Stand By Me escrita por jooanak


Capítulo 14
Our last summer


Notas iniciais do capítulo

Gente, esse capítulo é bem romântico, tem uns flashbacks do passado do Cato e Clove, e acho que muitos vão gostar do capítulo. Boa leitura! :) ♥



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— Clove? - Enobaria havia me acordado.

— Que?

— Você pensou naquilo que conversamos? Em quem você vai investir?

— Eu vou investir na arena e em Cato.

Enobaria mordeu o lábio e assentiu, mas eu sabia que ela não concordava comigo. Conversamos por um tempo, depois fui tomar banho e tomar café. Todos estavam lá e Cato conversava com Brutus, provavelmente sobre o acidente da garota do 12 ter ganho a melhor nota.

— ELA ROUBOU TODOS OS NOSSOS PATROCINADORES, ESTÁ TUDO ACABADO.

— Cato, se acalme, vocês tem a entrevista com Caesar amanhã e lá vocês recuperarão os patrocinadores.

— COMO ISSO PODE ACONTECER?

Eu apenas revirei os olhos, já estava ficando irritada com Cato, ele conseguia ser bem irritante quando queria e eu não estava em dias bons.

— Cato, cale essa boca e para de reclamar. Da próxima vez, treine mais, se esforce mais e quem sabe você se sairá melhor que ela. - todos pararam de discutir e ficaram me encarando.

Sai rapidamente do recinto e fui para o meu quarto. Me sentei na cama e pensei se eu estava fazendo mesmo o certo, sabe? Ficar com Cato e "desafiar" as regras, parecia errado. Eu o amava, mas se eu quisesse ficar viva, eu devo me afastar dele para caso acontecer, matá-lo. 

— Clove?? - ele chegou sorrateiramente.

— Sim?

— Você parecia irritada na mesa...

Cato aninhou-se na cama comigo. 

— É só a pressão de estar aqui.

— Hm..

 Permanecemos em silêncio encarando o teto.

— É loucura isso, né? - Foi ele quem quebrou o silêncio.

— Sem dúvidas...

— É.. eu não queria participar desses Jogos Vorazes com nenhuma outra pessoa que não fosse você!

Eu sorri. 

— Você acha que aquela Katniss tem alguma chance de ganhar?

— Tá brincando? Comigo e com você na arena, é óbvio que não. - eu falei mesmo sem ter certeza de que acreditava em minhas palavras.

Cato começou a acariciar meus cabelos.

— Aquele garoto do 11 é assustador, você não acha?

— Ele é alto e grande e luta bem, mas você ganharia dele com uma faca na testa, tenho certeza. - ele riu e me beijou suavemente.

— Eu não sei. Ele é muito grande para eu dar conta.

— Eu prometo para você que ele não vai tocar em você, pequena. E se ele encostar em sequer um fio de seu cabelo, eu o mato com minhas próprias mãos.

— Promete?

— Prometo.

 Estar ali com ele era irreal. Senti-lo me tocando, me abraçando, me beijando... Cato era minha alma gêmea, apesar de todos os nossos conflitos.

— Eu poderia ter me apaixonado por qualquer um do nosso Distrito, porque logo você?

— Porque sem dúvida alguma, eu sou o mais sexy.

Eu dei um soco em seu braço e ele me abraçou forte. 

— Sabe do que eu me lembrei agora pequena?

— Do que? - eu passei a encará-lo.

— Do último verão.

 — Cato, o que aconteceu no último verão?

 Ele riu.

— Lembra quando estávamos deitados na beira do laguinho no verão passado?

— Teve tantas vezes...

— Estávamos lá deitados no colchão... conversando, decifrando a forma das nuvens... eu estava falando e você pegou no sono. 

Permaneci quieta mesmo já sabendo o que viria em seguida.

— Enquanto você dormia, eu fui para a floresta pegar maçãs, porque eu sei que você ama maçãs. Depois eu voltei para aonde você estava e escorreguei no musgo, rolei barranco abaixo e acidentalmente me impactei contra o colchão; ele foi pro meio do lago. 

— Eu sabia que isso tinha sido peripécia sua. - nós dois começamos a rir.

Eu o abracei, mas ele logo se soltou do meu abraço.

— Eu preciso ir, aliás, Enobaria precisa de você amanhã o dia inteiro. Temos a entrevista com Caesar e você tem que ficar mais linda do que já é. 

Eu sorri e o vi partindo.

Passei o dia sem fazer nada, dormi um pouco, conversei com Enobaria e Brutus sobre como eu devia agir na arena e eles me deram conselhos. Mais tarde, resolvi ir para o saguão e encontrei Marvel lá. 

— MARVEL!

— CLOVE!

Nos abraçamos.

— Soube sobre você e Glimmer... estou tão feliz por vocês!

— Pois é..

— Como foi?

 — Nós dois estávamos conversando. Eu engoli em seco e falei que era apaixonado por ela. Antes de ela me recusar, eu simplesmente a peguei pela cintura e a beijei. Simples assim!

— Estou feliz por você. Por vocês. - eu sorri e ele retribuiu.

Começamos a caminhar sem destino algum.

— Ansiosa para amanhã?

— Não muito. E você?

— Um pouco. Odeio conversar com estranhos em frente à milhões de pessoas

Nós dois rimos e em seguida, Enobaria se juntou à nós.

— Desculpe Marvel, mas preciso roubar a Clove por algum tempo.

— Ela é toda sua. - ele sorriu.

Enobaria e eu fomos para o elevador e apertamos o botão do segundo andar.

— Ele parece ser um doce.

— Marvel? Sim, ele é. Ele vai ser nosso aliado, certo?

— Sim. Mas você sabe, Glimmer também irá ser nossa aliada.

— Eu sei... - eu bufei - o que você queria falar comigo?

— Na verdade, Brutus é quem quer. 

Eu assenti e logo depois chegamos no nosso andar. Cato não estava lá, e Brutus me esperava na sala.

— Clove, sente-se aqui.

Sentei-me ao lado de Brutus.

— Você precisa saber algumas coisas para amanhã.

— Estou toda a ouvidos.

— Eu sei que você não é de sorrisos e abraços, mas terá que fazer um esforço. Nada exagerado, mas fazer um oi para o público não mata ninguém e alguns sorrisos também não. Não fale de coisas tristes, ou será muito melancólico. Tente ser simpática, não seja vulgar e não se exponha. Caso perguntarem sobre o seu pai você apenas diz que sente falta dele todos os dias e que a morte dele mudou sua vida. Não dê detalhes para eles. Se eles te perguntarem sobre você e Cato, responda que são apenas amigos, nada mais. Não demonstre emoções nem nada, isso vai fazer eles verem você como uma tola apaixonada, e eu sei que você não é uma tola apaixonada e que você está focando em ganhar. Se você seguir tudo isso sem pestanejar, ganhará patrocinadores e fãs ao redor de toda a Panem. Entendeu?

— Sim.

— Agora, Clove, eu quero que me escute atenção. Enobaria me contou sobre a conversa que vocês tiveram ontem. Eu quero que você me escute com toda atenção do mundo, Clove. Esses Jogos não são para qualquer um. Ou você vence, ou você morre. E você sabe muito bem que não poderá ter um futuro com Cato, você sabe que vocês não viverão felizes para sempre, você sabe disso não é? Agora, você tem uma chance. Assim como Cato e todos os outros Tributos, mas se eu pudesse apostar, apostaria que você será uma das finalistas. Você conhece Cato melhor que eu, e sabe da obsessão dele pelo poder, sabe que ele tem sangue frio. Você sabe que se sobrar apenas vocês dois, ele não pensará duas vezes antes de te matar. Depois ele se arrependerá, mas ele fará isso. Você sabe disso querida. Não sabe?

Eu mordi meus lábios, todas aquelas palavras haviam me acertado em cheio. Ouvir aquilo machucava mais do que eu imaginei que pudesse machucar.

— Eu acredito e confio em você. Sei que você vai fazer o certo e vai se dar muito bem. Em breve, você estará conosco novamente em nosso Distrito. 

— Obrigado Brutus - eu o abracei. - Você é como um pai para mim!

— E você é como uma filha! - ele retribuiu o abraço.

Enobaria, que estava no quarto, voltou para lá e sentou-se do nosso lado.

— Eu acho que você e Cato se sairão maravilhosamente bem! - ela disse.

— Eu tenho certeza. - Brutus concordou.

O dia passou rápido e ao me dar conta, já era noite novamente. A lua brilhava em um céu cheio de estrelas. Naquela noite não tive fome. Simplesmente fui para o meu quarto e passei horas encarando o céu pela minha janela.

 

Quando finalmente senti um bocejo chegando, deitei-me, fechei os olhos e adormeci. Amanhã seria um grande dia!


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