Midnight Sun Continuação escrita por Mari Scotti


Capítulo 1
Capítulo 11.1: Interrogações


Notas iniciais do capítulo

É isso mesmo, a fanfiction se inicia no capítulo 11, pois é a continuação de Midnight Sun.
O inicio foi o postado por Stephanie Meyer, porém para que você entenda o contexto, criarei o cap. 11.1 (texto de Steph) e 11.2 inicio da fanfiction.
Para quem não leu os doze primeiros capítulos entre na comunidade do orkut e baixe: http://www.4shared.com/file/66588253/b6b63dc4/Stephenie_Meyer_-_5_Midnight_Sun.html?dirPwdVerified=3a9b556c



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A CNN trouxe a história antes.

Eu estava contente por isto ter chegado ao noticiário antes de eu ter q ue ir para a escola,

ansioso por ouvir como os humanos iriam descrever o acontecimento, e quanta atenção o

fato iria gerar.

Por sorte, era um dia cheio de noticias frescas. Houve um terremoto na américa do sul e um

sequestro político no oriente médio. Port anto, tudo acabou em uns poucos segundos, umas

poucas frases e uma imagem chuviscada.

“Alonzo Calderas Wallace, suspeito de ser um estuprador em série e assassino procurado

nos estados do Texas e Oklahoma, foi preso na última noite em Portland, Oregon graç as a

uma denúncia anônima. Wallace foi encontrado inconsciente em um beco nesta manhã,

apenas a alguns metros da delegacia de polícia.

Os policiais não souberam dizer por enquanto se ele seria extraditado para Houston ou

Oklahoma para aguardar o julgamento .”

A imagem não estava clara. Uma foto de arquivo policial, e ele tinha uma barba bem grossa

na época em que a fotografia foi tirada. Mesmo que Bella tivesse visto, ela não o teria

reconhecido. Eu esperava que não. Isto a deixaria amedrontada sem necessida de.

“A cobertura aqui na cidade será bem pequena. É algo de muito longe para ser considerado

de interesse local,” disse-me Alice. “Foi uma boa idéia que Carslile o levasse para fora do

estado.”

Eu acenei positivamente com a cabeça. Bella não assistia muita TV normalmente, e eu

nunca havia visto seu pai assistir nada além de canais de esportes.

Eu tinha feito o que podia. Este monstro já não caçaria mais, e eu não era um assassino.

Não nos últimos tempos, de qualquer forma. Eu fiz bem em confiar em Carslile, por mais

que eu ainda desejasse que o monstro não tivesse se safado tão incolume. Eu me peguei

desejando que ele fosse extraditado para o Texas, onde a pena de morte é tão popular…

Não. Isso não importa. Deixaria isto no passado, e me concentraria no que é mais

importante.

Havia deixado o quarto de Bella a menos de uma hora atrás e já estava louco para vê -la

novamente.

“Alice, você se importa-”

Ela me cortou. “Rosalie vai dirigir. Ela vai parecer irritada, mas você sabe que ela vai

adorar a desculpa para exibir seu carro.” Alice soltou um riso trêmulo.

Eu sorri para ela. “Te vejo na escola.”

Alice suspirou, e meu sorriso se tornou uma careta.

Eu sei, eu sei, ela pensou. Não ainda. Eu vou esperar até que você esteja pronto para Bella

saber quem sou. Você deve saber, enfim, que isso não é apenas egoísmo meu. Bella vai

gostar de mim também.

Eu não a respondi, enquanto seguia com pressa para a porta. Aquela era uma maneira

diferente de ver a situação. Bella iria querer conhecer Alice? Ter uma vampira como

amiga?

Conhecendo Bella… aquela idéia provavelmente não iria incomodá -la nem um pouco.

Eu franzi as sobrancelhas, pensando. O que Bella quer e o que é melhor para Bella, são

duas coisas muito distintas.

Eu comecei a me sentir desconfortável enquanto estacionava meu carro no passeio da casa

de Bella.

O provérbio humano dizia que tudo parece diferente pela manhã - que as coisas mudam

quando você as deixa passar. Eu pareceria diferente para Bella na luz fraca de um dia

nublado? Mais ou menos sinistro do que pareceri a no escuro da noite? Teria a verdade se

revelado enquanto ela dormia? Será que finalmente ela teria medo?

Seus sonhos haviam sido pacíficos, enfim, na última noite. Quando ela falou meu nome,

uma vez e outra, ela sorriu. Mais de uma vez ela murmurou apela ndo para que eu ficasse.

Aquilo não significaria nada no dia de hoje?

Eu aguardei impacientemente, ouvindo os sons vindos de dentro da casa - os passos rápidos

e tropeçantes nas escadas, o rasgar seco de papel alumínio, os frascos do refrigerador

batendo uns contra os outros quando a porta se fechou. Parecia que ela estava com pressa.

Anciosa para ir a escola? A idéia me fez sorrir, esperançoso novamente.

Olhei para o relógio. Eu supunha que - levando em conta a velocidade a sua velha pickup a

limitava, ela estava um tanto atrasada.

Bella saiu correndo da casa, sua mochila escorregando dos seus ombros, seu cabelo preso

em uma trança mal feita que já se dividia perto de sua nuca. O grosso suéter verde que ela

usava não era o suficiente para evitar que seus pe quenos ombros tremessem com a névoa

fria.

O longo suéter era grande demais para ela, desproporcional. Ele mascarava sua silhueta

delgada, tornando todas as suas curvas delicadas e suaves em uma confusão disforme. Eu

gostei, mesmo desejando que ela usasse a lgo mais parecido com a delicada blusa azul que

vestira na última noite… o tecido havia aderido a sua pele de um jeito muito convidativo,

decotado o suficiente para revelar a maneira hipnótica como sua clavícola se afastava do

vazio abaixo de seu pescoço. O azul fluia como agua através do contorno delicado de seu

corpo.

Era melhor - essencial - que eu mantivesse meus pensamentos muito, muito longe daquelas

formas, então eu deveria estar agradecido por ela usar aquele suéter pouco atraente. Eu não

poderia me permitir qualquer erro, e seria um erro monumental me deixar levar pela

estranha fome que os pensamentos sobre seus lábios… sua pele… estavam criavam dentro

de mim. Fome que eu havia erradicado de mim por uma centena de anos. Eu não poderia

sequer pensar em tocá-la, porque isso seria impossível.

Eu a destruiria.

Bella voltou-se para longe da porta com tanta pressa que ela quase passou pelo meu carro

sem notá-lo.

Então ela parou quase derrapando, seus joelhos travando em um solavanco. Sua mochila

escorregou pelo seu braço e seus olhos se arregalaram quando focalizaram o carro.

Eu saí, sem me preocupar em me mover numa velocidade humana, e abri a porta do

passageiro para ela. Eu não tentaria mais ludibriá -la. Quando estivessemos a sós, pelo

menos, eu seria eu mesmo.

Ela olhou para mim, supresa novamente, por eu praticamente ter me materializado no meio

da névoa.

E então a surpresa em seus olhos se tornaram em outra coisa, e eu não estava mais temeroso

- nem esperançoso - que seus sentimentos por mim tivessem mudado durante o curso da

noite. Calor, preocupação, fascinação, tudo nadando no que era o chocolate derretido dos

seus olhos.

“Quer ir de carona comigo hoje?” Eu perguntei. Ao contrário do jantar na última noite, eu a

deixaria escolher. De agora em diante , seria sempre a escolha dela.

“Sim, obrigada,” ela murmurou, subindo no carro sem hesitar.

Algum dia eu deixaria de me surpreender pelo fato de ela dizer sim para mim? Eu duvidei.

Eu dei a volta no carro, ansioso para me juntar a ela. Ela não mostrou nenh um sinal de

supresa com a minha súbita reaparição.

A alegria que senti quando ela se sentou ao meu lado não tinha precedentes. Por mais que

eu apreciasse o amor e companheirismo da minha familia, apesar dos vários

entretenimentos e distrações que o mundo t em a oferecer, eu nunca estive feliz dessa forma.

Mesmo sabendo que isso era errado, que isso poderia não terminar bem, eu não pude evitar

por muito tempo estampar um sorriso em minha face.

Minha jaqueta estava dobrada sobre o descanso de cabeça do banco d ela. Eu a vi olhando.

“Eu trouxe a jaqueta para você,” Eu disse a ela. Esta era minha desculpa, eu tinha que

arrumar alguma para a minha inesperada visita nesta manhã. Estava frio. Ela não tinha

jaqueta. Certamente esta era uma forma convincente de cavalhe irismo. “Eu não gostaria

que você ficasse doente ou algo parecido.”

“Eu não sou assim tão frágil,” ela disse, fitando meu peito ao invés do meu rosto, como se

ela estivesse hesitante em me olhar nos olhos. Mas ela vestiu o casaco antes que eu tivesse

que a ajudar ou persuadir.

“Não é?” Eu sussurrei para mim mesmo.

Ela fitava a estrada enquanto eu acelerava para a escola. Eu pude agüentar o silêncio apenas

por alguns segundos. Eu tinha que saber onde estavam os seus pensamentos nesta manhã.

Tanta coisa havia mudado entre nós desde o último nascer do sol.

“O que, nada de vinte perguntas hoje?” Eu perguntei, mantendo um tom suave.

Ela sorriu, parecendo feliz por eu ter puxado assunto novamente. “Minhas perguntas o

aborrecem?”

“Não tanto quanto as suas reações,” disse a ela com toda honestidade, sorrindo em resposta

ao seu sorriso, que esmaeceu.

“Eu reajo mal? “

“Não, este é o problema. Você encara tudo tão calmamente - isso é algo pouco natural, me

faz imaginar o que realmente você está pensando.”

É claro que tudo que ela fazia ou não fazia me deixava imaginando o que ela pensava.

“Eu sempre digo o que eu realmente estou pensando.”

“Você edita.”

Ela mordeu os lábios novamente. Ela parecia não notar quando fazia isso - era uma resposta

inconsciente à tensão. “Não muito.”

Estas poucas palavras foram suficientes para inflamar minha curiosidade. O que é que ela

deliberadamente escondia de mim?

“O bastante para me deixar louco,” eu disse.

Ela hesitou e então sussurrou, “Você não gostaria de ouvir.”

Eu tive que pensar por um momento, analisar toda a nossa conversa da última noite, palavra

por palavra, antes que eu fizesse a associação. Talvez isso exigisse muita concentração,

pois eu não imaginava nada que eu não quisesse ouvi -la dizer. E então - pelo tom de sua

voz ser o mesmo da última noite; havia uma dor repentina novamente - Eu me lembrei.

Uma vez eu pedi que ela não me dissesse seus pensamentos. Nunca diga isto, eu vociferei

para ela. Eu a fiz chorar…

Era isso que ela escondia de mim? A profundidade dos seus sentim entos sobre mim? Que

eu ser um monstro, não importava para ela, e que ela achava tarde demais para mudar sua

decisão?

Eu não conseguia falar, porque a alegria e a dor eram demasiado intensas para serem

expressas em palavras, o conflito entre elas era muito radical para possibilitar uma resposta

coerente. Havia silêncio no carro, exceto pelo ritmo uniforme de seu coração e pulmões.

“Onde está o restante de sua familia?” ela perguntou repentinamente.

Eu respirei fundo - registrando o aroma no carro com uma ve rdadeira dor pela primeira vez

; eu estava me acostumando a isso, eu fazia com satisfação - e me forçando a ser casual

novamente.

- Eles pegaram o carro da Rosalie.

Estacionei perto da capota suspensa do carro em questão. Escondi meu sorriso quando vi

seus olhos arregalarem.

- “Chamativo, não?”

- “Hmm, caramba. Se ela tem isso, porque pega carona com você?”

Rosalie deveria ter apreciado a reação de Bella… se ela estivesse sendo mais objetiva com

respeito a ela , o que provavelmente não iria acontecer.

- “Como eu disse, é chamativo. Nós tentamos nos misturar.”

“Vocês não conseguem”, ela me disse; e então ela sorriu um cuidadoso sorriso.

O jovial, inteiramente despreocupado som do seu riso queimou o meu peito oco como

também fez minha cabeça flutuar com tontur a.

“Então por que Rosalie dirigiu hoje se ele é mais notável?” ela perguntou.

“Não percebeu? Estou quebrando todas as regras agora.”

Minha resposta deveria ter sido ligeiramente assustadora - então, é claro, Bella riu dela.

Ela não esperou por mim para abr ir sua porta, exatamente como a noite passada. Eu tinha

que aparentar normalidade aqui na escola - então eu não poderia me mover rápido o

bastante para impedir isso - mas ela teria que se acostumar a ser tratada com mais cortesia,

e acostumar-se logo.

Eu caminhei mais perto dela do que ousaria, olhando cuidadosamente por qualquer sinal de

que minha proximidade a perturbaria. Duas vezes sua mão estremeceu -se em direção à

minha e então ela gostaria de trazê -la de volta. Parecia que ela queria me tocar… Minha

respiração disparou.

“Por que vocês têm carros assim, então? Se vocês procuram ter privacidade? - ela me

perguntou enquanto caminhávamos.

“Como um prazer” - eu admiti - “Todos nós gostamos de dirigir rápido”.

“Imagino” ela murmurou, em seu tom de voz.

Ela não olhou para cima para ver minha resposta maliciosa.

“Nuh-uh”! Eu não acredito nisso. Como que Bella conseguiu ignorar isso? Eu não entendo!

Por que?

A mente nebulosa de Jessica interrompeu os meus pensamentos. Ela estava esperando por

Bella, se refugiando da chuva, sob o abrigo da marquise da cafeteria com o casaco de

inverno de Bella debaixo de seu braço. Seus olhos estavam estatelados com descrença.

Bella também a percebeu no exato momento. Um fraco tom rosado tocou sua face quando

Bella registrou a expressão de Jessica. Os pensamentos de Jessica estavam nitidamente

claros em seu rosto.

“Oi Jéssica. Obrigada por lembrar”, Bella lhe agradeceu. Ela apanhou o casaco e Jessica o

entregou sem dizer nenhuma palavra.

Eu tenho que ser educado com os amigos de Bella, mesmo sendo eles bons amigos ou não.

“Bom dia Jessica”..

Nossa…

Os olhos de Jessica se arregalaram. Foi estranho e divertido… e honestamente, um pouco

embaraçoso… para se ter uma idéia de como ficar perto de Bella me deixou mais gentil.

Parecia que ninguém estava mais com medo de mim. Se Emmett soubesse disso, ele iria

ficar rindo pelo próximo século.

“É…oi” Jessica murmurou e seus olhos lampejaram para o rosto de Bella, cheios de

expressão. “Acho que te vejo em trigonometria”.

Ah, você vai desembuchar tudo para mim. Não vou aceitar não como resposta. Detalhes.

Tenho que saber dos detalhes! Edward gato CULLEN! A vida é tão injusta.

A boca de Bella se torceu. - “É, a gente se vê lá.”

Os pensamentos de Jessica ficaram fora de controle enquanto ela corri a para sua primeira

aula, nos espiando uma vez ou outra.

A história inteira. Não vou aceitar nada menos que isso. Eles combinaram de se encontrar

ontem à noite? Eles estão namorando? Há quanto tempo? Como ela pôde guardar segredo

sobre isso? Por que ela guardaria? Não pode ser uma coisa casual - ela tem que estar bem

afim dele. Tem alguma outra opção? Eu vou descobrir. Não vou conseguir não saber de

nada. Será que ela já deu uns amassos nele? Ah, vou desmaiar… De repente os

pensamentos de Jessica ficaram de sconexos, e ela deixou que suas fantasias mudas

girassem por sua cabeça. Eu recuei com suas especulações, e não só porque ela tinha

trocado Bella por si mesma nas figuras mentais.

Eu não podia ser assim. Mas mesmo assim, eu… eu queria…

Resisti em admitir isso, mesmo para mim. Em quantas maneiras erradas eu queria colocar a

Bella? Qual iria acabar por matá-la?

Eu sacudi a cabeça e tentei deixar as coisas mais leves.

- “O que vai dizer a ela?” - perguntei a Bella.

- “Ei!” - ela sussurrou ferozmente. - “Pensei que você não pudesse ler minha mente!”

- “Não posso.” - eu a encarei, surpreso, tentando entender suas palavras. Ah - devíamos

estar pensando a mesma coisa ao mesmo tempo. Hmmm, gostei disso. - “Mas” - contei a

ela. - “posso ler a dela - Ela vai pegar você de surpresa na sala.”

Bella gemeu, e deixou a jaqueta escorregar por seus ombros. Não percebi que ela estava a

devolvendo - eu não teria pedido; preferia que ficasse com ela… uma lembrança - então fui

muito devagar para oferecer minha ajuda. Ela me entre gou a jaqueta e passou os braços

pela dela, sem olhar para cima para ver que minhas mãos estavam esticadas para ajudar. Eu

fiz uma careta com isso, e então controlei minha expressão antes que ela notasse.

- “Então, o que vai dizer a ela?” - eu pressionei.

- “Que tal uma mãozinha? O que ela quer saber?”

Eu sorri e sacudi a cabeça. Eu queria escutar o que ela estava pensando agora sem nenhuma

dica. - “Isso não é justo”.

Os olhos dela se apertaram. - “Não, você não está partilhando o que sabe - isso é que não é

justo”.

“Certo” - ela não gostava de dois pesos e duas medidas.

Chegamos à porta da classe dela - onde eu teria que deixá-la; me perguntei à toa se a Srta.

Cope iria ser mais favorável sobre uma mudança da minha aula de inglês… Forcei a minha

concentração. Eu podia ser justo.

- “Ela quer saber se estamos namorando escondido” - eu disse lentamente. - “E ela quer

saber como você se sente com relação a mim”.

Seus olhos se arregalaram - dessa vez não de surpresa, mas astutos. Estavam abertos para

mim, legíveis. Ela estava bancando a inocente.

- “Caramba” - ela murmurou. - “O que devo dizer?”

- “Hmmm” - Ela sempre tentava fazer com que eu revelasse mais do que ela. Refleti como

responder.

Uma mecha rebelde do cabelo dela, ligeiramente úmida por causa da neblina , caia por seu

ombro e se enrolava onde a sua clavícula estava escondida por aquele suéter ridículo.

Atraiu meus olhos… os arrastou para ver as outras linhas escondidas…

Me estiquei para pegá-la cuidadosamente, sem tocar em sua pele - a manhã já estava fria o

suficiente sem meu toque - e a coloquei de volta ao lugar em seu coque desarrumado para

que não me distraísse outra vez. Me lembrei quando Mike Newton tinha tocado seu cabelo,

e meu queixo se trincou com a memória. Ela tinha se afastado dele na ocasião . A reação

dela agora não era nada parecida; ao invés disso, seus olhos se arregalaram, seu sangue

correu mais rápido nas veias e uma súbita aceleração em seu coração.

Tentei conter meu sorriso quando a respondi.

- “Acho que pode dizer sim à primeira pergu nta… Se não se importa…” - a escolha era

dela, sempre dela. - “É mais fácil do que qualquer outra explicação.”

- “Não me importo…” - ela sussurrou. Seu coração ainda não tinha recuperado o ritmo

normal.

- “E quanto à outra pergunta de Jessica…” - não conseguia esconder meu sorriso agora. -

“Bom, eu estarei ouvindo para saber eu mesmo a resposta.”

Deixar que Bella considerasse isso. Reprimi uma risada e o choque passou por seu rosto.

Me virei rapidamente, antes que ela pudesse perguntar mais alguma coisa. Eu tinha certa

dificuldade em não dar a ela qualquer coisa que ela quisesse. E eu queria escutar os

pensamentos dela, não os meus.

“A gente se vê no almoço” - eu disse à ela sobre o ombro; uma desculpa para checar que

ela ainda estava me encarando, de olhos arregalados. Sua boca estava aberta. Me virei de

novo e fui embora, rindo.

Enquanto eu me afastava, estava vagamente ciente dos pensamentos surpresos e

especulativos que giravam ao meu redor - olhos indo do rosto de Bella à minha figura que

recuava. Prestei pouca atenção neles. Não conseguia me concentrar. Foi muito difícil

manter meus pés se movendo a uma velocidade aceitável enquanto cruzava a grama

encharcada para minha próxima aula. Queria correr - realmente correr, tão rápido que iria

desaparecer, tão rápido que iria parecer que estava voando. Parte de mim já estava voando.

Coloquei a jaqueta quando entrei na classe, deixando que a fragrância dela flutuasse,

pesada ao meu redor. Eu iria queimar agora - deixar que o cheiro me dessensibilizasse -

para que depois fosse mais fácil ignorar, quando estivesse com ela de novo no almoço…

Era uma coisa boa que os professores não se importavam mais em me chamar. Hoje talvez

tivesse sido o dia que eles me pegassem desprevenido, e sem respostas. Minha cabeça

estava em tantos lugares esta manhã; só meu corpo estava na sala de aula.

É claro que eu estava vigiando Bella. Isso estava se tornando natural - tão automático

quanto respirar. A escutei conversar com um Mike Newton desmoralizado. Ela rapidamente

mudou a conversa para Jessica, e abri um sorriso tão grande que Rob Sawyer, que estava

sentado ao meu lado direito, se encolheu visivelmente e escorregou na cadeira, para longe

de mim.

Argh. Assustador.

Bom, ele não estava totalmente errado.

Também estava monitorando Jess ica livremente, observando enquanto ela definiria suas

perguntas para Bella. Mal podia esperar até o quarto tempo, dez vezes mais ansioso e

curioso que a garota humana que queria uma fofoca nova.

E também estava escutando Angela Weber.

Não tinha esquecido a gratidão que tinha sentido por ela - primeiro por só pensar coisas

boas a respeito de Bella, depois pela ajuda à noite passada. Então eu esperei pela manhã,

procurando por algo que ela quisesse. Achei que seria fácil; como qualquer outro humano,

devia haver alguma coisa bugiganga ou brinquedo que ela quisesse. Vários, provavelmente.

Entregaria algo anonimamente e nos deixaria quite.

Mas Angela provou ser quase tão desatenciosa com seus pensamentos quanto Bella. Ela era

estranhamente satisfeita para uma ad olescente. Feliz. Talvez essa fosse a razão para sua

bondade incomum - ela era uma daquelas raras pessoas que tinham o que amavam e

amavam o que tinham. Se ela não estivesse prestando atenção aos professores e às

anotações, estava pensando dos irmãos gêmeo s que levaria à praia nesse final de semana -

antecipando a animação deles com um prazer quase maternal. Ela cuidava deles de vez em

quando, mas não se sentia rancorosa com esse fato… era bem carinhoso.

Mas não me ajudava muito.

Tinha que ter alguma coisa que ela queria. Eu só teria que continuar procurando. Mas

depois. Agora era a hora da aula de trigonometria de Bella com Jessica.

Não estava prestando atenção aonde ia quando fui para a aula de inglês. Jessica já estava

em seu lugar, os dois pés batendo impacientemente no chão enquanto ela esperava Bella

chegar.

Ao contrário, quando me sentei em minha cadeira na sala de aula, fiquei completamente

parado. Tinha que me lembrar de me mexer uma hora ou outra. Manter a fachada. Foi

difícil, meus pensamentos estavam tão concentrados nos de Jessica. Esperava que ela fosse

prestar atenção, realmente tentar ler o rosto de Bella para mim.

As batidas dos pés de Jessica se intensificaram quando Bella entrou na sala.

Ela parece… triste. Por quê? Talvez não tenha nada aco ntecendo com o Edward Cullen.

Isso seria um desapontamento. Exceto que… então ele ainda está disponível… se de

repente ele está interessado em namorar, não me importo em ajudá -lo com isso…

O rosto de Bella não parecia triste, parecia relutante. Ela estava preocupada - ela sabia que

eu iria escutar tudo isso. Sorri para mim mesmo.

- “Me conta tudo!” - Jess mandou enquanto Bella ainda estava tirando o casaco e

pendurando nas costas de sua cadeira. Ela estava se mexendo com deliberação, sem

vontade.

Argh, ela é tão lerda. Vamos passar para as coisas interessantes!

-” O que quer saber?” - Bella escapou quando se sentou.

- “O que aconteceu ontem à noite?”

- “Ele me levou para jantar e depois me levou em casa.”

- “Como chegou em casa tão rápido?”

Eu observei Bella rolar os olhos à suspeita de Jessica.

- “Ele dirige como um louco. Foi apavorante.”

Ela sorriu um pouco, e eu ri em voz alta, interrompendo os anúncios do Sr. Mason. Eu

tentei transformar a risada em um acesso de tosse, mas ninguém se enganou. O Sr. Mason

me lançou um olhar irritado, mas eu nem me preocupei em escutar o pensamento por trás

dele. Estava ouvindo a Jessica.

Ah. Parece que ela está falando a verdade. Por que está me fazendo arrancar tudo isso

dela, palavra por palavra? Eu estaria me gabando a plenos pulmões se fosse comigo.

- “Foi tipo um encontro, disse a ele para encontrar você lá?”

Jessica viu a surpresa passar pela expressão de Bella, e ficou desapontada como isso

parecia ser verdade.

- “Não… Eu fiquei muito surpresa em vê -lo lá” - Bella disse a ela.

- “O que está acontecendo? - Mas ele pegou você para vir à escola hoje? - Tem que ter

mais coisa nessa história”.

“Sim - isso era uma surpresa, também. Ele percebeu que eu não tinha uma jaqueta noite

passada”.

Isso não é muito divertido, Jessica pensou, desapontada novamente.

Eu estava cansado da sua linha de perguntas - Eu queria ouvir algo que eu não soubesse

realmente. Eu esperei que ela não estivesse tão descontente que ela poderia pular as

questões que eu estava esperando.

“Então você vai sair com ele novamente?” Jessica perguntou.

“Ele se ofereceu para me levar a Seattle sábado porque ele pensa que o meu carro não

consegue chegar até lá - isso conta?”

Hmm. Bom, cuide dela. Bella está maluca.

“Sim” Jessica respondeu a pergunta de Bella.

“Bom, então, sim.”

U-A-U… Edward Cullen”. Ela gostando dele ou não, isso é grande.

“Eu sei.” Bella concordou.

O tom de sua voz encorajou Jessica. Finalmente - ela soa como se gostasse! Ela deve estar

realizada…

“Peraí” Jessica falou, de repente se lembrando da pergunta mais vital “Ele já te beijou?”

Por favor diga sim. E depois descreva cada segundo!

“Não.” Bella disse, e então ela olhou para suas mãos, sua face corando. “ Não é bem

assim.”

Droga. Eu queria… há. parece que ela gostaria disso.

Eu franzi o cenho. Bella parecia chateada sobre algo, mas não poderia ser desapontamento

como Jessica assumiu. Ela não poderia querer aquilo. Sem saber o que ela sabe. Ela não

poderia querer estar perto de meus dentes. Por tudo que ela sabia, eu tinha presas.

Eu estremeci.

“”Você acha que Sábado…?” Jessica continuou.

Bella pareceu mais frustrada do que ela dissse, “ Eu realmente duvido.”

É, ela realmente desejava. Que droga para ela.

Seria porque eu estava ouvindo isso pelo “filtro” das percepções de Jessica que pareceu que

ela estava certa?

Por um segundo eu me distraí pela idéia, o impossível, sobre como eu gostaria de beijá -la.

Meu lábios em seus lábios…

E então ela morre.

Eu balancei minha cabeça, e me mandei prestar atenção na conversa.

“Sobre o que foi que vocês conversar am?” Você conversou com ele, ou você fez ele falar

cada informação sobre ele que você queria saber?

Eu sorri. Jessica não estava longe.

Eu não sei, Jess, um monte de coisas. Nós falamos um pouco sobre o trabalho de inglês.”

Só um pouquinho. Eu sorri, animal.

Oh, fala sério. “Por favor, Bella. Me dê alguns detalhes.”

Bella pensou por um minuto.

“Bom…tudo bem, eu te digo um. Você precisava ter visto a garçonete flertando com ele -

foi até um pouco demais. Mas ele não estava prestando nem um pouco de atenção” .

Que detalhe estranho para contar. Eu estava surpresa que Bella havia percebido. Pareceu

uma coisa bem inconseqüente.

Interessante… “Isso é um bom sinal. Ela era bonita?”

Hmm, Jéssica deu mais atenção do que eu. Devia ser coisa feminina.

- “Muito” - Bella disse a ela - “E devia ter uns 19 ou 20 anos”.

Jéssica ficou momentaneamente distraída pela memória de Mike e ela no encontro de

segunda à noite - Mike sendo amigável demais com a garçonete que Jessica não tinha

considerado nem um pouco bonita. Ela espant ou a memória e voltou, oprimindo sua

irritação, para perguntar os detalhes.

- “Melhor ainda. Ele deve gostar de você”.

- “Eu acho que sim” - Bella disse, e eu estava na beirada na cadeira, meu corpo rígido. -

“Mas é difícil saber. Ele é sempre tão misterio so”.

Eu não devia ter sido tão transparentemente óbvio e fora de controle quanto tinha pensado.

Ainda… observadora como ela era… Como não podia perceber que estava apaixonado por

ela? Eu procurei por nossa conversa, quase surpreso de não ter dito as palavr as em voz alta.

Parecia que esse fato estava implícito em cada palavra entre nós.

“Uau. Como você senta na frente de um modelo e conversa normalmente? - Não sei como

você tem coragem de ficar sozinha com ele”. - Jessica disse.

Choque passou pelo rosto de Bella. - “Por quê?”

Reação estranha. O que ela acha que eu quero dizer? - “Ele é tão…” - qual é a palavra

certa? - “intimidador. Eu não saberia o que dizer a ele” - Nem consegui falar inglês com

ele hoje, e tudo que ele disse foi bom dia. Devo ter parecido uma idiota.

Bella sorriu. - “Tenho uns problemas de incoerência quando estou perto dele”.

Ela devia estar tentando fazer com que Jessica se sentisse melhor. Ela era quase

anormalmente possuída quando estávamos juntos

- “Ah, sim”. - Jessica suspirou. - “Ele é mesmo incrivelmente bonito”.

O rosto de Bella ficou mais frio. Seus olhos brilharam do mesmo jeito que eles faziam

quando ela sentia alguma injustiça. Jessica não reconheceu a mudança na expressão dela.

- “Há muito mais nele do que isso.” - Bella repreendeu.

Aaaah, agora estamos chegando a algum lugar. - “É mesmo? Tipo o quê?”

Bella mordeu o lábio por um momento. - “Não posso explicar muito bem…” - ela

finalmente disse. - “Mas ele é ainda mais inacreditável por trás daquele rosto.” - Ela

desviou os olhos de Jessica, seus olhos ligeiramente desfocados como se estivesse vendo

algo muito longe.

A emoção que senti agora era remotamente familiar àquela que sentia quando Carlisle ou

Esme me exaltavam além do que eu merecia. Similar, mas mais intenso, mais consu midor.

Conta essa para outra pessoa - não tem nada melhor que aquele rosto! A não ser o corpo. -

Será possível? - Jessica deu um sorriso falso.

Bella não se virou. Ela continuou a olhar a distância, ignorando Jessica.

Uma pessoa normal estaria triunfante. Talvez se eu mantivesse as perguntas simples. Ha

ha. Como se estivesse falando com alguém do jardim de infância. - “Então gosta dele,

né?”

Fiquei rígido de novo.

Bella não olhou para Jessica. - “Sim.”

- “Quer dizer, você realmente gosta dele?”

- “Sim.”

Olha esse rubor!

Estava olhando.

- “O quanto você gosta dele?”

A sala de inglês podia estar em chamas e eu não iria notar.

O rosto de Bella estava vermelho vivo agora - quase conseguia sentir o calor da imagem

mental.

- “Demais.” - ela sussurrou. - “Mais do que ele gosta de mim. Mas não vejo como evitar

isso.”

Droga! O que o Sr. Varner perguntou agora? - “Hm, que número Sr. Varner?”

Foi bom que a Jessica não pudesse mais interrogar Bella. Precisava de um minuto.

Que diabos que essa menina estava pensando agora? Mais do que ele gosta de mim? Como

ela inventou isso? Mas não vejo como evitar isso? O que isso queria dizer? Não conseguia

achar uma explicação racional para as palavras. Era praticamente sem sentido.

Parecia que eu não podia ter certeza de nada. Coisas óbvias, coisas que faziam perfeito

sentido, de algum jeito se deformavam e viravam ao contrário naquele cérebro bizarro dela.

Mais do que ele gosta de mim? Talvez eu não devesse desistir da instituição ainda.

Olhei para o relógio, batendo os dentes. Como meros minutos são tão impossivelmente

longos para um imortal? Onde estava minha perspectiva?

Meu queixo estava fechado por toda a aula de trigonometria do Sr. Varner. Ouvi mais dela

do que da minha própria aula. Bella e Jessica não falaram outra vez, mas J essica espiou

Bella várias vezes, e uma vez o rosto dela estava escarlate de novo sem razão aparente.

O almoço não ia chegar rápido o suficiente.

Não tinha certeza se Jessica iria ter algumas das respostas que eu queria quando a classe

terminasse, mas Bella foi mais rápida do que ela.

Assim que o sinal tocou, Bella se virou para Jessica.

- “Na aula de inglês, o Mike me perguntou se você disse alguma coisa sobre a noite de

segunda.” - Bella disse, um sorriso nos cantos dos lábios. Eu entendi isso - o ataque era a

melhor defesa.

“Mike perguntou sobre mim?” A felicidade deixou a mente de Jessica repentinamente

desprotegida, gentil, sem o tom falso de costume. - “Tá brincando! O que você disse?”

- “Disse a ele que você falou que se divertiu muito… Ele pareceu sa tisfeito.”

- “Me conta exatamente o que ele disse, e a sua resposta exata!”

Claramente isso era tudo o que eu ia arrancar de Jessica hoje. Bella estava sorrindo como se

estivesse pensando a mesma coisa. Como se tivesse ganhado a rodada.

Bom, o almoço seria outra história. Teria mais sucesso em ter as respostas dela do que de

Jessica, ia ter certeza disso.

Mas pude suportar espiar os pensamentos da Jessica pela quarta aula. Não tinha paciência

para seus pensamentos obsessivos de Mike Newton. Já tinha o agüen tado o suficiente nas

últimas duas semanas. Ele tinha sorte em estar vivo.

Me mexi apaticamente na aula de educação física com Alice, do modo que sempre nos

movíamos quando se tratava de atividade física com os humanos. Ela era minha

companheira de time, naturalmente. Era o primeiro dia de badminton. Suspirei de tédio,

girando a raquete em câmera lenta para acertar a bola e mandá -la para o outro lado. Lauren

Mallory estava no outro time; ela errou. Alice rodava sua raquete como um bastão, olhando

o teto.

Todos nós detestávamos educação física, principalmente Emmett. Fingir jogar era um

insulto a sua filosofia. Educação física hoje era pior que o normal - me senti tão irritado

quanto Emmett sempre se sentia.

Antes que minha cabeça pudesse explodir de impaciên cia, o treinador Clapp terminou os

jogos e nos dispensou mais cedo. Fiquei ridiculamente agradecido que ele tivesse pulado o

café-da-manhã - uma nova tentativa de dieta - e a fome conseqüente o tinha deixado com

pressa para deixar o campus e encontrar um sanduíche engordurado em algum lugar. Ele

prometeu a si mesmo que começaria amanhã de novo…

Isto me deu tempo suficiente para chegar ao prédio de matemática antes que a aula de Bella

terminasse.

Se divirta, Alice pensou enquanto se afastava para encontrar Jasper. Só mais alguns dias

para ser paciente. Acho que não vai dizer oi para a Bella por mim, não é?

Sacudi a cabeça, exasperado. Todos os que tinham poderes psíquicos eram tão metidos?

Só para você saber, vai estar sol dos dois lados da baía esse fim -de-semana. Talvez queira

refazer seus planos.

Eu suspirei enquanto continuava para a direção oposta. Meditar, mas útil.

Apoiei-me na parede perto da porta, esperando. Estava tão perto que podia escutar a voz de

Jessica através dos tijolos, assim como seus pen samentos.

- “Não vai se sentar com a gente hoje, não é?” Ela parece… animada. Aposto que tem um

monte de coisas que não me falou.

- “Acho que não.” - Bella respondeu, estranhamente insegura.

Não tinha prometido almoçar com ela? O que ela estava pensando?

Elas saíram da sala juntas, e os olhos das duas garotas se arregalaram quando me viram.

Mas eu só podia ouvir a Jessica.

Ótimo. Uau. Ah, com certeza tem mais coisa acontecendo por aqui do que ela me contou.

Talvez eu ligue para ela hoje à noite… Ou talvez não deva encorajá-la. Argh. Espero que

ele a supere rápido. O Mike é bonitinho, mas… uau.

- “A gente se vê depois, Bella.”

Bella andou na minha direção, parando a um passo de distância, ainda insegura. Sua pele

estava rosa nas bochechas.

Eu a conhecia bem o suficiente a essa altura para ter certeza que não havia medo por trás de

sua hesitação. Aparentemente, isso era sobre algum abismo que ela tinha imaginado entre

os sentimentos dela e os meus. Mais do que ele gosta de mim. Absurdo!

- “Oi.” - eu disse, minha voz estava um pouco seca.

O rosto dela ficou mais brilhante. - “Oi.”

Não parecia que ela ia falar outra coisa, então eu abri caminho até o refeitório e ela andou

silenciosamente ao meu lado.

A jaqueta tinha funcionado - o cheiro dela não foi o golpe que geralmente era. Só era uma

intensificação da dor que eu já sentia. Conseguia ignorar mais facilmente do que uma vez

teria acreditado ser possível.

Bella estava inquieta enquanto esperávamos na fila, brincando distraída com o zíper de sua

jaqueta e mudando o peso, nervosa, de um pé para o outro. Ela me olhou algumas vezes,

mas sempre que encontrava meu olhar, olhava para baixo como se estivesse envergonhada.

Isso era por que todo mundo estava nos olhando? Talvez ela conseguisse escutar os

cochichos - a fofoca era tão verbal quanto mental hoje.

Ou talvez ela tenha percebido, pela minha expressão, que estava enrascada.

Ela não disse nada até que eu estava reunindo seu almoço. Não sabia do que ela gostava -

ainda não - então apanhei um de cada.

- “O que está fazendo?” - ela sibilou em uma voz baixa. - “Não está pegando tudo isso para

mim, não é?”

Sacudi a cabeça, e entreguei a bandeja para o caixa. - “Metade é para mim, é claro.”

Ela ergueu uma sobrancelha ceticamente, mas não disse mais nada enquanto eu pagava pela

comida e a acompanhava à mesa que nós nos sentamos na semana passada antes da

experiência desastrosa com a coleta de sangue. Parecia que tinha sido a mais tempo do que

há alguns dias. Tudo estava diferente agora.

Ela sentou-se de frente para mim novamente. Eu empurrei a bandeja em sua direção.

“Pegue o que quiser”, eu encorajei.

Ela escolheu uma maçã, virando ela em suas mãos, um olhar pensativo em seu rosto.

“Eu estou curiosa”.

Que surpresa.

“O que você faria se uma pessoa te desafiasse a comer alguma coisa?” ela continuou em

uma voz baixa que não alcançaria os ouvidos humanos. Ouvidos imortais eram um outro

caso, se esses ouvidos estivessem prestando atenção. Eu provavelmente devia ter

mencionado alguma coisa para eles mais cedo…

“Você está sempre curiosa”, eu me queixei. Oh, bem. Não era como se eu nunca tivesse

comido antes. Isso fazia parte da charada. Uma parte nem um pouco prazerosa.

Eu procurei pela coisa mais próxima e a segurei nas mãos enquanto eu mordia um pedaço

do que quer que fosse. Sem olhar, eu não podia dizer. Era repugnante e espesso e repulsivo

como qualquer comida humana. Eu mastiguei rapidamente e engoli, tentando manter as

caretas fora do meu rosto. O bolo de comida se moveu lenta e desconfortavelmente goela

abaixo. Eu suspirei e imaginei em como eu iria ter que colocar isso para fora depois.

Nojento.

A expressão de Bella estava chocada. Impressionada.

Eu quis revirar meus olhos. É claro que nós tínhamos causado algumas decepções.

“Se alguém te desafiasse a comer areia, você poderia, não poderia?”

O seu nariz se enrugou e ela sorriu. “Eu já fiz isso uma vez…num desafio. Não foi tão

ruim”.

Eu ri “Eu acho que não estou muito surpreso”

Eles parecem à vontade, não parecem? Boa linguagem corporal. Eu vou falar com Bella

depois. Ele está se inclinando em direção à ela como se deve, se ele estiver interesse. Ele

parece interessado. Ele parece… perfeito. Jessica suspirou. Aiai.

Eu encontrei com os olhos curiosos de Jessica, e ela olhou para longe nervosa, dando

risadinhas com a garota ao seu l ado.

Hmmm. Melhor eu ficar com Mike. Realidade, não fantasia…

“Jessica está analisado tudo que eu faço,” Eu informei à Bella “Ela vai falar com você

sobre isso depois.”

Eu empurrei o prato de comida de volta em direção à ela - pizza, eu percebi - imaginando a

melhor forma de começar. Minha frustração de antes queimou novamente com as palavras

se repetindo em minha cabeça: Muito mais do que ele gosta de mim. Mas eu não sei como

posso evitar isso.

Ela deu uma mordida no mesmo pedaço de pizza. É impressionante como ela confiava em

mim agora. É claro, ela não sabia que eu era venenoso - não que aquele pedaço de comida

pudesse machucá-la. Ainda assim, eu esperava que ela me tratasse diferente. Como outra

coisa. Ela nunca fez isso - pelo menos, não de uma forma ne gativa…

Eu devia começar de forma gentil.

“Então a garçonete era bonita, não era?”

Ela ergueu uma sobrancelha de novo. “Você realmente não reparou?”

Como se qualquer outra mulher pudesse tirar a minha atenção de Bella. Absurda, de novo.

“Não. Eu não estava prestando atenção. Eu tinha muitas coisas na cabeça”. Não pior do que

as que haviam sido envolvidas pela sua blusinha fina.

Ao menos ela não teria que usar aquele suéter horrível hoje.

“Pobre garota” Bella disse, sorrindo.

Ela gostou que eu não tivesse achado a garçonete interessante de qualquer forma. Eu podia

entender isso. Quantas vezes eu tinha me imaginando mutilando Mike Newton na sala de

biologia?

Ela não conseguiria compreender honestamente que esses seus sentimentos humanos, fruto

de dezessete anos humanos, podiam ser mais fortes que as minhas paixões imortais que

tinham se construído por um século.

“Algo que você disse pra Jessica…” Eu não conseguia manter a minha voz casual. “Bem,

me incomodou”.

Ela se colocou imediatamente na defensiva.

“Eu não estou surpresa que você tenha ouvido algo de que não tenha gostado. Você sabe o

que as pessoa dizem sobre espionar”.

Os bisbilhoteiros nunca ouvem bem deles, esse era o ditado.

“Eu te disse que estaria ouvindo” eu a lembrei.

“E eu te avisei que você não ia querer saber tudo o que eu pensava”.

Ah, ela estava pensando de quando eu a fiz chorar. O remorso fez minha voz endurecer.

“Você avisou. Porém, você não estava precisamente certa. Eu quero saber o que você pensa

- tudo. Eu só queria que você não estivesse pensando em… algumas coisas”.

Mais meias-verdades. Eu sabia que eu não podia querer que ela se importasse comigo. Mas

eu queria. É claro que eu queria.

“Isso é uma distinção”. Ela rosnou, fazendo cara feia para mim.

“Mas não é isso que importa no momento” .

“Então o que é?”

Ela se inclinou em minha direção, sua mão ao redor de seu pescoço. Isso atraiu meus olhos

- me distraindo. Como sua pele devia ser suave…

Se concentre, eu me ordenei.

“Você realmente acredita que gosta de mim mais do que eu gosto de você ?” eu perguntei.

A pergunta parecia ridícula para mim, como se as palavras estivessem trocadas.

Seus olhos se arregalaram, sua respiração parou. Então ela olhou para longe, piscando

rapidamente. Sua respiração saiu em um baixo suspiro.

“Você está fazendo isso de novo”, ela murmurou.

“O que?”

“Me deixando deslumbrada”, ela admitiu, encontrando meus olhos cuidadosamente.

“Oh” Hmm. Eu não tinha muita certeza do que fazer quanto a isso. Nem eu tinha certeza se

eu não queria deslumbrá-la. Eu ainda estava emocionado por eu poder deslumbrá-la. Mas

isso não estava ajudando o progresso da conversa.

“Não é sua culpa”, ela suspirou “Você não consegue evitar”.

“Você vai responder a pergunta?” eu exigi.

Ela encarou a mesa. “Sim.”

Isso foi tudo que ela disse.

“Sim, você vai responder; ou sim, você realmente acha isso?” eu perguntei

impacientemente.

“Sim, eu realmente acho isso”, ela disse sem olhar para cima. Tinha um fraco tom de

tristeza em sua voz. Ela corou de novo, e seus dentes se moveram inconscientemente para

mordiscar seu lábio.

Abruptamente, eu percebi que isso era muito difícil para ela admitir, porque ela realmente

acreditava nisso. E eu não era melhor do que aquele covarde, Mike, pedindo para ela

confirmar seus sentimentos antes que eu confirmasse os meus própr ios. Não importava que

o que eu sentisse estivesse totalmente claro para mim. Eu ainda não os tinha esclarecido

para ela, e isso não tinha perdão.

“Você está errada”, eu prometi. Ela deve ter ouvido a ternura em minha voz.

Bella olhou para mim, seus olhos opacos, não dizendo nada. “Você não tem como saber

isso” ela murmurou.

Ela achava que eu estava subestimando seus sentimentos porque eu não podia ouvir seus

pensamentos. Mas, na verdade, o problema é que ela estava subestimando os meus.

“O que te faz pensar isso?” eu me admirei.

Ela me encarou, as rugas entre suas sobrancelhas, mordendo seus lábios. Pela milionésima

vez, eu desejava desesperadamente que eu pudesse ouvi -la.

Eu estava prestes a implorar para que ela me dissesse sobre o que ela tanto pensava, mas ela

ergueu um dedo para não me deixar falar.

“Me deixe pensar” ela pediu.

Enquanto ela estava simplesmente organizando os seus pensamentos, eu podia me manter

paciente.

Ou podia fingir que mantinha.

Ela pressionou suas mãos juntas, cruzando e descruzan do seus finos dedos. Ela estava

olhando suas mãos como se elas pertencessem à outra pessoa enquanto ela falava.

“Bem, tirando o óbvio” ela murmurou. “Às vezes… Eu não posso ter certeza - eu não leio

mentes - mas às vezes parece que você está querendo dizer adeus, mas diz outra coisa”, ela

não olhou para cima.

Ela percebeu, não percebeu? Ela percebeu que foi somente fraqueza e egoísmo que me

mantiveram aqui? Ela pensa pior de mim por isso?

“É uma questão de perspectiva” eu soltei, então olhei com horror a do r que cruzava a sua

expressão. Eu me apressei para contradizer a sua suposição.

“Porém, é exatamente por isso que você está errada, no entanto -”, eu comecei, então eu

parei, me lembrando das primeiras palavras de sua explicação “O que você quis dizer com

‘o óbvio’?”

“Bem, olhe pra mim” ela disse.

Eu estava olhando. Tudo o que eu fazia era olhar para ela. O que ela quis dizer?

“Eu sou absolutamente normal,” ela explicou. “Bem, com exceção das experiências de

quase-morte e de ser tão atrapalhada que eu quase chego a ser uma inválida. E olhe pra

você”. Ela abanou o ar em minha direção, como se ela estivesse explicando coisa tão óbvia

que não era necessário de se dizer.

Ela pensava que era normal? Ela pensou que eu era de alguma forma melhor do que ela?

Na avaliação de quem? Pessoas tolas, de mente pequena, humanos cegos como Jessica ou

Sra. Cope? Como que ela não percebeu que ela era a mais bela… mais delicada… essas

palavras não eram o suficiente.

E ela não tinha nem idéia.

“Você não se vê muito claramente, sa be” eu disse a ela. Eu tenho que admitir que você

estava certa sobre as experiências de quase -morte…” eu ri sem humor. Eu não achava

cômico o destino miserável que a assombrava. A falta de jeito, no entanto, era um pouco

engraçado. Amável. Ela acreditaria em mim se eu dissesse a ela que ela era linda por dentro

e por fora? Apesar de que ela acharia uma corroboração mais persuasiva. “Mas você não

ouviu o que todos os seres humanos do sexo masculino nessa escola pensaram de você no

seu primeiro dia”.

Ah, a esperança, a vibração, a ansiedade daqueles pensamentos. A velocidade com que eles

se tornaram em fantasias impossíveis. Impossíveis, porque ela não queria nenhum deles.

Eu fui o único a quem ela disse sim.

Meu sorriso devia estar parecendo presunçoso.

Ela ficou inexpressiva com surpresa. “Eu não acredito nisso,” ela resmungou.

“Acredite em mim apenas dessa vez - você é o oposto do comum.”

Sua existência era justificativa suficiente pra criação de todo o mundo.

Ela não estava acostumada com elogios, eu podia ver isso. Outra coisa a qual ela apenas

tinha que se acostumar. Ela se esguichou, e mudou de assunto. “Mas eu não estou dizendo

adeus.”

“Você não vê? Isso é o que prova que eu estou certo. Eu me preocupo mais, porque se eu

tenho que fazer isso…” Algum dia eu seria bondoso o suficiente para fazer a coisa certa?

Eu mexi a cabeça sem esperança. Eu teria que encontrar força. Ela merecia uma vida. Não

o que Alice tinha visto vindo pra ela. “Se ir embora é a coisa certa a fazer…” E tinha que

ser a coisa certa, não tinha? Não havia anjo imprudente. Bella não me pertencia. “Então eu

me machucarei para mantê-la sem se machucar, para mantê -la salva.”

Enquanto eu dizia as palavras, eu desejava que fosse verdade.

Seus olhos cintilaram pra mim. De alguma forma, minhas pa lavras a irritaram. “E você não

acha que eu faria o mesmo?” ela demandou furiosa.

Tão furiosa - tão macia e tão frágil. Como ela poderia machucar alguém? “Você nunca teria

que fazer essa escolha,” eu disse a ela, novamente triste pela grande diferença entr e nós.

Ela me fitou, o carinho substituindo a raiva em seus olhos e vindo a tona a pequena dobra

entre eles.

Havia algo verdadeiramente errado com a ordem do universo se alguém tão bom e tão

quebrável não merecia um anjo da guarda para mantê -la fora de problemas.

Bem, eu pensei com um humor negro, pelo menos ela tinha um vampiro da guarda.

Eu sorri. Como eu gostava da minha desculpa para ficar. “Claro, manter você segura está

começando a parecer uma ocupação de tempo integral que requer minha presença

constante.”

Ela sorriu, também. “Ninguém tentou me matar hoje,” ela disse levemente, e então sua

expressão se tornou especulativa por metade de um segundo antes que seus olhos ficassem

opacos novamente.

“Ainda,” eu adicionei secamente.

“Ainda,” ela concordou para minha surpresa. Eu esperava que ela negasse qualquer

necessidade de proteção.

Como ele pôde? Aquele burro egoísta! Como ele pôde nos fazer isso? O grito da mente

pungente de Rosalie quebrou minha concentração.

“Fácil, Rose,” eu ouvi Emmett sussurrar do outro lado da cantina. Seus braços estavam a

redor dos ombros dela, segurando -a firme a seu lado - restringindo-a.

Desculpe, Edward, Alice pensou se culpando. Ela poderia dizer que Bella sabia muito pela

conversa de vocês… e, bem, seria pior se eu não a ti vesse contado a verdade antes. Confie

em mim.

Eu estremeci pela figura mental seguinte, do que teria acontecido se eu dissesse a Rosalie

que Bella sabia que eu era um vampiro em casa, onde Rosalie não tinha uma fachada a

manter. Eu teria que esconder meu A ston Martin em algum lugar fora do estado se ela não

se acalmasse até que o tempo escolar acabasse. A visão do meu carro preferido, estropiado

e queimando, foi perturbadora - embora eu soubesse que ganharia a retribuição.

Jasper não estava muito mais feliz .

Eu negociaria com os outros mais tarde. Eu tinha muito pouco tempo permitido pra ficar

com Bella, e eu não ia desperdiçá -lo. E ouvir Alice me lembrando que eu tinha alguns

trabalhos a fazer.

“Eu tenho outra pergunta para você,” eu disse evitando os ataqu es histéricos mentais de

Rosalie.

“Diga,” Bella disse sorrindo.

“Você realmente precisa ir a Seattle esse sábado, ou é só uma desculpa para fugir de todos

os seus admiradores?”

Ela fez uma careta para mim. “Você sabe que eu ainda não te perdoei pela coisa com o

Tyler. É sua culpa, ele se iludir pensando que eu vou ao baile com ele.”

“Oh, ele encontraria uma chance de te convidar sem minha ajuda - eu só queria ver sua

cara.”

Eu ri nesse momento, lembrando da sua expressão consternada. Nada que eu tinha dito para

ela sobre a minha própria história negra tinha feito ela parecer tão aterrorizada. A verdade

não a deixava aterrorizada. Ela queria estar comigo. Espantoso.

“Se eu tivesse te convidado, você teria recusado?”

“Provavelmente não,” ela disse. “Mas eu ter ia cancelado mais tarde - fingindo estar doente

ou ter torcido o tornozelo.”

Que estranho. “Por que você faria isso?”

Ela balançou a cabeça desapontada que eu não tivesse entendido de primeira.

“Você nunca me viu na educação física, eu suponho, eu acho que você entenderia.”

Ah. “Você está se referindo ao fato de que você não consiga atravessar uma superfície

estável sem achar algo para tropeçar?”

“Obviamente.”

“Isso não seria um problema. Tudo depende de quem está guiando.”

Por uma fração de segundos, eu es tava imerso na idéia de segura-la em meus braços em

uma dança - onde ela usaria algo bonito e delicado, e não aquele horrível suéter.

Com perfeita clareza, eu me lembrei de como o corpo dela se sentiu embaixo do meu logo

após tirá-la do caminho da van desgovernada. Mais forte que o pânico ou o desespero ou a

mortificação, eu podia lembrar -me daquela sensação. Ela era tão quente e tão macia, se

encaixando perfeitamente em minha própria forma de pedra…

Eu me libertei da memória.

“Mas você ainda não me disse -” eu disse rapidamente, impedindo ela de discutir comigo

sobre o seu desajeitamento, como ela claramente pretendeu fazer.

“Você está decidida a ir pra Seattle, ou se importaria de fazermos algo diferente?”

Divergente - dando a ela uma escolha, sem dar a el a a possibilidade de fugir de mim por um

dia. Dificilmente justo da minha parte. Mas eu fiz uma promessa a ela noite passada… E eu

gostei da idéia de poder cumpri -la - quase tanto quanto a idéia me aterrorizava.

O sol deveria estar brilhando no sábado. Eu poderia mostrar para ela o verdadeiro eu, se eu

fosse bravo o suficiente para suportar o seu horror e a repugnância. Eu conhecia apenas um

lugar para correr tal risco…

“Eu estou aberta a alternativas,” Bella disse.” Mas eu tenho um favor a pedir.”

Uma qualificação, sim. O que será que ela queria de mim?

“O que?”

“Posso dirigir?”

Era essa a idéia dela de diversão? “Por quê?”

“Bem, é por que quando eu disse a Charlie que iria a Seattle, ele especificamente perguntou

se eu iria sozinha, e até o momento eu ia. Se ele perguntar novamente, eu provavelmente

não vou mentir, mas não acho que ele perguntar de novo, e deixar minha picape em casa

só levantaria o assunto sem nenhuma necessidade. E, além disso, porque você dirige de um

jeito que me dá medo.”

Virei meus olhos para ela. - “De todas as coisas sobre mim que podem te dar medo, você se

preocupa com minha direção.” - Realmente, o cérebro dela funcionava de trás para frente.

Sacudi a cabeça, desgostoso.

Edward, Alice chamou urgentemente.

De repente eu estava olhando para um círculo de luz do sol, distraído por uma das visões de

Alice.

Era um lugar que eu conhecia bem, um lugar que eu tinha considerado levar Bella - uma

pequena clareira aonde ninguém ia além de mim. Um lugar bonito e quieto eu podia ficar

sozinho - longe de qualquer trilha ou habitação humana, que até minha mente podia ficar

calma e ter paz.

Alice reconheceu também, porque ela já tinha me visto lá não fazia muito tempo, em outra

visão - uma dessas visões rápidas e indistintas que Alice tinha me mo strado no dia em que

salvei Bella da van.

Nessa visão vacilante, eu não tinha estado sozinho. E agora estava claro - Bella estava lá

comigo. Então eu era corajoso o suficiente. Ela olhava para mim, arco -íris dançando em seu

rosto, seus olhos insondáveis.

É o mesmo lugar, Alice pensou, sua mente cheia de um horror que não combinava com a

visão. Tensão, talvez, mas horror? O que ela quis dizer , é o mesmo lugar?

E então eu vi.

Edward! Alice protestou, estridente. Eu a amo, Edward!

Eu a ignorei sem dó.

Ela não amava a Bella do jeito que eu amava. A visão dela era impossível. Errada. Ela

estava cega, de algum jeito, vendo coisas impossíveis.

Nem meio segundo havia se passado. Bella estava olhando curiosamente para meu rosto,

esperando que eu concordasse com seu p edido.

Ela tinha visto o lampejo de terror, ou tinha sido rápido demais para ela?

Me concentrei nela, em nossa conversa inacabada, empurrando Alice e suas visões falhas

de meus pensamentos. Elas não mereciam minha atenção.

Não consegui manter o tom alegre da brincadeira.

- “Não quer contar a seu pai que vai passar o dia comigo?” - eu perguntei, um tom sombrio

cobrindo minha voz.

- “Com Charlie é melhor não pecar pelo excesso.” - disse Bella, certa deste fato. - “Aonde

vamos, aliás?”

Alice estava errada. Muito errada. Não tinha chance disso acontecer. E era só uma visão

antiga, inválida. As coisas tinham mudado.

- “O tempo estará bom” - eu disse a ela lentamente, lutando contra o pânico e a indecisão.

Alice estava errada. Eu continuaria como se não tivesse es cutado ou visto nada. - “Então

vou ficar longe dos olhares públicos… E você pode ficar comigo, se quiser.”

Bella entendeu o significado na hora; seus olhos estavam brilhantes e ansiosos. - “E vai me

mostrar o que quis dizer, sobre o sol?”

Talvez, como tantas vezes antes, a reação dela seria oposta ao que eu esperava. Eu sorri

com essa possibilidade, lutando para voltar ao momento mais leve. - “Vou. Mas…” - ela

ainda não tinha tido sim. - “se não quiser ficar… só comigo, ainda prefiro que não vá a

Seattle sozinha. Eu tremo só de pensar nos problemas que você pode arranjar numa cidade

daquele tamanho.”

Os lábios dela se juntaram; estava ofendida.

- “Phoenix é três vezes maior do que Seattle - só em termos de população. Em tamanho…”

- “Mas ao que parece sua hora não ia chegar em Phoenix” - eu disse, cortando suas

justificações. - “Então é melhor ficar perto de mim.”

Ela podia ficar para sempre e ainda não seria o suficiente.

Não devia pensar desse jeito. Nós não tínhamos para sempre. Os segundos que passavam

contavam mais do que já haviam contado antes; cada segundo a mudava enquanto eu

continuava o mesmo.

- “Por acaso, eu não me importo de ficar sozinha com você.” - ela disse.

Não - porque seus instintos eram de trás para frente.

- “Eu sei.” - suspirei. - “Mas devia contar ao Charlie.”

- “Por que diabos eu faria isso?” - ela perguntou, parecendo horrorizada.

Olhei para ela, as visões que ainda não conseguia reprimir girando, nauseantes pela minha

cabeça.

- “Para me dar um pequeno incentivo para leva -la de volta.” - eu sibilei. Ela devia me dar

isso - “Uma testemunha para me obrigar a ser cauteloso.”

Por que Alice tinha que forçar esse conhecimento para mim justo agora?

Bella engoliu ruidosamente, e me encarou com um longo momento. O que ela tinha visto?

- “Acho que vou correr o risco.” - ela disse.

Argh! Ela ficava animada em arriscar a vida? Alguma dose de adrenalina que ansiava?

Eu fiz uma careta para Alice, que encontrou meu olhar com uma expressão de advertência.

Ao lado dela, Rosalie estava encarando furiosame nte, mas eu não podia ter me importando

menos. Deixa que ela destrua o carro. Era só um brinquedo.

- “Vamos falar de outra coisa.” - Bella sugeriu de repente.

Olhei de volta para ela, me perguntando como ela podia ser tão alheia ao que importava de

verdade. Por que ela não me via pelo mostro que eu era?

- “Do que você quer falar?”

Seus olhos se viraram para a esquerda e então para a direita, como se estivesse checando

que ninguém estava escutando. Ela devia estar planejando conversar sobre outro tópico

relacionado a mitos. Os olhos congelaram por um segundo e seu corpo enrijeceu, e então

ela olhou para mim.

- “Por que foi àquele lugar nas Goat Rocks no fim de semana passado… para caçar?

Charlie disse que não era um bom lugar para caminhadas, por causa dos ur sos.”

Tão alheia. Continuei olhando para ela, com uma sobrancelha erguida.

- “Ursos?” - ela ofegou.

Eu sorri ironicamente, prestando atenção enquanto ela absorvia o fato. Isso a faria me levar

a sério? Alguma coisa faria?

Ela recompôs a expressão. - “Sabe, ursos não estão na temporada.” - ela disse severamente,

estreitando os olhos.

-” Se ler com cuidado, as leis só diz respeito a caça com armas.”

Ela perdeu o controle de seu rosto por um momento. Sua boca se abriu.

- “Ursos?” - ela disse outra vez, uma pergunta experimental dessa vez, não um ofego de

choque.

- “Os pardos são os preferidos de Emmett.”

Eu observei seus olhos, vendo-a se organizar.

- “Hmmm “- ela murmurou. Pegou um pedaço de pizza, olhando para baixo. Ela mastigou

pensativamente, então tomou um gole da bebida.

- “E aí” - ela disse, finalmente olhando para cima. - “Qual é o seu preferido?”

Eu achei que devia ter esperado algo assim, mas não tinha. Bella era sempre interessante,

no mínimo.

- “O leão da montanha.” - eu respondi bruscamente.

- “Ah.” - ela disse em uma voz neutra. Seus batimentos cardíacos continuaram estáveis e

regulares, como se estivéssemos discutindo um restaurante preferido.

Ótimo, então. Se ela queria agir como se isso não fosse nada incomum…

- “É claro que precisamos ter o cui dado de não causa impacto ambiental com uma caçada

imprudente.” - Eu disse a ela, minha voz desatada e sem emoção. - “Tentamos nos

concentrar em áreas com uma superpopulação de predadores… na maior extensão que

precisarmos. Sempre há muitos cervos e veados por aqui, e eles vão servir, mas que

diversão há nisso?”

Ela escutou com uma expressão educadamente interessada, como se eu estivesse passando

uma lição de casa. Tive que sorrir.

- “Que diversão?” - ela murmurou calmamente, mordendo outro pedaço de pizza.

- “O início da primavera é a temporada de ursos preferida de Emmett…” - Eu disse,

continuando com a lição. - “Eles estão saindo da hibernação, então são mais irritadiços.”

Setenta anos depois, e ele ainda não tinha superado o fato de ter perdido aquela pr imeira

briga.

- “Não há nada mais divertido do que um urso pardo irritado.” - Bella concordou, acenando

solenemente.

Não consegui reprimir uma risadinha quando sacudi a cabeça com a calma ilógica dela.

Tinha que ser fingida. - “Me diga o que realmente está pensando, por favor.”

- “Estou tentando imaginar… mas não consigo” - ela disse, a pequena ruga aparecendo

entre seus olhos. - “Como vocês caçam um urso sem armas?”

- “Ah, nós temos armas” - eu disse a ela, então abri um largo sorriso. Esperava que ela se

encolhesse, mas ela ficou parada, me olhando. - “Mas não do tipo que consideram quando

redigem as leis de caça. Se já viu um ataque de urso pela televisão, deve poder visualizar

Emmett caçando.”

Ela espirou em direção a mesa onde os outros sentavam, e trem eu.

Finalmente. Então eu ri comigo mesmo, porque parte de mim queria que ela continuasse

alheia.

Seus olhos escuros estavam arregalados e profundos quando voltou a me olhar. - “Você

também é como um urso?” - ela perguntou, quase sussurrando.

- “Mais como o leão, ou é o que me dizem.” - disse a ela, lutando para parecer desatado

novamente. Talvez nossas preferências sejam indicativas.

Os lábios dela se levantaram um pouco nos lados. - “Talvez.” - ela repetiu. E então a cabeça

dela pendeu para o lado, e curiosidade estava inesperadamente clara em seus olhos. - “É

uma coisa que eu poderia ver?”

Eu não precisava das imagens de Alice para ilustrar esse horror - minha imaginação já era

boa o suficiente.

- “Claro que não!” - rosnei para ela.

Ela se desviou para longe de mim, seus olhos surpresos e assustados.

Eu me afastei também, querendo deixar algum espaço entre nós. Ela nunca iria ver, iria?

Ela não faria nenhuma coisa para me ajudar a mantê -la viva.

- “É assustador demais para mim?” - ela perguntou a voz composta. Seu coração, no

entanto, ainda estava se movimentando em tempo dobrado.

- “Se fosse assim, eu levaria você esta noite” - eu revidei pelos dentes. - “Você precisa de

uma dose saudável de medo. Nada pode ser mais benéfico para você.”

- “Então por quê?” - ela pediu, sem recuar.

A encarei sombriamente, esperando que ela ficasse com medo. Eu estava com medo. Podia

imaginar muito claramente Bella enquanto eu caçava…

Os olhos delas continuaram curiosos, impacientes, nada mais. Ela esperou por sua resposta,

sem desistir.

Mas nossa hora tinha terminado.

- “Depois.” - eu repreendi, e me pus de pé. - “Vamos nos atrasar.”

Ela olhou ao seu redor, desorientada, como tivesse esquecido de que estava no almoço.

Como se tivesse esquecido que estávamos na escola - surpresa que nãos estivéssemos

sozinhos em algum lugar particular. Eu entendia exatamente esse sentimento. Era difícil

lembrar do resto do mundo quando eu estava com ela.

Ela se levantou rapidamente, sacudindo a cabeça uma vez, e então jogou a mochila no

ombro.

- “Depois, então.” - ela disse, e eu pude ver a determinação se formar em sua boca; ela ia

me segurar nesse assunto.

Capítulo 12 - Complicações

Bella e eu andamos silenciosamente até a aula de biologia. Eu estava tentando me focar no

momento, na garota ao meu lado, no que era real e sólido, em qualquer coisa que

mantivesse as visões enganosas e sem sentido da Alice longe de minha cabeça.

Nós passamos por Angela Weber, lentamente na calçada, discutindo um exercício com um

garoto de sua aula de trigonometria. Eu vistoriei os pensamentos dela mecanicamente,

esperando mais desapontamentos, somente para ser surpreendido por seu teor melancólico.

Ah, então havia alguma coisa que Angela queria. Infelizmente, não era algo que podia ser

facilmente embrulhado para presente.

Eu me senti estranhamente confortável por um momento, ouvindo a falta de esperança

gritante de Angela. Um senso de afinidade de que Angela nunca tomaria conhecimento

passou por mim, e eu estava, naquele segundo, quite com aquela garota humana. Eu estava

estranhamente consolado em saber que eu não era o único a viver uma trágica história de

amor. Corações quebrados estavam por toda parte.

No segundo seguinte, eu estava abruptamente e completamente irritado. Porque a história

de Angela não tinha que ser trágica. Ela era humana e ele era humano e a diferença que

parecia tão intransponível em sua cabeça era ridícula, realmente ridícula comparada à

minha própria situação. Não havia razão em seu coração quebrado.

Que tristeza mais sem sentido, quando não havia nenhuma razão válida para ela não estar

com quem ela queria. Por que ela não tinha o que ela queria? Por que essa história não tinha

um final feliz?

Eu queria dar a ela um presente… Bem, eu devia dar a ela o que ela queria. Sabendo o meu

efeito sob a natureza humana, isso provavelmente não devia ser muito difícil. Eu analisei

cuidadosamente a consciência do garoto ao seu lado, o objeto de sua afeição, e ele não

pareceu relutante, ele somente estava bloqueado pela mesma dificuldade que ela e stava.

Falta de esperança e submisso, assim como ela.

Tudo que eu tinha que fazer era implantar a sugestão…

O plano se formou facilmente, o script se escreveu sozinho sem esforço algum de minha

parte. Eu precisaria da ajuda de Emmet - convencê-lo a ir adiante com isso era a única

dificuldade de verdade. A natureza humana era muito mais fácil de se manipular do que a

natureza vampírica.

Eu estava satisfeito com a minha solução, com o meu presente para Angela. Era uma boa

distração de meus próprios problemas. Gostaria que os meus fossem tão fáceis de serem

resolvidos.

Meu humor estava lentamente melhorando enquanto eu e Bella nos sentávamos em nossos

lugares. Talvez eu devesse ser mais positivo. Talvez existisse alguma solução para nós que

estava me escapando, do mesmo jeito que a solução óbvia para Angela não estava visível

para ela. Não é muito provável… mas por que perder tempo com falta de esperança? Eu

não tinha tempo a perder quando se tratava de Bella. Cada segundo importava.

O Senhor Banner centralizou uma velha TV e vídeo. Ele estava pulando uma sessão que ele

não estava particularmente interessado - doenças genéticas - mostrando um vídeo nos

próximos três dias. O Óleo de Lorenzo não era uma peça muito alegre, mas isso não parou a

excitação na sala. Sem anotações, sem materiais de teste. Três dias livres. Os humanos

exultavam.

Isso não me importava muito, de qualquer forma. Eu não tinha planejado em prestar

atenção em nada além de Bella.

Eu não puxei a minha cadeira para longe dela hoje, para me dar espa ço para respirar. Ao

invés disso, eu sentei perto, ao lado dela, como qualquer humano normal faria. Mais perto

do que nós sentamos dentro do carro, perto o suficiente para que o lado esquerdo do meu

corpo submergisse no calor que saía de sua pele.

Era uma experiência estranha, tanto agradável quanto extremamente irritante, mas eu

preferia isso a sentar de frente para ela na mesa. Isso era mais do que eu estava acostumado,

e ainda eu rapidamente percebi que não era o suficiente. Eu não estava satisfeito. Est ando

tão perto assim dela eu queria estar mais perto. A força era maior quanto mais perto eu

estava.

Eu tinha a acusado de ser um imã para o perigo. Agora mesmo, eu sentia que isso era

literalmente verdade. Eu era o perigo, e, cada centímetro que eu me permitia ficar mais

próximo dela, sua força de atração aumentava.

E então o Senhor Banner desligou as luzes.

Foi diferente, quanto de diferença isto fez, considerando que a falta da luz significa pouco

aos meus olhos. Eu podia ver perfeitamente quanto antes. Cada detalhe da sala era claro.

Então por que o súbito choque de eletricidade no ar, na sala escura que não era escura para

mim? Era porque eu sabia que eu era o único que podia ver claramente? Ambos, Bella e eu

éramos invisíveis para os outros? Como se es tivéssemos sozinhos, somente nós dois,

escondidos em uma sala escura, sentados tão perto um do outro…

Minha mão se moveu na direção dela sem a minha permissão. Somente para tocar a sua

mão, segurá-la na escuridão. Isso teria sido um engano horrível? Se a m inha pele a

incomodasse, ela só teria que puxar sua mão para longe…

Eu puxei rapidamente minha mão de volta, cruzando meus braços firmemente contra o meu

peito e cerrei minhas mãos. Sem erros. Eu tinha prometido a mim mesmo que eu não

cometeria erros, não importassem quão mínimos eles parecessem. Se eu segurasse a sua

mão, eu iria querer mais - outro toque insignificante, outro movimento para mais perto dela.

Eu podia sentir isso. Um novo tipo de desejo estava crescendo em mim, lutando para

superar meu auto-controle.

Sem erros.

Bella cruzou seus braços com segurança sob seu próprio peito, e suas mãos estavam

travadas como bolas, assim como as minhas.

O que você está pensando? Eu estava morrendo para murmurar as palavras para ela, mas a

sala estava quieta o suficiente para se ouvir a mínima conversação.

O filme começou, iluminando a escuridão um pouco. Bella olhou para mim. Ela notou a

maneira rígida que eu mantinha meu corpo - assim como ela - e sorriu. Seus lábios se

repartiram lentamente, e seus olhos parec iam cheios de calorosos convites.

Ou eu estava vendo o que eu queria ver.

Eu sorri de volta; sua respiração saiu em um baixo ofego e ela olhou rapidamente para

longe. Isso piorou as coisas. Eu não conhecia seus pensamentos, mas eu estava

repentinamente positivo de que eu estava certo antes, e ela queria me tocar. Ela sentia esse

desejo perigoso assim como eu.

Entre o seu corpo e o meu, a intensa eletricidade.

Ela não se moveu pelo resto da hora, mantendo -se rígida, postura controlada enquanto eu

me segurava.

Ocasionalmente, ela me espiava de novo, e a eletricidade se agitava como se um raio

passasse por mim de forma repentina.

A hora passou - mesmo assim suficientemente lenta. Isso era tão novo, eu poderia ficar

sentado aqui ao lado dela por todo o dia, só p ara experimentar esse sentimento por

completo.

Eu tinha dúzias de diferentes argumentos para discutir comigo mesmo enquanto os minutos

passaram. Racionalidade lutando contra desejo enquanto eu tentava justificar tê -la tocado.

Finalmente, Sr. Banner ligou a s luzes novamente.

Na brilhante luz fluorescente, a atmosfera do quarto voltou ao normal.

Bella suspirou e se espreguiçou, esticando os braços na sua frente. Isto deve ter sido

desconfortável para ela se manter naquela posição por muito tempo. Era mais fác il para

mim - a imobilidade vinha naturalmente.

Eu soltei um risinho pela expressão de alivio em sua face. “Bem, aquilo foi interessante.”

“Hmm,” ela murmurou, claramente entendendo sobre o que eu me referi, mas sem fazer

comentários. Eu daria tudo para ou vir o que ela estava pensando naquele instante.

Eu suspirei. Nem toda a vontade do mundo me ajudaria com aquilo.

“Devemos?” Eu perguntei, me levantando.

Ela fez uma careta e se pôs de pé de uma maneira instável, com suas mãos espalmadas

como se ela estivesse com medo de que fosse cair.

Eu poderia oferecer minha mão. Ou poderia colocar minha mão por baixo de seu cotovelo -

bem sutilmente - e apoiá-la. Claramente não seria uma infração horrível…

Sem equívocos.

Ela estava muito quieta enquanto caminhávamos atr avés do ginásio. Entre seus olhos uma

ruga se fazia evidente, um sinal de que ela não havia dormido muito. Eu, também, estivera

pensando profundamente.

Um toque em sua pele não iria machucá -la, argumentava meu lado egoísta.

Eu poderia facilmente moderar a pressão de minhas mãos. Isso não era algo dificil,

enquanto eu conseguisse me controlar. Meu senso tátil era melhor desenvolvido do que o

de um humano. Eu poderia fazer malabarismos com uma dúzia de cristais sem quebrar

nenhum. Eu poderia tocar uma bolha d e sabão sem estourá-la. Enquanto eu estivesse em

meu pleno controle…

Bella era como uma bolha de sabão - frágil e efêmera. Temporária.

Por quanto tempo eu seria capaz de justificar a minha presença em sua vida? Quanto tempo

eu ainda tinha? Eu teria outra chance, como esta, como este momento, este segundo?

Ela não estaria sempre ao alcance de meus braços…

Bella virou-se para olhar-me à porta do ginásio, seus olhos arregalaram-se diante da

expressão de meu rosto. Ela nada falou. Eu olhei para mim mesmo atravé s do reflexo de

seus olhos e vi o conflito dentro de mim. Assisti a minha face se alterar enquanto meu

melhor lado perdia o argumento.

Minha mão se levantou, sem um comando consciente para que isso acontecesse. Tão

gentilmente como se ela fosse feita do ma is fino vidro, como se ela fosse tão frágil como

uma bolha, meus dedos tocaram a pele quente que cobria sua bochecha. Ela esquentou ao

meu toque e eu pude sentir seu sangue pulsar por baixo de sua pele alva.

Já chega, eu ordenei, apesar de minha mão estar lutando para acariciar sua face. Já chega.

Foi dificil de trazer minha mão de volta, de me fazer parar de me mover mais próximo a ela

do que eu já mais havia estado. Milhares de diferentes possibilidades explodiram em minha

mente em um átmo - milhares de maneiras de tocá-la. A ponta do meu dedo traçando o

contorno de seus lábios. Minha palma acariando seu queixo. Puxando a presília de seus

cabelos e deixando ele se espalhar em minha mão. Meus braços envolvendo -a pela cintura,

segurando-a contra a extensão de meu corpo.

Já chega.

Eu forcei-me a virar, para mover-me para longe dela. Meu corpo moveu -se pesadamente,

sem vontade.

Deixei minha mente hesitante para olhá -la enquanto eu caminhava apressadamente para

longe, quase correndo da tentação. Eu capturei os pensamentos de Mike Newton - eram os

mais audíveis - enquanto ele via Bella passar por ele sem notá -lo, seus olhos sem foco e

suas bochechas coradas. Ele se enfureceu e de repente meu nome se misturava a maldições

em sua mente. Eu não ajudei muito, sorrind o sarcásticamente em resposta.

Minhas mãos estavam formigando. Eu as flexionei e então cerrei os punhos, mas elas

continuaram a me aferroar de forma indolor.

Não, eu não havia machucado ela - mas ainda assim, tocá-la havia sido um erro.

Eu me sentia em chamas - como se a sede ardente em minha garganta tivesse se espalhado

por todo o meu corpo.

Na próxima vez que eu estivesse próximo a ela, seria eu capaz de me impedir de tocá -la

novamente? E se eu a toquei uma vez, seria eu capaz de parar por aí?

Sem mais equívocos. Era isso. Contenta-te com a memória, Edward, eu disse para mim

mesmo, rindo, e guarda tuas mãos para ti mesmo. Era isso ou eu teria que forçar -me a

partir, de alguma forma. Pois eu não poderia permitir a mim mesmo de estar perto dela se

eu insistisse em cometer estes erros.

Eu respirei profundamente e tentei afirmar meus pensamentos.

Emmet me encontrou do lado de fora do prédio de Inglês.

“Ei, Edward.” Ele parece melhor, estranho, mas melhor. Feliz .

“Ei, Em.” Pareço feliz? Creio que sim, apesar d o caos em minha mente, eu me sentia dessa

forma.

É melhor você manter a boca fechada, garoto. Rosalie quer arrancar sua língua fora .

Eu suspirei. “Me desculpe por tê -lo deixado encarregado disso. Está bravo comigo?”

“Naw. Rose vai superar isto. Era algo qu e estava destinado a acontecer de qualquer jeito.”

Assim como o que Alice viu…

As visões de Alice são algo que eu não quero pensar nesse instante. Eu olhei para o vazio,

meus dentes travados juntos.

Enquanto eu procurava por alguma distração, eu capturei u m pensamento de Ben Cheney,

entrando na sala de Espanhol na nossa frente. Ah - aqui estava minha chance de dar a

Angela Weber o seu presente.

Eu parei de andar e peguei no braço de Emmet. “Espere um segundo.”

Que foi?

“Eu sei que não mereço, mas você me fa ria um favor?”

“O que é?” ele me perguntou, curioso.

Sussurradamente - e numa velocidade que faria as palavras incompreensíveis para qualquer

humano, não importasse quão audíveis elas fossem ditas - eu expliquei a ele o que eu

queria.

Ele me fitou, pasmo, quando eu terminei. Seus pensamentos tão confusos quanto a sua

expressão.

“E então?” eu perguntei. “Vai me ajudar a fazê -lo?”

Levou um minuto para que ele respondesse. “Mas, por que?”

“Qual é, Emmet. Por que não?”

Quem diabos é você e o que fez com o meu i rmão?

“Não é você que sempre reclama da escola ser sempre igual? Isto é algo um tanto diferente,

não acha? Considere isto um experimento - um experimento sobre a natureza humana.”

Ele me fitou por mais um momento antes de dizer. “Bem, isto é diferente, eu o farei…

Okay, ótimo.” Emmet bufou e encolheu os ombros. “Eu vou te ajudar.”

Eu sorri para ele, me sentindo mais entusiasmado sobre o meu plano, agora que ele estava a

bordo. Rosalie era um saco, mas eu sempre devia a ela por ter escolhido Emmet, ninguém

tinha um irmão melhor que o meu.

Emmet não precisaria praticar. Eu sussurrei as instruções para ele, por sob a minha

respiração enquanto entravamos na sala de aula.

Ben já estava em sua cadeira, atrás da minha, ajeitando seu dever de casa para entregar.

Emmet e eu, ambos sentamos e fizemos o mesmo. A classe ainda não estava em silêncio; o

burburinho de conversas paralelas continuaria até que a senhora Goff chamasse a atenção.

Ela não tinha pressa, estava contemplando os questionários da aula passada.

“Então,” Emmet disse, sua voz mais alta que o necessário - se ele estivesse realmente

falando apenas para mim. “Você já convidou a Angela Weber para sair?”

O som de papéis farfalhado atrás de mim cessou abruptmente enquanto Ben congelava, sua

atenção repentinamente cravada na nossa conversa.

Angela? Eles estão falando de Angela?

Bom. Eu tinha a sua atenção.

“Não,” eu disse, balançando minha cabeça lentamente para parecer arrependido.

“Por que não?” Emmet improvisou. “Está com medo?”

Eu sorri para ele. “Não, eu ou vi dizer que ela está interessada em outra pessoa.”

Edward Cullen vai chamar Angela para sair? Mas… Não. Eu não gosto disto. Eu não o

quero perto dela. Ele não… não é bom para ela. Não é… seguro.

Eu não havia previsto o cavalheirismo, o instinto protetor. Eu queria a inveja. Mas qualquer

coisa funcionaria.

“Você vai deixar isso impedir você?” Emmet perguntou, improvisando novamente. “Não

está a fim de competição?”

Eu me espantei com ele mas fiz uso do que ele me deu. “Olha, eu acho que ela realmente

gosta desse tal de Ben. Eu não vou tentar persuadi -la do contrário. Há outras garotas.”

A reação na cadeira atrás da minha foi elétrica.

“Quem?” Emmet perguntou, de volta ao script.

“Meu parceiro de laboratório disse que é algum garoto chamado Cheney. Eu acho que não

sei quem é.”

Eu mordi meus lábios para não sorrir. Apenas os poderosos Cullens poderiam convencer

alguém com esse fingimento de não conhecer cada aluno dessa escola simplória.

A cabeça de Ben estava rodando em parafuso. Eu? Acima de Edward Cullen? Mas porque

ela iria gostar de mim?

“Edward,” Emmet murmurou em um tom baixo, indicando o garoto com os olhos. “Ele está

bem atrás de você,” ele mexeu os lábios, de uma maneira tão óbvia que o humano

facilmente pode ler as palavras.

“Oh,” eu murmurei de volta.

Eu virei meu acento e olhei uma vez para o garoto atrás de mim. Por um segundo, os olhos

negros, atrás dos óculos, estavam amedrontados, mas então ele enrijeceu e alinhou seus

ombros estreitos, afrontado pela minha clara e depreciativa avaliação. Seu que ixo se

projetou e uma vermelhidão de raiva escureceu sua pele bronzeada.

“Huh,” eu disse arrogantemente enquanto me voltava para Emmet.

Ele pensa que é melhor que eu. Mas Angela não. Eu mostrarei a ele.

Perfeito.

“Você não disse que ela levaria Yorkie par a o baile?” Emmet perguntou, roncando ao dizer

o nome do garoto demonstrando o quanto desprezava sua esquisitice.

“Aparentemente esta foi uma decisão tomada pelo grupo.” Eu queria ter certeza de que Ben

estava escutando claramente. “Angela é tímida. Se B - se um garoto não tiver coragem de

chamá-la, ela nunca chamaria”.

“Você gosta de garotas tímidas,” Emmet disse improvisando. Garotas quietas. Garotas

tipo… hmm, eu não sei. Talvez Bella Swan?

Eu sorri para ele. “Exatamente.” Depois eu voltei para a encenaç ão. “Talvez Angela se

canse de esperar. Talvez eu a chame para o baile.”

Não, você não vai. Ben pensou, sentando-se em sua cadeira. E daí que ela é muito maior

que eu? Se ela não se importar, eu também não me importo. Ela é a garota mais legal,

mais esperta e mais bonita dessa escola. E ela me quer.

Eu gostei desse Ben. Ele parecia brilhante e bem esclarecido. Talvez até merecesse uma

garota como Angela.

Eu mostrei meu polegar para Emmet por debaixo da carteira enquanto a Sra. Goff parou e

saudou a classe.

Ok, eu admito - isso foi um tanto engraçado, Emmet pensou.

Eu sorri para mim mesmo, feliz por ter sido capaz de fazer uma história de amor ter um

final feliz. Eu sabia que Ben ia cair na armadilha e que Angela iria receber meu presente

anônimo. Minha dívida foi paga.

Que tolos eram os humanos, deixar um diferencial de 15 centímetros confundir sua

felicidade.

Meu sucesso me deixou de bom humor. Eu sorri novamente enquanto me arrumava em

minha cadeira para ser entretido. Afinal de contas, como Bella disse no almoço, eu nunca a

havia visto em ação em uma aula de educação física antes.

Os pensamentos de Mike eram os mais fáceis de encontrar no monte de vozes que havia

pela quadra. Sua mente tinha se tornado bem familiar nas últimas semanas. Com um

suspiro eu me renunciei para ouvir através dele. Pelo menos eu poderia ter certeza que ele

estaria prestando atenção em Bella.

Eu estava quase pronto para ouvir ele se oferecendo para ser o parceiro de Bella. Meu

sorriso se fechou, meus dentes se apertaram e eu tive qu e lembrar a mim mesmo que matar

Mike Newton não era uma opção permissível.

“Obrigada, Mike - você não precisa fazer isso, sabe?”

“Não se preocupe, eu ficarei fora de seu caminho.”

Eles sorriram um para o outro, e flashes de numerosos acidentes - todos conectados a Bella

de alguma forma - se passando pela cabeça de Mike.

Mike jogou sozinho primeiro, enquanto Bella hesitava na metade de trás do pátio,

segurando sua raquete cautelosamente, como se ela fosse alguma espécie de arma. Então o

treinador bateu palmas enquanto caminhava e disse a Mike para deixar Bella jogar.

Uh oh, Mike pensou enquanto Bella caminhava com um suspiro, segurando sua raquete em

um ângulo estranho.

Jennifer Ford jogou diretamente na direção de Bella com uma satisfação rondando seus

pensamentos. Mike viu Bella dar uma guinada, batendo a raquete muito longe de seu alvo,

e ele entrou para tentar salvar a jogada.

Eu observei a trajetória da raquete de Bella com atenção. Com certeza ela tinha acertado a

rede esticada e saltou de volta para ela , dando uma pancada em sua testa antes de quicar

para acertar o braço de Mike com um ressonante “thwack”.

Ow. Ow. Uhm. Isso vai deixar um hematoma.

Bella estava esfregando sua testa. Era difícil para mim ficar parando no lugar onde eu

estava, sabendo que ela estava machucada. Mas o que eu poderia fazer se estivesse lá? E

não parecia ser algo sério… eu hesitei, assistindo. Se ela tentasse continuar a jogar, eu teria

que arrumar uma desculpa para tirá -la da aula.

O treinador riu. “Desculpe, Newton.” Essa garo ta era a mais azarada que eu já tinha visto.

Não devia infligir sua presença aos outros.

Ele virou suas costas deliberadamente e se moveu para assistir a outro jogo para que Bella

pudesse voltar ao seu lugar de espectadora.

Oh, Mike pensou de novo, massageando seu braço. Ele se virou para Bella. “Você está

bem?”

“Sim, e você?” ela perguntou timidamente, corando.

“Acho que posso superar.” Não queria parecer um bebê chorão. Mas, cara, aquilo doía!

Mike balançou seu braço em um círculo, retrocedendo.

“Eu ficarei aqui atrás,” Bella disse, além de dor, vergonha e desgosto em sua expressão.

Talvez Mike tivesse feito o pior. Eu certamente esperava que esse fosse o caso. Pelo menos

ela não estava mais jogando. Ela segurou sua raquete com tanto cuidado atrás de suas

costas, seus olhos grandes com remorso… eu tive que disfarçar a risada em uma tossida.

O que é engraçado? Emmet quis saber.

“Te digo depois,” eu murmurei.

Bella não se aventurou a jogar de novo. O treinador a ignorou e deixou Mike jogar sozinho.

Eu fiz os exames rapidamente, ao final de uma hora e Sra. Goff me deixou sair mais cedo.

Eu estava ouvindo Mike atentamente enquanto cruzava o campus. Ele havia decidido

confrontar Bella a meu respeito.

Jessica jura que eles estão se vendo. Por que? Por que ele tin ha que escolhe-la?

Ele não havia reconhecido o fenômeno real - que ela me escolheu.

“Então.”

“Então o que?” ela perguntou.

“Você e Cullen, hein?” Você e o esquisitão. Eu me pergunto, se um cara rico é tão

importante para você.

Eu cerrei os dentes sob sua degradante suposição.

“Isso não é da sua conta, Mike.”

Defensiva. Então é verdade. Droga. “Eu não gosto disso.”

“Você não precisa gostar.” ela rebateu.

Por que ela não podia ver o show de circo que ele era? Como eles todos são. O jeito que

ele fica perto dela. Me dá até calafrios de ver. “Ele olha para você como… como se você

fosse algo comestível.”

Eu me encolhi, esperando pela resposta dela.

Seu rosto se tornou vermelho brilhante, e seus lábios se fecharam com força, como se ela

estivesse segurando a respi ração. Então, subitamente, um riso falso saiu de seus lábios.

Agora ela está rindo de mim. Ótimo.

Mike se virou, com pensamentos sombrios e foi se trocar.

Eu me encostei na parede da quadra e tentei me recompor.

Como ela poderia ter rido da acusação de Mik e - uma acusação tão certa que comecei a

pensar que Forks tinha se tornado muito percebido… Por que ela riria da acusação de que

eu poderia matá-la, quando ela sabia que isso era inteiramente verdade? Onde estava o

humor nisso?

O que havia de errado com ela?

Ela tinha um senso de humor mórbido? Que não se encaixava com a idéia que eu tinha de

seu caráter, mas como eu poderia ter certeza? Ou talvez meu sonho de que o tolo anjo

estava certo sobre uma coisa, que ela não sentia medo. Corajosa - essa era uma palavra para

isso. Outros poderiam dizer estúpida, mas eu sabia quão inteligente ela era. Não importa

por que razão, essa falta de medo ou senso de humor retorcido não era bom para ela. Era

essa estranha falta de medo que a colocava em perigo tão constantemen te? Talvez ela

precisasse de mim aqui para sempre…

De repente, meu humor estava aceso.

Se eu pudesse simplesmente me disciplinar, me fazer seguro, então talvez fosse certo para

mim ficar com ela.

Quando ela saiu pelas portas da quadra, seus ombros estavam duros e seu lábio inferior

estava entre seus dentes de novo - um sinal de ansiedade. Mas assim que seus olhos

encontraram os meus, seus ombros rígidos relaxaram e um largo sorriso apareceu em seu

rosto. Essa era uma estranha expressão de paz. Ela caminhou em minha direção sem

hesitar, só parando quando ela estava tão perto que a temperatura de seu corpo bateu em

mim como uma onda de maré.

“Oi,” ela sussurrou.

A felicidade que eu senti nesse momento era, novamente, sem precedentes.

“Olá,” eu disse, e depois - porque com meu humor subitamente tão leve eu não podia

resistir em importuná-la - eu adicionei “Como foi a educação física?”

Seu sorriso hesitou. “Bem.”

Ela era uma péssima mentirosa.

“Sério?” eu perguntei, pressionando -a - eu ainda estava preocupado com sua cabeça; ela

estava sentindo dor? - mas então os pensamentos de Mike Newton estavam tão altos que

quebraram minha concentração.

Eu o odeio. Eu queria que ele morresse. Eu desejo que ele bata aquele carro brilhante

diretamente contra um penhasco. Por qu e ele não pode simplesmente deixá -la em paz?

Debandar para seu próprio tipo - para os esquisitos.

“O que?” Bella exigiu.

Meus olhos se refocaram em seu rosto. Ela olhou para as costas de Mike e depois de volta

para mim.

“Newton me deixa nos nervos,” eu adm iti.

Sua boca se abriu e seu sorriso desapareceu. Ela devia ter se esquecido que eu tinha o poder

de assistir sua última hora calamitosa, ou tinha esperança de que eu não o tivesse utilizado.

“Você estava ouvindo de novo?”

“Como está sua cabeça?”

“Você é inacreditável!” ela disse através dos dentes e então me deu as costas e cruzou

furiosamente o estacionamento. Sua pele ruborizou e ficou vermelho -escura - ela estava

envergonhada.

Eu continuei andando com ela, esperando que sua raiva passasse logo. Ela norm almente era

rápida para me perdoar.

“Foi você quem disse que eu nunca tinha visto você na educação física,” eu expliquei. “Isso

me deixou curioso.”

Ela não respondeu; suas sobrancelhas se juntaram.

Ela parou subitamente no estacionamento quando ela percebe u que o caminho para o meu

carro estava bloqueado por uma multidão de estudantes do sexo masculino.

Eu me pergunto quão rápido eles andam nisso.

Olhe só a marcha SMG paddles. Eu nunca os havia visto fora das páginas de revista.

Belos side grills.

Com certeza eu queria ter 60 mil dólares para passear…

Esse era exatamente o motivo pelo qual era melhor que usássemos apenas o carro de

Rosalie.

Eu caminhei da multidão de garotos cheios de luxúria para o meu carro; depois de um

momento de hesitação, Bella me segu iu.

“Ostentação,” eu murmurei quando ela entrou no carro.

“Que tipo de carro é esse?” ela se perguntou.

“Um M3.”

“Eu não leio a Carro e Motorista.”

“É um BMW.” Eu rolei meus olhos e os foquei na ré para não passar por cima de ninguém.

Eu tive de encarar alguns meninos que não pareciam querer sair do meu caminho. Meio

segundo encarando meu olhar pareceu ser suficiente para convencê -los.

“Você ainda está brava?” eu perguntei a ela. Sua expressão estava relaxada.

“Definitivamente,” ela respondeu brevemente.

Eu suspirei. Talvez eu não devesse ter contado a ela. Oh, bem, eu poderia dar uma

recompensa, eu supunha. “Você me perdoará se eu pedir desculpas?”

Ela pensou sobre isso por um momento. “Talvez… se você realmente estiver arrependido,”

ela decidiu. “E se você prometer não fazer isso de novo.”

Eu não ia mentir para ela, mas não havia jeito de prometer isso a ela. Talvez se eu

oferecesse uma boa troca.

“Que tal se eu realmente estiver arrependido e eu concordar em deixar você dirigir no

sábado?” Eu contraí os músculos com esse pensamento.

A ruga entre seus olhos enquanto ela considerava a nova barganha. “Feito,” ela disse depois

de um momento pensando.

Agora, para minhas desculpas… eu nunca tinha tentado deslumbrar Bella de propósito

antes, mas agora parecia ser uma boa hora. Eu olhei no fundo de seus olhos enquanto eu

dirigia para longe da escola, me perguntando se eu estava fazendo o caminho correto. Eu

usei meu tom mais persuasivo.

“Então, eu sinto muitíssimo por ter deixado você triste.”

Seu batimento cardíaco acelerou e ficou mais alto que antes e o ritmo ficou abruptamente

destacado (Referente à musica. Modo de executar destacando nitidamente cada nota.) Seus

olhos se abriram um pouco, parecendo atordoados.

Eu dei um meio-sorriso. Pareceu que eu tinha feito c orretamente. É claro que eu estava

tendo um pouco de dificuldade olhando através de seus olhos também. Eu estava

igualmente deslumbrado. Ter essa estrada memorizada era uma boa coisa.

“E eu estarei à sua porta cedo no sábado de manhã,” eu adicionei, finali zando o acordo.

Ela piscou rapidamente, balançando a cabeça como se para clareá -la. “Uh,” ela disse “Não

ajudaria muito com a história para o Charlie se eu não explicar um Volvo deixado na

garagem.”

Ah, como ela me conhecia pouco. “Eu não pretendia levar u m carro.”

“Como-” ela começou a perguntar.

Eu a interrompi. A resposta seria difícil de explicar sem uma demonstração, e agora não era

o momento certo. “Não se preocupe com isso. Eu estarei lá. Sem carro.”

Ela entortou um pouco a cabeça para o lado, e me o lhou por um segundo como se fosse me

pressionar para saber mais, mas depois pareceu mudar de idéia.

“Já está muito tarde?” ela perguntou, me lembrando da conversa interminada na cafeteria

mais cedo; ela esqueceria uma pergunta difícil apenas para se lembra r de outra pior.

“Eu acho que está tarde,” eu concordei sem vontade.

Eu estacionei em frente à sua casa, tenso em pensar em como explicar… sem deixar muito

evidente minha monstruosa natureza, sem assustá -la novamente.

Ela esperou com a mesma máscara educad amente interessada que ela havia usado no

almoço. Se eu tivesse sido menos ansioso, sua calma teria me feito rir.

“E você ainda quer saber por que não pode me ver caçar?” eu perguntei.

“Bem, na verdade eu estava imaginando sua reação,” ela disse.

“Eu assustei você?” eu perguntei, certo de que ela negaria.

“Não.”

Eu tentei não rir. E falhei. “Peço desculpas por ter assustado você.” E então meu sorriso se

desfez com o humor momentâneo. “Foi só o pensamento de ter você lá… enquanto nós

caçamos.”

“Isso seria ruim?”

A figura mental era demais - tão vulnerável na escuridão vazia; eu, fora de controle. Eu

tentei banir isso da minha cabeça. “Extremamente.”

“Por que…?”

Eu respirei fundo, me concentrando por um momento na sede que queimava. Sentindo -a,

monitorando-a, provando minha dominação sobre ela. Ela nunca me controlaria novamente

- eu desejei que isso fosse verdade. Eu seria seguro por ela. Eu olhei para as nuvens bem

vindas sem realmente vê-las, desejando que minha determinação fizesse alguma diferença

se eu estivesse caçando quando sentisse seu cheiro.

“Quando caçamos… nos entregamos aos nossos instintos,” eu disse a ela, pensando em

cada palavra antes de dizê-las. “Governamos menos a mente. Especialmente o olfato. Se

você estivesse em algum lugar por perto enq uanto eu estivesse fora de controle desse

jeito…”

eu balancei minha cabeça com agonia ao pensar no que iria - não no que poderia, mas no

que iria - certamente acontecer.

Eu ouvi o espigão em seus batimentos e depois me voltei, sem descanso, para ler seus

olhos.

Sua face estava composta, seus olhos graves. Sua boca estava levemente cerrada, o que eu

pensava ser preocupação. Mas preocupação com o quê? Sua própria segurança? Ou minha

angústia? Eu continuei a olhar para ela, tentando traduzir sua expressão ambí gua em fato

concreto.

Ela olhou de volta. Seus olhos ficaram maiores por um instante e suas pupilas se dilataram,

embora a luz não tivesse mudado.

Minha respiração acelerou e, de repente, o silêncio no carro parecia zunir, como na escura

sala de biologia naquela tarde. A pulsação corrente passou entre nós novamente, e meu

desejo de tocá-la era, brevemente, mais forte que a demanda da minha sede.

A pulsante eletricidade me fez sentir como se eu tivesse pulsação de novo. Meu corpo

cantou com isso. Eu me senti quase… humano. Mais que qualquer coisa no mundo, eu

queria sentir os lábios dela contra os meus. Por um segundo, eu lutei desesperadamente

para encontrar a força, o controle, para poder colocar minha boca tão perto de sua pele.

Ela sugou uma quantidade enorme de ar e só então eu percebi que quando minha respiração

acelerou, ela parou de respirar no mesmo momento.

Eu fechei meus olhos, tentando quebrar a conexão entre nós.

Sem mais erros.

A existência de Bella estava atada a milhões de delicados processos q uímicos, todos tão

facilmente rompidos. A rítmica expansão de seus pulmões, a passagem de oxigênio, era

vida ou morte para ela. A cadência agitada de seu frágil coração poderia ser parada por

tantos acidentes idiotas, ou doenças, ou… por mim.

Nenhum membro de minha família hesitaria se lhes fosse dada uma chance de voltar atrás -

se imortalidade pudesse ser trocada pela mortalidade de novo. Qualquer um no nosso

mundo ficaria no fogo por isso. Queimaria por quantos anos ou séculos fosse necessário.

A maioria de nossa espécie prezava a imortalidade mais que qualquer coisa. Existiam até

certos humanos que buscavam isso, que procuravam em lugares escuros alguém que

pudesse lhes dar o mais sombrio dos presentes…

Não nós. Não minha família. Nós poderíamos trocar q ualquer coisa para sermos humanos.

Mas nenhum de nós já esteve desesperado por um caminho de volta como eu estava agora.

Eu olhei para as microscópicas fossas e defeitos no pára -brisas, como se houvesse alguma

solução escondida no vidro. A eletricidade não havia desaparecido, e eu tive que me

concentrar para manter minhas mãos no volante.

Minha mão direita começou a latejar sem dor de novo, de quando eu a havia tocado antes.

“Bella, eu acho que você devia entrar agora.”

Ela obedeceu de primeira, sem comenta r, saindo do carro e batendo a porta atrás dela. Ela

havia sentido o potencial de desastre tão claramente quanto eu?

Sair a machucou tanto quanto a mim por deixá -la ir? O único consolo é que eu a veria em

breve. Antes do que ela pudesse me ver. Eu sorri ao pensar nisso e então desci o vidro e me

debrucei para falar com ela mais uma vez - era seguro agora com o calor de seu corpo fora

do carro.

Ela se virou para ver o que eu queria, curiosa.

Ainda curiosa, embora ela tivesse me feito tantas perguntas hoje. M inha própria curiosidade

estava inteiramente insatisfeita; responder as perguntas dela hoje só haviam me feito revelar

meus segredos - eu tinha tirado pouco dela a não ser por minhas suposições. Isso não era

justo.

“Oh, Bella.”

“Sim?”

“Amanhã é minha vez.”

Sua testa se enrugou. “Sua vez de quê?”

“Fazer perguntas.” Amanhã, quando estivéssemos em um lugar mais seguro, cercado de

testemunhas, eu conseguiria minhas próprias respostas. Eu sorri com esse pensamento e

depois eu me virei, porque ela não fez sinal d e se afastar. Mesmo com ela fora do carro, o

eco da eletricidade moveu-se rapidamente no ar. Eu queria sair também ir com ela até a

porta, para ter uma desculpa para ficar ao seu lado.

Sem mais erros. Eu liguei o carro e depois suspirei enquanto ela desapa recia atrás de mim.

Parecia que eu estava sempre correndo em direção à Bella ou correndo dela, nunca ficando

no lugar. Eu tinha que achar um jeito de me segurar se algum dia nós tivéssemos um pouco

de paz.


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