Stand By Me escrita por jooanak


Capítulo 5
Sweet child of mine


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :) ♥



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Haviam se passado alguns meses desde que eu e Cato estávamos "juntos". No nosso distrito, éramos conhecidos como "Clato"; era um nome tosco e que nos fazia rir, mas gostávamos de ser conhecidos assim. Também nos chamavam de o casal mortal, mas não ligávamos, tudo estava reinando em paz e harmonia. Até aquela manhã.

Naquela manhã, eu percebi que algo estava errado no momento em que Emma pulou na minha frente me impedindo de continuar seguindo o meu trajeito; eu a empurrei para o lado e então avistei Cato conversando com Lis.

"Respira Clove, respira. Eles apenas estão conversando."

Consegui manter a calma até que Lis passou sua mão no cabelo de Cato e depois segurou a mão dele, depois dessa cena patética, eu perdi o controle, fui como um javali para cima de Lis. Eu a puxei pelos seus cabelos e a empurrei contra uma parede, depois meti um tapa naquela cara de vadia dela. Ela puxou meus cabelos de volta e dei uma rasteira nela fazendo-a cair no chão, aproveitei a oportunidade para estapear-lhe a cara; havia uma multidão acompanhando aquilo e se divertindo, incluindo Cato. Depois que perceberam que Lis estava apanhando demais, me tiraram de cima dela. Contudo, não posso fingir que não me diverti com o acontecido. Ao tentar sair de fininho da escola, fui barrada por Cato.

— Você tá louca Clove?

— Eu prefiro não falar sobre o assunto.

— Lis estava apenas conversando comigo

— Se ela estava conversando contigo, porque você não vai consolar ela agora que ela apanhou?

— Eu não sei porque eu ainda insisto em tentar te convencer de algo, Clove.

— É isso Cato. Você estava conversando com ela porque ainda sente algo por ela, você sempre foi desse tipo de menino pegador, então porque você tá comigo? O que você ganha com isso?

 — Eu juro que eu tento te entender, mas você é teimosa! Num dia você é a mais fofa e querida e no outro tá falando essas merda. Tá na hora de crescer! –  ele falou seco

— Sabe, eu costumava pensar que o problema era eu, mas a verdade é que o problema é você! Você que não resiste a um rabo de saia desse distrito, você que diz que me ama, mas... Você... Eu nem sei se o que você diz sentir por mim é real!

— Se você tem tanta dúvida sobre isso, não sei porque começamos esse namoro.

— Você é um merda. Um bostinha! Você... você não presta, não faz nada certo. Acha que tá sempre certo, mas esquece que a opinião dos outros também conta.

Ele respirou fundo. 

— Sai da minha frente antes que... antes que eu perca o que restou da paciência com você.

— ENTÃO TÁ, MAS ANTES DISSO... - eu tirei meu anel e joguei no chão. - VOCÊ PODE FICAR COM ISSO AQUI.

O olhar de Cato passou de raivoso para tristonho e eu fiz o máximo para não sentir pena. Apenas segui em frente e fui para a floresta, fiquei sentada em uma pedra atirando minhas facas nas árvores. Minha pontaria melhorara com o passar dos anos.. Quanto mais eu pensava em Cato, mais raiva eu tinha, logo, eu atirava as facas com mais força ainda.

"Clove, você vai esquecer Cato e apenas se concentrar na academia." Quem eu estava querendo enganar? Como eu poderia esquecê-lo?

Fiquei a tarde inteira jogando minhas facas em qualquer tipo de coisa que passava na minha frente, eu definitivamente não conseguia controlar a raiva e também não estava afim de falar com ninguém, como ainda não havia passado das 19h eu tinha certeza absoluta de que minha mãe ainda estava acordada, então fui para a casa de Emma apenas para matar tempo. Quando cheguei lá, a mãe dela me avisou que Emma havia saído.

— O que fazer agora? - perguntei a mim mesma.

Continuei seguindo em frente até chegar a um beco sem saída, quando percebi que nada do que eu queria estava lá, já era tarde.. pois eu já estava vendo com os meus próprios olhos um garoto de cabelos loiros se agarrando com uma ruiva, não precisei nem forçar a visão para descobrir quem era o garoto. Aguentei firme para não vomitar ao ver aquela cena.. eu havia acabado de brigar com ele e ele já estava ficando com outra? Dei meia volta e voltei para casa, já era escuro, mas eu não estava com sono, então sentei nas escadas a fiquei olhando a lua, faltavam menos de dois meses para "A Colheita" e eu estava mais ansiosa do que nunca.



Na manhã seguinte ignorei tudo e todos, fiquei apenas na academia o dia inteiro, Cato apareceu lá de tarde, mas eu o ignorei.. Acho que eu vomitaria se o visse lá. Porém, por mais que eu o ignorasse, eu queria que ele provasse do próprio veneno, então, eu já sabia o que fazer, depois que saí da academia, fui falar com Mica, ele já foi um dos melhores amigos de Cato e, particularmente, era muito lindo.

— Mica! – falei sorridente

— Oi Clove, como você tá?

— Ansiosa para a colheira... e você?

— Também.. Então... você e Cato... terminaram mesmo?

— É.

— Seja sincera, você tá aqui querendo fazer ciúmes para ele, não tá?

Eu revirei os olhos.

— Talvez.

Ele riu.

— Eu te ajudo. 

— Como?

Ele sorriu e lentamente aproximou seu rosto do meu me beijando. Foi um beijo diferente, meio sem graça. Antes mesmo de nossos lábios se descolarem, eu vi o vulto de Cato partindo para cima de Mica com toda a fúria que existia no mundo. Tentei separá-los, mas foi em vão.

— Cato! Deixa de ser criança. Deixa ele!!

Ele me olhou com raiva e me puxou pelos cabelos para fora, deixando Mica sozinho com o lábio sangrando.

— Porque você faz isso?

— Porque você se importa com o quê eu faço ou deixo de fazer? Achei que tínhamos terminado! E aliás, você tava ontem no beco, se agarrando com uma de suas putas de sempre.

— Você tá drogada?

— Eu vi você. – falei séria.

— Para de viajar, Clove. Eu passei a noite em casa ontem...

— Não mente. Eu vi você e uma outra garota no maior clima. 

— Você precisa desesperadamente de lentes, garota. – ele bufou.

— Ai Cato, na boa.. me esquece tá?

— Para de ser assim Clove, eu sei que você tá mal porque nós terminamos..

— CLARO! Estou aqui, sofrendo. Não vou nem conseguir acordar amanhã porque estou sofrendo tanto com esse término... não consigo comer, nem pensar... ai garoto, vê se cresce! Eu sou muito mais do que uma dessas suas vadias que ficam de mimimi quando você dá o pé na bunda delas por outra vagabunda.

Cato tinha fogo nos olhos.

— Para de ser ridícula, Clove, que merda.

— Ridícula? Eu? Sou mesmo... por achar que você iria mudar... por achar que você era diferente... – eu baixei o tom de voz.

— Eu mudei. Mas você é orgulhosa, só enxerga o próprio nariz. Você é orgulhosa demais pra enxergar algo além de si mesma.

Senti meus olhos marejarem.

— Se você mudou, prova! 

Cato se aproximou de mim e apontou seu dedo para o meu rosto.

— Clove, eu mudei. Por sua causa.. porque eu te amo. - ele sussurrou.

— Não minta para si mesmo, Cato.

— Você não sabe o que eu sinto. Você não sabe de nada, Clove... 

Eu suspirei.

— Nós somos amigos há tanto tempo... é claro que eu conheço você.

— Então... porque é tão difícil você acreditar no que eu digo?

Nós dois permanecemos quietos.

— Eu não tô preparado pra ficar sem você, pequena. Por favor, me dá mais uma chance... dá uma chance para nós. – ele suspirou

— Cato... nós somos tão iguais, mas tão diferentes... a gente só briga! Eu não aguento mais brigar, eu não... isso tá acabando comigo.

Ele abaixou a cabeça.

— Eu não to preparado para te perder, Clove. E eu sei que já errei diversas vezes contigo, e eu sei que eu vou errar muitas vezes ainda e agora, a única coisa que eu quero fazer é te socar; porque você é teimosa e acha que tá sempre certa, mas eu amo isso em você. Eu amo tudo em você e não quero viver em um mundo onde você não exista. Eu não quero. Tudo o que eu quero agora é que você dê mais uma chance para nós.

— E você tá preparado pra viver com as consequências desse amor?

— Se você estiver, eu estou.

Nós dois sorrimos e depois do que pareceu uma eternidade, eu o beijei. Seu beijo era diferente; era doce, era sereno, era calmo e viciante. Eu sempre queria mais. 

— Você me ama Clove? - ele perguntou.

— O que você acha?

Ele beijou o topo de minha cabeça e eu aninhei-me em seus braços. Quem sabe, nós poderíamos ficar assim para sempre.


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