Crossfire escrita por Jones, isa


Capítulo 9
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Aqui estamos depois de um hiatus imenso envolvendo provas finais da faculdade + férias.
Esperamos que vocês tenham aproveitado o fim/inicio de ano :) e - é claro - que ainda estejam dispostos a acompanharem a historinha haha
Gostaríamos também de agradecer pela paciencia, reviews e carinho. E deixar registrado nosso 'muito obrigada' a Milena pela gentileza de ter recomendado a fanfic.



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Então era sábado e não importava a origem suspeita do bilhete que a levara até ali. Astoria tinha certeza que poderia dançar sapateado em homenagem à vista privilegiada que teria do jogo se não estivesse tão concentrada em aliviar a ansiedade atacando o pringles sem pudor.

Se Harry não fosse tão politicamente correto e tão diferente do biótipo pelo qual ela se sentia atraída, se lembraria de lhe tascar um beijo de agradecimento na primeira oportunidade que tivesse, ainda que no fundo – ou não tão fundo assim - soubesse que o detetive nunca teria conseguido comprar aquilo tão em cima da hora, mesmo com aqueles olhos melancólicos de menino órfão. Entretanto, antes acreditar nisso do que na possível realidade inconveniente.

Ao menos até a ‘realidade inconveniente’ propriamente dita se sentar ao seu lado.

Suspirando, ela tentou se consolar pensando que poderia lidar com aquilo. Que assistir ao jogo sozinha, desfrutando de nada mais do que sua própria companhia, desfalcaria o equilíbrio cósmico do universo: seria bom demais para ser verdade.

– Greengrass. – Draco cumprimentou, reprimindo muito mal um sorrisinho.

– E ai. – Ela não se importou em ser educada. Ou terminar de comer para responder. Quanto mais rápido ele esquecesse que ela existia, melhor seria.

– Boa escolha de assento. – Comentou, fazendo-a estreitar os olhos.

– Você acha, é? – Bem, agora era definitivo. Não fora Harry quem lhe comprara o bilhete.

– Acho. – Astoria meneou a cabeça, perguntando-se se alguma vez na vida conheceria outro ego que de tão grande era quase palpável.

– Hm. – Ela tornou a comer batatas.

Draco ofereceu refrigerante e ela tentou não pensar na coincidência que era ser justamente o que ela gostava. Mantendo o orgulho, negou. Malfoy não se importou de verdade. Aquela seria uma boa noite e ele descobrira isso no exato minuto em que colocara os olhos nela com a camisa do Manchester que, apesar de folgada, não escondia o que Astoria tinha de melhor.

Alem do mais, era divertido observá-la. Astoria colocava o cabelo para trás da orelha numa frequência assustadora e foi em uma das milhares de vezes que ela levantou o braço para alimentar a mania que ele descobriu a tatuagem discreta – um caduceu - no pulso esquerdo.

Por algum motivo irracional, aquilo lhe pareceu absurdamente sexy. Draco deduzira muitas coisas em relação aquele corpo desde o dia em que o vira pela primeira vez, mas a tatuagem era uma surpresa agradável para ser incluída posteriormente nos seus devaneios deturpados.

– Você sabe, esses são os assentos que eu e meu pai ocupamos na primeira vez que estive aqui, há dez anos atrás. – Fosse qual fosse sua intenção ao dizer isso, atraiu o olhar de Astoria. Ela nunca poderia dizer quando ele estava mentindo ou falando a verdade e essa era uma das principais razões para se irritar tão facilmente.

Aprumando-se, ela apontou para um lugar aleatório na arquibanda.

– Você sabe, aquele é o lugar onde eu perdi a virgindade, há dez anos atrás. – E assim ela também conseguiu a atenção dele.

– Verdade?

– Não. – Astoria encolheu os ombros. – Mas poderia ser. E nesse caso, seria tão ou mais comovente que a sua história. – Draco sorriu e balançou a cabeça, olhando para baixo por um instante.

– Tudo bem. Você venceu. Eu nunca assisti a um jogo com meu pai.

– Por quê? Elegantes demais para esses passatempos mundanos? – Draco não fazia a menor ideia do motivo para ela ter um diabo de sorriso torto tão bonito.

– Esse é um assunto que trataremos no nosso terceiro encontro. – Decidiu.

– Sem chance – Astoria riu. – Eu agradeço a cortesia Malfoy, mas eu não pretendo sair com você.

– No entanto, eventualmente você irá. – Ela quis ser grossa como de costume, mas havia algo no ambiente e na maneira como ele tinha convicção daquilo que a divertia mais do que irritava.

– É o que você acha?

– É o que eu acho.

– Eu devo temer estar falando com meu futuro sequestrador?

– Um pouco. – Brincou. – Mas eu não acho que você tenha medo de alguma coisa na vida, Greengrass.

– Você sabe mesmo fazer isso, não é? – Ela analisou. – Os elogios certos, o lugar ideal, a conversa casual, o charme...

– Charme? – Ele a interrompeu, sorrindo e desconcertando-a.

– Você me entendeu. – Disse, nervosa.

– Felizmente. – Ele lhe lançou um olhar de esguelha e um sorriso de lobo antes de voltar os olhos para o campo.

Astoria sentiu o impulso de se explicar, e constatar isso era terrível. Ela nunca se explicava. Nunca. Para ninguém. Trabalhara duro para alcançar esse nível e imposição, tanto no núcleo familiar quanto no profissional e então surgia Draco em toda sua arrogância e pompa, desorganizando seus pensamentos e fazendo com que ela não se sentisse tão firme quanto sabia que era.

Malfoy era a síntese do que ela gostava de catalogar como encrenca.

Ainda assim – teve que admitir ao fim da noite – se mostrara uma companhia agradável. Ele a vira xingar como um caminhoneiro a cada passe perigoso do time adversário e a ajudara nos insultos. Vibrara com ela nos gols e soltava comentários divertidos que faziam com que ela relaxasse um pouco nos momentos mais tensos da partida.

Provavelmente por isso ela o beijou no ultimo gol marcado pelo seu time, já nos momentos finais do segundo tempo. Consolou-se pensando que mais tarde poderia fingir que fora a excitação e adrenalina do momento, mas até essa falsa segurança lhe foi tirada no momento em que percebeu que beijar era outra coisa que o maldito sabia fazer bem.

– Ok. – Ela tentou raciocinar enquanto respirava fundo, logo após soltar o cara para recuperar o fôlego. – Isso é uma droga, mas... – Ela franziu o cenho, como se estivesse tendo dificuldade em aceitar alguma constatação recente. – Na sua casa ou na minha? – Disse por fim.

Draco nem tentou dissimular o sorriso.

– Não. Não sorria. Ou eu mudo de ideia. – Ele rapidamente fechou a cara. – Melhor assim. – Suspirou, se perguntando se a atração que sentia por aquele ser humano detestável era efeito do LSD que experimentará aos 16. Ela esperava que sim. Qualquer coisa a ter que admitir que iria de livre e espontânea vontade para a cama com Draco Malfoy.

Ele estendeu a mão para ela, a qual ela negou com o resto de dignidade que ainda julgava ter, ultrapassando-o e andando na frente dele a passos firmes e rápidos.

– E eu fico por cima. – Astoria sentenciou.

Ela morava em um apartamento pequeno, num prédio que provavelmente era dele. Havia um molde de esqueleto – como esses que existem em todos os laboratórios de ciências – perto do cabideiro de guardar casacos. Ele usava sombreiro e Astoria havia desenhado um mustache embaixo da cavidade nasal.

O nome dele era Hombre, porque, segundo ela, a sonoridade era engraçada. Draco nunca achara graça em esqueletos ou na língua espanhola, até aquele instante. Ele pôs o casaco sob o cabideiro e observou o resto da sala: havia uma placa de cerveja luminosa brilhando na parede lateral e uma estante de livros torta que só não despencava graças a um grosso livro de anatomia que estava sendo utilizado como base. Uma bancada era tudo o que dividia o ambiente da cozinha, onde havia uma infinidade de post-its de cores diferentes grudados na porta da geladeira.

Isso sim – ele percebeu - era uma coisa inédita. De todas as casas onde ele eventualmente já dormira – e tinha orgulho de dizer que essa era uma lista grande – aquela era a primeira que lhe chamara a atenção a ponto de fazê-lo notar detalhes. Draco não conhecia Astoria o suficiente, mas achava que tudo ali combinava com ela. Não fazia a menor ideia de que relevância isso tinha afinal de contas; no entanto, sentia-se confortável. Sabia que poderia passar algum tempo apenas observando o lugar, mas então a Dra. Greengrass – que não tinha o menor interesse em analisar a própria casa, por motivos óbvios – tirou a roupa, agraciando-o com uma das visões mais bonitas que ele obtivera em vida e impedindo-o de divagar sobre qualquer outra coisa.

– A história dele bate com os registros oficiais. Exceto a parte da conspiração de Pettigrew, naturalmente. – Gina entregou a cópia de sua pesquisa para Harry, antes de servir café para o irmão. Geralmente não era solicita assim, mas Ronald parecia verdadeiramente abalado com toda a história de Sirius, o que era completamente compreensível.

– E então? – Ele perguntou, depois de tomar um gole desejando que fosse outro tipo de bebida.

Harry encolheu os ombros.

– Você acredita nele. – Ron constatou ao analisar o parceiro.

– Não importa o que eu acredito. – Naturalmente importava, mas aquele não era o foco da discussão. Ao menos, não deveria ser: - Só de te por a par disso, já estou colocando o seu na reta, Ronald. Se quiser se reportar ao nosso superior ou assinar a requisição para que eu me afaste do caso, eu...

– Mas que papo é esse, Harry? – Ron fez uma careta. – Nós estamos juntos nessa. É claro que um prisioneiro para esconder a essa altura do campeonato não é exatamente o sonho de consumo de um tira em sã consciência, mas é o que temos para hoje.

Gina sorriu, mas tratou de recompor-se rapidamente.

– Talvez Hermione possa ajudar. – Harry coçou a cabeça, indeciso sobre que atitude tomar. – Sabe, se apresentarmos a versão dele diante do tribunal, talvez ela possa livrar a cara de Sirius, ao menos para que...

– Harry. – Gina interrompeu. – Nem o melhor advogado do mundo e, eu suspeito que esse cargo pertença mesmo a Srta. Granger, conseguiria anular o rastro de suspeita que um caso assim levantaria. O homem é um fugitivo, para todos os fins. Mesmo que ela conseguisse os trâmites legais para colocá-lo em liberdade condicional e monitorado por uma tornozeleira, isso demoraria meses. Possivelmente mais tempo do que dispomos.

– Gin está certa. – Ron teve que admitir. – Se vamos ficar com ele, isso precisará ser feito as escuras.

– Seu padrinho vai precisar de disfarces e um bom lugar para ficar. – Gina acrescentou.

Harry ponderou e assentiu.

Odiava a ideia de saber exatamente onde conseguiria tais coisas para Sirius.

Draco acordou com uma maravilhosa sensação de cansaço, e sentia-se orgulhoso do motivo para tê-lo. A vida parecia irritantemente bonita, como alguma propaganda de televisão excessivamente feliz. Ele jogou o celular que o acordara na parede, desejando que ele tivesse uma boa passagem para o céu dos eletrônicos. Seus braços procuraram o corpo de Astoria de uma maneira quase instintiva e ao não encontrarem nada, ele finalmente abriu os olhos de frustração.

O ventilador continuava bambo no teto e havia roupas suas espalhadas nos mesmos lugares em que Greengrass e ele haviam jogado na noite passada, mas dela... Bem, apenas o cheiro.

Praguejando, passou a mão pela testa e foi assim que descobriu o post-it que ela grudara entre suas sobrancelhas:

O café acabou. Talvez tenha panquecas. Quando sair deixe a chave embaixo do tapete. Passe bem. (Ou não, tanto faz).

Astoria.

Sentiu algo diferente na boca do estomago e não soube como reagir à sensação nova. Sentiu a patética vontade de se sentar e aguardar que ela voltasse para casa – porque ela faria isso em algum momento - apenas para dizê-la que isso não se faz e que ninguém deveria deixar Draco apenas com um bilhete na testa.

Quis ligar para dizer que ela ainda imploraria pela presença dele, ao mesmo tempo em que seu cérebro trabalhava furiosamente para resolver a grande questão que era o porquê de ela não estar se rastejando aos pés dele. Draco nunca precisara de esforços para conquistar quem quer que fosse...

O que o fez se lembrar de que normalmente era ele quem fugia de manhã cedo e não deixava nem um bilhete.

Talvez estivesse em vantagem.

Ele coçou o queixo pensativo, ignorando o aperto de ansiedade por não ter a menor ideia de como se livrar da iminente sensação de insegurança.

Se ele se aproximasse o pouquinho que fosse dela novamente, as algemas não a segurariam. O cheiro de pobre suburbano que ele exalava a incomodava mais que a pose incorreta dos ombros e a total falta de classe. O que mais poderia esperar estando em uma delegacia de polícia?

– Eu exijo que você me liberte. – Ela disse com a pose arrogante assim que entraram os detetives. – E onde estão os inúteis dos meus advogados?

– A senhora não está em condições de exigir, Madame Lestrange. – Detetive Weasley disse, com um sorriso soberbo nos lábios. – Afinal é a senhora que está algemada, não eu.

– Ah, mas quando eu sair daqui... Você sabe quem sou eu, não sabe? – Ela perguntou, estreitando os olhos.

– Sei, a senhora não me deixa esquecer. – Ron fez careta. – Eu também sei que a senhora vai mover fundos para tirar sua bunda rica daqui, mas enquanto você está aqui...

– Eu não falo nada sem a presença dos meus advogados. – Cruzaria os braços se pudesse.

– A senhora também já disse isso... Está se repetindo e isso é um tanto quanto entediante. – Ronald disse, fazendo careta de tédio. – De qualquer maneira, eu não vim aqui fazer perguntas, vim na verdade te dar uma notícia.

– Não acredito que haja algo que você diga que possa me interessar. – Ela falou, em um tom raivoso, cuspindo as palavras.

– Que rude, senhora Lestrange, achei que nossa amizade estava evoluindo. – Ele sorriu. – Mas é assunto familiar... Sabe quem fugiu da prisão? Você não vai adivinhar, mas está em todos os jornais... Seu primo, Sirius Black!

– Eu não tenho familiares com esse nome. – Ela disse, incomodada, e em um tom de voz mais baixo que o habitual.

– Mas nos meus registros constam que vocês são primos. Existem coisas que o dinheiro não apaga, senhora Lestrange. Como o sangue e laços familiares... – Ron sorriu.

– Eu te mostro em dois tempos como apaga. – Ela voltou a cuspir as palavras. – E como eu disse, a notícia não me interessou.

– Talvez essa te interesse... – Ron sorriu, de costas. Estava na hora de jogar sujo. – Te disseram que, ontem à tarde, Tom M. Borgins veio prestar depoimento? A gente descobriu a ligação dele com algumas organizações e que o nome dele é Tom Marvolo Riddle... Muitas coisas, na verdade, e ele nos contou muitas outras.

– Verdade? – Ela tentou agir despreocupada. – Outro assunto que não me traz interesse.

– Com base no depoimento dele, acredito que a senhora tenha algo para me contar. – Ron jogou verde. – É uma chance de se safar, senhora Lestrange.

– Eu não tenho nada para te contar. – Ela disse, mascarando o nervosismo com a arrogância.

– Então não vai fazer mal se eu trouxer seu marido para depor, talvez possamos conversar sobre sua amizade com Tom... – Ron disse, se levantando da cadeira que na qual tinha acabado de se sentar.

– Eu tenho uma ideia melhor... Por que você não fica longe de mim, do Tom, do meu marido e do meu cassino? – Disse com a raiva crescente. – Na verdade, eu não me responsabilizo com o que pode acontecer com você se você simplesmente não esquecer o assunto...

– Será que eu devo acrescentar essa ameaça a sua ficha, senhora Lestrange?

– Sabe o que você deveria acrescentar? – Ela disse com um sorriso sádico, levantando-se da mesa e cuspindo no rosto de Ron.

– Desacato. – Ele fez careta enquanto secava o rosto com a manga do casaco. – Pode deixar. Nada como mais alguns dias na companhia adorável da senhora.

Sorriu para o rosto enfezado dela enquanto saia da sala de interrogatórios.

– Eu não acho que vamos conseguir arrancar nada dela. Aliás, estamos nos metendo em outra jurisdição. – Ron ergueu as sobrancelhas para Harry. – Eu não tenho mais favores para cobrar ao Robinson.

– Talvez a gente nem precise... – Harry olhou além de Ron, com o ar reflexivo. – Você deduziu que ela tinha um caso com Tom Marvolo, lá dentro?

– Mais ou menos isso... Ela fica um tanto defensiva quando falo do cara. – Ron encolheu os ombros.

– Eu não sei exatamente o que a gente tem que procurar, mas eu estou apostando que ela tem o que a gente procura. – Harry falou, coçando o cabelo. – Ela disse: fica longe de mim, do Tom, do meu marido e do meu cassino. Você nunca disse nada sobre o cassino dela... E ela trouxe isso a tona.

– Ela é doida Harry, eu nem sei porque a gente leva algo que ela diz em consideração. – Ron bufou. – Ela cuspiu na minha cara.

– E você demonstrou grande autocontrole! – Harry riu.

– Demonstrei, não é verdade? – Ron empertigou-se, arrumando o casaco. – Eu já posso ser o policial mau.

– Não é pra tanto, Ronald, não é pra tanto. – Harry falou, com uma careta. – De qualquer maneira, temos que descobrir o que procurar, mas o meu chute é o cassino.

– Onde deve ter pelo menos duas dúzias de seguranças armados que não temem distintivos e sua cara de malvado. – Ron girou os olhos. – Precisamos de um plano.

– Isso, precisamos de um plano. – Seguiram para o estacionamento.

– Precisamos também falar sobre Gina...

– Precisamos? O que? Por quê? – Harry franziu o cenho e cruzou os braços, inquieto.

– Relaxe, Harry, eu só ia te perguntar se ela está te incomodando demais... – Ron sorriu. – Eu hein, não é como se eu fosse te repreender porque vocês estão tendo um caso.

– C-c-como? – Harry perguntou, entrando no carro.

– Preciso de um carona até o nosso departamento... Deixei meu carro lá. – Ron disse, casualmente. – E por Deus, Harry, o que aconteceu com a cor do seu rosto, quer que eu dirija?

– Não. Não... Eu estou bem. – Engoliu seco. – Ela não está me incomodando, sua irmã, quero dizer... Ela está conseguindo ajudar, da maneira dela...

– Ela pode ser bem irritante ás vezes... Mas é uma boa garota. – Ron falou, olhando para frente. – Ela é durona e teimosa, mas é minha irmã. E eu detestaria vê-la machucada... Ainda mais nesse caso que ela está se metendo.

A cada palavra de Ron, maior o nó na garganta de Harry ficava. Por isso sorriu amarelo e continuou dirigindo o carro, esperando que a ambiguidade das palavras do amigo não quisesse dizer nada, apenas a preocupação de um irmão sobre a irmã que resolveu se enfiar em um caso policial perigoso – não em um caso com um policial perigoso. E essa perspectiva não o ajudou a se sentir melhor na verdade.

– A boa notícia é que Gina sabe se virar bem, e a cabeça de certo prisioneiro e um taco de beisebol podem confirmar a história. – Harry falou, antes de deixar Ron no departamento de homicídios. – Acho que ficaremos bem no fim dessa história.

– Eu espero que sim. – Ron disse de maneira sombria. Antes que eles pudessem se separar, o celular de Harry apitou. – Draco? – Deduziu e o parceiro assentiu com a cabeça.

Ele está em segurança. – Harry murmurou, referindo-se ao padrinho, que agora se encontrava em alguma propriedade privada e extremamente segura do único amigo que tinha recurso, tempo e vontade de jogar na cara de Potter o quanto podia fazer o que quisesse: Malfoy.

Ron bem que quis, mas não pôde conter um suspiro de alivio. Em síntese, aquilo significava menos um comprimido para dor de cabeça a noite.

– É, acho que ficaremos bem no fim dessa história. – Repetiu, tentando se convencer disso.


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Notas finais do capítulo

Uma observação aleatória sobre a fic: Abbie e eu imaginamos a atriz Kat Dennings como nossa Astoria



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