Pequena Travessa escrita por Arline


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Hey! Como estão? Espero que bem!
Acabei de escrever e perdoem qualquer erro. o capítulo não está engraçado também, mas espero que gostem.
Alissa e Amanda, obrigada pelas recomendações! Adorei! A quem comenta, meu muito obrigada também! Fique mega feliz com os quase trinta comentários do cap anterior!
Perdão pela formatação... Não é culpa minha não! Eu juro!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/267025/chapter/9

CAPÍTULO 9

O Jasper alto pediu que entrássemos e quase perguntei se ele havia perdido algo dentro do casaco de Alice, uma vez que seus olhos não saíam de dentro do decote dela. Se bem que a baixinha estava com os braços bem juntos, querendo que os seios parecessem maiores... Ela estava gostando daquilo e eu tinha muita coisa com o que me preocupar...


A irmã gêmea da Bella pediu licença e se retirou, dizendo que logo voltaria. Eu não estava entendo muito bem tudo aquilo; queria que me explicassem tudo de uma vez... Mas parecia que me deixar no escuro era mais engraçado! E eu sabia que havia perdido alguma coisa, só não tinha me dado conta do que era...


Alice estava muito mais interessada em rir de alguma coisa que o Jasper alto falava e os dois estavam em um canto da sala, completamente alheios a mim. Claro... O irmão que se lasque! E eu acreditei quando ela disse que me daria apoio...


— Ô amigo, você é dentista? — perguntei apenas pra puxar assunto mesmo, eu estava me sentido forever alone naquela sala.

— Não, eu não sou...

— Alice, recolha seus dentes e mostre seus peitos. É nisso que ele está interessado...


Minha irmã quase se escondeu sob o sofá, mas não era mentira aquilo. Se o cara não era dentista, não se interessaria pelos dentes dela, certo? Assim, não havia motivos pra ela mostrá-los daquela forma. Mas, antes que mais alguma coisa pudesse ser dita, a irmã gêmea de Bella voltou à sala e pediu que nos deixassem sozinhos. Eu não estava gostando de seu tom sério demais...


Alice grudou as mãos nas costas do Jasper alto e seguiram pra fora da casa — eu realmente não queria saber o que eles fariam lá —, enquanto a irmã de Bella sentou-se de frente pra mim, me olhando de uma forma estranha, como se estivesse pedindo desculpas com os olhos.


— Edward, eu sinto muito por tudo isso, pela confusão que causei... Mas o seu Jasper não existe, e não há irmã gêmea. Sempre fui eu. Desde a primeira vez.


Pisquei algumas vezes, tentando entender aquilo. Não podia ser verdade!


— Eu precisava de um emprego e quando fiquei sabendo da vaga em sua empresa, achei que finalmente havia conseguido, mas seu pai me disse que você não queria uma assistente, que tinha que ser um homem...

— Espera! Meu pai sempre soube disso? Ele compactuou com essa palhaçada e me deixou acreditar que eu havia me tornado gay? Todo mundo sabia disso?

— Não jogue a merda da culpa pra cima de outras pessoas! Eu sou a culpada e você também! Eu tive a ideia de me vestir de homem, eu pedi ao seu pai que me ajudasse, mesmo ele dizendo que não seria uma boa ideia e que tudo poderia acabar mal.


Eu levantei, completamente puto com aquilo. Cachorra!


— A culpa é minha então? Claro que é! Eu fui culpado por ter aceitado a sugestão de meu pai, eu fui culpado por confiar em você!

— Edward, eu tentei te mostrar a verdade de várias formas, mas parece que você nunca quis acreditar nessa merda toda! Eu deixei a droga do telefone na empresa porque eu sabia que você viria até aqui, eu tentei me aproximar de você sendo Isabella, mas sua atenção era toda do “Jasper”! Eu te beijei, mesmo você estando com um bafo desgraçado, mas fui expulsa daquela porcaria de quarto.

— Me contasse a verdade, Isabella! Dissesse que precisava trabalhar! Todos vocês brincaram com meus sentimentos, com minha cabeça... Eu sei que sou meio idiota, retardado e tudo mais, mas deve ter um pouco de inteligência aqui dentro!


Isabella enfiou as mãos pelos cabelos, puxando os fios e eu queria que ela sentisse muita dor! Cachorra, cachorra, cachorra!


— Realmente não justifica, mas eu precisava, Edward... Você já passou necessidade alguma vez? Já teve que vender tudo o que tinha pra cuidar da sua mãe, tendo perdido seu pai e com um monte de dívidas? Eu nem sei se mês que vem continuaremos nessa casa! Eu nem sei se teremos o que comer em duas semanas! Sinto muito se o magoei e o enganei, essa nunca foi minha intenção, mas...

— Sente?! — a interrompi e quase pude sentir seu corpo estremecer com o susto — Quer mesmo que eu acredite nessa palhaçada de não ter o que comer? Quer mesmo que eu acredite que ficará na rua? Não! Você estava se divertindo esse tempo todo! Você estava gostando de me fazer de idiota!


Ela não gostou muito de ouvir aquilo e veio em minha direção, puxando minha mão e me levando até a cozinha. A cachorra tinha uma força do cão! Fui deixado ali, no meio daquele lugar, enquanto ela abria todos os armários que sua altura alcançava e a geladeira. Não havia mesmo muita comida ali, mas aquilo não era justificativa pra ter feito o que fez! Em seguida, ela saiu pisando duro e ouvi alguns barulhos de coisas caindo e ela xingando. Dane-se! Que uma gaveta caísse bem no seu pé e a deixasse manca!


Alguns papéis praticamente voaram em minha cara e os peguei, notando se tratar de faturas de hospitais, hipotecas, execuções bancárias e tantas outras contas atrasadas.


— Está aí! Você acha mesmo que eu gosto de machucar as pessoas por simples diversão? Você acha que acordei um dia e decidi que te enganar seria a piada do século e fiz tudo isso? Não, Edward! Eu tentei uma vaga por mim mesma, mas fui completamente ignorada por ser mulher!


Até me senti mal por aquilo. Sua situação não era mesmo boa e ao que parecia, a tendência era piorar muito... A verdade era que eu não havia me interessado em perguntar muita coisa e só me interessei por “ele”. Se eu tivesse perguntado... Mas mesmo assim, ela havia me enganado! Todos eles.


— Eu não sei se minha mãe vai melhorar algum dia, se vai sair do mundo que criou em sua mente, mas eu tentei ajudá-la e sinto muito mesmo que tenha sido dessa forma. Me desculpe.


Sacudi a cabeça, tentando clarear os pensamentos, mas não deu resultado. Eu não conseguiria desculpá-la, por mais que aquilo ficasse me atormentando a vida inteira. Deixei os papéis sobre o balcão e me afastei, seguindo para a sala novamente. Eu queria sair dali, ir pra longe e pensar. Quando coloquei a mão na maçaneta, ela me chamou e caí na besteira de me virar pra encará-la.


— Você pode me odiar pra sempre, mas eu te amo. De verdade.


Aquilo sim era a piada do século! Ela me amava... Tive vontade de gargalhar, mas acabei me segurando.


Do lado de fora, Alice estava agarrada ao Jasper alto e eu mal sabia quem era quem. Minha irmã era boa com essa coisa de apoiar aos outros...


— Alice, devolva a língua dele e vamos embora! — meu grito fez com que eles se assustassem e a baixinha caiu no chão, batendo a bunda em um monte de folhas molhadas e nojentas.


Parecendo a Ninja Jiraya, Alice deu um salto do chão, parando bem na minha frente, os olhos baixos e uma expressão um tanto culpada. Claro... Enquanto eu descobria que a melhor parte da minha vida não passou de uma mentira, ela estava lá, engolindo a língua do irmão da traidora!


Dando um “tchauzinho” que significava um “te pego depois”, o Jasper alto meio que empurrou Alice pra perto de mim, dizendo que ia ver como a irmã estava. Ele não precisava fazer isso; a traidora estava ótima! E eu estava com bastante raiva acumulada... Aquilo ia dar merda. Ia sim.


Antes que minha irmã abrisse a boca, eu a mandei se calar e entrar no carro, nada do que me dissesse mudaria o que eu sentia naquele momento. Eu estava com raiva sim, mas nem era totalmente direcionada à Isabella ou a qualquer pessoa de minha família; era raiva de mim mesmo, por ter sido tão idiota! Rose estava certa todo o tempo, e eu não acreditei nela, gritei e quase a ofendi.


O grito de Alice me fez despertar e acertar o carro na estrada, ele meio que saiu bastante do rumo no qual estávamos e tinha uma árvore bem no caminho... Aquilo não seria legal não... Meu carro teria perda total e eu gostava muito dele. As mãos pequenas de minha irmã se misturaram às minhas e ela meio que jogou o carro para o acostamento, me fazendo parar. No segundo seguinte, ela estava me abraçando, enquanto eu chorava mais do que poderia me lembrar de já ter chorado algum dia.


— Por que todo mundo me enganou, Alice? Até você!


Seus braços me apertaram mais e eu sabia que ela ficaria com nojo quando visse o que meu nariz deixou por ali, mas era pouco! Muito pouco... Ela também me enganou!


— Ninguém te enganou... Todos nós tentamos te contar que a Bella era o Jasper, mas você nunca quis nos ouvir e tínhamos que deixá-lo descobrir sozinho. O papai foi quem mais tentou, ele me disse isso.


Fechei meus olhos, tentando me recordar, tentando entender. Meu pai realmente havia falado comigo em algum dia, havia dito que era pra eu não me iludir com Jasper, que ele não era quem eu pensava e que aquela história não daria certo, mas eu gritei com ele... Eu disse que estava feliz e que ninguém conseguiria mudar o que eu sentia.


Minha mãe disse que ficaria feliz por mim, se isso não acarretasse em problemas maiores futuramente. Pediu que eu fosse atrás de Bella ou Jasper e tentasse conversar, porque eu acabaria mal com tudo aquilo... E eu pensando que aquilo era um preconceito mal disfarçado!


Eu realmente não quis ver o que estava diante do meu nariz! Eu não quis acreditar que meu Jasper não existia... Eu não quis acreditar!


— Vamos pra casa, sim? Você toma um banho e descansa um pouco.


Acabei concordando com Alice e troquei de lugar com ela, deixando meu precioso carro em suas mãos. Eu não me arriscaria a dirigir do jeito que eu estava; tão confuso e com lágrimas nos olhos.


Ao chegarmos, ignorei meus pais que me chamavam, querendo saber o que havia acontecido na casa de Jasper. Eu não conseguiria olhar na cara deles e dizer que estavam certos aquele tempo todo, que eu era um idiota por não ter conseguido ver o que estava diante de meus olhos.


Deixei que a água quente caísse bastante tempo sobre minha cabeça — pena que não seria o suficiente pra cozinhar meu cérebro — e tentei deixar tudo aquilo enterrado em um canto qualquer de minha mente, mas não dava. As palavras de Bella ainda soavam em meus ouvidos, ela dizendo que me amava... Mas eu não a amava; eu amava ao Jasper, ou o que quer que aquilo fosse.


Ao voltar ao quarto, minha mãe estava ali, sentada em minha cama e com uma expressão nada boa; ela parecia triste e eu não gostava de vê-la assim. Segui em sua direção e me joguei em seus braços, querendo esquecer tudo aquilo.


— A senhora veio dizer que me avisou? — minha voz saiu baixa.

— Não, meu amor. Eu só quero saber como você está.

— Como a senhora acha que eu estou? Eu fui enganado! E por pessoas que pensei que me amavam...


Ela deu um jeito e me virou — aquela coisa de ser Jiraya devia ser de família... — apertando meu rosto entre suas mãos.


— Você mesmo se enganou, meu amor. Lembra-se uma conversa que tivemos, quando eu te perguntei o motivo de não querer saber mais das moças com quem saía antes? — assenti com um aceno — Você me disse que queria uma pessoa calma, que não fosse interesseira e que te amasse de verdade. Lembra-se?

— Sim, mãe! Eu me lembro! Mas o que a senhora quer dizer com isso?

— Que você viu isso em Bella. Quando ela apareceu na empresa vestida de homem e se mostrou eficiente, você passou a vê-la com outros olhos... Ela não era mais uma mulher que estava tentando se jogar em sua cama, não era mais uma que chorava por tudo, que reclamava de tudo. Mesmo sabendo que o Jasper não era Jasper, você quis vê-lo assim. Aquela figura se tornou a pessoa ideal pra você.


Bem, minha mãe estava louca! Eu não fiz isso! Eu sabia sim, que havia algo diferente em Jasper, mas daí a querer projetar um ideal em uma pessoa que sequer existia... Não mesmo!


— Me deixe sozinho, ok?


E ela me deixou... E todas as pessoas da minha família. Por dias e mais dias... Eu não queria saber de nada daquilo, não queria saber de Bella, Jasper, de coração doendo... Eu só queria ficar sozinho, sem pensar em mais nada. Só que isso não foi possível.


Cada vez que eu fechava os olhos, eu pensava em Bella, em tudo aquilo e no quanto eu fui mesmo um idiota por não ter aceitado a verdade desde o primeiro momento. Os sonhos, minha mente querendo me mostrar que Jasper não existia, que era Bella o tempo todo... Os olhos, o cheiro, o rosto... Eu só não queria aceitar que uma mulher poderia ser tão boa assistente, que uma mulher não estava dando em cima de mim, que não estava interessada em meu dinheiro. Eu não queria aceitar que Bella era diferente das outras.


E uma coisa ainda me incomodava: eu amava ao Jasper. Isso não mudara. E então, como seria? Eu não poderia tê-lo, ele não existia!


Deixando um pouco do meu orgulho de lado, eu decidi o que fazer. Todos me achariam um louco — eu mesmo me achava um —, mas era o certo a se fazer. Por mim, por minha sanidade e pelo amor que eu sentia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acham de uns dois capítulos a mais?