Stand By Me escrita por jooanak


Capítulo 1
The first time ever I saw your face


Notas iniciais do capítulo

Oie, Clato é meu otp em Jogos Vorazes, então, essa fanfic é para retratar a história deles antes e durante os jogos! Boa leitura. :) ♥



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5 anos antes...

Meu nome é Clove.

Eu moro no distrito 2; moro apenas com minha mãe, meu pai morreu há alguns anos. Todos os anos, a academia do distrito seleciona um grupo de jovens para começar a treinar para os Jogos Vorazes. Eu fui selecionada e hoje, eu começaria meu treinamento, pode-se dizer que eu estava com os nervos à flor da pele.

Peguei minhas coisas apressadas, dei um gole no meu café e fui correndo para a escola a fim de que se eu chegasse mais rápido, quem sabe, o dia passasse mais rápido e eu chegasse à academia o quanto antes.

— Está ansiosa para hoje Clove? – Emma era minha melhor amiga há anos. E também era a única; ela sempre me esperava há alguns quarteirões da escola para chegarmos juntas.

— Estou mais do que ansiosa!

— Eu acho que você vai arrasar!

Dei um sorriso. Emma ainda era meio criança, não que eu não fosse... Mas, depois da morte do meu pai, eu fiquei mais madura e comecei a enxergar o mundo com outros olhos; na verdade, depois que ele se foi, o mundo perdeu um pouco do brilho.

Depois do fim das aulas, corri para a academia. Brutus, o coordenador, me deu as boas vindas e fez perguntas a fim de me conhecer melhor; falei à ele sobre minha habilidade com facas e ele deu um sorriso.

—  Facas?

—  Sim senhor.

—  Interessante... – ele falou pensativo – venha comigo.

Brutus me levou até uma área com várias facas de todos os tamanhos e vários alvos de todos os tamanhos.

— Divirta-se – ele piscou.

Depois de algumas horas treinando, senti olhares em minha direção; ao me virar, deparei-me com três garotos.. Os três eram mais velhos e eu apenas conhecia um deles.

Cato.

Cato era uns três anos mais velho que eu e era muito popular no nosso distrito; era um potencial competidor dos Jogos Vorazes e também era a paixão platônica de mais da metade das garotas do distrito. Eu, particularmente, o achava um nojo. Respirei fundo e continuei atirando minhas facas tentando ignorar seus risinhos infantis.

— Vocês não tem nada melhor para fazer não? – perguntei me virando na direção deles.

Eles riram. Cato olhou para seus dois amigos.

— Eu não. Vocês tem? – os outros dois negaram.

— Babacas. – eu sibilei revirando os olhos. 

 

Quando saí da academia, a escuridão já tomava conta do céu no distrito dois; poucas estrelas iluminavam o céu e a lua estava pouco visível. Infelizmente, eu morava longe da academia e, para chegar até em casa, tinha que passar por uma floresta. Era inverno e estava frio.

Caminhei o mais rápido que eu pude até ouvir passos chegando em minha direção, engoli em seco e tentei ignorar, infelizmente, eu não pude. Uivos preencheram a noite vindo em minha direção; saí correndo o mais rápido que pude. O vento batia contra minha cara e me fazia congelar. Quanto mais eu corria, mais eu perdia a visão do que vinha pela frente. Quando percebi que tinha um tronco em minha frente, já era tarde. Esbarrei contra o mesmo e rolei barranco abaixo até parar perto da ribanceira. A escuridão me engoliu.

 

— Clove? Clove?

Ouvi uma voz chamando meu nome e ao abrir meus olhos, me deparei com os olhos azuis de Cato.

— O que eu to fazendo aqui? – perguntei zonza enquanto ele me ajudava a levantar.

Ele riu. Sua risada era viciante.

— Você saiu da academia e estava normal, de repente, saiu correndo como uma louca. Eu acho que tropeçou naquele tronco lá em cima e caiu aqui embaixo e desmaiou.

Eu tentava assimilar suas palavras.

— Você tava me seguindo? – ergui as sobrancelhas.

— Não. – ele respondeu sério – eu peguei um atalho para chegar em casa... Pela floresta. E presenciei a cena toda.

Eu fiquei pensativa.

— Você me odeia?

— O quê?

— Você me odeia?

— Por que você pergunta isso?

— Eu não sei... Você tava rindo de mim hoje...

— Ah, aquilo.. eu não sei porque fiz aquilo, foi idiota.

Nós dois ficamos em silêncio.

— Você pode me ajudar a chegar em casa? Acho que machuquei meu tornozelo.

Ele assentiu e me ajudou a levantar; passei minha mão em seus ombros e caminhamos lentamente pela floresta.

— Ei, você ficou mesmo brava por causa das risadas?

— Sim. Quero dizer, não... não fiquei brava, fiquei irritada.

— Você é realmente boa com suas facas.

— Obrigada. 

Caminhamos mais 1km sem falar nada, apenas ouvindo o som dos grilos e corujas que preenchiam o ar. O silêncio era constrangedor, no entanto, nenhum de nós sabia o que falar para acabar com aquele clima estranho. Quando a lua finalmente brilhou no céu refletindo no lago a nossa frente, Cato parou e sussurrou.

— Devíamos ser amigos.

— Porque?

— Eu acho que seria legal, sabe? 

Eu franzi o cenho.

— Não tenho certeza se essa amizade vai ser uma coisa boa, Cato...

— Você é quem sabe... Só acho que seria legal. Já pensou, nós dois um dia nos Jogos Vorazes?

— Teríamos que nos matar no final das contas, Cato. Só um pode ganhar.

Ele pareceu pensativo.

— Tudo bem, eu te mataria. Sem problemas.

Nós dois rimos. 

— Cato?

— Sim?

— Você me salvou... hoje... eu poderia estar desacordada ainda.

Ele sorriu.

— Me dá seu dedo mindinho.

— O quê?

— É sério!

Ele me deu seu dedo mindinho e eu o entrelacei no meu.

— Eu, Clove, prometo que serei sua amiga em todos os momentos; não vou te abandonar quando você precisar e se formos para os Jogos Vorazes, eu vou matar vocês porque só existe um campeão. Pronto. É a sua vez.

Cato ergue as sobrancelhas.

— É sério!

Ele riu e falou o mesmo. Desentrelaçamos nossos dedinhos, em seguida, continuamos em frente até avistarmos ao longe uma luz, a luz da minha casa. Descemos o moro e ele me levou até a varanda. Me agarrei na cerca e o vi partindo.

— Nos vemos amanhã então, na academia.

— Com toda certeza

— Até breve, Clove.

Ele acenou a mão e deu um sorriso enquanto voltava para a floresta. Entrei em casa, tomei um banho e minha mãe me ajudou a fazer um curativo; ela me ajudou a subir as escadas e, ao deitar na minha cama, me peguei pensando nele, em Cato. Por mais difícil que seja admitir isso, ele nem era tão ruim assim e, quem sabe, nossa amizade poderia realmente ser verdadeira, não é? 

Em meus sonhos naquela noite, sonhei com seus olhos azuis, sonhei com seu jeito de menino; sonhei com seus cabelos cor de mel e sua risada despojada, oh céus, convenhamos, eu sonhei com ele.

Eu achei que aquilo seria apenas mais um amor platônico...

... isso mesmo, eu apenas achei.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo.
Deixem seus comentários, sejam eles positivos ou negativos; a opinião de você é o mais importante para mim. Até a próxima ♥ ♥