Pequena Travessa escrita por Arline


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Missão dada é missão cumprida! Cá estou com o capítulo, como prometi na semana passada.
Pessoas lindas, muito, muito obrigada pelos mais de 30 comentários no cap anterior. Vocês foram excepcionais e me encheram de alegria.
Esse capítulo não está lá muita coisa, me perdoem por isso. E a fic está chegando ao fim! Só mais dois. Mas ainda dá tempo pra comentar e, quem sabe, deixar uma recomendação... *-*
Leitoras novas, sejam bem vindas!
bjus



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CAPÍTULO 8





Sábado chegou com um piscar de olhos e eu consegui deixar de lado as coisas que Rose havia dito em meu escritório; ela não sabia o que eu sentia por Jasper, como me sentia bem perto dele e como eu estava feliz. E eu não era um idiota, como ela havia dito. Não, eu não era... É claro que antes de conseguir deixar suas asneiras de lado, eu fiz uma pesquisa e descobri que Jasper Swan era mesmo homem. Um homem muito estranho, mas era!



Logo no café da manhã, a família já estava reunida e foi bom pra que Rosalie e Alice pudessem se conhecer melhor; uma vez que minha irmã viera apenas para o casamento, indo embora logo no dia seguinte e Rose não fez nenhuma visita antes do aniversário de minha mãe. Viraram melhores amigas de infância pra sempre.



A hora dos presentes foi repleta de choro e emoção — por parte da minha mãe, claro —. Demos a ela coisas que lhe agradavam de verdade, não coisas dadas apenas por ter que dar. Eu dei a ela uma viagem de quinze dias à Paris e meu pai não ficou muito satisfeito... As compras seriam pagas com seu cartão. Sabendo que nossa mãe amava qualquer coisa relacionada à arte e que ela já havia feitos cursos livres, Alice deu uma inscrição em um curso de restauração em Paris... E meu pai quase chorou com isso.



A cada presente, minha mãe chorava e ria, dizendo que estávamos querendo matá-la. Emmett, sendo o mais irreverente, deu uma espécie de kit sedução e eu vi minha mãe ficar alegrinha com aquilo... Rosalie não sabia o que era e quase morreu de vergonha.



— Não fique assim, querida. Eu adorei o presente. Seu sogro ainda é um homem muito... Ativo, por assim dizer. — disse minha mãe e eu vi meu pai ficar completamente sem graça — Até que não será tão ruim assim algemá-lo e usar esse chicotinho. Carlisle, eu vou lhe usar, meu amor!



Eu caí na gargalhada, vendo a cara insatisfeita que meu pai fazia. Eu só queria que eles me avisassem o dia da tortura... Tinha que ser filmado aquilo.



Ainda com os presentes, Rosalie lhe deu um quadro de um artista de rua, feito a carvão, e minha mãe já queria arrumar um lugar pra pendurar. Ela realmente gostava dessas coisas. Mas meu pai tinha que ter toda a atenção, claro... Afinal, quem ia deixar um Aston Martin V8 Vantage Roadster em segundo plano, não é? Minha mãe deixou! Foi muito mais engraçado ver a cara de decepção que meu pai fez ao ver minha mãe muito empolgada com o quadro. Ela queria até conhecer o tal artista!



— Querido, não fique assim... Eu amei o carro, mas você sabe como eu gosto de arte e esse quadro é maravilhoso!

— Não seja por isso... Quer arte? Eu mando fazer um monte de rabiscos no carro!



Nós gargalhamos e meu pai ficou muito puto.



— E depois eu mando emoldurar e penduro na parede? — minha mãe seguiu com a provocação e nós ríamos de tudo aquilo.



Maria e Kate, que trabalhavam em casa, também deram presentes à minha mãe, embora tivessem ficado muito envergonhadas. E era assim todos os anos, desde que eu me entendia por gente.



Passamos boa parte da manhã jogando conversa fora, mas após o almoço, as donzelas se retiraram dizendo que teriam que ficar lindas para a festa. E nem seria festa! Um jantar para amigos mais próximos e um bolo. Mas é como eu digo: para mulheres, até o ato de cortar o cabelo vira uma super comemoração. Por isso eu gostava do meu Jasper... Vivia com aquele pano na cabeça e não se importava com moda. Não mesmo... Aquelas roupas eram medonhas! E eu tinha que começar a trabalhar nisso o quanto antes... Ele não reclamaria se eu lhe desse alguns presentinhos.



Já passava das sete da noite e a casa já estava bem movimentada. Alguns amigos andavam pra lá e pra cá, outros falavam de negócios, minha tia Charlotte sorria muito pra mim e eu olhava para o relógio, tendo a certeza de que a qualquer momento, “uma boa moça apareceria”.



— Querido! Quero lhe apresentar Lilith. — eu não disse? E aquilo não era nome de um demônio do Supernatural? — Ela é sobrinha do John.



Eu sorri, completamente sem graça. Olhei em volta, procurando alguém pra me salvar, mas o cachorro do meu irmão estava rindo e Alice... Também. Só me restava rezar e pedir que os irmãos Winchester aparecessem... Por Deus! Quando minha tia entenderia que eu não precisava daquele tipo de coisa? Mas eu tive que falar com a mulher... Enrolei por meia hora e dei um jeito de escapar.



Encontrei Rosalie e Alice cochichando no bar, e quando me viram, começaram a rir. Duas caras de pau.



— E aí? Vai virar um caçador de demônios agora? — perguntou Rose, gargalhando.

— Minha tia ainda vai me colocar numa enrascada. Escutem o que eu estou dizendo.

— Jasper não vem?

— Acho que não. Ele é muito na dele, Rose.

— É sim...



Eu notei uma pontada de “você é um lerdo e está perdendo alguma coisa”, mas não dei importância alguma. Rosalie não conseguiria acabar com a minha felicidade. Não conseguiria mesmo! Claro que eu o queria ali e apresentá-lo a todos, mas não poderia forçá-lo a seguir meu ritmo afoito; quando ele se sentisse mais confortável com a nossa relação, eu o apresentaria ao restante da minha família e iria até sua casa, falar com sua mãe. Eu só esperava que a depressão pela qual ela estava passando não piorasse... Renée poderia não ser uma mãe tão legal e mente aberta quanto a minha... E o pai... Jasper que me perdoasse, mas ainda bem que meu sogro estava ao lado do Pai eterno, zelando por sua família de lá, bem longe do meu companheiro e do meu lindo pescocinho.



Meu pescoço... Jasper gostava bastante daquela parte do meu corpo — fora meu companheiro, claro. — Só de me lembrar das mordidas que ele me dava, meu corpo inteiro arrepiava... Boca boa aquela... Ah, como era! Eu jamais poderia imaginar que um homem seria tão bom com a boca. Mas Jasper era.



E eu fiquei ali, tentando me esconder das loucuras da minha tia e de qualquer outra “boa moça” que pudesse surgir.



Liguei pro Jasper, mas seu celular chamou até cair na caixa postal. Esperei meia hora e liguei outra vez. Caixa postal. Mais meia hora e nada. Comecei a ficar preocupado. Ele não desligaria o telefone apenas pra fugir de ir à festa. Mas não havia muita coisa que eu pudesse fazer. Bem, havia. A garrafa de whisky ainda estava pela metade e a noite ainda estava começando...



— Eu acho bom que você vá discretamente até a cozinha e tome um café bem forte e sem açúcar. — Alice estava quase rosnando em meu ouvido.

— Já vou. — eu nem sabia pra onde...

— Agora! — ela gritou. Bem, era melhor eu ir...



Assim que me viu, Kate me bateu com um pano de prato e eu nem sabia o porquê estava apanhando! Bater em bêbado é covardia.



Nem precisei falar nada; Kate me estendeu uma xícara fumegante e eu sabia que o gosto não estaria nada bom, mas... Eu bebi e quase coloquei tudo pra fora. Se eu quisesse me matar aos poucos, era só tomar aquilo todo dia.



— Me mata logo Kate. — falei e ela me olhou torto.



Passei algum tempo na cozinha e quando senti que estava bem, voltei à sala. E bem na hora que o jantar seria servido; nada muito formal.



As pessoas falavam quase ao mesmo tempo e havia algo me incomodando. Não, não era o burburinho. Era como se eu soubesse que algo ruim estava acontecendo, mas sem saber o que era; nada poderia ser feito.



Não muito tempo depois, foi a hora do bolo. E eu passei vergonha... Minha mãe tinha que fazer seu pedido em voz alta e dizer que o que mais desejava era me ver casado? Claro que a tal Lilith se animou... Se eu me casasse com ela, eu precisaria da Super Nanny do inferno... Porque, sem dúvidas, meus filhos seriam verdadeiros demônios...



Balancei a cabeça tentando dispersar aqueles pensamentos. Nem morto!



Quando os dois últimos convidados se foram — entendam por John e Lilith —, eu me despedi de todos e fui direto para meu quarto, levando a garrafa de whisky comigo. Se eu não ia sair, queria pelo menos ver meu quarto girar. Sim, eu ainda era um futuro alcoólatra. Jasper não estava comigo e eu precisava de algo pra me fazer dormir.



Tomei um banho, me enrolei em uma toalha e liguei mais uma vez pro Jasper. Nada. Bem, no dia seguinte eu iria até sua casa.



Encostei-me à cabeceira da cama, peguei um livro e deixei a garrafa entre minhas pernas. Quando eu começasse a confundir as letras, seria a hora de dormir.



Meia hora depois e eu ainda estava lendo, chorando por conta dos dramas do Sparks. Ele não sabia que a felicidade existia? Alguém sempre tinha que morrer, sofrer, chorar... Deprimente! Como Alice conseguia ler aquilo e ser uma pessoa feliz? Se eu lesse mais um livro dele, me mataria. Coisa triste... E não combinava com meu momento. Não existia pessoa mais feliz do que eu.



Bebi mais um pouco, comecei a ver uma miniatura de avião balançando e achei melhor dormir antes que algum acidente acontecesse; um desastre aéreo dentro do próprio quarto não seria nada bom... Nada bom mesmo! Eu tinha que estar bem inteiro pra ver meu pequeno estranho e beijar muito aquela boca preciosa — claro; nenhuma mulher havia feito aquelas maravilhas...



Fiquei em meu quarto a maior parte da manhã; tentando manter meu estômago e meu fígado no lugar. Na hora do almoço eu já me sentia um pouco melhor — coloquei metade da festa pra fora e quase que meu fígado vai junto. Beber não era legal — e vi que Jasper não havia retornado nenhuma de minhas ligações ou mensagens. Será que ele já estava cansado de mim? Será que havia saído e encontrou outra pessoa? Não, ele não era assim! Não poderia ser! Talvez aquela Isabella fosse uma sem vergonha, mas não o meu Jasper. Ele me amava! Ele disse que me amava e que queria passar a vida ao meu lado... E eu acreditava nele.



— Querido, o que está acontecendo? — minha mãe sempre seria estranha e notaria tudo — Você parece meio nervoso ou ansioso.

— Estou bem. É só o Jasper que não retornou minhas ligações nem minhas mensagens. Vou até a casa dele daqui a pouco.



Todos os outros trocaram olhares entre si, me deixando de fora daquela troca secreta de informações. Eu queria brincar também!



— Não é melhor deixá-lo respirar um pouco? Você meio que tem monopolizado o rapaz... Isso enjoa. Dê espaço a ele.



Meu pai era bem sincero. Mais ainda quando ninguém lhe pedia opinião. E eu não sufocava ninguém! Só queria passar um pouco do meu tempo livre com a pessoa que eu amava e que me amava também, mesmo eu sendo um tanto idiota às vezes.



— Eu vou com você, Ed. Vai ser legal andar por Forks outra vez.



Sorri pra Alice, agradecendo por ela ser a única a me apoiar.



— Eu também iria, mas hoje é meu dia fértil e eu tenho que fazer coisas pra tentar engravidar, se é que me entendem.

— Bem, eu acho que não convidei ninguém. — falei e Rose revirou os olhos — A festa foi ontem e não me lembro de Jasper ter dito algo sobre uma festa em sua casa hoje. Quanto a engravidar, Rosalie, eu acho que Emmett não é tão bom assim em acertar o alvo... Tantos anos tentando e nada... Das duas uma: ou ele é ruim de mira ou Deus é mesmo muito melhor do que a gente pensa e está nos agraciando com apenas um imbecil na família.



Ok, eu peguei pesado com o que falei, mas Rose estava mesmo me tirando do sério! Ela não era assim, nunca foi de se meter em minha vida, mas agora... Tudo quanto se falava era motivo pra alguma alfinetada, alguma piadinha... Eu não aguentava aquilo não.



— Alice, se quiser ir, a hora é essa. — falei, me levantando e quase derrubando a cadeira.



Minha irmã largou sua sobremesa — ela estava firmemente agarrada à colher, quase matando um por mais um pedaço de torta — e veio correndo atrás de mim. Me deu vontade de rir. Alice era tão pequena e irritante... Seria facilmente comparada a um filhote chato de poodle. Ainda mais por estar arfando e batendo em minhas costas com a ponta dos dedos, pedindo que eu a esperasse.



— Cara, eu estou fora de forma... Me senti um cachorro atrás do dono... Vá de vagar, Ed.



Eu gargalhei. Se ela soubesse que era justamente aquilo que eu estava pensando...



Minha cabeça já maquinava inúmeras formas de falar com Jasper sem soar chato e psicótico. Se ele me mandasse embora, eu não sabia mesmo que seria de mim. Talvez eu jamais me recuperasse... Eu poderia me arrepender de tudo e virar padre. Sim, era uma boa saída.



Quando cheguei, fiquei parado um pouco distante, tentando notar alguma movimentação. Alice me ajudava ficando quieta e se preocupando com suas unhas postiças. Oh, se ela soubesse que eu sabia, eu nem queria saber o que seria de mim...



— Vamos lá! Estou com você, Ed. Vamos ver o que aconteceu ao Jasper.



Era daquilo que eu precisava! Apoio! Se bem que Alice era tão baixinha... Me apoiar nela seria meio complicado. Saí do carro com ela atrás de mim, como se farejasse cada passo que eu dava. Meu nervosismo era grande demais e eu parei na porta, tentando ouvir alguma coisa, mas tudo estava no mais absoluto silêncio. Minha irmã tocou a campainha e esperei.



Um homem alto, loiro e de olhos verdes me atendeu. Não gostei dele... Se ele estivesse tentando me tirar meu Jasper, Forks ficaria pequena pra nós dois!



— Boa tarde, sou Edward Cullen. — ele me estendeu a mão e a apertei bem firme — Eu poderia falar com Jasper Swan?

— Pois não. Sou eu mesmo.



Mas que porra estava acontecendo ali? Aquela coisa não era meu Jasper.



— Puta que pariu! Eu sabia que isso ia dar merda, eu sabia, eu sabia... Droga! Oh, merda! Mas que grande porcaria! Tinha que acontecer comigo, tinha sim... Eu mereço passar por esse momento! Cristo Santíssimo, me proteja!



Alice era a única que blasfemava tanto assim... Chamava o nome de Cristo e xingava... E ninguém me respondeu que porra estava acontecendo ali! Aquele não era meu Jasper! Não tinha como ser.



— Quem tocou a... Puta que pariu! Edward!



Meu Jasper apareceu ali, bem na porta, me olhando assustado. O outro Jasper olhava sem entender nada, assim como eu.



— Você o conhece? — o Jasper alto olhou meu Jasper com curiosidade, perguntando o óbvio! Se ele chamou meu nome, é porque me conhecia!

— Conheço... Ele é meu namorado...

— Puta que pariu! Eu falei que isso ia dar merda... Eu falei!



Sim, ia mesmo!



— Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?



Eles me olharam e eu fiquei ali, com cara de tacho. Que ótimo! Ia demorar muito ainda? Eu não tinha a vida toda não...



— Bem, eu acho melhor deixar vocês sozinhos...

— Eu não acho não... — Alice se meteu, batendo os cílios em excesso pro Jasper alto — Acredite, é melhor ter um adulto por perto.



Eu não era adulto? Meu Jasper não era adulto? O que Alice quis dizer com aquilo? E eu estava nervoso, porra! Ninguém queria me contar o que estava acontecendo naquela merda!



— Edward... — meu Jasper me chamou e eu sorri, sentindo meu coração acelerar — Eu não sou seu Jasper...



E eu vi meu Jasper tirar aquele pano de sua cabeça e os cabelos loiros caindo por suas costas, depois, ele abriu a camisa que vestia e eu não precisei esperar que ele desenrolasse aquela faixa que apertava seus seios — claro, por isso eu nunca havia notado nada...



— Você é irmã gêmea da Isabella!



Todos me olharam, como se não acreditassem no que falei. Elas eram muito parecidas... Mas, porque se fazer passar por homem? Porque ninguém me contou que os irmãos Swan eram três e que Isabella tinha uma irmã gêmea? Porque eu tinha a impressão de que eu estava sendo tirado de idiota por todos eles?



E agora, como eu ficaria sem meu Jasper?


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Notas finais do capítulo

Gente, se a formatação não estiver legal, a culpa é do Nyah!
Pra quem lê Superando, vou tentar postar essa semana agora.