Eu E Severus escrita por Manih


Capítulo 16
Severus Caído-no-chão Snape


Notas iniciais do capítulo

Tae o próximo capitulo, as coisas de volta ao normal...



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3 DE NOVEMBRO DE 1990

Uma parte de minha mente estava no caldeirão que eu cuidadosamente mexia, sem parar. A outra estava mergulhada em lembranças, numa reflexão sobre o começo dessas ultimas duas semanas. Foi com muita vergonha e vontade de sumir do planeta que chamei as pessoas mais próximas a mim – Renata, Lino, Tonks ( imaginei que iria precisar, e acertei, viramos amigas), os gêmeos, Detric e minhas colegas de quarto – Angelina Vancey, Millene McKinnan e Rose Sulivan – para a sala do diretor, na noite de sábado ( a do enterro, claro).

Ele dissera:

– Meus caros, eu pedi para serem chamados para tomarem alguns conselhos. Percebe-se que existe alguém que quer que nossa querida Lilith sofra e está disposto até a usar seus amigos para isso. Por favor, tenham cuidado a partir de agora. Não se metam em confusões – ele olhara particularmente para os Weasley – e tomem cuidado com estranhos. Tomem cuidado até com pessoas conhecidas.

Depois disso pensei que nunca mais iriam querer olhar na minha cara, mas me enganei. Assim que saímos da sala do diretor, Rose passou os braços por meu pescoço e declarou:

– Isso merece uma super festa no dormitório mais falado de Hogwarts!

– Apoiado! - completou Angelina e Millena aprovou, balançando a cabeça. - Para todas nós! Tonks, você vem comigo até a cozinha?

– Claro! Conheço uns elfos lá que podem nos dar tudo que pedimos.


– No meu dormitório tem um pequeno estoque de cervejas amanteigadas... Eu e Mariana fizemos da última ida a Hogsmeade. - disse Renata.


– Ótimo! Vamos nos divertir até o dia raiar! - disse Rose.

Aquele grupo era definitivamente estranho. Rose é a garota mais galinha de toda a escola, vivia esnobando a todos. Millene é a única jogadora feminina de Quadribol de Hogwarts no momento, então todos os garotos babam por ela. Angelina é uma garota nerd e comum, mas por algum motivo anda com as garotas mais populares da escola. Eu também sou bem conhecida, afinal, quem nunca ouviu falar na menina mais inteligente de Hogwarts, mas ao mesmo tempo mais bagunceira, dona do recorde supremo de detenções? Junta uma grifinória meio louca e uma lufa lufa esquisita, e pronto, lá estávamos nós no nosso dormitório, bebendo cerveja amanteigada e wisky de fogo e comendo um monte de doces, falando e rindo sem parar. No dia seguinte acordamos todas com ressaca, mas nada que uma poçãozinha da titia aqui que não resolva.

Adicionei algumas ervas-de-cheiro e tapei o nariz, pois o fedor era terrível. Rapidamente puxei a varinha e enchi três frascos com a poção e as tampei, me desfazendo do resto que estava no caldeirão de ouro – aquele lindo que achei na sala precisa. Abri a porta e depois anotei o que aconteceu num caderno que estava numa mesa distante – vai que acabo explodindo a poção e acabo com o caderno? Tem que ficar longe.

Sentei na poltrona, descansando. Ficara duas horas mexendo a poção e meus braços doíam. Naquela noite percebi que existiam mais pessoas que se importavam comigo do que eu pensava. Não que isso fosse algo bom. Claro, é maravilhoso ter amigos, mas quando eu era pequena meu único amigo foi parar no St. Mungus e está lá até hoje. Ou deve estar, nunca mais ouvi falar dele. Lembro que na época a mãe dele ficou louca querendo matar meu eu, minha mãe e principalmente meu tio...

Não que eu tivesse feito algo. Meu tio comensal descobrira que eu tinha um amigo e resolvera torturá-lo até ele enlouquecer. Mais umas das coisa terríveis que meu querido titio fez para eu e minha mãe. E agora novamente meus amigos estavam em perigo...O que me faz pensar se realmente o melhor não seria me afastar de todos.

Ouvi um barulho na porta e eu olhei em sua direção. Estava tarde da noite, quem se atreveria a andar pelas masmorras assim? Então vi que era Severus, com uma cara de poucos amigos. Pera, quando ele não está assim?

Quando está me beijando,claro... Ei, de onde saiu esse pensamento?

– O que está aprontando, Devon? Está um cheiro terrível no corredor.

– O senhor não deveria estar dormindo? Assim não sentiria o cheiro fedido que saiu daqui.

– Como posso dormir sabendo que a qualquer momento a senhorita pode resolver explodir o castelo com essas suas experiencias? - ele disse sarcástico. - E depois, o dia já amanheceu.

– Sério? Nossa, demorei mais do que planejava nessa poção! E ei! Não vou explodir o castelo...Fala assim mas aposto que na sua época suas poções também davam errado as vezes. - Falei um pouco aborrecida.

– Só esta semana eu vim aqui três vezes e em uma delas eu a encontrei quase inconsciente, de novo.

– Sorte a minha que eu tenho um professor tão bonzinho que toma conta de mim, não? – Gracejei enquanto levantava da poltrona. Me espreguicei e o olhei de volta. Ele ainda me encarava sério.

– tenho cara de sua babá? - ele disse se aproximando.

– Hum... - eu coloquei o dedo na boca, fingindo pensar. Peguei minha varinha e agitei, fazendo aparecer nele um avental. - Agora está perfeito! - eu disse batendo uma mão na outra.

– Acho que está na hora da criança receber uma punição pelas besteiras que faz. - ele disse se aproximando mais e eu fui recuando de costas, tomando cuidado para desviar da parede.

– Hei professorzinho, você não pode mais dar detenção, lembra? Você está de castigo porque se comportou mal...

– E quem disse em detenção? - ele riu e então eu senti um arrepio. Era uma ameaça? Ele continuou andando na minha direção rapidamente enquanto eu recuava. Até que meu bumbum bateu em algo e eu olhei para trás. A mesa. Olhei para frente e encontrei seus olhos negros bem perto dos meus.

Ele quer que eu o agarre é?

– O que é isso? - ele perguntou enquanto, agilmente devo dizer – ou talvez eu tivesse ficado meio lerda pela proximidade dele -, pegava algo atrás de mim.

– Meu caderno de anotações. - eu respondi.

– Acho que vou ficar com isso...

– Não pode! Minhas pesquisas estão nele!

– Outro motivo, preciso me certificar que não está criando algo que vá explodir o castelo...

Eu tentei pegar de sua mão, porém ele levantou bem no alto e eu não alcançava. Pulei e nada. Ele começou a rir de mim.

– Isso não é justo! - eu estava bem irritada.

– A vida não é bem justa, mocinha.

– Devolve!


– Venha pegar!

Eu olhei para o lado e vi a cadeira e tive uma ideia. Com o pé direito me apoiei nela e subi, colocando rapidamente o joelho esquerdo na mesa – ficando mais alta que ele e quase peguei o caderno. Quase.

Convenhamos, tentar fazer algo do tipo usando meia nos pés é um pouco perigoso. Talvez uma pessoa normal estivesse de sapato. Mas no exato momento, eu estava um pouco mais agasalhada que o normal ( usando calça de moletom e meia) por causa do frio que estava chegando nesse começo de novembro. Então, qualquer um imaginaria que a meia estaria bem escorregadia na madeira da cadeira. Então, bom. Ela estava. E ao tentar pegar o caderno eu havia me jogado pra frente e acabei indo demais. Escorreguei.

Bati diretamente em Severus e, talvez por ele estar rindo, estava desatento, então foram os dois pro chão. Estava tão perto dele, e aquele cheiro que senti da outra vez preencheu totalmente meu olfato, me fazendo quase ficar em um torpor. Quase, pois eu estivera estado irritada e então um plano se fez em minha mente. Eu estava em cima dele, com a cabeça encostada em seu peito. Levantei a cabeça e o vi meio atordoado, esfregando a mão livre nos olhos... Deve ter batido a cabeça. Levantei um pouco e sentei em seu peito, fazendo nossos rostos ficarem bem próximos. Senti ele ficar tenso e me olhar. Percebi que seu olhar desceu para meus lábios e subiu para meus olhos novamente. Cheguei bem perto dele até encostar...

Minha língua em seu nariz. Sim, dei uma pequena lambida na ponta do pequenino – ironia, nota-se – nariz de Severus Snape e rolei para o lado, levantando o mais rápido que pude para alguém usando meia. E claro, segurava meu caderno.

– HA! Não me subestime professor Severus Caído-no-chão Snape! - e comecei a rir.

Ele ficou muito irritado, diga-se de passagem. Levantou do chão e depois de dizer ( grunir?) algo que não entendi se pôs a me perseguir pela sala. A perseguição não durou muito tempo pois eu estava de meia – alguém por fazer me lembre se usar sapatos da próxima vez – e não corria rápido. Então, ele me pegou, literalmente pelos cabelos. Ou pela trança, no caso. Eu quase derrapei, mas enquanto uma de suas mãos segurava minha trança a outra me segurou pela cintura, me prendendo a ele.

– Aprenda uma coisa Devon, não provoque um homem grande. - ele disse no meu ouvido e então até os cabelos da churréia do dedo do meu pé se arrepiaram. Fechei meus olhos involuntariamente. - Você pode se arrepender. - Então ele roçou seus lábios em meu pescoço, me fazendo suspirar. Abri os olhos e vi um par de cabelos ruivos.

Opa.

– Droga. - eu disse e ele percebeu o tom da minha voz, pois levantou a cabeça e pode ver os meus queridos – e intrometidos – gêmeos parados na porta boquiabertos.


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Notas finais do capítulo

Imagina a cara dos gêmeos ao verem o professor mais chato da escola numa situação dessas?