Midnight Sun Continuação escrita por Mari Scotti


Capítulo 15
Capítulo 24 - Impasse


Notas iniciais do capítulo

Este sim é o penultimo capitulo! rsrsrs FInalizadooo!



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Para ouvir lendo: Flightless Bird, American Mouth


Para ouvir lendo: Bella's Lullaby


 


Tudo parecia exageradamente em câmera lenta. A respiração pesada de Bella nos meus braços, o vento áspero em meu rosto, a pulsação e seu coração cada vez mais baixos... não, ela não morreria em meus braços e não, não morreria porque bebi demais de seu rubro sangue. NÃO!!


Corri para o hospital mais próximo, meus irmãos, Carlisle e Esme atrás de mim.


Eles ficaram na recepção fazendo a ficha dela, enquanto eu e Carlisle a levávamos para o centro de cirurgia.


Foi fácil conseguir que liberassem uma sala para que ele tratasse dela, porem não me deixaram ficar junto dela, sai da sala angustiado.


Bella estava dormindo, profundamente sedada, minha preocupação era se teria bebido dela demais, a de Carlisle também.


Minhas roupas estavam encharcadas por seu sangue o que gerou questionamentos em todos que me viam parado ali. Eu ignorei seus pensamentos, já estava acostumado a isso, a ignorá-los.


Fiquei parado ao lado da porta de entrada da sala feito estatua por um tempo indeterminado.


“Edward?” – Alice balançava a mãozinha de bailarina na frente de meu rosto – “Você está bem?” – seu pensamento estava confuso.


A encarei um pouco perdido no tempo.


“Bella?” – arfei, virando-me e olhando pela janelinha. Carlisle ainda trabalhava em sua perna.


Estavam fazendo transfusão de sangue pela grande quantidade que ela perdeu - fiz uma careta – por minha culpa.


“Ela esta bem, vai ficar tudo bem!” – Alice alisou meu rosto – “Você que não me parece bem Edward!”


Eu a encarei por mais um tempo e tudo começou a fazer sentido. Estava absorto em meus pensamentos, concentrado na respiração de Bella, nas mãos ágeis de Carlisle, nos seus pensamentos precisos.


“Eu estava prestando atenção à cirurgia” – balbuciei.


Alice me olhou preocupada, pensativa: “Edward, você foi ferido?”


Balancei a cabeça negativamente, eu estava exausto, preocupado.


“Liguei para Charlie e Renée...” – Alice avisou-me. Sorri aprovando.


“O que vamos dizer a eles?” – Rosalie perguntou, estava posta um pouco atrás de Alice, abraçada a Emmet, ambos visivelmente cansados.


Todos estávamos, apesar de nossa resistência, os dias foram difíceis e as noites ainda piores. Por fim, só nos faltava Bella ficar bem.


“Disse para Alice avisá-los, que desastrada como é, ela caiu indo em direção ao meu quarto no Hotel” – pensativo olhei para Emmet e Rosalie – “Vocês precisam plantar as provas!”


Emmet riu divertindo-se com o pensamento de destruir tudo.


“Acabou Edward!” – Carlisle avisou em seus pensamentos, eu o olhei pela janela aturdido – “Ela está excelente, só precisará de repouso” – sem olhar em minha direção para não chamar a atenção da enfermeira que o auxiliava.


“Ela está bem” – falei aliviado.


Alice sorriu e automaticamente buscou o futuro.


Bella estava em meus braços, num vestido perfeitamente azul, luzes em nossa volta, parecia corada e feliz.


Sorri agradecendo a Alice pela visão e me sentando como se meu corpo pedisse descanso.


Estávamos todos ali, quietos, quando senti a perturbação na cabeça de Alice, Jasper também se moveu percebendo sua mudança de humor.


A encarei: “O que houve?”


Ela respirou fundo e me olhou nos olhos, em seus pensamentos a fita que o rastreador havia gravado.


“Bella disse que havia ali algo sobre mim...” – ela sussurrou.


Eu tinha me esquecido completamente. Olhei para ela sem saber o que dizer. Jasper tirou do bolso a fita de vídeo e me mostrou.


“Peguei porque não poderíamos deixar provas de que vampiros existem!” – ele falou vitorioso.


Sorrimos todos em aprovação.


“Quero assisti-la” – Alice anunciou.


Eles se retiraram e foram para o hotel assistir, eu preferi ficar, saberia de tudo depois por seus pensamentos. Não poderia deixar Bella sozinha, não, nenhum segundo que fosse.


Algumas horas depois Carlisle estava deixando a UTI.


“Quer vê-la filho?” – fiz uma careta, mas que pergunta!!!


“Sim pai!” – fui educado.


Ele abriu a porta e indicou o quarto de Bella. Era ao fundo de um corredor largo e muito branco. Os quartos pareciam quietos, apesar de saber que haviam mais pacientes lá. Pela primeira vez nesta vida a única coisa que meus ouvidos captavam era a respiração pesada dela adormecida, sorri por conseguir me concentrar somente nisso, sem milhares de pensamentos me perturbando.


Abri a porta lentamente com medo do que veria.


O quarto era branco, uma das paredes com longas venezianas verticais; Bella estava deitada pesadamente ao centro da cama, uma cama com grades, alguns tubos e fios conectados a ela, seus rosto com cortes, tubos de oxigênio em seu nariz.


Fiquei ali paralisado, desorientado.


Ah ela era tão frágil e eu a coloquei em perigo... comigo ela sempre estaria assim, em perigo. Sempre. Não fosse algum vampiro não vegetariano, eu mesmo poderia machucá-la com minha força ou meu desejo... ou qualquer um de meus irmãos. Alice sentira o desejo pelo sangue de Bella... Jasper, Emmet e Rosalie precisaram ficar longe para não voar sobre ela...


Respirei fundo e adentrei fechando a porta atrás de mim.


Eu sabia o que fazer para mantê-la bem, fora de perigo, eu teria de deixá-la.


O pensamento me trouxe uma dor aguda no peito. Respirei ainda mais profundamente, puxando uma cadeira e me sentando ao lado da cama.


Coloquei meu queixo sobre a grade e fiquei assim, observando-a.


E se eu não tivesse chego a tempo? Poderia estar velando seu corpo agora... fechei meus olhos com força tentando afastar o que essa dor me causava.


Os abri novamente e Bella continuava ali, adormecida, linda para mim mesmo com vários pontos roxos em seu rosto.


Alguém bateu a porta e pelos pensamentos percebi que era Renée.


“Entre” – sussurrei.


Ela entrou, os olhos arregalados, assustada.


“Oh minha bebê!” – ela se aproximou e tocou o rosto de Bella delicadamente. Ela resmungou, mas não despertou – “Oh você deve ser Edward, como ela está?”


Me levantei e cumprimentei-a com um aperto de mãos forte, encorajador.


“Ela está bem senhora, agora está tudo bem!”


Renée sorriu e ficou olhando para Bella com ar de choro.


Dei um passo para trás e sai do quarto para lhes dar privacidade.


“Oh... que menino adorável filha!” – ela sussurrou depois que fechei a porta.


Balancei a cabeça negativamente. Tão adorável que quase matei sua filha.


Inalei profundamente. O cheiro de Bella também mudará, por causa das transfusões de sangue que recebeu... não era ruim, mas seu perfume natural era muito melhor.


“Oh Bella, Bella... acho que terei de levá-la comigo, aqui em Phoenix você era menos desastrada filha!” – ela suspirou, ainda falando baixinho, com Bella adormecida.


Eu não queria ouvir, mas não queria sair dali e deixar Bella um segundo que fosse maltratava meu coração. Talvez fosse saudável que ela ficasse com a mãe mesmo, afinal ela sentia falta do sol e de Phoenix.


Comecei a recordar como ela estava linda no dia que ficamos na campina... sua pele branquinha oscilava dourada aos raios do sol, seu rosto corado, seu perfume me abraçando a cada toque do vento em seu corpo. Tão bela! Tão Bella! Sorri e em seguida suspirei.


A porta se abriu e eu quase me assustei.


“Oh Edward, desculpe” – Renée ficou corada exatamente como Bella ficaria.


Eu sorri e entrei no quarto novamente.


“Você já descansou filho?” – ela perguntou maternalmente, olhando para as minhas roupas, só então me lembrei que não havia me trocado.


“Oh.. não... mas Alice está me trazendo uma muda de roupas limpas e vou me lavar aqui mesmo, no banheiro do quarto” – expliquei tentando soar inocente.


Alice estava mesmo trazendo roupas, ouvi seus passos no corredor e seu pensamento me alertando.


Ela abriu a porta devagar.


“Edward?”


“Entre Alice...” – ela sorriu angelicalmente para Renée – “esta é Renée mãe de Bella”


“Olá!” – ela abraçou a mãe de Bella e me olhou – “Oh... que cheiro incrível!” – pensou logo em seguida soltando-a – “Sua filha é maravilhosa” – falou.


“Obrigada!”


“Edward, suas roupas” – ela me entregou um saco de papel com roupas dentro, escova de dentes e uma toalha.


“Vou me lavar, com licença!” – entrei no banheiro, já quase despido e liguei o chuveiro. Deixei a água lavar todo o sangue, todo o caos que foram esses dias. Eu me sentia humano, frágil.


Alguns minutos depois estava saindo do banho. Entreguei o saco de papel com as roupas sujas para Alice que conversava animadamente com Renée.


“Sua futura sogra é muito legal Edward!” – ela anunciou-me em seus pensamentos.


Fiz uma careta imperceptível, já que não havia decidido o que fazer quanto a Bella.


Respirei fundo e me sentei novamente, o queixo sobre a grade, os olhos fechados.


“Coitado... ele deve ter ficado apavorado com a queda...” – Renée pensou – “Alice, quer tomar um café comigo?” – ela perguntou a Alice num sussurro.


“Vamos sim” – Alice respondeu num tom caloroso e saíram do quarto.


Alguns minutos depois ouvi Bella se mexer e a encarei, sem me mover para não acordá-la. De repente ela levou as mãos aos tubos para tira do nariz.


"Não, não faça." – retirando com cuidado seus dedos do tubo de oxigênio.


"Edward?" – ela virou a cabeça vagarosamente, nossos rostos a poucos centímetros de distancia - "Oh, Edward. Eu sinto muito!"


"Shhhh," – falei baixo - "Tudo está bem agora."


"O que aconteceu?" – ela perguntou um pouco confusa.


Eu estava feliz por vê-la acordada e ainda corada e seu hálito quente bufando no meu rosto frio, mas apavorado, estava decidido, nunca a colocaria em perigo novamente.


"Eu quase cheguei tarde demais. Eu podia ter chegado tarde demais" - sussurrei atormentado.


"Eu fui tão estúpida, Edward. Eu achei que ele estava com minha mãe."


"Ele enganou a todos nós."


"Eu tenho que ligar para Charlie e para minha mãe" – ela observou.


"Alice ligou para eles. Renée está aqui - bem, aqui no hospital. Ela está comendo alguma coisa nesse momento."


"Ela está aqui?" – ela tentou se sentar, um pouco agitada, mas me pareceu zonza e eu gentilmente a deitei novamente no travesseiro.


"Ela estará de volta logo," – prometi - "E você tem que ficar tranqüila."


"Mas o que você disse a ela?" – percebi o pânico em sua voz - "Porque você disse a ela que eu estou aqui?"


"Você caiu por dois andares de uma escada e por uma janela." – pausei pra que ela assimilasse a informação - "Você tem que admitir, isso podia ter acontecido."


Ela suspirou, fazendo uma careta pela dor.


"O quão mal eu estou?" – perguntou, olhando para seu corpo.


"Você tem uma perna quebrada, quatro costelas quebradas, algumas fendas em seus ossos, manchas roxas cobrindo cada polegada de seu corpo, e você perdeu um monte de sangue. Fizeram algumas transfusões em você. Eu não gostei disso - isso fez você cheirar completamente diferente por um tempo."


"Isso deve ter sido uma boa mudança pra você."


"Não, eu gosto de como você cheira."


"Como você fez isso?"


Entendi na mesma hora que ela estava falando sobre a mordida, o veneno, o sangue... como parei...


"Eu não tenho certeza." – desviei deliberadamente de seus olhos penetrantes, segurando sua mão enfaixada cuidadosamente para não desconectá-la dos monitores. Por um tempo fiquei quieto, tentando organizar o que diria a ela. Bella esperou, seus olhos curiosos em meu rosto - "Era impossível... parar" – sussurrei - "Impossível. Mas eu fiz." – a olhei com um sorriso - "Eu tenho que te amar."


Sentia meu corpo e meu coração aquecidos pela sensação gostosa de amar essa linda e atrapalhada menina.


"Eu não tenho um gosto tão bom quanto o cheiro?" – ela sorriu, fazendo outra careta por causa da dor.


"Até melhor - melhor do que eu imaginava."


"Sinto muito," – ela se desculpou, absurda como sempre.


Olhei para o teto - "De todas as coisas para se desculpar."


"Pelo que eu devia me desculpar?" – ela interrompeu.


"Por chegar muito perto de ficar pra longe de mim pra sempre"


"Sinto muito" – ela se desculpou novamente.


"Eu sei porque você fez isso." – tentando confortá-la - "Era ainda irracional, é claro.


Você deveria ter me esperado, deveria ter me contado."


"Você não me deixaria ter ido."


"Não," – concordei amargamente - "Eu não deixaria."


De repente Bella ficou tensa, o rosto pesado e recuou.


A olhei inquieto - "Bella, o que aconteceu?"


"O que aconteceu com James?"


"Depois que eu o separei de você, Emmet e Jasper tomaram conta dele."


Essa parte eu tentei não ouvir, não ver em suas mentes, despedaçaram seus membros e o queimaram... respirei fundo, a lembrança era agonizante.


"Eu não vi Emmet e Jasper lá." – ela franziu a testa.


"Eles tiveram que sair do quarto... tinha muito sangue."


"Mas você ficou."


"Sim, eu fiquei."


"E Alice, e Carlisle..." – ela falou curiosa.


"Eles também te amam, você sabe."


Ela ficou quieta por um momento, eu a fitei preocupado.


"Alice viu a fita?" – me perguntou ansiosa.


"Sim" – respondi. A culpa por Alice ser vampira, por ter sido tomada por maluca... senti o furor na minha mente, o ódio na minha voz.


"Ela sempre esteve no escuro, por isso não conseguia lembrar".


"Eu sei. Ela entende agora". – tentei soar tranqüilo, sem muita facilidade.


Eu estava distraído em meus pensamentos e a ouvi gemer.


"Ugh".


"O que foi?" – perguntei ansioso, ainda distraído.


"Agulhas" – ela explicou, desviando o olhar da que estava em sua mão, concentrando-se nos ladrilhos do teto, tentou respirar e novamente fez careta. Talvez pela dor em suas costelas.


"Medo de agulhas" – murmurei pra mim mesmo, balançando a cabeça. "Oh, um vampiro sádico, tentando torturar ela até a morte, claro, sem problema, ela corre pra encontrá-lo. Um tubo na mão, por outro lado..."


Ela revirou os olhos.


"Porque você está aqui?" – ela perguntou.


Eu a encarei confuso, porque eu estava aqui? Porque a amo? Porque a quero pra sempre na minha vida? Porque estou aqui Bella??


Juntei as sobrancelhas e fiz uma careta infeliz.


"Você quer que eu vá embora?"


"Não!" – ela protestou, horrorizada - "Não, eu quis dizer, porque minha mãe acha que você está aqui? Eu preciso lembrar da história direitinho pra quando ela voltar".


"Oh" – eu disse suavizando minhas feições - "Eu vim pra Phoenix pra colocar algum senso na sua cabeça, pra te convencer a voltar pra Forks" – falei tentando soar sinceridade - "Você concordou em me ver e foi dirigindo até o hotel onde eu estava com Carlisle e Alice – é claro de que estava aqui com a supervisão de meu pai. Mas


você tropeçou nas escadas á caminho do meu quarto e... bem, você já sabe o resto. Porém, você não precisa lembrar dos detalhes; você tem uma desculpa muito boa pra não se lembrar dos detalhes mais importantes".


Ela pensou por um momento - "Tem algumas falhas nessa história. Como nenhuma


janela quebrada".


"Na verdade não" – disse - "Alice se divertiu um pouco demais fabricando as evidências. Tudo já foi cuidado de forma muito convincente - você poderia provavelmente até processar o hotel se você quisesse. Você não tem nada com o que se preocupar" – prometi, alisando sua bochecha com a ponta dos dedos - "Seu


único trabalho agora é sarar".


O bipe do monitor pulo erraticamente, seu coração descompassado, sua reação ao meu toque.


"Isso vai ser vergonhoso" - ela murmurou.


"Hmm, eu imagino..." – gargalhei.


Então lentamente e propositalmente me inclinei, aproximando meus lábios dos dela e antes mesmo que os tocassem o bipe acelerou assustadoramente; e quando os toquei levemente o bipe parou.


Eu pulei pra trás abruptamente, assustado e aliviado assim que ouvi o som voltar e o rosto de Bella avermelhado.


"Parece que eu vou ter que ser mais cuidadoso com você do que o normal". – fiz uma careta.


"Eu não terminei de beijar você" – ela reclamou de forma infantil, linda - "Não me faça ter que ir até aí".


Sorri, um sorriso largo e me inclinei novamente para beija-la, mas o monitor enlouqueceu, o bipe frenético, desregulado e descompassado.


Ouvi no corredor o murmúrio dos pensamentos de Renée se aproximando, sorri sem jeito e me afastei de Bella.


"Eu acho que estou ouvindo sua mãe" – disse, sorrindo novamente.


"Não me deixe" – de repente Bella estava chorando, aflita.


"Eu não vou" – respondi e lhe sorri - "Eu vou tirar uma soneca".


Sai da cadeira de plástico e fui para um sofá azul turquesa reclinável que havia ao pé da cama, o inclinei pra trás e fechei meus olhos fingindo adormecer.


"Não esqueça de respirar" – Bella sussurrou sarcástica e em resposta respirei fundo, como se dormisse profundamente.


Eu podia ouvir Renée falando, agitada, cansada e aborrecida.


A porta abriu um pouquinho, e ela observou pela abertura.


"Mãe!" – ela sussurrou amorosa e um pouco aliviada.


“Nossa, ele não sai daqui!” – ouvi os pensamentos de Renée em seguida suas palavras num murmúrio - "Ele não vai embora nunca, não é?" – ela caminhou sorrateira até a cama.


“Mãe, eu estou tão feliz de ver você!"


Mesmo de olhos fechados, eu sabia que a mae de Bella estava chorando e a abraçando. O fungar do nariz e a respiração abafada pelo abraço.


Seus pensamentos estavam confusos, porque na verdade ela se sentia culpada por Bella ter fugido de Forks.


"Bella, eu estava tão chateada!"


"Me desculpe, mãe. Mas vai ficar tudo bem agora, está tudo bem".


"Eu estou feliz só por ver seus olhos abertos" – ouvi o barulho dela se sentando na cama.


"Por quanto tempo eu fiquei fechada?"


"É sexta, querida, você esteve fora por algum tempo".


"Sexta?" – Bella pareceu chocada.


"Eles tiveram que te manter sedada por algum tempo, querida - você tem um monte de ferimentos".


"Eu sei" – ela respondeu, a voz um pouco distraída.


Senti a dor no meu corpo, no meu coração. Seus ferimentos causados por meus erros.


"Você teve sorte porque o Dr. Cullen estava lá. Ele é um homem muito legal... porém novo demais. E ele parece mais um modelo do que um médico..."


"Você conheceu Carlisle?"


"E a irmã de Edward. Ela é uma garota adorável".


"Ela é" – ela concordou e eu senti meu coração aquecido por essas palavras.


"Você não me contou que tinha tão bons amigos em Forks". – Renée comentou após um breve silencio. Seus pensamentos voltados a mim.


Então Bella gemeu, na mesma hora abri meus olhos encarando-a.


"O que dói?" – Renée perguntou ansiosa.


"Eu estou bem" – ela assegurou a nós dois, sem que Renée percebesse que ela falava pra mim também, então fingi dormir novamente, roncando baixo de vez em quando - "Eu só tenho que lembrar de não me mexer".


"Onde está Phil?" - ela perguntou.


"Flórida - oh, Bella! Você nunca vai adivinhar! Quando estamos prestes a ir embora, as melhores notícias!"


"Phil conseguiu um contrato?" – ela perguntou mais afirmando que questionando.


"Sim! Como você adivinhou! Os Suns, dá pra acreditar?"


"Isso é ótimo, mãe" – ela afirmou com algum entusiasmo.


"E você vai gostar tanto de Jacksonsville. Eu fiquei um pouco preocupada quando Phil começou a falar de Akron, com toda aquela neve e tudo mais, porque você sabe que eu odeio o frio, mas Jacksonsville! É sempre ensolarado, e a umidade não é tão ruim assim. Nós achamos a casa mais fofa, amarela, com a ornamentação branca, e com uma entrada como a dos filmes antigos, e um enorme carvalho, e é só a alguns minutos do oceano, e você terá seu próprio banheiro-"


"Espere, mãe" – Bella interrompeu, eu já estava ficando agoniado em pensar nela longe de mim - "Do que é que você tá falando? Eu não vou para a Flórida. Eu vivo em Forks".


"Mas você não tem que viver mais, sua boba" - ela riu - "Phil vai conseguir ficar mais parado agora... nós falamos muito sobre isso, e o que eu vou fazer é deixar de ir a alguns jogos, metade do tempo com ele, metade do tempo com você".


"Mãe" – ela hesitou - "Eu quero viver em Forks. Eu já estou acostumada com a escola, eu tenho algumas amigas” – ela pausou – “Charlie precisa de mim. Ele fica sozinho lá, e ele não sabe cozinhar nem um pouco".


"Você quer ficar em Forks?", ela perguntou, desnorteada - "Porque?"


"Eu te disse - escola, Charlie, ai!" – eu a olhei disfarçadamente, Bella havia se mexido um pouco.


As mãos de Renée alcançaram sua testa e eu fechei os olhos novamente.


"Bella, querida, você odeia Forks" -  ela lembrou.


"Não é tão ruim assim".


"É esse garoto?" - ela sussurrou.


Eu senti uma alegria enorme em meu coração. Mas Renée nem aprovava nem desaprovava, um misto de alegria pela filha e tristeza por vê-la ficar com Charlie.


"Ele é parte disso" – ela admitiu - "Então, você teve uma chance de conversar com Edward?"


"Sim" – senti a hesitação em sua voz - "E eu quero falar com você sobre isso".


"Sobre o que?" – Bella perguntou.


Fiquei tenso novamente pelas palavras em sua cabeça.


"Eu acho que esse garoto está apaixonado por você" - ela acusou, mantendo a voz baixa.


"Eu também acho que sim" – Bella afirmou. Absurda!!! Ri dentro de mim. Apaixonado não, a amo Isabella Marie Swan!!!!


"E como você se sente em relação a ele?” – Renée perguntou curiosa.


"Eu estou louca por ele". – Bella disse em meio a um suspiro.


Novamente me senti cheio, completo. Feliz.


Como eu poderia pensar em ficar longe dela? Em deixá-la? Como?


"Bem, ele parece muito legal, e, minha nossa, ele é incrivelmente lindo, mas você é tão jovem, Bella..." - a voz dela estava incerta.


"Eu sei, mãe. Não se preocupe. É só uma paixonite" – Bella afirmou, e senti uma pontada de tristeza no peito.


"Isso mesmo" - ela concordou e então suspirou.


"Você precisa ir?"


"Phil deve ligar em pouco tempo... eu não sabia quando você acordaria..."


"Sem problemas, mãe. Eu não vou ficar sozinha".


"Eu volto logo. Eu estive dormindo aqui, sabe" - ela anunciou, orgulhosa.


"Oh, mãe, você não precisava fazer isso! Você pode dormir em casa - eu nunca iria


reparar".


"Eu estava nervosa demais" - ela admitiu timidamente - "Aconteceu algum crime no bairro, e eu não gosto de ficar lá sozinha".


"Crime?" – Bella perguntou alarmada.


"Alguém invadiu aquele estúdio de dança na esquina da nossa casa e tocou fogo nele - não sobrou nada! E eles deixaram um carro roubado lá na frente. Você lembra de quando tinha aulas de dança lá, querida?"


"Eu me lembro" – senti o tremor a voz de Bella e a olhei de relance novamente. Havia esquecido de contar que colocamos fogo para não deixar pistas.


"Eu posso ficar, bebê, se você precisar de mim".


"Não, mãe, eu vou ficar bem. Edward vai ficar comigo".


"Eu vou voltar á noite" – ela avisou.


"Eu te amo, mãe".


"Eu te amo também, Bella. Tente ser mais cuidadosa quando anda, querida. Eu não


quero perder você".


Continuei com os olhos fechados mas sorri.


Uma enfermeira invadiu o quarto, Renée deu um beijo barulhento e pelos seus pensamentos vi que era na testa de Bella e saiu.


"Você está se sentindo ansiosa, querida? O seu coração está parecendo um pouco rápido aqui". – a enfermeira perguntou.


"Eu estou bem" – Bella assegurou.


"Eu vou dizer á medica que está cuidando de você que você está acordada. Ela vai vir te ver em um minuto".


Assim que ela fechou a porta, eu parei ao lado de Bella.


"Você roubou um carro?" - ela ergueu suas sobrancelhas.


Sorri - "Era um bom carro, muito rápido".


"Como foi a sua soneca?"


"Interessante" – a encarei.


"O que?"


Olhei pra baixo enquanto falava - "Eu estou surpreso. Eu pensei que a Flórida... e a


sua mãe... bem, eu pensei que isso era tudo o que você podia querer".


"Mas você ficaria preso o dia inteiro em casa na Flórida. E você só poderia sair durante a noite, como um vampiro de verdade". – ela me olhou, tentando sorrir.


"Eu ficaria em Forks, Bella. Ou algum lugar assim" – expliquei, sério - "Algum lugar onde eu não te machucasse mais".


Ela ficou um tempo em silencio, de repente sua respiração alterou e seus olhos ficaram marejados.


Eu não me movi, sentindo o vazio tomar conta de mim, encarando seus olhos castanhos, seu olhar doloroso lançado a mim.


EU precisava saber o que ela estava pensando!


E então outra enfermeira entrou no quarto. Fiquei rígido enquanto ela olhava pra Bella e para o monitor.


"Está na hora dos remédios pra dor agora, querida?" - ela perguntou carinhosamente, dando tapinhas no tubo de entrada.


"Não, não" - Bella murmurou - "Eu não preciso de nada agora".


"Não precisa ser corajosa, querida. É melhor se você não se estressar; você deve


descansar".


Ela esperou, mas ela só balançou a cabeça negativamente.


"Ok", ela suspirou. "Aperte o botão quando estiver pronta".


Ela me encarou reprovando qualquer que fosse o motivo pelo qual fiz Bella se alterar, encarou o monitor e saiu.


Toquei seu rosto com as duas mãos e ela me encarou, os olhos bem abertos.


"Shhh, Bella, acalme-se".


"Não me deixe" – ela implorou com a voz entrecortada.


"Eu não vou" – prometi - "Agora relaxe antes que eu chame a enfermeira pra te


sedar".


Mas seu coração estava disparado.


"Bella" – acariciei seus rosto ansioso, na tentativa de acalma-la - "Eu não vou a lugar nenhum. Eu vou ficar aqui até quando você precisar de mim".


"Você promete que não vai me deixar?" – ela sussurrou tentando controlar a respiração.


Eu deixei meus olhos firmes nos dela, a respiração perto de seu rosto, ainda segurando-o entre minhas mãos. Esperei. Seu coração começou a desacelerar, a respiração normalizando devagar, o bipe voltando ao seu toque normal no monitor.


Ele continuou segurando o meu olhar enquanto meu corpo relaxava lentamente e o


"Melhor?" - perguntei.


"Sim" – ela respondeu cautelosa.


“Não esperava essa reação” – falei a mim mesmo sem que ela ouvisse, balançando a cabeça.


"Porque você disse isso?" – ela sussurrou - "Você se cansou de ter que ficar me salvando o tempo inteiro? Você quer que eu vá embora?"


"Não, eu não quero ficar sem você, Bella, é claro que não. Seja racional. E eu também não tenho problema nenhum em salvar você - isso se não fosse pelo fato de que sou eu que está te colocando em risco... que eu sou a razão pela qual você está aqui".


"Sim, você é a razão" – ela fez uma careta. "A razão pela qual eu estou aqui -viva".


"Por pouco" – minha voz num sussurro, me lembrando de tudo que causei - "Coberta de gaze e de gesso e quase impossibilitada de se mexer".


"Eu não estava me referindo á mais recente experiência de quase-morte" – ela rugiu irritada – “Eu estava falando das outras- você pode escolher uma. Se não fosse por você eu estaria dando um passeio pelo cemitério de Forks".


Estremeci com suas palavras.


"No entanto, essa não é a pior parte" – sussurrei - "Não ver você lá no chão... amassada e quebrada" – disse chateado, chocado - "Não foi pensar que eu estava atrasado. Nem mesmo ouvir você gritando de dor - todas essas memórias insuportáveis que eu vou carregar comigo por toda a eternidade. Não, a pior parte foi sentir... saber que eu não podia parar. Acreditar que eu mesmo fosse matar você".


"Mas você não matou".


"Mas eu podia. Tão facilmente".


Eu tentava alertá-la do perigo, convencê-la do perigo. Eu precisava que ela me mandasse ir, eu não conseguiria sozinho.


"Me prometa" – ela sussurrou.


"O que?"


"Você sabe o que" – ela parecia com raiva.


A encarei vencido - "Eu não pareço ser forte o suficiente pra ficar longe de você, então eu acho que você seguirá seu caminho... quer isso mate você ou não" - acrescentei duramente.


"Bom" – ela respondeu um pouco menos tensa.


Eu queria ouvir seus pensamentos!


"Você me disse como parou... agora eu quero saber porque" – ela quis saber.


"Porque?" – perguntei cauteloso.


"Porque você fez isso? Porque você não deixou o veneno se espalhar? A essas horas eu seria como você".


Eu senti a raiva me dominar, olhei pra ela. Alice!! Ela prometeu não tocar nesse assunto, não dar idéias a Bella.


Eu estava tão surpreso ou ainda mais furioso. Cravei meu maxilar e fiquei imóvel, sem responder.


"Eu serei a primeira a admitir que não tenho nenhuma experiência com relacionamentos" – ela disse - "Mas me parece lógico... um homem e uma mulher tem que ser parecidos em algo... como, um deles não pode sempre estar sendo abatido e o outro salvando. Eles tem que salvar uma ao outro igualmente".


Eu ouvi ao longe suas palavras, coloquei o braço do lado da cama e meu queixo sobre eles, a culpa não era de Bella, mais tarde eu me entenderia com Alice.


"Você me salvou" – eu disse baixinho.


"Eu não posso ser Lois Lane" – ela insistiu - "Eu quero ser o Superman também".


"Você não sabe o que está pedindo". – suavizei minha voz, olhando para o travesseiro e não para ela propositalmente.


"Eu acho que sei."


"Bella, eu não sei. Eu já tive quase noventa anos pra pensar nisso e ainda não tenho certeza".


"Você queria que Carlisle não tivesse salvado você?"


"Não, eu não desejo isso" – parei, respirei e continuei - "Mas a minha vida estava


acabada. Eu não estava desistindo de nada".


"Você é a minha vida. Você é a única coisa que eu me incomodaria em perder".


"Eu não posso fazer isso, Bella. Eu não vou fazer isso com você".


"Porque não?" – ela falou alto, alterada - "Não me diga que é muito difícil! Depois de hoje, ou eu acho alguns dias atrás... de qualquer forma, depois daquilo, isso não devia ser nada".


Eu a encarei - "E a dor?"


Ela ficou pálida imediatamente, seu coração deu um salto e voltou ao normal.


"Isso é problema meu" – afirmou ainda com raiva - "Eu posso agüentar".


"É impossível agüentar a coragem a partir do momento que ela se transforma em


loucura".


"Isso não é problema. Três dias. Grande coisa".


Fiz outra careta. Alice!!!! Somente Alice pra ter dado tanta informação! Informação que ela prometeu não passar a Bella!


Só tinha uma forma de acabar com esse assunto e eu a olhei especulativo.


"Charlie?" – fui curto e direto - "Renée?"


Os minutos se passaram em silêncio. Ela abriu a boca, mas nenhum som saiu dela, então desistiu e fechou novamente. Esperei paciente, já me sentindo vitorioso.


"Olha, isso também não é nenhum problema" – ela murmurou, indecisa - "Renée sempre fez as escolhas que funcionavam pra ela - e ela sempre quis que eu fizesse o mesmo. E a alegria de Charlie, ele está acostumado a ficar sozinho. Eu não posso tomar conta dele pra sempre. Eu tenho a minha própria vida pra viver".


"Exatamente" – eu a cortei, a palavra vida solta no ar - "E eu não vou acabar com ela pra você".


"Se você está esperando pra ficar comigo no meu leito de morte, eu tenho notícias


pra você! Eu estava lá!"


"Você vai se recuperar" – eu a lembrei.


Ela respirou fundo e me encarou. Segurei meus olhos nos seus sem demonstrar sentimento algum, apesar de por dentro estar completamente confuso e triste.


"Não" - ela disse lentamente - "Eu não vou".


"É claro que vai. Você pode ficar com um cicatriz ou duas..."


"Você está errado" – ela insistiu - "Eu vou morrer".


"Sério, Bella" – me senti ansioso, o veneno não estava mais nela, o caçador morto - "Você vai sair daqui em alguns dias. Duas semanas no máximo".


Ela me olhou - "Eu posso não morrer agora... mas eu vou morrer alguma hora. A cada minuto do dia, eu chego mais perto. Eu vou ficar velha".


Ah! – fiz uma careta pensativo – Ela conseguiu. Fechei meus olhos pressionando meus dedos em minhas têmporas. Mas eu não iria alem desse dia... não iria alem desse dia.


"Isso é o que supostamente acontece. É assim que deve acontecer. Aconteceria se eu não existisse- e eu não deveria existir". – finalmente falei.


Ela bufou e abri meus olhos, surpreso.


"Isso é estúpido. Isso é como alguém que acabou de ganhar na loteria, pegando o dinheiro, e dizendo, 'Olha, vamos voltar a ser como as coisas deviam ser. É melhor assim'. Eu não vou aceitar isso".


"Eu não sou bem um premio de loteria" - rugi.


"Isso mesmo. Você é muito melhor".


Ah Bella, Bella!!! - revirei meus olhos - "Bella, nós não vamos mais continuar com essa discussão. Eu me recuso a te amaldiçoar à noite eterna e esse é o fim".


"Se você acha que acaba aqui, você não me conhece muito bem" – ela avisou. -"Você não é o único vampiro que eu conheço".


Na minha mente Alice - "Alice não ousaria" – senti a raiva me engolir.


"Alice já viu isso, não foi? É por isso que as coisas que ela fala aborrecem você. Ela sabe que eu serei como vocês... um dia"


"Ela está errada. Ela também viu você morta, mas isso também não aconteceu". – revidei.


"Você nunca vai me pegar apostando contra Alice". – ela usou muito bem uma de minhas observações antes do jogo de baseball.


Ficamos em silencio, nos observando por um longo tempo.


Alice, Alice, Alice! Bella poderia até tentar, mas eu saberia o que tentariam, eu saberia antes por seus pensamentos, eu saberia no futuro nos olhos de Alice, eu saberia. Então, respirei fundo e me aquietei.


"Então onde isso nos deixa?" – Bella questionou.


Eu gargalhei sem humor - "Eu acredito que se chama impasse".


Bella suspirou e grunhiu - "Ouch".


"Como você está se sentindo?" – perguntei preparado para apertar o botao e chamar a enfermeira.


"Eu estou bem" – mentiu.


"Eu não acredito em você” – fui gentil.


"Eu não vou voltar a dormir".


"Você precisa descansar. Toda essa discussão não faz bem a você".


"Então desista" – ela tentou.


"Boa tentativa" – apertei o botão.


"Não!"


"Sim?" - o comunicador na parede respondeu.


"Eu acho que estamos prontos para mais remédios para a dor" – informei calmamente, ignorando seu olhar bravo pra mim.


"Eu vou mandar a enfermeira" - a voz entediada respondeu.


"Eu não vou tomar" – Bella afirmou.


Olhei despreocupadamente na direção dos medicamentos pendurados ao lado da cama - "Eu acho que eles não vão te pedir pra engolir nada".


O coração dela começou a bater forte, ela tinha medo no olhar. Não consegui suprimir o suspiro, frustrado.


"Bella, você está sentindo dor. Você precisa relaxar pra se curar. Porque você está sendo tão difícil? Eles não vão mais colocar agulhas em você".


"Eu não estou com medo das agulhas" – murmurou - "Eu estou com medo de fechar meus olhos".


Eu lhe sorri ternamente, segurando seu rosto entre as minhas mãos.


"Eu disse que não vou pra lugar nenhum. Não tenha medo. Enquanto isso te fizer feliz, eu vou ficar aqui".


Ela sorriu de volta, segurando uma careta devido as dores - "Você está falando de pra sempre, sabe".


"Oh, você vai superar isso - é só uma paixonite". – lembrei.


"Eu fiquei chocada quando Renée comprou essa. Eu sei que você sabe mais que isso". – ela balançou a cabeça.


"Isso é a beleza de ser humano" – afirmei - "As coisas mudam".


Ela revirou os olhos.


"Não segure o fôlego". – avisei, sorrindo ainda.


A enfermeira entrou, segurando uma seringa.


"Com licença" – ela me disse bruscamente, eu me levantei em silencio e me encostei na parede, cruzando os braços.


Ela procurou meus olhos e eu a encarei, acalmando-a.


"Aí está, meu bem" - A enferemeira sorriu enquanto injetava o medicamento no tubo - "Você vai se sentir melhor agora".


"Obrigada" - murmurou, sem entusiasmo.


"Eu acho que isso será suficiente" – a enfermeira disse enquanto víamos Bella lentamente fechar os olhos.


A enfermeira saiu e logo eu estava ao lado de Bella, tocando de leve seu rosto.


"Fique" - a palavra saiu mal articulada.


"Eu fico" – prometi - "Como eu já disse, enquanto isso te fizer feliz... enquanto isso for o melhor pra você".


"Não é a mesma coisa" - ela balbuciou, maneando de leve a cabeça.


Eu ri - "Não se preocupe com isso agora, Bella. Você pode discutir comigo quando acordar".


"Tá".


Aproximei de seu ouvido, sussurrando suavemente - "Eu te amo".


"Eu também".


"Eu sei" – eu sorri.


Bella virou a cabeça levemente, eu sabia o que ela queria, sorri tocando seus lábios com os meus delicadamente.


"Obrigada" – ela respondeu junto a um suspiro breve.


"Á disposição".


Alguns segundos depois, Bella me chamou.


"Edward?"


"Sim?"


"Eu aposto em Alice" - ela murmurou e adormeceu.


Eu não consegui nem ficar bravo com Bella, soltei uma risada alta e ao mesmo tempo nervosa.


“Oh Bella, meu amor, até grogue você quer discutir comigo!”


Eu sabia que ela já não me ouvia. Beijei sua testa. Afastei o cabelo de seu rosto e sai para encontrar Alice.


Corri pela escuridão até o hotel onde estavam todos hospedados.


Do elevador eu ouvia os murmúrios baixos dos pensamentos dos hospedes, de Carlisle e de meus irmãos.


“Edward, acalme-se!” – ouvi os pensamentos de Alice antes mesmo que eu abrisse a porta do quarto de Hotel em que ela e Jasper estavam.


Em seu pensamento o futuro. Eu estava furioso, berrando com ela... E ela?? Sorridente. Rá!Rá! Rá!


Abri a porta e a encarei. Jasper já usando seus poderes pra me acalmar, eu podia senti-los alterando meu humor.


O encarei nervoso.


“Jasper, me deixa tratar disto com Alice!” – falei entre dentes.


Ele não se moveu, mas do seu jeito peculiar, intensificou seus poderes sobre mim.


Eu me aproximei de Alice devagar.


“Eu sei, eu sei...” – ela começou – “Eu prometi, mas ela tinha todo o direito de saber” – pausou – “Edward, se ela não tivesse escolha, se você ou eu ou nenhum de nós chegasse a tempo e ele a deixasse lá, sozinha, tornando-se vampira...” – Alice respirou deixando que eu assimilasse sua explicação – “... se ela não soubesse dos desejos, dos 3 dias... que seria possível ela ser uma de nós... talvez ela cometesse algum erro... ou morresse... ou matasse”.


Alice finalizou sem desviar de meus olhos, sorridente e paciente.


Eu fiquei quieto, controlando minha vontade de gritar com ela. Eu havia pedido! Bella teria idéias, ela já tinha idéias.


“Alice, eu não quero condená-la a essa vida.” – informei aflito, me sentando ao lado dela na cama – “Não quero... nós não tivemos escolha Alice... mas...”


“Mas ela tem. E é ela quem deve escolher Edward!” – Alice interrompeu, enfatizando “ela” em sua frase.


“Alice...” – ela não me deu tempo pra terminar.


Novamente o futuro.


Bella estava sorridente, o mesmo vestido azul. Eu descia meus lábios até seu pescoço e...


Alice me encarou risonha.


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Notas finais do capítulo

Comentemmmm!!!!!! Capitulo final será postado na sexta dia 30/10



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