Pâmela e a empurra. Ela tira a tomada da televisão, que continua ligada.

Enquanto isso, Jeremy e Cece gritam com Ronald. Quando Jeremy percebe a situação vem correndo e com um chute quebra a tevê. O pé do garoto é enterrado na tela. Ele respira fundo e abraça sua irmã.

Assista as máscaras caírem. Foi à última coisa que se passou pela mente de Emily antes de ela apagar.

— Δ —

Foi um assunto polêmico. Dois dias depois da entrevista. Aconteceram milhares de coisas. Ronald foi ridicularizado na mídia por Theon, que afirmou que Ronald o induzira a tal ato com ameaças e que ainda gostava de “gravar” cenas de sexo e masturbação entre eles. O que de acordo com Ronald, nunca acontecera.

Cece logo anunciou sua separação e manteve seus filhos sobre suas asas. Escondidos da mídia. Pâmela foi bem paga por Louis para manter silêncio e assumir a responsabilidade além de dar fim na gravação da entrevista e retratar Cece diante todo o país com uma matéria contando a biografia de Cece.

Jeremy e Emily se uniram cada vez mais. Como se aquilo os oficializasse como uma verdadeira família. Cece ficara silenciosa. Sempre vagando pela casa ao telefone. Já Emily, ficara horas e horas encarando aquela mensagem. Acumulando ódio por K. Por um lado, achara que fora feito um favor. Mas ao ver sua família destruída, sabia que a intenção de K não era abrir seus olhos.

Naquela noite, vira uma figura encapuzada no píer. Ela prendeu a respiração e o encarou. De repente ouve uma batida atrás de si. Fora a empregada doméstica oferecendo-lhe água, ela recusou e quando se virou, ele tinha desaparecido. Ficou ali, pensando.

E então, na madrugada ouvira um som estranho. Foi até a varanda de sua casa e se debruçou sobre a grade de madeira para poder se inclinar. Seus pés desencostaram do chão e por um segundo de pânico, pensara que iria cair. Mas logo recuperara o equilíbrio. Foi nesse momento que distinguiu algo se movendo nas sombras. Saiu de trás de um arbusto uma figura encapuzada, toda de negro, com algo escondido nas mãos. Emily grita e corre até seu quarto fechando a porta da varanda. Emily então corre até a porta e começa a forçá-la. A porta parece está trancada.

— Socorro! — grita Emily apavorada.

Sabia que ia morrer. Sentia isso.

De repente a figura encapuzada pulara na varanda. Provavelmente subiu pelos canos.

— Me ajudem! — gritara Emily ainda mais alto.

Jeremy abriu a porta com um objeto reluzente nas mãos: uma faca.

— O que foi? — quis saber o garoto.

Emily aponta para a varanda. O ser encapuzado recua. Antes que Jeremy pudesse se mover, a pessoa tira o capuz revelando seu rosto e tirando de trás de si um buquê de rosas silvestres roxas. Era um garoto, lindo por sinal. Cabelos loiros e esportivamente caídos para o lado. Olhos azuis e gentis. Sua boca avermelhada contorcida num triângulo de terror.

— Hey, sou eu! — alertou.

— Nate?! — gritou Emily correndo até ele.

Nate abre a porta da varanda e se encontra com ela jogando o buquê para o alto

— Eu acho que eu posso ir então, né? — pergunta Jeremy.

Nate pega na nuca de Emily e a puxa para um beijo apaixonado.

— Ok, isso quer dizer um “sim”. — informa ele saindo do cômodo.

Nate ri e beija a testa de Emily.

— Calma amor, estou aqui. — diz ele.

— Foi você que estava no píer mais cedo? — quis saber.

— Não. Por que?

K estava realmente a observando.

Filho da puta. Ou filha da puta. Tanto faz. Pensou consigo mesma.

Emily encosta sua cabeça no peitoral quente de Nate e sente-se de repente bem e segura. Como se todos os problemas não pudessem mais afetá-la. E essa sensação era estranhamente boa. Ela não sabia descrever exatamente. Mas era bom. Como se todo o ar frio que adentrasse pela porta da varanda se tornasse num torrencial de calor.

Eles ficaram ali. Imóveis.

— Eu vim ver como você está amor. Deve estar sendo uma barra pra você passar por isso, não é?

— Sim. Mas, eu não quero falar disso.

Eles se abraçam novamente e Nate fecha a porta da varanda. Eles dois deitam-se na cama de Emily e se abraçam. Passariam minutos, horas, dias ali, não importava. Com Nate, Emily podia passar a eternidade.

— Aproveite e deite-se com ele enquanto o coração dele bate, queridinha. — diz a voz terna e fleuma, demorando em pronunciar cada palavra do observador misterioso que os espiava atrás da mesa da varanda. — Por que em breve, ele estará fazendo companhia a Simon no inferno.


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Notas finais do capítulo

* Tudo aquilo que está invisivél. Aparece. Tudo que está oculto. Venha até a luz. Revele-se, que as sombras sejam tomadas pela luz.
Espero que tenham gostado. Gente, eu não tenho o menor preconceito sobre homossexuais. Principalmente pelo fato de ter amigos que são. Acho isso super normal. Mas para essas circunstâncias, eu achei um escândalo. Principalmente para Cece, que foi com o amante dela. Espero que não me entendam mal e se ponham no lugar de Emily ;/
Agora, eu prometi e cumpri. Dois capítulos para compensar o atraso *-*
Espero que gostem. No nome do próximo capítulo é:
"Helena Grayson, the killer?"