Eu E Severus escrita por Manih


Capítulo 27
Oh Merlim




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– Quer dizer então, - conclui Rose com um semblante sério. - que você foi melhor amiga de um pombo na sua infância?

Um silêncio se instalou no quarto onde eu, Tonks e minhas companheiras de dormitório fazíamos uma festa do pijama em comemoração a tudo o que aconteceu.

– Você cismou com. realmente... Eu... - balbuciou Millene sem conseguir terminar o pensamento.

– Mais ou menos isso Rose. - respondi rindo.

– Então os pombos não querem dominar o mundo?

– Não, foi apenas esse meu amigo "pombo" louco. Pelo visto ele contraiu um tipo de loucura lúcida, já que ele foi capaz de fugir, roubar uma varinha, virar um animago e invadir Hogwarts.

Rose apresentou uma expressão de alivio e voltou a tomar sua cerveja amanteigada.

– Mas tem uma coisa que você precisa nos dizer Lilith... - começou Tonks e seus cabelos ficaram mais rosa do que já estavam. - Quem era aquele cara que ficou com você a noite toda no festival ontem? - pude ver em seus olhos que ela já sabia a resposta. Obvio né.

– Huuuuuuuum ... - todas as outras fizeram e se aproximaram de mim.

– Ela tá vermelha! Conta tudo garota! - exclamou Rose.

– Vocês não vão acreditar se eu contar...

– Você sempre parece não querer nada com os meninos, agora entendi! Está de caso com um homem mais velho... - disse Angelina.

– É sério, vocês não vão acreditar quem é...

– fala logo, ou eu falo! - exclamou Tonks.

– C-certo. - olhei para cada uma que me olhava com expectativa. Respirei fundo. - Professor Snape.

As reações foram imediatas. Rose deu um grito e caiu pra trás. Angelina debruçou por cima de mim gritando "O que?". Tonks começou a gargalhar e Millene levantou as mãos pro alto e gritou "sabia!". Eu claro, estava mais vermelha que os explosivins do Hagrid quando acasalam. É, de alguma forma eles ficam mais vermelhos quando...bem.

– É por isso que ele foi atrás de você na floresta proibida e ficou todo sentimental quando você quase morreu! - exclamou. - Quando os aurores chegaram ele estava louco, querendo matar o DM. Então o auror com cara esquisita segurou ele pelo braço e mandou levar você para o St. Mungus em vez de parecer um babaca.

– Lilith! É o professor de poções! Ele é carrancudo, asqueroso e seu cabelo...

– Não fale assim dele! - cortei Angelina meio raivosa.

– Oh Merlim, ela está apaixonadinha! - Millene me abraçou.

– Sério isso? - perguntou Rose.

– Uma vez eu os peguei se agarrando numa sala de aula. - disse Tonks em tom de confidência.

– Safadinha! - Millene exclamou ainda me apertando.

– Nunca pensei que o professor tivesse um coração. Mas nos conte como tudo começou!

– CONTA TUUUUUUDO!! - Exclamou Millene me sufocando.

– Me deixa respirar...

– Ok. - e ela me largou.

– Bom, lembrem-se de quando, no inicio das aulas surgiu umas fotos dele de pijama com um ursinho?

– Sim, e tinha seu nome assinado. Não era? - disse Angelina.

– Sim, mas não foi obra minha. Bom, ele me encontrou e me arrastou para a sala dele. Acabamos discutindo e duelando. Só que, bem, chegou uma hora que rolou um super clima e quase nos beijamos. - Rose deu um gritinho e Millene exclamou "safadinha" de novo. - Só que fomos pegos e castigados pelo diretor. Depois disso ele veio me pedir desculpas e eu acabei beijando ele, de leve sabem. Depois ele acabou de me salvando de uma das minhas poções que não deram certo. Ele ficou irritado porque o diretor me deixa fazer essas minhas experiências dentro do castelo e ele começou a beber. - Sorri diabolicamente com a lembrança. - Ele estava tão sexy deitado na cama com a blusa aberta tomando direto da garrafa que não resisti a provocá-lo...ele acabou me beijando.

– Pera! Ele beija bem? - perguntou Rose.

– Muito... Ele sabe ser voraz e selvagem, mas também sabe ser doce... Mas de qualquer forma, ele é bipolar. Uma hora estava tudo bem pra ele e outra hora dizia que eu era apenas um objeto. Mas depois vinha me procurar e eu não conseguia resistir a ele. Quando DM atacou, estávamos brigados ainda.

– Mas ontem vocês estávamos juntos, quer dizer que fizeram as pazes.

– Sim, lá no St. Mungus. Quando eu voltei pra cá encontrei um bilhete dele me convidando para ir ao festival com ele. Depois disso, só nos vimos no festival. Tive que faltar a aula dele para dar depoimento no ministério. A noite de ontem foi... perfeita. - dei um suspiro. - Mas ele é tão bipolar, que é capaz de não olhar na minha cara de novo. Alias, hoje ele não apareceu no almoço nem nada. Nem me procurou.. E se depois de tudo, ele me descartar?

– Mas não é possivel! - Millene cruzou os braços. - Da maneira que ele ficou lá na floresta, dá pra perceber que ele gosta muito de você.

– Mas ele não deveria ter vindo me procurar hoje?

– Bom, acho que você deve descobrir. - disse Tonks.

– Como? - perguntei temerosa da resposta.

– Você vai até a sala dele agorinha mesmo!

– E se não voltar, saberemos que ocorreu tudo bem. - disse Angelina.

– Mas se voltar, estaremos aqui para recebê-la, comer chocolates e falar mal do cabelo dele até o amanhecer! - completou Rose.

– E aposto que os gêmeos adorariam preparar uma brincadeira para o professor caso isso venha a acontecer... - concluiu Tonks.

– Mas está tarde.

– E quem disse que Lilith Devon liga pra regras? - exclamou Angelina.

Estava com medo do que pudesse acontecer, do que ele iria me falar. Mas as meninas me pertubaram tanto que cá estou eu, na porta do meu querido professor, só de pijama por baixo da capa. Bati na porta e certo, acho que estou tremendo de nervoso. Esperei um tmepo e bati outra vez. Será que ele vai me ignorar, isso? O que ele andou fazendo o dia todo que não deu as caras? Será que ele tem uma amante? Pera, nem temos um relacionamento ao certo para afirmar que ele pode estar me traindo. Dei um chute de frustação na porta e sai andando de volta pro dormitório.

– O que pensa que está fazendo com minha porta? - a voz dele me fez parar no meio do corredor e olhar pra trás. Ele estava completamente vestido e me olhava com o cenho franzido. Ponderei em ignora-lo e ir embora.

– Por que não atendeu antes? - ok, será que pareci mimada?

– Entre Lilith. - ele falou com a mão estendida. Certo, ele me chamou pelo meu nome novamente... Andei até ele e dei minha mão para ele. Ele me conduziu para dentro de sua sala e trancou a porta. - Antes que me encha de perguntas Lilith, eu passei o dia ocupado indo ao ministério e ao St. Mungus. Querem que eu produza uma poção calmante mais forte para seu amiguinho.

– Mas eu nem falei nada.

Ele tirou a capa e a jogou na poltrona de seu quarto. Eu ainda estava em sua sala, um pouco envergonhada.

– Mas você pensa demais, deve ter imaginado que eu estava num harém rodeada de belas garotas, no mínimo. - ele se encostou-se ao batente da porta, sorrindo. Ou melhor, rindo de mim.

Fechei a cara e olhei pro lado. Não queria que ele me visse mais vermelha do que já estava.

– Oh, que poção é esta? - perguntei ao avistar um caldeirão borbulhando. Andei até o mesmo e cheirei. - Sinto cheiro de alecrim e madeira. Estranho, geralmente as poções com alecrim tem um tom mais rosado e não este azul forte.

– Você não é a única que realiza experimentos. - Senti sua respiração bater em meu pescoço e logo suas mãos tiraram minha capa. Como ele chegou perto tão rápido? - Que roupa de dormir sem graça em? Já te vi usando melhores. - Então ele me agarrou por trás e começou a beijar meu pescoço. Esse homem quer me enlouquecer?

– Eu não vim aqui para te seduzir, para que eu me preocupe com minha roupa. Você não estava tão tarado ontem de noite. - falei tentando me soltar dele, mas ele me apertou e me arrastou para longe do caldeirão, em direção ao quarto dele. Ai Merlim...

– Eu não poderia te atacar ao céu livre, onde qualquer um poderia nos ver. Mas você vem ao meu quarto de madrugada... Acha mesmo que vou convidá-la para um chá?

– Severus, espera... - por que ele não podia parar de morder minha orelha? - Severus! - gritei e ele parou e me virou para ele.

– Qual o problema?

– Eu vim aqui para conversar e não para ser molestada.

– O que lhe preocupa?

– Eu quero esclarecer de uma vez por todas...o que nós temos. Uma hora você está todo bonzinho amoroso comigo e na outra hora você me ignora, me chama de objeto e me despreza totalmente. Então do nada você volta a ficar bonzinho e isso está acabando comigo. Imagino que amanhã vai voltar a me desprezar como se tudo o que passamos não fosse importante pra você. Tem que decidir Severus, se você quer ficar comigo ou...

Ele rapidamente interrompeu minhas palavras colocando suas mãos em meu rosto e me dando um beijo.

– Lilith, quando eu vi você desfalecida em meus braços na floresta, quando você me salvou, eu pensei que nunca mais poderia olhar pra seus olhos, ver o seu sorriso e beijar você. Naquele momento eu percebi quão grande era a sua presença na minha vida e eu não quero me afastar de você. Eu preciso de você.

Meus olhos se encheram de lágrimas e eu o abracei.

– Não sabe como eu estou feliz, meu Sev-sexy!

– Só tenho um pedido a fazer.

– Sim?

– Manter isso em segredo.

Afastei-me dele.

– O que quer dizer com "segredo"?

– Não é nada contra você, mas eu não suporto mexerico em minha vida particular. E você ainda é minha aluna.

– Parece que não quer me aceitar. - eu disse tirando a mão dele de meu rosto.

– Eu passei anos de minha vida recluso, não aceitando ninguém em meu coração e então você chegou. Não pense que eu não te aceitei Lilith, porque isso aconteceu da maneira mais dura.

– Pensando melhor, para alguém que ficou encalhado durante a vida toda é algo bem significativo. Estava carente, professor? - eu sorri inocentemente. Só que não.

– Você vai ver o carente. - ele resmungou e me jogou na cama.

Oh Merlim.


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