Pequena Travessa escrita por Arline


Capítulo 16
Capítulo 16 - SEGUNDA TEMPORADA


Notas iniciais do capítulo

Rélou, pipou! Tudo bem com vocês? Espero que sim!


Tia Arline piradona na madruga, gente... Dó de mim!


Eu não achei o capítulo engraçado, mas me digam o que acharam, ok?


Toda a maluquice descrita foi pesquisada, mas é claro que eu tirei a parte "triste" da coisa toda. Espero que tenha ficado bom!

Reviews e recomendações? Mereço? Não?

Bjs e Fui!



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CAPÍTULO 5




Meus dedos doíam. Muito. Bella gritava pra cacete e estava me deixando nervoso já. Há mais de três horas estávamos na sala de parto e nada de meus filhos nascerem; eles só faziam com que Bella chorasse, gritasse e...


— Puta que pariu! Largue meus dedos, Bella. Sério, acabarei por ficar sem eles.
— Dói muito, Edward... Vá atrás de Leah, por favor.


Obviamente eu não iria, uma vez que ela estava na sala, bem do outro lado. A gravidez se estendeu por trinta e nove semanas, duas a mais que o previsto, e como Leah não viu qualquer tipo de problema ou alteração, achou por bem deixar que eles nascessem de parto normal, mudando isso apenas se ocorresse algo no decorrer do processo natural da coisa. Segundo ela, quanto mais perto dos nove meses, melhor.


Sabíamos que eles nasceriam abaixo do peso e que problemas de saúde poderiam ser recorrentes, mas estávamos confiantes de que tudo ficaria bem. Eles também passariam um tempo na incubadora e mais uma vez, Leah foi ótima ao nos esclarecer absolutamente tudo, não omitindo qualquer tipo de informação. Ainda nos assustava saber que poderíamos perder um deles, talvez todos, mas aquela não era mesmo uma possibilidade. Os três nasceriam bem, na medida do possível.


Bella seguia gritando e me deixando mais ansioso. Colocar pra dentro era mesmo mais fácil que colocar pra fora. E eu estava, naquele momento, agradecendo a Deus por Bella ser mulher; um homem jamais conseguiria suportar aquele tanto de dor.


Leah me olhou meio estranho e fez um gesto com a cabeça, indicando que era pra eu me aproximar. Aproveitei o momento em que Bella fechou os olhos e respirou fundo e saí de seu lado, dando uns cinco passos até Leah.


— O que está errado? Tem alguma coisa acontecendo, não tem? — mesmo nervoso e me tremendo de medo, consegui manter minha voz baixa e até calma.
— Acontece que seus filhos são preguiçosos, Edward... Eles não querem nascer de parto normal.


Até senti meu peito doer com a força que fiz pra respirar corretamente. Certo. Nada de errado ou preocupante ocorria.


— Bella está gritando e com dor, mas nem mesmo o soro milagroso fez efeito e não houve qualquer alteração referente à dilatação do útero, então eu terei que fazer uma cesárea. Bella vai me xingar depois, não vai?
— Ah, com certeza! Uma cicatriz não era o esperado... Mas ela vai entender; é por nossos filhos. Agora, seja macho e fale com ela.


Munida de muita falta de confiança, Leah se aproximou da maca onde Bella estava e relatou o que estava acontecendo. Não houve desespero, choro ou qualquer coisa que indicasse que Bella entraria em surto. Coloquei-me do outro lado e peguei sua mão, tentando sorrir.


— Agora será mais rápido; pelo menos você não sentirá dor.
— Isso é bom. — sua fala foi interrompida por mais um longo gemido — E você ficará mais tempo sem sexo.


Não gostei da última parte, mas sabíamos que seria assim. Apesar de todas as minhas implicâncias com Leah, ser médica era mesmo pra ela; seria impossível que qualquer pessoa saísse de seu consultório com uma dúvida sequer. Se ela notasse uma sombra de insegurança, fazia questão de perguntar o que era e explicar novamente, até que todas as informações fossem completamente absorvidas e entendidas. Temores existiriam, era normal, mas estávamos cientes de absolutamente tudo.


Bella foi levada pra sala ao lado e eu saí por um momento, apenas pra avisar à nossa família o que estava acontecendo, mas logo retornei e ouvi um pequeno sermão de Leah, dizendo que eu teria que me lavar outra vez. Me esfreguei tanto que pensei se minha pele não havia ficado no ralo.


— Eu agradeço se você puder ser mais rápido; Bella já recebeu anestesia e seus filhos não poderão esperar mais.


Apenas a voz de Leah chegou até mim e notei um pouquinho de irritação. Não era pra tanto, porém... Quem esperou três horas, aguenta esperar cinco minutos.


A sala estava relativamente silenciosa quando entrei, Bella estava meio estranha, olhando para o teto e rindo para as luzes que estavam em sua cara, dando um ar meio fantasmagórico a tudo. Sério! Pensem numa mulher branca... Agora, imaginem uma luz muito forte na cara dela. Um fantasma com a cara de Bella.


— Você está bem? — perguntei ao me aproximar e pegar sua mão.
— Eu não sinto dor! E as luzes são tão brilhantes! Me sinto uma estrela tendo toda a atenção do holofote.
— Edward, não converse com ela, ok? Parece que a anestesia a deixou um tanto drogada... Que Deus me ajude nisso aqui...


Bem, sendo Bella ali, eu não duvidava de mais nada... E então tudo começou; Leah informou que começaria com os procedimentos e minha mão foi fortemente apertada, mas eu sabia que era apenas medo e ansiedade; o sorriso estranho estava ali, estampando a cara da minha mulher estranha. Talvez ela estivesse pensando no que comeria no dia seguinte ou em como se vestir... Qualquer coisa poderia estar passando por aquela mente anestesiada.


Não muito tempo depois, havia três pessoas chorando naquela sala. Uma coisinha pequena, suja e barulhenta foi colocada sobre o peito de Bella, tornando impossível não chorar. Era meu primeiro pequeno grande garoto que estava ali.


— Olá, Primeiro Bebê! — a voz de Bella saiu doce, me deixando até assustado com tamanho cuidado — Você parece um ratinho molhado, mas é o ratinho mais lindo do mundo! Diga oi para o papai.
— Olá, Primeiro Bebê! É muito bom te conhecer, sabia?


E não pudemos continuar com nosso papo mega inteligente, pois o Primero Bebê foi levado e o outro estava a caminho. A mesma conversa se repetiu, mas eu não me cansaria nunca de vê-los e falar com eles. Eram mesmo muito pequenos e logo foram levados para o primeiro atendimento, me deixando nervoso e olhando pra todos os lados. Se roubassem meu bebê, eu mataria todo mundo ali dentro! O quê? Tem gente que vende crianças, sabia? Ou então, os criam e depois traficam pra Turquia!


Os três pediatras vieram falar comigo, como se eu estivesse muito interessado em olhar pra cara deles! Mas era sobre meus filhos e os ouvi pacientemente, sentindo meu coração apertar quando fiquei sabendo que os três bebês iriam mesmo pra neonatal, nenhum deles chegou a 1, 700 Kg, que seria o ideal para bebês que nasceram prematuramente e com aquele tempo de gestação. Senti um medo desgraçado de que algo pudesse acontecer, mas me garantiram que no geral, todos eles estavam bem, precisando apenas ganhar peso e passar algumas semanas ali. Certo, nem aquilo me acalmou. Fui até onde eles estavam e conferi cada dedinho pequenininho e enrugadinho. Todos perfeitos e lindos.


— Edward, Isabella está aqui também... Apoio seria bom, sabia? — Leah tocou meu ombro, me trazendo de volta à realidade. Outra pessoa estava cuidando de Bella naquele momento.
— Eu sei... Só acho que ela não ouviu que eles ficarão na UTI e não sei como falar pra ela.
— Vocês já sabiam que isso aconteceria; e nem é tão grave, Edward! Eles estão realmente bem e fora de qualquer perigo, precisam apenas ganhar alguns quilos. Vá ficar com sua mulher.
— Obrigado, Leah. Sem você, não sei o que seria da gente.


Ela riu meio de lado e bateu o ombro no meu, me fazendo rir.


— Não venha com cantadas, eu gosto de mulher, seu idiota.


Eu ri um pouco, mas logo me afastei, sentando-me ao lado de Bella e ignorando que tinha gente com a mão lá perto da coisinha. A cabeça estava virada pra mim, e juro que nunca vi aqueles olhos tão brilhantes e verdes. Ela estava mais linda do que nunca.


— Onde eles estão? Quero vê-los mais um pouco! — a voz meio mole chegou a meus ouvidos, me deixando nervoso outra vez — São todos perfeitinhos? Contou os dedinhos?
— Contei, sim. Todos com vinte e um dedos! Perfeitos! — se pudesse, Bella teria me batido — Eles são lindos e perfeitos, não se preocupe. Tiveram que levá-los pra UTI, pois nasceram abaixo do peso, mas creio que os trarão depois.


Em resposta, tive apenas um aceno e os olhos de Bella se fechando, como se ela estivesse exausta. Como nenhum aparelho bipou loucamente e ninguém correu, relaxei na cadeira, notando que ela estava mesmo dormindo. Antes de sair, dei um beijo em Bella, lamentando por ela não estar acordada e não ter escutado quando eu disse que a amava. Não era com frequência que eu dizia aquilo, mas era verdadeiro. Eu amava mesmo aquela maluca e mãe dos meus filhos.


Dar a notícia à minha família não foi muito inteligente; eles gritaram e se abraçaram e começaram a chorar... Fomos expulsos da sala de espera e eu tive que pedir pelo amor de Deus que não chamassem os seguranças para retirá-los dali à força. Todos queriam ver meus pequenos grandes garotos e seguimos até a ala da UTI-neonatal. A sala era grande e diferente de uma UTI normal, havia vidros ali, mas a enfermeira do lado de fora me garantiu que lá dentro o barulho era quase nulo e todas as condições eram adequadas para o bom desenvolvimento dos bebês ali presentes.


A enfermeira informou que não poderíamos entrar, mas veria onde os bebês estavam e faria o possível para que pudéssemos vê-los mesmo de longe. Só por garantia, entreguei meu celular a ela e pedi que tirasse fotos.


— Meu garoto é papai! — Emmett bagunçou meus cabelos e apertou minhas bochechas, me fazendo rir — E os nomes?
— Não escolhemos ainda. Tivemos pouco tempo com eles e não vimos muito os rostinhos... Depois faremos isso.
— Oh, querido! Tenho certeza de que eles estão bem; logo os teremos aqui fora.


Minha mãe me apertou em seus braços e tentou me passar confiança com sua afirmação. Eu acreditava nela.


A enfermeira voltou pouco tempo depois e disse que não dava para vermos os bebês, pois eles estavam mais para o fundo da sala, mas ao me entregar o celular, sorriu e disse que havia umas vinte fotos ali. Claro que eu perguntei como eles estavam, e fiquei feliz por saber que em breve não precisariam mais de ajuda pra respirar, pois os pulmões responderam bem.


Uma rodinha se formou e todos olhavam embasbacados para o celular, vendo as carinhas enrugadinhas deles. Eu poderia babar facilmente ali e não seria vergonha alguma.


— Eles são tão lindinhos! — Rose exclamou, puxando o aparelho pra si — Eu quero um!
— Faça um, minha filha! Meus filhos não são filhotes colocados pra adoção! E eles são lindos pra caralho, ok? Nada de lindinho, fofinho, e coisas com diminutivo.


Meu pai não conseguiu segurar a risada e eu lhe dei um olhar confuso. Qual era a graça ali?


— E nasce a segunda geração de machistas da família! Crie esses meninos direito, ok? Eu não quero, daqui a alguns anos, ter que ver qualquer um deles sofrendo por conta de um homem que não é homem.
— Se aconteceu isso comigo, foi por sua culpa, não? Você também me criou.


Alice se pronunciou pela primeira vez, pedindo que parássemos com aquilo e voltássemos à sala de espera. Eles voltariam, porque eu iria atrás de Bella. Não que ela tivesse ido muito longe... Fui informado sobre o quarto que ela estava e que poderia dormir lá se quisesse, e era claro que eu queria; Renée se dispôs a buscar alguma roupa pra mim e me deu uma dor desgraçada no peito quando lhe entreguei a chave do meu precioso e novo carro. Quer dizer, era de Bella, um carro novinho e grande, com espaço pra todos os bebês e mais pessoas se fosse preciso, mas foi meu dinheiro empregado e o seguro era caro.


Bella ainda estava dormindo e me parecia bem sem aquela luz forte em sua cara, estava até coradinha pra que tinha parido três pequenos. Por mais que gostasse de dormir e ficar deitada, Bella também era muito ativa e estava sempre pela casa, andando de um lado pra outro; seria difícil fazê-la ficar naquela cama por muito tempo.


Uma enfermeira rechonchuda e de bochechas coradas — Carmen era seu nome no crachá — entrou no quarto e sorriu pra mim, me chamando com um gesto amplo feito com as mãos. Me afastei da cama e segui ao seu encontro perto da janela.


— Caso ela queira levantar, aperte o botão pra chamar uma enfermeira, ok? Ela deve permanecer deitada por doze horas, no mínimo, e não pode mesmo levantar sem ajuda.
— Eu posso ajudá-la.
— Não, não pode. Não por agora. Temos o preparo necessário para ajudá-la e o senhor pode acabar por machucá-la na tentativa de ajudar. Partos normais são mais fáceis e mesmo requerendo cuidados, não chega a ser tanto quanto um parto de cesárea. Evite que ela fale ou ria muito, pois pode incomodar e fazê-la sentir dor.
— Tudo bem.
— Ela pode reclamar de frio e tremer bastante, mas não precisa se preocupar, é o efeito da anestesia. Basta pegar dois cobertores que estão no armário e colocar sobre ela. Caso ela tenha acessos de tosse os espirros, coloque um dos travesseiros sobre o corte, isso ajuda um pouco com as dores, e pode nos chamar a qualquer momento, sim?


Que coisa mais maluca! Mulher sofria muito, gente! Além de parir ainda ficava igual inválida depois, dependendo dos outros pra tudo!


— Ah! Os três bebês serão amamentados por ela, nos avise quando ela acordar.
— Eles poderão mesmo vir pra cá? Não precisam ficar muito tempo lá na UTI?


Eu estava feliz pra cacete com aquilo! Meus três bebês poderiam sair daquele lugar! Bella ficaria feliz também.


— Claro que precisam! Mas não há nada melhor que o contato com a mãe e o aleitamento pra que eles cresçam fortes e saudáveis. Eles estão bem, senhor, só precisam mamar muito e ganhar quilinhos!


Certo, eu poderia conviver com aquilo facilmente. Bella também poderia.


— E o que eles estão mamando agora? Eles devem estar com fome, não?
— Temos um bom banco de leite aqui e seus filhos já foram alimentados. Sua esposa, pelo que a doutora Leah informou, estava ciente de que isso poderia acontecer.
— Sim, sim. Eu é que estou mesmo nervoso com tudo isso, sabe? Fico pensando se eles não estão com fome ou frio, se não estão sentindo dor...
— Ah, mas eles estão ótimos! Eu não contei que eles respiram sozinhos? Os pulmões funcionam que é uma beleza!


Mas porque porra ela não tinha me contado isso antes? Quando vi as fotos, imaginei que por um momento a enfermeira tivesse retirado algum tipo de respirador, apenas pra não nos assustar. Eu tinha uma raiva dessas pessoas que escondiam informações...


As horas passavam e nada de Bella acordar, mas garantiram que aconteceria em breve. Renée estava adormecida em uma poltrona e eu já havia tomado banho e comido alguma coisa, mas ainda estava nervoso e acabei por arrastar uma das poltronas pra perto da cama de Bella e segurei sua mão enquanto apoiava minha cabeça no colchão macio. Os dedos gelados se moveram um pouco, apertando os meus, e eu levantei a cabeça imediatamente, encontrando os olhos verdes um tanto desfocados. Sorri, querendo dizer que estava tudo bem.


— Cadê meus filhos? Eu fui atropelada?
— Não, você pariu três bebês! Logo os trarão.
— Minhas pernas, Edward! Eu não sinto minhas pernas!


Bella começou a chorar e eu fiquei nervoso mesmo; todos os botões possíveis foram apertados e em meio segundo umas cinco enfermeiras entraram no quarto, fora Renée, que pulou da poltrona e caiu de bunda no chão.


— Senhora, se acalme. — uma das mulheres falou — O que houve?
— Vocês arrancaram minhas pernas! Eu não vou poder andar! Devolvam!


A tremedeira em seu corpo era assustadora e eu estava quase chorando também, querendo minha Bella só meio maluca de volta.


— Suas pernas estão aqui, senhora. É só o efeito da anestesia, ok? Eu vou ajudá-la a se sentar e a deixarei ver suas pernas, ok?


A mulher, em uma paciência infinita, arrumou Bella na cama da melhor forma possível, mas as dores eram inevitáveis e um ou outro palavrão escapava. Seria difícil fazer com que ela ficasse de boca fechada, era um fato. As cobertas foram um pouco afastadas e Bella enfim se acalmou ao ver suas duas pernas ali.


— Precisamos que se acalme pra que possamos trazer seus bebês. Eles não ficarão bem com a senhora assim.


O sorriso foi enorme e eu garanti que ela estava bem, que aquele era seu normal. Renée saiu, dizendo que aquele era um momento importante demais pra ser dividido com tantas pessoas e eu juro que não me importei nem um pouco com aquilo, eu queria meus filhos ali, perto de mim.


Novamente sozinhos, pedi que Bella ficasse calada e não fizesse esforço, suas respostas eram por meio de sinais e piscadas de olhos. Certo, era um exagero, mas era minha mulher ali! Eu poderia ser exagerado o quanto quisesse. Segundo ela, as dores eram suportáveis e não seria preciso analgésicos por enquanto. Tudo bem. Estava tudo bem. E ficou melhor quando lhe contei sobre nossos pequenos. Ignorando o bafo dos infernos, eu a beijei, deixando bem claro o quanto eu estava feliz e agradecido por ela ter me dado três coisinhas incríveis.


— Eu quero ficar aqui até eles receberem alta, ok? Fale com Leah sobre isso, pois eu não saio daqui sem minhas crias.


Minha resposta foi interrompida pela entrada de três carrinhos engraçados e grandes, com as coisas mais lindas do mundo lá dentro. Apenas a fralda cobria os corpinhos mínimos e eu nem quis mesmo saber o porquê daquilo, o importante mesmo era que eles estavam ali, vivos e perfeitos.


— Mamãe, é hora de amamentar! Eles estão famintos! — aquelas mulheres eram muito animadas mesmo... Claro, elas não pariram três de uma vez! Eu também estava muito feliz e sorridente, e sem um pingo de dor. — Vamos ajudá-la, ok? Pode ser estranho e desconfortável, mas é normal, mãezinha.


Por que as pessoas “saudáveis” tendiam a ficar idiotas quando falavam com alguém em um hospital? Até eu estava entrando na onda dos “inhos”, “inhas” e “zinhos”. Sério, era irritante.


Obviamente eu ficaria ali e me coloquei perto da parede, atrás da cabeça de Bella; eu não perderia nada daquilo. Uma das enfermeiras me olhou e pediu que eu me sentasse novamente e abrisse a camisa; Bella não gostou muito, mas o que a mulher poderia querer com um pai de três bebês? A camisola feia de hospital também foi retirada e os peitões estavam bem ali, chamando minha atenção mais do que nunca. Certo, era um momento sagrado, mas eu ainda era homem e Bella estava com peitos apetitosos. Eu não seria tão hipócrita a ponto de dizer que não olhei. Olhei mesmo.


Não entendi muito bem a forma como dois dos bebês foram arrumados pra que Bella os amamentasse, mas o fato era que daquela forma, estava incrivelmente perfeito pra tal ato. Mesmo não sendo eu a amamentar, Bella disse que era bom daquele jeito e eu acreditava nela. O Terceiro Bebê foi entregue a mim, e eu me tremi inteiro com o medo de deixá-lo cair.


— Deixe-os bem próximos de vocês, pra que eles sintam o calor de seus corpos. É como um reconhecimento, e esse é um contato muito importante para os bebês e para os pais.
— Ai! Com calma, filhotes.
— Eles se saíram bem com a sucção e deglutição; veremos agora, com o aleitamento direto no seio, como eles se saem, mas me parece muito bom.


Bella sorria bobamente e às vezes olhava pra mim, me dando dois olhos marejados.


— Agora, papai, é sua vez, ok? — assenti e peguei uma mamadeira que me era estendida. Eu não tinha a mínima noção de como fazer aquilo, mas fui em frente, sempre recebendo orientação de uma das enfermeiras.


Sem perceber, me peguei conversando com o Terceiro Bebê e pensando em um bom nome pra ele. Os olhos estavam fechados, como se toda a preguiça do mundo residisse em seu corpo, mas não me importava; ele estava ali. Eles estavam ali. Eles estavam bem, me faziam bem. E era bom demais saber que aquelas vidinhas eram minhas.


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Notas finais do capítulo

#SalveJorge#


#BebêIndoPraTurquia#


#MeMatem#