Eu tinha vestido uma roupa simples, nada muito cheguei, afinal a patricinha aqui era a Petúnia e não eu. Peguei minha bolsa e desci, Petúnia estava sentada na mesa e papai preparava as panquecas.

– Bom dia!

– Ah aí está você já ia te acordar!

– Hmm...

– Não sei se vocês repararam mais essa casa é muito estranha.

Eu peguei uma panqueca e joguei no meu prato, meu pai encarou Petúnia.

– Por que diz isso?

– Ela faz muito barulho.

– Eu não ouvi nada.

Eu disse mastigando a minhas panquecas, Petúnia fez cara de nojo. Como eu amo implicar com ela.

– Claro você ronca que nem uma porca.

– Desculpa Túnia, mais o único animal na família é você.

– Anormal.

Eu mostrei minha língua para ela, Túnia era muito medrosa.

– Sabe eu ouvi dizer que essa casa é mal assombrada.

– Ouviu aonde?

Petúnia perguntou tremendo, eu comecei a rir internamente, meu pai me mandou um olhar ameaçador.

– Ontem quando a gente estava arrumando o quintal eu ouvi os vizinhos falando que há muitos anos atrás um casal de adolescente morreram assassinados aqui!

– O-Oque?

– É mentira dela Petúnia.

– Mentira nada.

Eu disse pensando em James, era certo que ele morreu aqui, afinal o que o fantasma dele ainda estava fazendo vagando por aí?

– Lily, por favor, não assusta a sua irmã,..

– Dizem que o corpo dos dois está enterrados no quintal!

– Sé-sério?

– Não, é só sua irmã te assustando.

Eu comecei a rir, Petúnia suspirou aliviada, tá parte da história era verdade, mais outra eu não tinha certeza. Eu terminei de comer e me levantei.

– Vai sair?

– Vou ao shopping comprar umas coisas.

– Tudo bem, mais leve Petúnia com você.

– Eu ir com a Mortiça?Nunca!

– Certo, pode ir então Lily!

– Tá. Beijos.

Eu peguei minha bolsa e cruzei a porta, três pessoas estavam paradas ali, uma menina loira, uma morena e um garoto de cabelos lisos até os ombros. Eles me encararam quando eu me aproximava.

– Oi algum problema?

– Você é a nova moradora da casa?

– Sim, e vocês quem são?

– Eu sou a Marlene, essa é a Dorcas e esse aqui é o Sirius.

– Hmm... Eu sou a Lily.

– Legal.

– Olha desculpa ser grosseira mais eu tenho que ir...

– Ah desculpe, é que a gente estava vendo a casa, estava abandonada há muito tempo.

– Hm... Podem ficar e olhar, mais eu tenho mesmo que ir...

– Certo então...

– Foi um prazer conhecer você Lily.

Disse o tal de Sirius com um sorriso malicioso, eu dei um meio sorriso e Marlene cutucou Sirius.

– Au!

– Ela acabou de se mudar seu pervertido!

– O que eu fiz?

– Fica dando em cima da menina... Desculpa Lily é que ele não pode ver uma menina que ele dá em cima!

Eu rir e ela me acompanhou, ela era bem simpática e bem alegre ao contrario de mim.

– Não tem problema Marlene, já estou costumada.

A verdade era que na minha antiga escola eu era uma das meninas mais populares, e depois da morte da minha mãe eu nem fazia questão de existir.

– Certo, então a gente se ver por aí!

– Ah claro... Ei espera você sabe onde tem uma biblioteca comunitária?

– No centro da cidade.

– Obrigada.

– De nada. Tchau.

– Tchau!

Eu saí pelas ruas da pequena Hogsmeade a procura de um ponto de ônibus, é essa é minha vida andar de ônibus pela cidade.

(...)

Trinta minutos depois eu estava em frente a um grande prédio de tijolos vermelhos, em cima da porta dupla branca tinha uma grande placa escrito “Biblioteca Comunitária” eu agarrei a minha bolsa e entrei, até que estava bem agitada para o verão. Afinal essa era a época de viajar.

– Tudo bem querida?

A bibliotecária disse assim que eu me aproximei. Eu sorri e me debrucei no balcão.

– Sim, eu queria saber se vocês tem alguma reportagem entre os anos 70 e 80?

– Temos alguns.

– Pode me mostrar?

– Claro. Por aqui.

Eu a seguir pelos grandes corredores cheio de livros, a mulher loira parou de repente e pegou um livro de seus braços e colocou na estante.

– A senhora sabe alguma coisa sobre os Potter?

– Os Potter?

– Sim!

– Bem a família Potter é uma família muito antiga, viveu nessa cidade durante 100 anos.

– Viveu?Como assim viveu?Eles não moram mais aqui?

– Pelo que eu ainda saiba só tem alguns integrantes da família Potter por aqui.

– Quem?

– Charlus Potter e o seu filho James.

– Filho?

– Sim. O menino sofreu um acidente de carro há alguns meses, passou nos noticiários locais.

– Ah eu não sabia... Sou nova na cidade!

Ela parou em frente a umas prateleiras cheia de jornais, desde 1958 até aquele ano.

– Aqui está querida.

– Desculpe perguntar, mais a senhora sabe algo sobre James Potter. Não o filho de Charlus Potter, um James Potter bem mais antigo.

– O irmão de Charlus?

– O irmão de Charlus se chamava James?

– Sim, ele fugiu com a empregada quando tinha 17 anos.

– Fugiu com a empregada?

– Sim. Ele era um garoto bem problemático, depois que a mãe se casou com Anthony Moscovitz o menino piorou, arrumava encrencas e sempre ia preso. A mãe já estava ficando maluca com as atitudes do filho. E então James fugiu com Christine Van Der Lance, isso acabou com Elisabeth, ela ficou muito ruim da cabeça e aí eles tiveram que se mudar, foi um ultraje na época. Bem para mim o único filho que era certo naquela família era Charlus.

– Nossa isso é que é uma grande história.

– Sim.

– Mais a senhora tem certeza que James fugiu mesmo com essa tal Christine?

– Sim é o que dizem os jornais.

– Nossa, mil vezes nossa!

Eu a encarei boquiaberta James fugiu com a empregada?A fala sério! Agora eu tinha mesmo certeza que James Potter não tinha fugido, talvez aquela Christine tenha o matado e enterrado no quintal, ri nervosamente.

– Obrigada pelas informações.

– É só isso?

– Só estava curiosa, afinal to morando na antiga casa dos Potter.

– Oh que bom aquela casa ficou abandonada por anos!

– É... A senhora sabe por acaso onde James Potter estudou?

– No Hogwarts High School, é a única escola da cidade. Era um castelo antes de se tornar uma escola.

– Ok, muito obrigada.

– De nada querida!

Eu puxei o casaco mais para mim, de repente um frio tomou conta do meu corpo. James foi assassinado, ele não fugiu eu tinha certeza disso. Tudo começava a fazer sentindo. Por isso que ele ainda estava ali, por que achavam que ele fugiu com a empregada, sendo que ele estava ali. Morto. Meus olhos se encheram de lágrimas só de imaginar quanto tempo ele esteve ali sozinho. Eu caminhava rapidamente pelas ruas de Hogsmeade a procura de um shopping, eu tinha que me distrair.