Após um cochilo no avião, Rudolph estava totalmente desperto ao andar pela pequena cidade no meio do deserto que a lista dos nomes confidenciais da S.H.I.E.L.D. havia lhe indicado.

Segundo as instruções de Fury, ele devia pedir informações em um laboratório de astronomia no centro da cidade para chegar ao alvo. Mas algo ainda incomodava Rudolph naquele nome incomum...

Querendo resolver a situação o mais rápido possível, o agente apressou o passo até se deparar com um estabelecimento amplo, com portas de vidro, com uma enorme placa dizendo “Centro de Pesquisas Astronômicas Foster” na marquise, exatamente no local marcado no endereço.

Rudolph espiou para dentro. Duas moças estavam sentadas à mesa com alguns livros, e um homem calvo enchia uma garrafa com café. O agente resolveu apertar na campainha ao lado da porta.

O homem ergueu a cabeça e avistou Rudolph, e fez sinal para que ele entrasse. Na certa, já sabiam que o agente estava a caminho.

— Dr. Erik Selvig? – perguntou ele, dirigindo-se ao homem. – Sou o agente Rudolph Fuentes da S.H.I.E.L.D., em nome de Nick Fury.

— Perfeitamente, seja bem-vindo, agente Fuentes – cumprimentou Selvig efusivamente. – Creio que você veio ver... Ele.

— Isso se “ele”, a quem você se refere, for o sujeito chamado “Thor” – disse Rudolph, encarando Selvig com descrença.

As duas colegas de Selvig olhavam para Rudolph com desconfiança.

— Sim, de fato – afirmou Selvig -, mas, sob o nosso teto, temos uma política de segurança.

Deixando Rudolph com um olhar torto, Selvig foi até uma porta lateral e bateu nela, dizendo:

— Donald! Venha aqui!

A porta se abriu, e um homem louro, alto e forte saiu, indo se postar ao lado de Selvig, que ainda olhava preocupado para Rudolph, que ainda estava desconfiado.

— Ahn, Donald, este é o agente Fuentes, que veio nos visitar – informou o físico, desconfortável. – Sr. Fuentes, este é o Dr. Donald Blake.

Rudolph ergueu sua sobrancelha o mais alto que podia.

— Como vai? – saudou o homem chamado Blake. Tinha um sotaque que Rudolph não conseguia localizar com exatidão. Nórdico? O homem estendeu a mão. O agente aceitou o aperto, mas ainda estava intrigado.

— É um prazer, Sr. Blake, mas creio que não seja o senhor a quem eu estou procurando. Vim atrás de um homem chamado...

— Eu sei quem você procura – retrucou Blake. – Garanto que sou eu. E posso provar.

Rudolph olhou em volta. O Dr. Selvig olhava dele para Blake, apreensivo, e as duas moças não tiravam os olhos da cena.

— Seria bom se eu voltasse para a S.H.I.E.L.D. com a garantia de que o senhor não está blefando – disse Rudolph, por fim.

Blake riu.

— Então vamos!

Ele apontou para a saída. O agente foi em direção à porta, com Blake em seus calcanhares.

Tão logo chegaram à rua, Blake segurou Rudolph de repente pela gola do paletó e jogou-o para o alto, na direção do deserto. O agente praguejou com a velocidade do físico (Físico?) em arremessá-lo, não dando chance a Fuentes de se defender.

O agente voou até sair da área da cidade, mas um movimento com o canto do olho o fez se virar no meio do trajeto. Blake estava voando atrás dele, com roupas diferentes: um traje que parecia uma mistura de armadura com bata e com uma capa roxa nas costas. Além disso, no braço direito do homem havia um enorme martelo negro. Rudolph podia jurar que ouvira o objeto soltar pequenos trovões.

Pouco antes de Rudolph se arrebentar no chão, Blake segurou novamente pela roupa e o pôs calmamente no chão. O agente limpou a roupa que ficara coberta de poeira durante sua “viagem” e olhou espantado para o homem, que sorria inocentemente.

— O senhor tem a obrigação de me explicar...

— Eu sou Thor – disparou ele. – O deus do trovão.

O queixo de Rudolph caiu.

— Ah – fez ele. – Isso explica. Então esse martelo...?

Thor fez que sim com a cabeça.

Rudolph não achou que ainda tivesse o que perguntar, então simplesmente puxou seu bloco de notas do bolso e riscou um X no nome de Thor.

Ainda surpreendido, ele fitou o deus do trovão.

— Hm, então, foi um prazer conhecê-lo, Thor. Espero que possamos lutar do mesmo lado em breve.

— Assim espero.

— Você deve aguardar, hm, um comunicado da S.H.I.E.L.D. para se apresentar à nossa base dentro de alguns dias.

— Assim esperarei.

Ele ofereceu a mão. Rudolph apertou-a, dessa vez mais relaxado.

— Quer uma carona? – indagou Thor.

— Não é necessário – disse Rudolph. – O piloto da S.H.I.E.L.D. foi orientado para me buscar em qualquer lugar.

Ele sacou do bolso um comunicador de pulso, que começou a emitir um bipe quando o agente apertou-o no centro.

O avião da S.H.I.E.L.D. não tardou a aparecer. Enquanto se despedia de Thor e embarcava, Rudolph conferia o próximo nome da lista.