Pequena Travessa escrita por Arline


Capítulo 18
Capítulo 18 - SEGUNDA TEMPORADA


Notas iniciais do capítulo

Oi povo lindo! Olha eu aqui! Vocês estão me vendo? Eu estou vendo vocês!

Notícia: Mais dois capítulos e fim de fic.

Me apontem os erros, ok? Acabei de escrever e não revisei.

Comentários? Alguma recomendação? Eu aceito tudo isso! :)

Bjus e até!



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CAPÍTULO 7


Uma semana. Mais uma semana havia passado desde que Bella decidiu que poderia ser a mulher maravilha. Eu continuava descontente, mas não voltaria atrás; ela teria que entender que não dava pra fazer tudo sozinha. Renée também se manteve firme; ela viu que a filha estava demais em sua vontade de querer ser a “mulher fodástica que não precisa de ninguém pra nada”. Nem conversar adiantou; Bella ignorou a mãe completamente e dispensou sua tentativa de tentar fazer com que sua atitude mudasse.


Bem, eu veria como ela conseguiria levar os três ao médico sem se atrasar, sem esquecer nada... Claro que eu iria, mas em meu carro.


Bella andava de um lado pra outro e já havia pegado o mesmo bebê por três vezes, pra trocar amamentar e trocar a fralda. Eu falei pra não vesti-los iguaizinhos... Eu falei pra colocarmos uma pulseirinha igual a da maternidade... Mas não, Bella sabia de tudo, Bella conhecia-os muito bem e jamais se enganaria. Sei...


E eu estava lá, sentado, apenas observando ao que ela fazia e no quanto ela parecia cansada. As roupas estavam espalhadas pra todo lado, o quarto não estava muito limpo, mas como nenhum bicho nos deu as boas vindas, ainda dava pra viver ali. Os lençóis eu mesmo trocava, pois meus filhos ficavam sobre a cama e não seria saudável, uma vez que eles ainda precisavam se desenvolver mais. As roupinhas deles? Só acumulavam... Bella não estava dando conta de tudo aquilo, era notável, só que sua teimosia e orgulho eram maiores do que qualquer outra coisa.


Ela também teria uma consulta, mas pelo menos com relação à sua saúde ela ouviu a mãe. A maior prejudicada seria ela mesma, e nossos filhos. Porque se Bella morresse, era muito ruim que eu ficaria viúvo pra sempre! Era só passar um ou dois anos e eu arrumaria outra loira doida. Mas, pensando bem, se ela morresse... Bem, se ela morresse, talvez ficasse me atormentando e meu pinto nunca mais funcionasse. Não... Melhor ela se cuidar mesmo. Louco, tudo bem, mas louco e com um pinto inútil... Não mesmo!


Vi quando Bella sentou-se e deixou o rosto entre as mãos, com seus cabelos impedindo que eu a visse direito. Os barulhos estranhos estavam ali; ela estava chorando. Resisti ao impulso de ir até ela e abraçá-la, pois com certeza eu seria xingado ou coisa pior. Não importava a situação; Bella não gostava que ninguém a visse chorando. Ela não gostava de sentir-se ou mostrar-se fraca.


Por quase dez minutos ela ficou ali, chorando, fazendo barulhos estranhos e limpando as nojeiras de seu nariz com as costas da mão. Ela não pegaria meus filhos com aquelas mãos sujas, não ia mesmo! Adultos também fazem coisas nojentas, não eram só os bebês.


A doida veio se arrastando pro meu lado, e eu fingi que não vi quando ela limpou o nariz em minha calça. Aquela ia direto para o lixo! Nem morrendo que eu vestiria algo que teve coisinha verde e saída do nariz de alguém... Nem se fosse dos meus filhos!


— Estou cansada, Edward! — mais um barulho estranho e Bella parecendo um porco fazendo “oinc oinc” — Não estou dando conta de tudo isso.


Vamos lá, Bella! Diga! Você é forte, menina! Coloque pra fora!


Dar um apoio moral não mata, né? Por isso eu estava quietinho, ouvindo a tudo, passando a mão nos cabelos grudentos e esquisitos, e pedindo internamente pra que ela falasse tudo de uma vez. Sério, eu estava com medo de sair um bicho do meio dos cabelos de Bella... Meus dedos ficavam presos nos nós de marinheiro que surgiram ali.


— Eu fui uma idiota esse tempo todo, eu sei. Me desculpe por ter gritado, por ter brigado com você... Não está sendo fácil pra nós, só que você tem se saído muito melhor com essa coisa de ter um filho e eu não queria ficar pra trás.


Ainda não é o que eu quero ouvir, porquinha! E nós não temos um filho; temos três!


— Eu pensei que daria conta, mas vi que não dá.


Fala logo, porra! Diz que precisa de ajuda!


— Eu já pedi desculpas à minha mãe... Você me desculpa também?


Minha sogra não era mesmo confiável! Foi só a filha soltar meia dúzia de lágrimas e ela logo perdoou! Mulher fraca!


— Claro que desculpo, amor.


O quê? Eu durmo com essa mulher, gente! E mesmo que não fôssemos mais transar, eu ia precisar de uma mãozinha de vez em quando...


— Preciso de ajuda, Edward. E eu prometo que não surto mais por causa disso.


Os anjos do Senhor cantando de felicidade! O céu está alegre! Ela falou! A Bella está falando!


— Tudo bem, amor. Eu fico feliz que você tenha reconhecido que não dá pra fazer tudo sozinha. Estou aqui, ok? Se você precisar ou não de mim, eu estarei aqui.

— Obrigada.


E veio aquele olhar meio meigo e Bella levantando, querendo que eu a beijasse. Não me levem a mal, mas ela estava fedendo e com bafo! Assim não dá!


— Eu te amo. Muito. Mas você está fedendo, Bella... Pra virar uma porquinha, falta só uma poça de lama aqui.

— Porquinho é seu orifício circular corrugado localizado na parte ínfero-lombar da região glútea. Filho da mãe.


Ela me deixou ali, sozinho e confuso. Que porra era aquela? Onde estava esse tal de orifício não sei das quantas? Era doença?


(...)


Deixei que Bella tivesse uma folga e dirigi até o consultório onde nossos bebês foram quase virados do lado avesso. Meus moleques estavam crescendo, porra! E estavam ganhando peso. Apesar de tudo, era muito bom saber que eles estavam bem. Eu não sabia e nem queria entender como era possível, mas o pediatra disse que todos eles precisariam de óculos quando fossem maiores; talvez aos cinco ou seis anos. Se já eram lindos sem óculos, com eles então... O que teria de garotinha esticando suas mochilinhas pra eles carregarem... Mas meus filhos não seriam idiotas assim não! Nada disso! Carregar mochilas? Nunca! O plano era fazê-los aprender uns poemas meio idiotas, do tipo “rosas são vermelhas, violetas são azuis” e dar uns catas nas menininhas. Uns beijinhos na hora do intervalo e essas coisas.


Não estava tão frio e Bella quis parar um pouco em uma pracinha, pra que os bebês pudessem começar a interagir mais com o mundo. Eles já podiam ficar na rua por períodos curtos e aquilo me fez muito bem. Eu não queria imaginar como seria se eles não pudessem sair, se tivessem que ficar presos em casa. A parada havia sido planejada por minha esposa porquinha, já que uma manta grossa e grande estava jogada dentro de seu carro igualmente grande. Ainda bem que a gente não transaria nunca mais e não correríamos o risco de ter mais filhos, senão, eu teria que comprar um trailer e passar a morar no quintal. E tudo bem que não tinha nada a ver uma coisa com a outra, mas o trailer me fez lembrar Pequena Miss Sunshine. Tadinha da menina! Só porque era estranha, não ganhou o concurso. Chorei com essa cena, juro.


As cadeirinhas foram posicionadas de frente pra nós, pra que pudéssemos olhar bem aquelas carinhas fofas e que amávamos tanto. Eles eram lindos, não havia o que discutir.


— Que bom que eles estão bem. — Bella disse baixinho, jogando cabelo em minha boca. Ainda bem que estavam lavados agora...

— Claro que estão. Você é uma ótima mãe e eles amam seu leite.


E eu amo seus peitos! Estou doidinho pra apertá-los. Mas sem sexo.


— Quê? Amam meu leite? Que coisa mais tosca de se dizer, Edward.

— Pior seria se eu dissesse que eles gostam de sugar suas tetas.


Ganhei um tapa no braço, e aquilo pareceu alegrar aos bebês, que fizeram um barulhinho engraçado.


Uma mulher veio se aproximando de nós, carregando uma menina no colo. Vinha pergunta idiota, eu tinha certeza disso. A cara que ela fez não deixava dúvidas. Bella apertou meu joelho, como se pedisse que eu me acalmasse e não incorporasse o cavalo xucro. Difícil...


— Ah, que lindos! — o normal até agora... — São trigêmeos? — a pergunta idiota...

— Não. Nós só tivemos um. Os outros dois são Xerox.


Toma! Pergunta idiota! Os meninos eram a cara um do outro... Se até a mãe conseguiu se confundir!


— Se a senhora quiser, eu te dou o número do cara que os copiou.

— O senhor é um grosso! Eu só fiz uma pergunta!

— Ei! Não venha cantar de galinha no meu terreiro não, minha senhora! Só quem grita com meu marido sou eu! E sim, ele é grosso, e com certeza a senhora nunca saberá disso!

— Coitados desses meninos! Com pais assim, terão sorte se não relincharem.


Ah, meu sangue ferveu... Ela ia correr dali em dois tempos! Fale de mim, mas não coloque meus filhos no meio.


Cheguei bem perto da velha, e ouvi Bella resmungando porque a deixei cair de costas sobre a manta. Merda! Ela não podia cair!


— BU! — gritei bem no ouvido da menina, que começou a chorar mais do que meus filhos quando Charlie assumia a liderança da quadrilha.


Bella ria descontroladamente enquanto segurava a barriga. A velha saiu correndo com a menina, nos deixando em paz. Anjos cantando outra vez...


— Amor, você tem que se acostumar a essas perguntas. É uma coisa normal.

— Normal? A mulher vê três crianças idênticas e tem a coragem de perguntar se são trigêmeos? Isso é idiotice, Bella. É o mesmo se eu te perguntar onde você perdeu alguma coisa. Se estiver perdido, é porque você não sabe onde está, não é?


E eu ganhei um beijo por minha inteligência ímpar!


— Você é muito, muito, inteligente! Fiquei espantada com seu raciocínio, sabia? Acho que uma criança de cinco ou seis anos conseguiria pensar o mesmo.


Ignorei aquele comentário maldoso. Bella jamais aceitaria que eu era inteligente. E eu era mesmo. Se a escola desse nota maior que dez, elas seriam minhas, com certeza. E eu sempre fui o primeiro aluno, o orador da classe e tudo mais... Foi a mesma coisa na faculdade, e eu fui o primeiríssimo da turma de Administração. Hum... Será que Bella ficaria chateada se eu dissesse que escolhi a Universidade de Seattle ao invés de Harvard? Eu poderia ter ido pra lá, já que fui super aceito. Mas não seria bom começarmos com aquilo...


— Eu posso parecer bem idiota, mas você me ama.

— É claro que eu te amo. Você acha que eu aturaria as coisas mal cheirosas que você solta no meio da noite se eu não te amasse? — mordi seu ombro, mas de leve... Eu não a machucaria nunca — E eu sei que você me ama também. Obrigada por isso... E pelos bebês.

— Não por isso. E eu odiei ter que te deixar sozinha esses dias todos, mas era a única forma de você ver que precisa de ajuda.

— Sei disso também. Às vezes eu ajo mesmo como uma adolescente idiota, e não como uma mulher casada e mãe de três pequenos lindos e fofos.

— Mas você é uma adolescente idiota. Quem, em sã consciência, se casaria com um cara dez anos mais velho e ainda lhe daria três filhos perfeitos? Só você, doidinha.


Foi minha vez de ganhar uma mordida. Muito canibalismo pro meu gosto...


— Sorte a minha que algumas interesseiras passaram por sua vida e você não se interessou por nenhuma delas.

— Ok! Chega dessa melação toda. Vamos pra casa! Nossos bebês já estão dormindo e entediados, com certeza.

— Cavalo! Eu aqui, sentada nesse chão e sem poder, dizendo que te amo, que você foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida, e sou tratada dessa forma...

— Merda! Merda! Merda! Eu me esqueci de que você não pode. Vamos, eu te ajudo.


Ajudar? Não... Eu carreguei no colo mesmo. Eu era um idiota. Um imbecil. Ela não podia fazer essas coisas ainda! Fiz com que ela jurasse por nossos filhos que me diria se sentisse dor ou coisa parecida.


É... Eu não era um cara normal, minha mulher era menos normal ainda, mas éramos felizes assim. E nos amávamos. Melhor do que isso? Não existe.


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