Eu E Severus escrita por Manih


Capítulo 26
Festival de Vagalumes - Song capitulo


Notas iniciais do capítulo

Fiz esse capitulo tem muitos meses...foi numa madrugada onde estava inspirada. Espero que gostem e me digam o que acharam...
Gosto muito dessa música!



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O saguão de entrada estava com algumas poucas pessoas, pelo visto esperando seus pares. Ajeitei os cabelos nervosamente. O vestido que minha mãe me mandara realmente caira muito bem em mim, por incrível que pareça( Era um tomara que caia branco, com a saia de filó - bem mimoso ), juntamente com a mascara que recebi junto com a mensagem. Saí do castelo e recebi um lufada de ar fresco, que ajudou a aliviar meu nervosismo, além da vista da festa. Realmente, o Festival dos Vaga-lumes é um fenômeno muito bonito. Havia alguns postes com tochas para iluminação, porém a maior fonte de luz era da enorme quantidade de vaga-lumes que havia pelo território de Hogwarts. Desde a cabana de Hagrid até o lago, desde a estrada de Hogmeade até o castelo estava tomado por luzinhas amarelas. Tudo muito bonito...Será que ele apareceria?


Vou caçar mais de um milhão de vaga-lumes por aí,
Pra te ver sorrir eu posso colorir o céu de outra cor,

Andei pela festa...algumas pessoas estavam rodeando as mesas de comida, outras estavam bêbadas - já???? - outras apenas conversavam, outras dançavam e algumas meio loucas caçavam vaga-lumes. Admirei bem tudo e até esqueci o meu nervosismo, até que ouvi o Dumbledore falando, aparentemente usando um feitiço para aumentar a voz.
Pausa para descrever a roupa comédia de Dumby...Ele estava vestindo uma túnica verde fosforescente acompanhado de um cinto prata. Seu chapéu era cor azul e na ponta tinha ou um grande vaga-lume ou uma luzinha artificial. Só ele mesmo...
– Caros alunos e funcionários de Hogwarts, venho convidar todos a valsarem juntos, numa tradição Milenar, pelas três Valsas dos Vaga-lumes..Na noite de hoje não existiram mais alcunhas e cargos, mas apenas pessoas. Venham e não se acanhem, afinal, todos estão cobertos pelo segredo de suas mascaras.
Ok, isso é uma indireta?
Logo os casais estavam se concentrando onde outros dançavam e quem não tinha par convidava outros igualmente solitários. Ninguém queria ficar sozinho pelo visto, pois estavam todos se acertando, de certa forma. Até recebi um convite, mas recusei. Andei um pouco procurando por ele por todos os lados, porém não encontrava...


Eu só quero amar você,
E quando amanhecer eu quero acordar...
Do seu lado.

Será que levei "bolo"?
Ainda procurando, meus olhos cairam perto do lago, onde havia um vulto ali parado. Depois de hesitar, resolvi ir andando para lá, como se não quisesse nada. Me aproximei e vi que era um homem alto, com uma capa verde escura e cabelos negros amarrados em um pequenino rabo de cavalo.
Será que é ele????? Falo ou não falo???? E se não for? perae, e se for, o que faço?? Como posso ser tão idiota ao aceitar vir aqui?? Devo estar louca mesmo...
– Imagina que louco os vagalumes formarem desenhinhos ou até frases, para se comunicar conosco? Poderiamos descobrir que eles são assim, os seres mais inteligentes do planeta mas não estão muito afim de nos contar... - ok, de onde tiro mesmo essas ideias loucas? Até mesmo em momentos tensos como estes...
O homem se virou e imediatamente caí dentro de um lago - mas não aquele a qual o homem olhava, mas sim no que existia nos olhos dele; o mesmo lago em que passei sete anos admirando, e cada vez mais - percebo agora - me afundando: lago negro.
Era ele!


Vou escrever mais de um milhão de canções pra você ouvir
Que meu amor é teu, teu sorriso me faz sorrir,

– Será que um dia irei descobrir a fonte de toda a sua loucura e criatividade para encaixar ideias ou frases loucas em cada momento?
A voz dele me despertou e me fez olhar para ele completamente. Não havia percebido mas ele usava uma mascara, como as outras pessoas. Mas o que adiantava usar uma, se eu poderia reconhecer seus olhos dentro todos - todinhos do mundo mesmo? Sua mascara era preta, simples - como a minha. Suas vestes eram igualmente verdes escuras, bem elegantes.
– O que tanto olhas? - ele perguntou e percebi que fiquei um tempo calava, apenas observando-o. OK, estava quase babando.
– Você deveria usar mais vezes a cor verde. Também aprovei o cabelo, essa noite é tão importante assim para que você o tenha lavado e mudado o visual?
Acho que ele tem razão quanto as frases loucas.
– Muito engraçada srta. Devon. Se eu pudesse, a mandaria para a detenção imediatamente...
– No seu caso, iria me mandar para a detençãoa até se eu estivesse calada.
– Ah, é verdade... gosto de mantê-la sobre minha vigilância.
Ok, acho que corei um pouquinho com esse comentário...
– Venha. - ele estendeu a mão.
– Venha? Não deveria pedir? - coloquei as mãos na cintura.
– Eu ainda sou seu professor, e tenho direito de ordenar a você. - disse com um sorriso meio maldoso. Já falei que Severus Snape sorrindo não significa boa coisa?
Mas...senti falta desse seu jeito autoritário....saudade até.


Vou de Marte até a Lua, cê sabe já tô na tua,
Não cabe tanta saudade essa verdade nua e crua,

– Nananina não. Não ouviu o que o diretor disse? Hoje seremos todos iguais...sem cargos ou alcunhas. - sorri para ele, com a vitória certa em minhas mãos.
– Você é muito abusada. - Ele disse, sem tirar o sorriso. - Gostaria de dançar comigo, srta Devon?
– Não sei se estou afim... - disse, com um sorriso zombeiro. OK, não resisto a brincar...é mais forte que eu!!!
– Será que devo lançar um feitiço em você? Não aceitarei um não como resposta. Talvez um Imperio...
– Tudo bem, aceito. Imagina só se lança esse feitiço em mim, e me obriga a imitar um galinha?
– Acho que eu iria me divertir de outras formas se lançasse tal feitiço em você.
Severus safadenho!!! Ou será a minha mente que é safadenha? Eu apenas soltei uma exclamação e ele riu, aproximando-se de mim. Peguei sua mão e fomos andando de volta para junto dos que dançavam. Ele pegou em minha cintura e logo estavamos dançando.
Confesso que estava um pouco sem graça e olhava para baixo. Era meio estranho estar perto dele sem estar discutindo, brigando ou realizando alguma detenção. E se nos descobrissem? Mesmo que o diretor diga que todos estamos iguais nessa noite e blablabla, ainda sim seria muito estranho ver uma aluna dançando com um professor.
– Não se preocupe, olhe a sua volta. Há alunos dançando com funcionários. - disse Severus.


Eu sei o que eu faço, nosso caminho eu traço,
Um casal fora da lei ocupando o mesmo espaço,
Se eu to contigo não ligo se o sol não aparecer,
É que não faz sentido caminhar sem dar a mão pra você,

Olhei para os lados e realmente era verdade. Vi alguns professores dançando com professores - era impossível não notar Hagrid, com todo seu tamanho dançando com a diretora de Bruxealons, que era maior que ele; Também era impossível notar a elegância da professora McGonagall, que mesmo mascarada, continuava com todo seu ar severo - ela dançava com um dois gêmeos Weasley. Nem eu poderia diferenciá-los, neste distância.
– É verdade. - sorri para ele, porém logo franzi o cenho. - Ei, está usando Legiminência comigo?
– Como eu poderia usar sem olhar em seus olhos? Depois chama-se de gênio. - ele sorria claramente de escárnio. Escárnio, olha que palavra bonita e difícil eu usei.
– Sou um gênio, e gênios estão sempre aprendendo. nunca disse que sabia tudo.
– Boa resposta.
E caímos em silêncio. Não conseguia olhar para ele, e meus pensamentos estavam tomados pelas lembranças de todos esse período do ano escolar que passou... Todos os momentos bons e ruins que tive com ele, e olha que os ruins estavam ganhando em quantidade.
– Olhe para mim. - disse Severus, fazendo eu sobressaltar e olhar para ele. Seu semblante estava sério. - Pelo menos por está noite.
Será que apenas sob, praticamente, as luzes dos vaga-lumes dava para ver o tom vermelho supremo de meu rosto? Estava vermelha sim afinal, vindo do professor mais carrancudo de Hogwarts, isso foi praticamente uma declaração de amor. Ou será que estou delirando?
Estou me fazendo muitas perguntas hoje.


Teu sonho impossível vai ser realidade,
Sei que o mundo tá terrível mas não vai ser a maldade que
Vai me tirar de você, eu faço você ver,

– Estava pensando, mesmo que tivesse algum problema eu dançar com você, ninguém nunca iria lhe reconhecer por causa dos cabelos. Estão esperando que estivesse com sua habitual cortina negra.
– Meus cabelos lhe incomodam tanto assim? - ele permaneceu com o semblante sério. Será que toquei em alguma ferida? Ops.
– Não, eu gosto deles assim, lhe dão um ar misterioso. Só falei por habito de implicar com você. - Falei a verdade. Devo ser a única pessoa no mundo que acha isso, mas fazer o que se todo esse ar de morcequinho me deixam piradinha?
Foi a vez dele corar. NOSSA MERLIM!!!! Realmente vivi tempo suficiente para ver Severus Snape corar? Eu deveria ganhar um prêmio...alias, outro, por tudo o que eu conseguir fazer neste ano.
– Você sabe o que acontece quando o eclipse acontece? - ele perguntou, aparentemente tentando disfarçar.
– Sim, os vagalumes ficam vermelhos e agitados.
– E também conseguem ter a capacidade de detectar os sentimentos das pessoas, e grudam no corpo daqueles que estiverem felizes.
– Oh! Então é assim que conseguimos o prêmio Vagalume, estando mais feliz que os outros?
– Sim.
– Gostaria de ganhar o prêmio.
– Então eu farei de tudo para fazê-la a mulher mais feliz desta noite.
OH CARAMBA O QUE FIZERAM COM O CARRANCUDO PROFESSOR DE POÇÕES? SERÁ QUE O TIO DUMBY TROCOU ELE POR UMA CÓPIA PERFEITA?
Oh, não não Lilith. Severus Snape sempre foi perfeito - dentro da imperfeição humana - e apenas precisava de um incentivo para mostrar esse seu lado...Perae, se este meu raciocinio estiver certo, então significa que a motivação dele sou eu?
Pude apenas sorrir e ficar em silêncio. Permanecemos nos olhando até o final da dança. Quando terminou todos bateram palmas e olharam para o Diretor Dumbledore.
– Comtemplem a maravilhosa perfeição da natureza.
Todos olhamos para cima e pudemos avistar o planeta Marte se alinhando totalmente com a Lua. Logo os vagalumes a nossa volta, outrora amarelos, ficaram repentinamento vermelhos. Uma louca ideia surgiu em minha mente, e era tão louca que eu não poderia resistir em realizá-la.
– Ei, realmente tudo? - perguntei olhando para ele.
– Tudo. - ele respondeu, com um olhar bem firme.


Pra tu sorrir eu faço o mundo inteiro saber que eu...

– Não vá se arrepender depois. - eu disse.
Subi em seus pés para ficar um pouco mais alta e segurei em seu pescoço. Depois, colei nossos lábios. Passado o primeiro segundo senti um de seus braços em minha cintura; o outro foi para minha nuca e ele aprofundou o beijo, cedendo a minha loucura.
Nunca senti algo assim antes....um sentimento tão puro. Não era luxúria, mas apenas um desejo de estar perto, junto e nunca mais deixar de abraçá-lo. Enquanto o beijava, podia sentir o cheiro típico de alguém que vive a fazer poções - o cheiro de uma mistura delas. Me sentia leve, podia ouvir meu coração batendo de forma rápida e eu soube ali mesmo que eu estava amando aquele homem, e este sentimento nunca iria sair de meu peito.
Quando nos separamos e abrimos os olhos tomei um pequeno susto, pois estavamos praticamente completamente cobertos por luzinhas vermelhas, que se instalaram em nossas roupas.
– Nunca irei me arrepender. - ele disse, seu sorriso iluminado pelas luzinhas tão próximas.


Vou caçar mais de um milhão de vagalumes por aí
E pra te ver sorrir eu posso colorir o céu de outra cor

– Parece que temos os vencedores. - anunciou DUmbledore e nós olhamos para ele.
– Você realmente quer ir lá receber o prêmio? - ele perguntou e eu neguei com a cabeça. Não queria parar aquele momento. Nunca.- Então venha.


Eu só quero amar você

E quando amanhecer eu quero acordar...

Do seu lado.

Ele pegou minha mão e saimos correndo dali. Corremos e corremos, até chegarmos a um lugar onde não havia ninguém. Com a correria a maioria dos vagalumes se desprenderam de nós, porém assim que paramos alguns dos que haviam ali começaram a grudar em nós. Poderia dizer que eramos o casal mais feliz em Hogwarts. Oh Merlim, poderia haver uma noite mais perfeita?
Assim que ele parou me abraçou e me beijou novamente.


Pra ter o teu sorriso descubro o paraíso
É só eu ver sua boca que eu perco o juízo por inteiro,

– Isso não é errado? - eu interrompi o beijo para perguntar. Sentia que a qualquer momento iriamos ser descobertos e a noite perfeita ir por ralo a baixo.
– O que, estarmos felizes? Lilith, eu quero aproveitar essa noite com você e nada vai me impedir. Por favor, não deixe que estes pensamentos tristes tomem você. Até parece que não é aquela garota louca que vive me atormentando desde o primeiro ano.
Eu sorri e o beijei novamente. Ele dissera o meu nome, e isso não acontece sempre.

Sentimento verdadeiro eu e você ao som de Janelle Monáe,
Vem, deixa acontecer

Não sei quanto tempo ficamos ali. Nos sentamos ao céu livre e fiquei aninhada em seus braços. Conversamos sobre algumas coisas e quando não, nos beijávamos. Contei a ele sobre o motivo pelo qual eu gosto tanto de poções. Conversamos também sobre meus estudos e ele me deu algumas dicas, além de informações sobre onde conseguir algumas ervas especificas e raras. Pude ver que ele realmente gostava do que fazia. Nunca pensei que um dia eu poderia estar assim, de uma forma tão intima, com o meu querido professor de poções.

Me abraça que o tempo não passa quando cê tá perto,

Dá a mão e vem comigo que eu vejo como eu tô certo,

Não poderia medir o grau de minha felicidade. Nem mesmo nas minhas maiores brincadeiras eu me senti tão bem. Minha vontade era gritar aos quatro ventos o quanto eu estava feliz e o quanto eu o amava. É, sempre zombei das pessoas por estarem apaixonadas e agora mordi minha lingua. Contudo, eu acabei adormecendo quando o céu estava começando a clarear e tive um sonho bem legal: sonhei que tinha a missão de ir nos quatro lugares mais altos do mundo e gritar que eu amava Severus Snape. Quando acordei, estava em minha cama, no meu dormitório e o sol já estava alto, entrando pela janela e cegando meus olhos.

Eu digo que te amo cê pede algo impossível,
Levanta da sua cama hoje o céu está incrível.


Será que a noite de ontem foi um sonho? Olhei ao meu redor e encontrei no pé de minha cama um troféu em forma de vagalume. Não foi um sonho. o peguei a abracei. Como eu queria, oh Merlim, que isso tudo não acabasse....que não voltassemos para aquela vida onde o meu querido professor de poções me odiasse...Melhor, eu queria que pudessemos viver sempre assim, como naquela noite. Como será daqui para frente? Será que ele irá me tratar de forma diferente? Ou vai voltar a me maltratar? Por favor, não...
Meu coração apertou.
Não posso pensar assim...tenho que ser mais confiante, não? Porém não posso me entregar assim de bandeja. Devo primeiro descobrir se ele compartilha dos mesmos sentimentos que eu. Talvez, ele quisesse apenas uma noite. Mas eu posso sonhar, não? Sonhar com ele, todos os dias ao meu lado, como na noite de ontem...Até o amanhecer.

Vou caçar mais de um milhão de vagalumes por aí
E pra te ver sorrir eu posso colorir o céu de outra cor
Eu só quero amar você
E quando amanhecer eu quero acordar...
Do seu lado.


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Notas finais do capítulo

:p