Stand By Me escrita por jooanak


Capítulo 3
I'm yours


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem desse capítulo, estou amando escrever essa história. Boa leitura! :) ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/266519/chapter/3

5 anos depois...

 

Quando você faz quinze anos, as pessoas te falam que as coisas mudam; outras responsabilidades vem; você descobre o amor, começa a descobrir a vida, mas, sinceramente? Não é bem assim não... Em minha opinião, aos quinze anos, a única coisa diferente é que você já tem a oportunidade de participar dos Jogos Vorazes e isso é, fantástico! 

Eu estava com quinze anos e Cato, já tinha dezoito. Durante os últimos cinco anos, nós dois construímos uma amizade muito forte, com vários altos e baixos; por conta de nossas personalidades extremamente difíceis de lidar, era muito fácil perdermos o controle e brigar, e ficarmos sem nos falar durante semanas; por mais que Cato as vezes me deixasse louca e, por mais que eu tentasse negar, eu havia me apaixonado por ele nos últimos anos. Esse sentimento estranho que é o amor, crescia dentro de mim a cada briga, a cada olhar, a cada toque... Com o passar dos anos, vi Cato ficando com muitas garotas e se tornando o pegador do distrito 2, enquanto tudo o que eu queria que ele fosse, era o garoto da Clove; infelizmente, essa era uma realidade que eu sabia que jamais aconteceria.

 

Naquele dia de manhã, em particular, eu queria vomitar. Cato estava ficando com uma tal de Lis; ele tinha um péssimo gosto para namoradas. Não que eu tivesse um bom gosto, pois, apesar de já ter ficado com vários garotos, sempre que eu beijava alguém, a imagem de Cato vinha à minha mente.

— E você vai simplesmente contar à ele como se sente? Oi Cato, durante os últimos anos eu me apaixonei por você e tudo o que eu mais quero é te beijar beijar beijar – Emma imitava minha voz e ria.

— Você é uma imprestável. 

Ela me mandou um beijinho.

— Que roupa eu uso, Emma? Você é a princesinha entre nós duas.

Emma ficou pensativa.

Ela olhou meu armário e pegou uma calça jeans escura, uma blusa preta com um pequeno decote e um blazer preto que chegava até meus quadris. Emma fez uma trança em meu cabelo e me deu um beijo na bochecha desejando boa sorte.

— Nos vemos na escola depois.

Eu assenti.

Peguei minha faca e a guardei na jaqueta, caso eu perdesse a cabeça com aquele menino. A cada passo que eu dava, as folhas no chão estralavam produzindo um barulho incrivelmente alto pela floresta; meu estômago estava começando a se revirar e eu sentia o café da manhã voltando. "Pare Clove. Vai dar tudo certo!"

Continuei caminhando até chegar na escola: "Respire, Clove", caminhei até Cato, e há menos de dois metros dele, "Lis, a vadia", jogou-se em cima dele, beijando-o fogosamente em frente de toda a escola. Na minha frente.

— Guarda a faca. – Emma apareceu do nada me segurando.

— Como eu posso respirar se ela está abraçando e beijando o Cato?

— Clove, ele não é sua propriedade!

Eu bufei.

Eu não era de chorar, mas senti meus olhos se encherem de lágrimas, então sai correndo de lá direto para o banheiro, onde fiquei chorando por umas duas aulas, até que tomei coragem e sai de lá quando dei de cara com a única pessoa que eu não queria ver: Cato.

— Clove, você está bem?

— Sim, porque? - dei um sorriso para tentar disfarçar

— Porque você está com os olhos vermelhos como se estivesse chorando

— Se liga Cato, eu não choro. – tentei sorrir.

Empurrei ele da minha frente e fui para as minhas aulas, voltei para casa e expliquei tudo para minha mãe, ela iria me entender, depois me joguei no seu colo enquanto enquanto ela acariciava meu cabelo; depois de um tempo, eu adormeci no sofá e perdi o horário para ir à academia, acordei tarde mas pronta para ir para o treino, mesmo sabendo que Brutus e Enobaria me matariam.

Quando cheguei na academia, todos olharam para mim, mas eu ignorei os olhares, fui atirar facas e ao invés de ver um boneco, acertava todas as facas na cabeça e no coração da namoradinha de Cato. Atirar facas era a única coisa que me acalmava em situações desse tipo, fiquei lá por quase meia hora quando a voz de Cato chegou aos meus ouvidos

— Eu realmente não gostaria de ser esse boneco. - ele riu

— Não lembro de ter pedido sua opinião.

— Acordou de tpm? Lis falou que...

— Não me importa o que a vadia da sua namorada falou, beleza? – eu sorri e voltei a atirar minhas facas.

Ele me olhou pasmo.

— Só, por favor, vai embora e não olha mais para mim... é tudo o que eu te peço

Ele aproximou-se de mim.

— Clove, você está bem?

— NÃO CATO, EU NÃO ESTOU BEM! –  falei alto o suficiente para a academia inteira me ouvir.

— O que deu contigo?

— Vai embora! 

Senti as lágrimas se formando e ele percebeu também.

— Clove, você está chorando?

— VAI EMBORA, POR FAVOR!

Ele me olhou indignado, mas foi embora, continuei atirando minhas facas por mais algum tempo, passavam das 19h quando Enobaria me chamou:

— Ei Clove, tem algo de errado com você?

— Não Enobaria – sorri disfarçando. – eu estou bem

— Eu te conheço há um tempo Clove, sei quando tem algo de errado

— Não é nada, não se preocupe por nada Enobaria.

Enobaria ficou pensativa por um momento e depois ela olhou para mim e foi se afastando, mas então, ela virou para mim e deu um sorriso.

— Brutus me mataria se soubesse que te falei isso, no entanto, você deveria falar com ele.

— Oi?

— Futuros carreiristas não deveriam se envolver em circunstância alguma, e vocês dois têm um potencial que eu jamais vi antes... E convenhamos, só um tolo não percebeu que você é apaixonada por ele. É melhor você tentar antes de... – ela suspirou.

Eu fiquei olhando-a pasma; Enobaria me deu uma piscadela e então desapareceu nas sombras.

 

Se até Enobaria sabia disso... "só um tolo não percebeu", foi o que ela disse... caminhei para fora da academia e procurei Cato pela praça inteira, mas não o encontrei, então, na entrada da floresta, eu o vi, com ela. Eu não queria deixar parecer que eu fiquei chateada, mas quando vi os dois lá, se beijando, eu não aguentei, as lágrimas começaram a escorrer e eu tentei ser discreta, mas pisei em um monte de folhas e quando eles me viram, eu apenas congelei ao vê-los lá.

Quando ele veio em minha direção, eu virei e sai de lá o mais rápido que pude; meus passos rápidos tornaram-se uma corrida. Eu era rápida, mas Cato era mais. Ele começou uma perseguição e, apesar de eu achar que podia ganhar, eu sabia que ele tinha a vantagem; ao chegarmos perto do laguinho, ele me alcançou e agarrou meu braço

— Você tá doida?

— Eu te amo.

No momento em que essas três palavras saíram da minha boca, senti um choque percorrer o meu corpo; esse choque pareceu atingi-lo também porque ele simplesmente travou e ficou me olhando. Assustado.

— Eu te amo. Não no sentido amigável, embora a gente seja bom amigos. Eu te amo. Muito simplesmente, muito verdadeiramente. Você é a personificação de tudo que eu sempre procurei em um ser humano, apesar de não ser perfeito. Eu sei que você me considera apenas uma amiga, e ultrapassar este limite seria a última coisa que você pensaria em fazer, mas eu tinha que dizer. Eu não aguento mais. Eu não consigo sentar ao seu lado sem querer te abraçar. Eu não consigo olhar nos seus olhos sem sentir aquele desejo de que você só ouve falar nos livros ruins. Eu não consigo falar sem querer expressar o meu amor por tudo que você é. E eu sei que isso provavelmente vai destruir a nossa amizade, mas eu tinha que dizer!! Porque eu nunca tinha me sentido assim antes e eu gosto de quem eu sou por causa disso. – eu suspirei – eu sei que uma parte de você está hesitando e se tem um momento de hesitação, isso significa que você sente algo também; tudo que eu peço, por favor, é que você não descarte isso, e tente aceitar, apenas por dez segundos. Não existe nenhuma outra alma nesse planeta inteiro que faça de mim metade da pessoa que sou quando estou com você. Eu arriscaria essa amizade pela chance de chegar a outro nível... eu... eu amo você.

Ambos ficamos quietos por um minuto quando ele quebrou o silêncio

 —  Tudo isso... é sério?

— Sim - sussurrei.

Ele ficou quieto, apenas me encarando. Uma lágrima descia pelo meu rosto; ele a enxugou com seu polegar e foi afastando seu rosto do meu. Lentamente, ele colou nossos lábios, beijando-me. O beijo começou doce, delicado e tímido; suas mãos entrelaçaram em minha cintura e ele juntos nossos corpos enquanto eu acariciava seus cabelos. Ao terminarmos o beijo, um sorriso formou-se em seu rosto.

— Eu também amo você. Sempre amei. Sempre vou amar.

— É?

Ele franziu o cenho.

— É melhor você ter certeza absoluta disso... não vai querer brincar com os sentimentos de alguém que sabe atirar facas...

Cato soltou uma gargalhada.

Eu sorri e ele me abraçou, eu batia em seus ombros; Cato beijou o topo de minha cabeça e eu jurei que eu poderia passar o resto da minha vida ali congelada nesse momento, junto à ele.

Fomos caminhando até minha casa e quando finalmente chegamos, ele me beijou de novo.

— Cato... o que é isso? A gente?

— Eu não sei... mas quero muito descobrir. – ele sorriu.

— E quanto à Lis?

— Direi à ela que amo uma anã de meio metro.

Nós dois rimos e eu soquei seu braço.

— Você não presta, sabia?

— Já ouvi falar. 

Nós dois ficamos em silêncio apenas nos olhando. 

— Faz uns dois anos que descobri que estava apaixonado por você. – ele falou tímido – achei que era loucura...

— É loucura... – eu suspirei.

— Eu sei... ainda bem que nós dois não somos muito certos, não é? – ele piscou.

Cato me tomou em seus braços e me deu um último beijo antes de dar a volta e retornar para a floresta. Eu o vi desaparecer e fui direto para a minha cama, mas não dormi na hora, fiquei um tempo pensando nele. E sonhei com ele, um daquele sonhos que eu sempre tinha onde ele me beijava e dizia que me amava, mas dessa vez, ia ser diferente, porque quando eu acordasse, eu tinha certeza de que não seria apenas um sonho. 

Dessa vez, seria real.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se gostaram do capítulo, comentem! A opinião de vocês me motiva a escrever mais & mais; até breve ♥