Crossfire escrita por Jones, isa


Capítulo 22
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

[Nota - Abbie] Hey pessoal!
Normalmente quem faz as notas e se comunica com as pessoas é a Lu, então não é muito comum ver uma nota ou recado meu, simplesmente por ela ser melhor nesse lance que eu.
Crossfire foi um projeto que pensamos juntas lá atrás no ano de 2012, já tínhamos vindo de algumas parcerias que a gente considerou sucesso, principalmente pelo fato de nos divertirmos tanto enquanto escrevíamos, que foi o caso de Resistance, por exemplo - nossa primeira parceria lá em 2011. Assim como qualquer projeto nosso, esse fez parte de nossas vidas desde antes de 10 de setembro que foi quando postamos o prólogo, e nós tivemos visões parecidas, ideias complementares e uma excitação além do comum em trazer essa história para vocês.
Algumas pessoas acompanharam o grande hiatus que a história teve e eu quero mais uma vez pedir desculpas por isso, porque enquanto ficwriter isso me incomodou muito, mas como pessoa, foi uma pausa necessária, uma vez que a Lu não é apenas minha parceira de fics, mas minha melhor amiga e quando isso não ia bem, eu acho que a nossa história não iria bem do mesmo jeito. São anos de amizade e 4 anos de parceria e eu acho que eu não conseguiria fazer isso de escrever - não desse jeito complementar - com mais ninguém. (Tá virando declaração de amor, eu sei, sou pisciana).
Então eu vim aqui agradecer às pessoas que me mandaram mensagens privadas, perguntas no ask e que continuaram com a gente mesmo depois desse tempo todo. E é com genuína emoção que entregamos Crossfire, depois de tardes regadas a Sandy e Jr. e noites viradas escrevendo e nos divertindo, como sempre será!
Espero vocês em outros projetos!
Obrigada!


[Nota - Lu] Terminar Crossfire foi uma das coisas mais árduas que já fiz como ficwriter, como pessoa. Não me refiro apenas ao ato de escrever, mas à todo o contexto que permeou essa história durante esses três anos de pausas e progressos. Cross sempre exigiu de mim e da Abbie, e não acho que quando começamos essa história tínhamos alguma pista de tudo que nos aconteceria até aqui. É bem parecido com o caminho dos nossos próprios personagens. Nós trilhamos junto com eles a Jornada do Herói: as tretas, as crises, as rupturas, as superações. Crossfire tem a ver com a nossa amizade, com nosso crescimento pessoal (como pessoas e como aspirantes a escritoras), tem a ver com a nossa maior afinidade, com nossa teimosia, com nossa preguiça, com nossa vontade de continuar, com a paixão louca e descontrolada que temos tanto pela escrita quanto pelo universo de Harry Potter. Por essa razão ficamos emocionadas em entregá-la pronta para vocês que a receberam com tanto carinho. Obrigada.



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Desde que decidiram morar juntos a mais ou menos um ano, das manhãs preguiçosas de domingo aos dias em que viravam as noites vidrados em trabalho, podiam afirmar que eram felizes. Todos seus convidados que tiveram paciência de dirigir da Londres cinzenta ao subúrbio ensolarado naquele churrasco na tarde de domingo poderiam confirmar o fato.

Harry sentia-se especial por poder estar rodeado de amigos. Observava enquanto Tonks embalava em seus braços um sonolento moleque com meses de vida que podia chamar de afilhado, sendo velada não tão longe dali por um super-protetor Lupin que discutia algo engraçado com Ronald, enquanto tomavam suas cervejas. Também era quase divertido ver o rosto esforçado de Hermione que tentava discutir leis ambientais com a sempre utópica Luna, enquanto Gina apenas girava os olhos e fazia Astoria se sentar ao lado dela.

Astoria achava esquisito se misturar com grupinhos. Nunca tivera um e achava que eles eram demasiadamente complicados para seus gostos simples, porém havia algo de engraçado em ouvir Gina pedir para Luna parar de comer cogumelos estragados e prestar atenção e escutar, enquanto Luna rebatia dizendo que a única vez que tinha comido “cogumelos” fora Gina que oferecera, e, sendo assim, o que o noivo policial dela pensaria?

Ao mesmo tempo, Neville insistia em ajudar Harry na churrasqueira, talvez para escapar de Draco que se mantinha o mais distante possível, pois não queria que seu cabelo cheirasse a fumaça. O loiro, aliás, mesmo que sem escutar sobre o que os outros diziam, sorria para o rosto – raramente – sorridente de Astoria, lembrando-se do tempo em que passaria longe de um churrasco no campo com aquele monte de gente que não se importava.

De longe Harry e Ronald trocaram um olhar de cumplicidade. Ao contrário de Malfoy, viveriam por dias como aquele.

– Se continuar encarando as pessoas dessa maneira vai acabar queimando os hambúrgueres, detetive. – Gina o surpreendeu roubando a espátula de suas mãos. – Deixe que eu viro as salsichas, vá entreter nossos convidados com histórias entediantes da polícia.

– Nah. – Ele fez uma careta para esconder os olhos brilhantes. – Estou bem aqui. Aliás, seu documentário já vai começar.

– Verdade. – Ela disse, puxando o pulso do namorado para encarar seu relógio. – Acho que seria uma boa ideia colocar a televisão no jardim.

Ele concordou com a cabeça, enquanto ela nervosamente levava as unhas à boca. Puxando-a mais para perto a abraçou e selou os lábios aos dela, sussurrando um “eu te amo” audível o suficiente para acalmá-la. Abraçados ali, viram Ronald fingir vômito e Harry decidiu afastar-se da namorada para ajuda-lo a mover a TV da sala até ali.

Aproveitando a deixa, Hermione aproximou-se da cunhada.

– Como se sente? – Hermione a analisou.

Nesse último ano as duas tinham se tornado muito amigas, em parte pela falta de amigos de Hermione (cujo círculo de amizade resumia-se basicamente a Harry), em parte por serem forçadas a uma convivência e por fim porque Gina realmente gostava de implicar com a natural falta de hobbies ou qualquer coisa além de livros da pessoa mais nerd que conhecera depois de Neville.

Funcionava.

– Ansiosa. – Gina ponderou, trocando o peso de uma perna para a outra. – Com vontade de entornar todo um estoque de tequila em um só gole. Bem.

– Isso não me parece muito saudável. – Hermione comentou, pensando em uma maneira de tranquiliza-la. – Tenho a crença de que ficou excelente!

– Obrigada. – Gina evitou girar os olhos, Hermione tinha boas intenções. Ela só não tinha tanta certeza de que estava excelente e depositou um pouco de pressão nos ombros de Gina.

Desde que Voldemort morrera e as coisas pareceram se resolver, aquele grupo de amigos debateu muito o fato de que algo ainda parecia injusto: Sirius Black ainda ser tachado como um criminoso. Existia uma variedade de coisas que ainda seriam difíceis de ser explicadas, como o fato de que Malfoy oferecera asilo a um fugitivo, ou que os detetives estavam cientes do paradeiro do homem e ainda assim não notificarem a polícia, além de seu corpo misteriosamente aparecer com resultados de um exame balístico comprovando que Bellatriz Lestrange o matou.

Gina fora a pessoa que conseguira contornar tudo isso com um roteiro bem escrito e provas substanciais, e lançara a ideia de um documentário sobre o homem que fora taxado como um dos maiores criminosos de Azkaban, e morreu como herói.

Com ajuda de Lupin, imagens antigas, gravações e depoimentos, dirigiu e produziu (com auxílio dos produtores executivos de uma das maiores emissoras de TV do Reino Unido) o primeiro documentário de sua vida. Justamente o documentário que representava maior importância na vida dos amigos e principalmente na do namorado que esperava trazer justiça àqueles que conheceram Sirius Black, àqueles que acreditavam nele e, sobretudo, àqueles que o amavam.

Isso a fez pensar que talvez devesse dizer algo para diminuir a expectativa das pessoas. Estava orgulhosa e confiante em seu trabalho, era verdade, mas todos olhavam para ela como se ela fosse a responsável pelo futuro da humanidade, e isso a deixava desconfortável.

Quando a TV foi instalada no caramanchão bonito que era cercado por folhas e flores trepadeiras (que o próprio Harry construíra, tentando fazer uma replica do que existia na casa dos pais) e todos se instalaram confortavelmente nos bancos de madeira estofados com almofadões, Gina ignorou o enjoo estomacal e tomou seu lugar, segurando a mão de Potter.

Todos permaneceram em um silencio solene enquanto aguardavam o documentário começar e, uma vez que isso aconteceu, continuaram mudos, atentos à tela, cada um absorvendo e filtrando todas as emoções que surgiam ao longo dos minutos que se seguiam. Era difícil não se lembrar do caso. Difícil não se lembrar de tudo que haviam vivido e que, direta ou indiretamente havia conduzido todos eles para aquele momento.

Estavam tão absortos em seus próprios pensamentos que quando o documentário acabou e Harry desligou o aparelho, continuaram do mesmo modo, sentados nas mesmas posições, encarando os próprios reflexos na televisão.

Pouco a pouco, eles voltaram a interagir. Um sorriso orgulhoso aqui, o choro de bebe ali, a necessidade de cuidar da churrasqueira... Havia uma sensação coletiva de que eles estavam emergindo de volta à realidade, agora com um aspecto novo: uma iminente sensação de plenitude e de paz.

Naquele jardim, o mundo passou a pulsar mais lento, mais vivo.

Havia cadencia nas coisas e nas pessoas.

Gina não sabia ainda, mas descobriria em breve que estava grávida de seu primeiro filho. Em um ano, Hermione e Ron estariam morando juntos. Em dois, Astoria finalmente aceitaria se casar com Draco. Luna e Neville passariam uma temporada viajando pela América do Sul. Ted teria uma vida maravilhosa pela frente, mesmo com a perda dos pais num trágico acidente de carro dali a quatro anos. Tonks e Remo seriam satisfeitos com a vida durante todo o restante de tempo que ainda disporiam dela.

Havia uma infinidade de coisas maravilhosas e outras terríveis pela frente.

Eles estavam bem com isso.

Preparados.

E, principalmente, juntos para todo tipo de fogo cruzado.


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