Acordei e encarei o teto. Não estava acreditando. James tinha conseguido uma forma de se comunicar comigo pelos sonhos. E ele disse que logo estaríamos juntos. Não pude evitar sorrir. Me levantei. Havia 3 dias que eu não ia para a escola, ou comia, ou conversava com alguém. Marlene tinha vindo me visitar assim que soube dos esqueletos no meu porão. Eu me recusava a falar com as pessoas, só sabia ficar deitada chorando e encarando o teto. Mais dessa vez eu tinha prometido.

Caminhei para o banheiro e tomei uma ducha quente, fui até o closet e escolhi uma roupa e vesti. Peguei minha bolsa e saí.

Assim que meu pai e Petúnia me viram no final da escada eles se levantaram.

- Lily você está bem? – Meu pai foi o primeiro a perguntar.

- Sim.

- Vai para escola? - Dessa vez foi Petúnia.

- Vou! – Caminhei até a mesa e me sentei. Petúnia me encararava.

- O que foi?

- Você está sem preto. Quer dizer, mais ou menos. – Sorri. Minha touca e meu cachecol eram pretos.

- É eu estou. – Ela sorriu e voltou a tomar seu café. Assim que terminei saí correndo para o ponto de ônibus. Não tinha ninguém ali. Estranhei. Naturalmente Marlene e Sirius estavam discutindo e Dorcas e Remus se agarrando. Fiquei esperando o ônibus e uns 5 minutos depois ele chegou. Nada de nenhum deles.

(...)

Era notável que eles não tinham ido. Afinal não encontrei com nenhum deles. Assim que as aulas acabaram caminhei para a clareira. Poderia ficar lá até o sol se por e foi isso que eu fiz.

Terminei minhas lições um pouco antes do sol se por e lá fui eu caminhando de volta para casa. Cheguei na hora do jantar.

- Ah aí está você.

- Oi Petúnia.

- Oi.

- Como está o seu bebê?

- Bem... Por quê?

- Por nada, só estou perguntando. – Ela sorriu e se aproximou.

- Lily... Eu... Eu achei isso nas coisas da mamãe. – Ela me entregou um colar. Tinha um coração trançado e era sustentado por uma corrente fina de prata. Mamãe amava aquele colar, era o preferido dela.

- É lindo.

- Achei que combinaria com você. Afinal, você é toda ela.

- Obrigada! - Eu sorri para ela e a abracei, papai passava pela porta.

- Ah, as minhas filhas lindas. – Ele veio até nos e nos abraçou.

- Ah... Pai está nos apertando.

- Desculpe. – Rimos.

- E então... Vamos jantar?

- Vamos por que eu estou morrendo de fome! – Papai disse batendo na barriga. Meu celular tocou. – Lily, você sabe que não pode atender o celular enquanto estamos jantando.

- Mais pode ser importante, pode ser sobre os meus amigos. – Ele suspirou derrotado. Peguei o celular e apertei send.

- Alô?

- LILICA VOCÊ NÃO SABE DAS NOVAS!

- Lene para de gritar você parece uma...

- O JAMES ACORDOU!

- ... Louca. – Parei de respirar por alguns segundos. – Como?

- Ele acordou essa manhã por isso não fomos para a escola!Isso não é demais? – Meus olhos se encheram de lágrimas.

- Sim é.

- Você está bem Lily?

- Aham.

- Quer que eu passe ai amanhã?

- Não precisa. Eu vou de ônibus.

- Ah. Tudo bem então. Tenho que ir a enfermeira ta berrando comigo aqui.

- Tá tchau.

- Tchau! – Desliguei o telefone e fiquei encarando o nada por alguns segundo. Já não estava mais com fome. Me levantei.

- Lily?O que houve?

- O meu amigo acordou.

- E isso não é... Bom?

- É. É muito bom. Vou subir estou com um pouco de dor de cabeça.

- Tudo bem. – Subi correndo e assim que entrei no meu quarto me joguei na minha cama chorando.

Como que ele queria que eu agüentasse se ele me fazia tanta falta?Eu não conseguia viver sem ele. Essa era verdade.

Meu queixo tremia enquanto as lágrimas rolavam pelo meu rosto.

(...)

Acordei com o despertador berrado no meu ouvido, se eu pudesse jogava ele do outro lado do quarto e ficava dormindo até o mundo acabar.

- LILY ACORDA OU VAI SE ATRASAR. – Petúnia gritou lá dos cafundós de Judá. Me levantei e fui caminhando que nem um zumbi para o banheiro. Fiz minha higiene e coloquei uma roupa apresentável, peguei minha bolsa e desci.

- Oi.

- Nossa sua cara tá péssima.

- É eu sei. -  Disse indo para a porta.

- Não vai comer?

- Não to com fome. – Disse indo para a porta. Caminhei lentamente até o ponto de ônibus e assim que me viu Lene correu se jogando em cima de mim.

- LILICA QUE SAUDADE. COMO VOCÊ TÁ?

- Com sono, com preguiça e com fome.

- Credo, que animo em?!

- Pois é.

- Tenho ótimas noticiais, James vai ganhar alta na semana que vem. – Eu fingi entusiasmo.

- Nossa que demais!

- Aham!

- Hey Lily! – Disse Dorcas sorrindo.

- Oi Dorcs, tudo bem?

- Aham e você?

- Bem.

- Olha o buzão! – Disse Lene animada, revirei os olhos.

- E cadê os meninos? – Eu sabia que estava sentindo falta de alguém.

- Estão no hospital.

- Aah.

(...)

O sinal bateu e eu me levante assustada, não acredito que eu tinha dormido na aula.

- Eeeh a dorminhoca acordou!

- Não enche! – Peguei minha bolsa.

- Bem tenho que ir para o hospital, você vem Lily?

- Não posso. Tenho que fazer umas coisas. – Não era verdade, eu só não queria ver o James delas e lembrar do meu James.

- Então, nos vemos amanhã?

- Ah tá. – Elas foram para um lado e eu para o outro. Caminhei para a clareira. Aquela lugar tinha sido tão importante para mim. Me trazia tantas lembranças.