Meu Amigo De Infância É Um Vampiro. escrita por Blood Roses


Capítulo 8
Sequestro e Despedida.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, bem, eu fiquei um pouco triste pois não recebi um reviews de algumas leitoras. Mais fiquei feliz pois ganhei leitores novos *o*
Bem, na minha opinião esse capitulo ficou pessimo e_e mais fazer o que, se eu tenta reescrever vai fica pior T.T
Enfim, Boa Leitura.



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Após a noite do campeonato os dias se seguiram normais, exceto por uma sensação estranha, Elesis sentia-se vigiada por onde andava a não ser dentro de casa, mas era só colocar o pé para fora e a sensação voltava. Já fazia uma semana que Elesis se sentia assim, a ruiva tentava ignorar mas não conseguia e a sensação só piorava cada vez mais.

No sábado seguinte ao do campeonato Elesis acordou com um mal pressentimento, mas não queria deixar isso estragar o seu dia então afastou rapidamente tais pensamentos. Jin a convidara para ir ao cinema e comer algo, os dois tinham o hábito de fazer isso, mas por algum motivo Elesis sentia que algo estava diferente e queria que o dia saísse perfeito.

Optou por uma roupa simples, um shorts preto curto e uma blusa comprida na cor amarelo com um cinto marrom na altura da cintura, a blusa tampava quase todo o shorts, nos pés uma bota cano alto marrom e os longos cabelos ruivos presos em um rabo alto com as pontas levemente encaracoladas.

Jin havia marcado com ela ao meio dia, iriam almoçar no shopping, ver um filme e jogar no fliperama, de fato uma programação para namorados, mas para a infelicidade de Elesis eram apenas amigos. A ruiva resolveu tentar jogar Silent Hill novamente, pois após Jin lhe dar aquele susto ela não foi capaz de jogar novamente.

Ligou o console e ficou jogando até ouvir aquela buzina familiar, salvou o jogo e desligou, pegou o celular e basicamente correu para fora, somente para ver Jin encostado no carro preto com uma camisa preta justa no corpo, uma calça jeans cinza e um coturno nos pés. Jin sorriu ao vê-la.

- Oi! – falou ele abrindo a porta do carro enquanto Elesis se aproximava – Vamos?

- Sim! – falou a ruiva animada entrando rapidamente no carro.

Foram para o shopping, almoçaram e viram um filme, mas quando chegou a hora de jogarem Elesis recebeu uma ligação de sua tia pedindo que ela retornasse pois ela estava saindo de viagem para encontrar um amigo e iria precisar da ajuda de Elesis.

A ruiva praguejou sua tia de todos os nomes possíveis, claro que mentalmente, pois não iria falar palavras de baixo escalão na frente de Jin. Elesis se virou para o ruivo com um rosto levemente triste.

- Vou ter que ir embora – disse ela.

- Foi divertido – falou ele sorrindo – Quer uma carona?

- Não precisa, Camila me pediu para comprar pão no caminho – falou ela com um ódio profundo pelo fato de ter que ir embora. Jin riu imaginando o que Elesis faria com a tia quando chegasse.

- Tá bom – falou Jin um pouco triste.

Jin foi com ela até a porta do shopping, se ofereceu para acompanhá-la, mas Elesis recusou, então Jin permitiu que ela fosse embora, mas a cada passo que Elesis dava Jin sentia um mal pressentimento cada

vez mais forte dentro de si, não gostava da idéia de Elesis estar andando sozinha na rua enquanto ele ficava ali parado, olhando ela ir, sem poder ir junto.

O tempo virou para chuva com um céu nublado, deixando tudo mais escuro e ajudando a trazer a noite. Elesis andava calmamente pela rua, havia comprado o pão e estava seguindo para casa, porém a sensação de estar sendo vigiada era constante e Elesis se sentia cada vez mais desconfortável e nervosa, mas tentou ignorar a sensação.

Dentro de um carro um homem estava esperando Elesis passar, o que não demorou muito. Assim que pôs os olhos na ruiva pegou o celular no banco do carona e discou o número, após três toques o dono atendeu.

- Ela acabou de passar – falou o homem.

- Avise aos outros, estou indo para aí – falou a voz do outro lado da linha.

- Entendido – falou o homem e desligou o celular.

Asin entrou em um uma van preta, finalmente iria pôr seu plano em ação. Tinha que agradecer a ruiva por andar sozinha com a noite caindo de tão bom grado. Ou ela é muito ingênua ou muito confiante, pensou Asin, mas agora não importava.

- Vai logo – ordenou Asin, impaciente.

O motorista pisou fundo e foi indo em direção ao local que Asin havia mandado, enquanto o garoto estava sentado no banco de trás com um sorriso no rosto. Logo avistaram, Asin viu a ruiva passando e mandou o motorista parar um pouco à frente, avisando que tinham de ser rápidos para que ninguém os visse.

O motorista fez o que lhe foi mandado, Asin ligou para os seus “capangas” e perguntou se todos estavam em posição, ele iria fechar todas as rotas de saída, caso o plano A não desse certo. Avisou a todos que iria entrar em ação e que caso desse errado seria a vez deles.

Elesis andava, um vento frio passou fazendo a ruiva se arrepiar de uma maneira estranha. A rua estava estranhamente silenciosa, algo estava errado, definitivamente errado. A ruiva com medo apertou o passo, querendo sair o mais rápido possível dali.

- Ei, ruivinha – chamou alguém às costas de Elesis, porém a ruiva não se virou – Não vai olhar para mim?

Elesis ignorou, mas ouviu passos rápidos e leves e sentiu uma mão quente tocar-lhe o ombro, fazendo-a se arrepiar inteira.

- Olha para mim – falou a voz. Foi então que Elesis reconheceu, era a voz de Asin, Elesis se virou devagar somente para ver os olhos vermelhos do garoto que sorria com a cara de pavor da ruiva. A garota estremeceu ao olhar Asin, estava com medo e não havia para quem pedir ajuda.

Elesis se movimentou rapidamente tentando se afastar, mas Asin deu um passo à frente e envolveu Elesis pela cintura, a ruiva abriu a boca para gritar, mas Asin já estava posicionado e acertou um ponto sensível do pescoço com força fazendo Elesis desmaiar. Asin a levantou e segurou no colo sem dificuldades e a levou até a van que estava parada, colocou-a no banco de trás e se sentou ao lado de Elesis, sorriu satisfeito, pois a ruiva ficaria apagada por no mínimo uma hora, o tempo exato que ele precisava. Asin mal podia esperar para começar seu joguinho com Jin.

O garoto mandou o motorista ir ao local preparado especialmente para aquela brincadeira, chegaram rapidamente, Asin pegou Elesis novamente no colo e a levou para dentro, colocou-a sentada em uma almofada no chão com o corpo apoiado em uma caixa ao lado, pegou uma corda e amarrou as mãos de Elesis para trás e colocou uma venda em seus olhos, em seguida se virou para os homens que estavam parados esperando uma ordem.

- Comecem a arrumar o equipamento – falou Asin olhando para os indivíduos – E montem guarda, por precaução.

Os homens começaram a trabalhar rapidamente, montaram uma pequena mesa onde foi instalado um notebook, havia uma câmera de mão sobre a mesa e alguns holofotes ligados em pontos estratégicos da sala. Após isso, alguns homens foram para o lado de fora e outros ficaram na parte de dentro.

Asin estava sentando em frente ao notebook sintonizando a câmera com o computador para poder fazer uma filmagem ao vivo, assim que terminou ouviu um pequeno gemido de dor vindo de sua pequena refém.

Elesis começou a acordar, sentiu uma dor grande na cabeça, era quase como se alguém tivesse batido com um martelo nela. A ruiva tentou se mover e sentiu que suas mãos estavam presas e que ela estava sentada sobre algo macio, aparada por uma caixa e com as costas apoiadas na parede, tentou abrir os olhos e percebeu que estava vendada, logo as lembranças do que havia acontecido retornaram à sua mente, principalmente depois de ouvir aquela voz detestável.

- Ora, ora, ora... Quem diria que você acordaria tão rápido e bem quando eu iria começar – falou Asin animado.

O garoto se aproximou de Elesis, abaixou-se perante ela e desamarrou a venda sorrindo ao ver medo nos olhos da ruiva, após isso começou a mexer nos bolsos de Elesis ignorando os protestos da ruiva. Logo achou o que queria, o celular de Elesis, procurou e rapidamente encontrou o número de Jin, sorrindo satisfeito.

- Hora do show – falou Asin se aproximando novamente no notebook.

Jin andava de um lado para o outro do quarto, impaciente. Não sabia por que, mas sentia-se preocupado com Elesis, um mau pressentimento jazia em seu peito e só aumentava cada vez mais desde que ela o deixara no shopping mais tarde. Sentou na cama, apoiou o rosto nos braços ficando curvado enquanto pensava, tentando achar uma razão que não envolvesse Elesis para aquele mau pressentimento.

Jin estava concentrado quando ouviu um barulho vindo de seu celular, avisando a chegada de uma mensagem, levantou-se rapidamente e pegou o celular desejando que fosse Elesis lhe avisando que havia chegado bem. Abriu o celular e leu a mensagem, que para Jin não fez o menor sentido.

“Acesse www.bloodlady.com “

Jin pensou um pouco, mas resolveu arriscar, ligou seu notebook e acessou o endereço presente na mensagem. Uma página negra foi aberta, com uma espécie de vídeo que estava carregando, logo uma voz pode ser ouvida, uma voz muito conhecida para Jin.

- Olá, Jin! Parece que pelo menos você sabe seguir ordens! – falou aquela voz irritante.

- Asin... – falou Jin entre os dentes com raiva – O que fez com a Elesis?

- Nada... – falou Asin, agora aparecendo na frente da câmera – Ainda...

- Como assim ‘ainda’? Tire ela disso! A Elesis não tem nada a ver! – falou Jin completamente furioso.

- Ah... Mas ela tem tudo a ver – falou Asin sorrindo de um jeito diabólico – Você me tirou o que eu tinha de mais importante e eu vou fazer o mesmo com você.

Jin sentiu o sangue subir, ódio era a palavra certa para descrever o que o ruivo sentia.

- Não ouse encostar nela! – falou Jin.

- Calma! Vamos jogar, Jin – falou Asin andando com a câmera – O jogo funciona assim, eu peguei Elesis e a trouxe para um local desconhecido, você tem até a meia noite para encontrá-la – Asin virou a câmera para o chão e Jin pode ver Elesis com as mãos presas para trás e com os olhos arregalados – Se não encontrá-la até a meia noite eu vou fazer questão e estuprá-la, retirarei a virgindade dela e depois a darei para os meus capangas brincarem até não aguentarem mais e no fim a devolverei a você, porém você nunca... Poderá... Tocá-la...

- Não ouse fazer isso! – gritou Jin. Asin riu do desespero do ruivo.

- Ah! Uma dica, Elesis passa na frente desse local todos os dias – falou Asin colocando a câmera de frente para si – Boa sorte, Jin.

A câmera foi desligada, deixando apenas uma tela preta em que estava escrito “A conexão foi cortada”. Jin tremia de puro ódio e raiva, quando encontrasse Asin iria fazê-lo sofrer como nunca, iria fazê-lo implorar pela morte.

Levantou e fechou o notebook com violência, estava irritado e frustrado por não ter percebido e agora Elesis estava em perigo por sua causa, ele não se perdoaria se algo acontecesse com Elesis, jamais. Saiu do quarto pisando forte, mas antes passou na frente do espelho e viu a si mesmo, não havia fumaça negra saindo de seu corpo, mas seus olhos estavam vermelhos e brilhavam, sua pupila estava fina, um verdadeiro olho de predador.

Jin desceu as escadas e se dirigiu diretamente para a garagem. Abriu a enorme porta, se deparando com inúmeros carros e motos, escolheu uma Harley Davidson dos modelos novos, com escapamento duplo e completamente preta.

Jin sabia melhor que ninguém que ele não possuía idade para pilotar, mas nada mais importava naquele momento, olhou no relógio e percebeu que possuía umas duas horas e meia para achar Elesis e como ele não fazia ideia do caminho que a ruiva fazia todos os dias, a busca iria demorar.

Jin subiu na moto e a ligou gostando do ronco do motor e logo deu partida, saindo rapidamente. Foi primeiramente em direção à escola, estava sem capacete, mas o vento não lhe incomodava, rondou a escola, mas não sentiu nada, nenhuma presença. Foi uma experiência estranha, Jin ganhou quase que uma visão infravermelha, podendo ver através das paredes as silhuetas das pessoas e animais através de seus cheiros.

Olhou para dentro da escola e não viu nada, religou a moto e recomeçou a andar, andou por todos os caminhos que conhecia, foi então que resolveu ir da entrada do metrô até a casa de Elesis, enquanto fazia o caminho os cabelos ruivos batiam em seu rosto e o vento frio lhe causava uma sensação boa na pele.

Jin pilotava rapidamente até chegar em uma esquina, sentiu o cheiro de Elesis, parou a moto e andou até a “origem” do cheiro, encontrando uma sacola com alguns pães dentro e percebeu que Elesis fora raptada ali. A fúria o tomou novamente, Jin sentiu uma vibração no bolso frontal de sua calça, retirou o celular e viu uma pequena mensagem.

“Mais uma hora, melhor se apressar”.

Jin praguejou, queria matar Asin com todas as suas forças, sentiu uma queimação em seu peito e ao olhar em seu braço percebeu que saia fumaça negra de seu corpo. Estava saindo pouco, mas já foi o suficiente para ele perceber uma pequena linha avermelhada que seguia para o sul.

Jin subiu na moto e a acelerou, seguindo na direção do rastro do cheiro de Elesis. Logo Jin viu o fim da linha, era um galpão abandonado próximo à casa de Elesis e de fato ela passava por lá todos os dias, mas nunca havia notado.

Parou a moto um pouco antes e percebeu todos os seus sentidos aumentarem drasticamente, Jin podia ver os homens que rondavam o local prontos para avisar quando ele chegasse, o ruivo sentiu a fumaça negra envolver seu corpo, criando uma cobertura que o deixava invisível a qualquer pessoa.

- Agora sei como os vampiros entram nas casas das pessoas – murmurou Jin.

O ruivo andou até aqueles homens e eles de fato não perceberam sua presença. Jin contou, eles estavam em dez, o ruivo começou a se mover rapidamente, começou pelo lado direito derrubando um por um, tendo o cuidado de ver se nenhum dos outros guardas percebia.

Após desmaiar todos Jin invadiu o local. Percebeu que haviam holofotes ligados em pontos estratégicos em todo o galpão, se ele entrasse lá seria como um ponto preto no papel branco e todo o trabalho que tivera para desmaiar os guardas teria sido inútil.

Saiu do local em uma velocidade extraordinária e logo achou a caixa de força que estava fechada com um cadeado, Jin tocou o objeto de metal e o torceu quebrando o cadeado sem dificuldade alguma e assim desligou a luz do local banhando tudo com a escuridão da noite. Jin sorriu, estava bem mais forte do que imaginava e isso com certeza seria uma coisa boa.

Asin estava dentro do galpão esperando a chegada do ruivo, apesar de ele desejar que Jin não chegasse a tempo, pois assim iria ser um golpe maior se ele “tocasse” na ruivinha. As luzes foram apagadas e demorou um pouco para que o garoto se acostumasse com a escuridão, Asin imaginou se seria Jin ou apenas um mal funcionamento.

Elesis estava sentada no chão, queria gritar para que alguém a ouvisse, mas sabia que não havia ninguém lá além dos capangas de Asin, no fim pensou na única pessoa que queria ver naquele momento, pensou em Jin.

Jin adentrou o local, os guardas estavam formando um círculo em cada entrada, Jin entrou pela janela, era como se ninguém pudesse vê-lo, como se houvesse uma camada espessa de escuridão cobrindo todo o seu corpo. O lutador percebeu que conseguia controlar aquela escuridão e notou também que se desmaiasse um dos homens todos perceberiam.

Então sua ideia de pegar Asin de guarda baixa já era, ele iria anunciar que estava ali de uma vez por todas. Jin pulou da janela caindo silenciosamente e majestosamente no chão no centro do círculo e desfez sua “capa” negra.

- Vamos começar? – falou Jin sorrindo sadicamente.

- Ma-maldito... Quando entrou aqui... – falou um dos homens assustado.

- Não importa! – falou o outro, sorrindo enquanto estralava os dedos.

Jin apenas olhou para os homens mostrando seus olhos inumanos e vermelhos, não foi preciso dizer nada, Jin viu a expressão de felicidade dos guardas virar desespero, um deles gritou “Monstro!” e retirou uma pistola do casaco apontando-a para Jin, o ruivo apenas sorriu enquanto a fumaça negra cobria seu corpo tornando-o invisível novamente.

Jin apareceu atrás de um dos guardas e lhe deu um golpe atrás do pescoço fazendo o homem desmaiar, logo todos os guardas retiraram suas pistolas, mirando para todos os lados, Jin apenas sorriu enquanto andava.

Jin movia-se a uma velocidade estrondosa, aparecendo atrás e na frente dos guardas desferindo socos e chutes enquanto os pobres homens tentavam inutilmente atirar nele, mas Jin via todas as balas em câmera lenta e desviava das mesmas facilmente.

Após deixar todos os guardas ao chão Jin começou a andar em direção a porta ouvindo alguns gemidos de dor. Andou até lá calmamente deixando as sombras saírem de seu corpo, ficando visível a todos. Abriu a porta com força dando de cara com um homem armado apontando a arma diretamente para a sua cabeça.

- Não se mova! – falou o homem, mas Jin percebeu que sua mão tremia.

- Você fede a medo – falou Jin com um sorriso sarcástico no rosto – Sugiro que saia antes que acabe... Paraplégico?

- U-um passo e eu atiro! – falou o homem, Jin andou calmamente até ele fazendo o cano da arma encostar em seu peito.

- Por mais que queria atirar... Não vai conseguir... – Jin disse isso e em um movimento rápido ergueu o homem pelo pescoço – Onde ela está?

- Mais à frente... Com Asin... – o homem falou com certa dificuldade pelo aperto sobre humano que estava recebendo no pescoço.

Jin sorriu e jogou o homem contra a parede, voltando a andar com calma, pensando no que iria fazer com Asin quando colocasse as mãos nele.

Asin ouviu claramente os tiros e gritos vindo da parte da frente do galpão, sorriu com gosto.

- Ele chegou... Um pouco adiantado... – cantarolou ele, em seguida se virou para os homens que o acompanhavam – Vão para a porta da frente e cuidado... Ele é bom no que faz.

- Sim, Senhor Asin – falou o capitão – Vamos.

Os homens saíram armados com pistolas e submetralhadoras se posicionando em frente à porta, não estavam com medo, pois o ruivo estava desarmado e os primeiros homens eram apenas amadores. Asin sorriu se levantando, Elesis o observou enquanto o garoto andava pelo cômodo ansiando pela luta que viria, Jin lutava nas regras, já ele, bem, lutava nas regras da rua.

Jin passou pelo corredor chegando a próxima porta, colocou a mão no trinco quando sentiu um aviso de perigo, olhou para a porta e pode ver os pontos vermelhos, dez homens bem armados, sorriu debochado, armas eram inúteis contra ele agora.

Abriu a porta com um estardalhaço, os homens miraram e atiraram sem dó, mas Jin desviou de todas as balas, mantendo sua cabeça baixa. Os homens exclamaram assustados, Jin levantou a cabeça devagar enquanto um sorrido sádico brincava em seu lábios.

- Minha vez...

Gritos altos foram ouvidos por Asin, que havia ficado desanimado quando ouviu os tiros. Aquilo não era possível, afinal como um humano conseguiria desviar ou sobreviver a tantos tiros? Logo os gritos começaram a morrer e o silencio pairou no local até que passos foram ouvidos, lentos e torturantes.

A porta foi aberta com um corpo que foi lançado apenas com uma mão, Jin vinha andando enquanto fumaça negra saía de seu corpo. Asin olhava abismado, pode ver os olhos vermelhos e brilhantes de Jin em meio aquelas sombras, sentiu uma sensação estranha nascer dentro de si, um sentimento desconhecido para ele. Sim, Asin Tyrim estava com medo.

- O que é você... – perguntou ele com os olhos arregalados.

- Seu pior pesadelo... – falou Jin sorrindo diabolicamente. Jin subitamente apareceu na frente de Asin com o punho fechado no estomago do acinzentado, foi tudo tão rápido que Asin só sentiu quando seu corpo se curvou para trás perante o choque do golpe. Asin voou alguns metros e bateu na parede caindo de costas ao chão.

Elesis mal acreditava no que estava vendo, o que havia acontecido com Jin? Porque ele estava daquele jeito, com aqueles olhos vermelhos e aquela fumaça preta em volta de si? Elesis havia se encolhido contra a parede com o susto de quando o homem que fora jogado pela porta. A ruiva se levantou devagar e se sentiu incomodada novamente com as cordas em volta de seus pulsos e procurou, mesmo no escuro, algo que pudesse ajudá-la a se soltar, em silêncio seguiu até o homem caído no chão, seus bolsos estavam cheios de coisas e Elesis achou um canivete, aquilo serviria.

- Sabe... Eu vim me perguntando o que eu iria fazer com você... Meu desejo é matá-lo, mas não quero conviver com isso... – falou Jin sorrindo, se dirigindo para Asin.

- Então o que vai fazer, an? – perguntou Asin debochando, sentindo o gosto metálico de sangue em sua boca e ouvindo os passos de Jin bem próximos a si.

- Vou me certificar de que você não lutará por um bom tempo – falou Jin.

A próxima coisa que Asin sentiu foi uma pressão incrivelmente forte em sua perna direita, ele não gritou, não daria esse prazer a Jin por mais que doesse muito. Logo ouviu um estralo seguido de uma dor lancinante na fratura e por um momento Asin desejou morrer. Mas Jin não estava satisfeito, colocou seu pé sobre a perna esquerda e repetiu o movimento e novamente Asin não gritou. Mas o ruivo viu singelas lágrimas escorrerem pelo rosto do garoto que caiu na inconsciência devido à dor.

- Jin... – sussurrou uma voz atrás do ruivo, Jin reconheceu aquela voz, era Elesis. Todo o poder e toda a fúria desapareceram rapidamente. Jin virou-se para Elesis somente para ver a ruiva o olhar completamente assustada.

- Elesis, eu... – Jin começou a falar até que sentiu uma dor gigantesca, era a dor da sede, Jin estava desejando sangue mais que tudo.

- Jin! – chamou Elesis começando a correr em direção ao ruivo, Jin viu Elesis retirando as cordas de seus pulsos.

-Não venha! – falou Jin – Não basta você ter sido sequestrada por minha causa... Não quero te ferir....

Jin quase gritou devido à dor da sede, Elesis não se importou e foi em direção ao ruivo que havia se ajoelhado no chão, Elesis se aproximou intoxicando Jin com o seu cheiro, a sede ficou mais forte, Elesis perguntava o que poderia fazer, Jin queria gritar “Correr seria uma boa ideia”, mas não conseguia. Estava começando a ceder, por mais que tentasse manter-se consciente acabou não resistindo.

Jin segurou Elesis pelos braços e forçou a ruiva a se erguer com ele, Elesis olhou assustada, mas não reagiu. Jin pegou Elesis no colo prensando-a na parede e colocando-a sentada em um caixote, ficando entre as pernas da ruiva. Jin ouviu um pequeno gemido escapar dos lábios de Elesis, um gemido de aprovação.

Pressionou seu corpo contra o de Elesis, com um dos braços envolveu a cintura fina da ruiva e com o outro braço ele puxou delicadamente a cabeça de Elesis para o lado, olhou o pescoço da ruiva tão próximo e inalou o cheiro intoxicante da pele dela, em seguida se abaixou depositando um beijo no pescoço dela.

Ficou suas presas longas devagar no pescoço de Elesis, a ruiva agiu inconscientemente e enrolou as pernas no corpo de Jin, abraçando em seguida o pescoço do ruivo.

-J-Jin...! – falou Elesis no ouvido do ruivo enquanto enlaçava o pescoço dele puxando-o para mais perto.

Elesis sentia um prazer enorme, tão grande que chegava a ser torturante, gemia baixo perto ao ouvido de Jin, ela não entendia como aquele ato poderia ser tão prazeroso. A ruiva sentia seu corpo quente e deliciosos espasmos de prazer percorriam toda a extensão de seu corpo e o cheiro de Jin a excitava de um modo proibido.

Jin tomava o sangue de Elesis em goles pequenos, deliciando-se com o gosto doce e quente do sangue da ruiva que gemia em seu ouvido de uma maneira um tanto constrangedora. Jin tomou o sangue de Elesis até começar a sentir a ruiva desfalecer em seus braços, como se perdesse a força, isso foi o gatilho que trouxe Jin de volta a realidade.

Jin retirou sua presas e olhou Elesis, a ruiva estava corada e ofegante, as pernas, antes enlaçadas em seu corpo, agora jaziam soltas, Jin pode ver Elesis começando a perder a consciência. Não se importou, abraçou o corpo de Elesis temendo pela vida da ruiva, pois ele percebeu que havia bebido sangue demais.

- Elesis, me perdoa... – falou Jin vendo a ruiva perder a consciência em seus braços. Jin desesperou-se, ela precisava de sangue, de ajuda e o pior estava daquele jeito por sua culpa.

- Jin? – chamou uma voz. O ruivo se virou e viu Ronan parado com o celular em mãos – Ah, não!

Ronan correu até Jin sendo seguido por Dio que olhava o estrago feito, Ronan se aproximou e viu a pequena hemorragia no pescoço de Elesis devido à mordida.

- Afaste-se – falou Ronan autoritário e retirando um lenço do bolso, colocando-o no ferimento e pressionando, tentando estancar o sangramento – Fica calmo, eu já chamei algumas ambulâncias. Mas o que diabos aconteceu aqui?

Ronan olhou para Jin e viu o olhar de culpado no rosto do ruivo, Ronan suspirou pesadamente e se virou para Dio que olhava tudo abismado.

- Veja quem está vivo e morto e me diz quantos tem – falou Ronan, Dio assentiu e saiu rapidamente – Você fez isso, não é? – perguntou Ronan, Jin assentiu positivamente.

- Ela... Ela vai... – Jin tentava falar, Ronan sorriu.

- Ela vai ficar bem, eu chamei ambulâncias quando ouvi os tiros e gritos, chamei a polícia também, logo estarão aqui – assim que Ronan disse isso os dois ouviram diversas sirenes ao longe – Não disse? Olha Jin, deixa que eu falo, ok? – nesse momento Dio entrou na sala e Ronan olhou para ele – Dio, eu vou falar e você vai confirmar tudo, entendeu?

Dio olhou assustado, Ronan estava diferente, estava autoritário e amedrontador.

- O-ok – falou o roxinho.

- Ótimo.

- Tem alguém aí? – falou uma voz ao longe.

- Estamos aqui! Tem uma garota machucada, venham rápido! – falou Ronan.

- Já estamos chegando! – falou a voz.

Não demorou muito para o local estar cheio de socorristas, foram levando os homens e Asin. Perguntaram se eles conheciam a garota ruiva, Ronan assentiu e disse que acharam estranho encontrá-la ali. Logo foram entupidos de perguntas, Ronan respondeu todas com calma e Dio confirmava um pouco assustado com a calma do azulado. Mas a única coisa em que Jin pensava era em como ele era perigoso, não entendia como não foi capaz de se controlar, se Elesis morresse Jin jamais ia se perdoar, jamais.

Os rapazes foram guiados para fora, Elesis foi colocada em uma maca e levada para uma ambulância, Jin olhava preocupado para a ruiva.

- Eu perguntei, ela vai ficar bem, calma – falou Ronan – Vamos embora, vai ser melhor.

Ronan levou Jin para casa, o ruivo deitou em sua cama e dormiu, sentindo todo o seu corpo ceder perante o sono.

Elesis dormiu por um dia inteiro, quando acordou percebeu sua tia sentada em uma poltrona ao seu lado e uma enfermeira parada na porta. Ela havia sido levada ao hospital.

- Bom dia srta. Elesis – falou a enfermeira, Camila acordou e Elesis percebeu que a mesma havia chorado – Como se sente?

- Bem... – falou a ruiva com a voz rouca – Quando tempo eu dormi?

- Um dia inteiro! – falou Camila pulando na sobrinha e a abraçando – O que aconteceu, Elesis?!

A ruiva se lembrou de tudo, dos olhos vermelhos e da fumaça negra que saia do corpo de Jin, do sequestro e dos gritos.

- Eu estava andando quando Asin me parou... – começou a ruiva, mas foi parada por uma voz que ela conhecia bem.

- Guarde o relato para os policiais que estão vindo, Elesis – falou Ronan adentrando o quarto com um sorriso – Dormiu bem? Pois você nos deu um baita susto.

Logo o policial entrou, Ronan ficou em pé encostado na parede apenas ouvindo. Os homens se apresentaram e começaram o interrogatório, Elesis falou sobre o seqüestro, porém não se lembrava de grande coisa, apenas de ter ouvido gritos.

- Isso é estranho, esses relatos estão cada vez mais malucos – comentou o policial mais jovem.

- Como assim? – perguntou Elesis.

- Bem, os meliantes juram ter visto um garoto com olhos vermelhos e que do corpo do jovem saia fumaça negra – comentou o policial coçando os cabelos.

- Deviam estar drogados – falou Ronan indiferente.

- Se estivessem drogados ou bêbados teriam vestígios das drogas no sangue e no entanto eles estão limpos – falou o policial mais velho.

- Bem, na Rússia foi criada uma droga que não deixa vestígios e tem o mesmo efeito da cocaína e do crack – falou Ronan, se sentando e cruzando as pernas em uma posição de superioridade.

- Como assim? – perguntou o policial.

- O nome dessa droga é Paradise, como eu já disse tem o mesmo efeito das drogas alucinógenas comuns, mas o uso dessa droga provoca paradas respiratórias, convulsões e AVC – falou Ronan calmamente – É uma droga nova, não me admira que não conheçam.

- E como eles teriam acesso? – falou o policial.

- Ai eu já não sei, mas duvido que vão entregar ou até mesmo confessar que usaram tal droga – respondeu Ronan calmo – Agora deixe-a descansar.

- Está bem, até outro dia – falaram os policiais saindo.

- Inventou tudo isso? – perguntou Elesis.

- Não, essa droga existe mesmo – falou Ronan com simplicidade.

O dia transcorreu normalmente e Elesis recebeu alta no fim do dia, ela queria desesperadamente ver Jin, pois o ruivo não foi vê-la no hospital. Chegou em casa e foi para o seu quarto, sua tia a avisou que iria comprar pizza enquanto a ruiva tomava banho.

Após o banho e a pizza Elesis foi novamente para o seu quarto, ao chegar lá viu um pequeno bilhete com uma letra incrivelmente familiar para ela, era a letra de Jin.

“Me encontre na ponte do parque Ranno, ás dez horas da noite”

Elesis olhou no relógio constatando que eram oito e meia, colocou um casaco de couro para se proteger do frio, ficou esperando dar nove e vinte da noite para sair, a ruiva saiu calmamente tomando cuidado para que sua tia não a visse.

Elesis basicamente correu o caminho todo até o parque Ranno, que é na verdade uma floresta protegida. Entrou rapidamente no parque e logo estava no início da ponte, aonde pode ver a silhueta de Jin, que parecia esperá-la.

- Fico feliz em ver que está bem – falou Jin virando-se e andando na direção de Elesis.

- Jin... – sussurrou a ruiva – Você...

Elesis foi interrompida pela voz séria e grossa de Jin.

- Estou indo embora – falou o ruivo, Elesis arregalou os olhos.

- Não... Você... – murmurou a ruiva.

- É melhor assim – falou Jin frio, Elesis sentiu como se uma facada tivesse entrado em seu coração – Quero que continue vivendo como se eu nunca tivesse existido... Como se eu fosse apenas uma lembrança distante.

Elesis não falou nada, ficou apenas com a cabeça abaixada, ouviu os passos de Jin se aproximando e sentiu o cheiro dele quando o mesmo depositou um beijo singelo em sua testa e falou baixo.

- Adeus... Elesis... – Jin falou isso e saiu andando como se nada tivesse acontecido, mas com certeza estava bem longe disso.

Jin sentia-se um lixo, a cada palavra pronunciada seu coração se despedaçava mais e mais, ele a amava demais para vê-la novamente em uma cama de hospital, pálida e sem vida, ainda mais por culpa sua. Andou um pouco e logo saiu da reserva encontrando o carro preto que o esperava, abriu a porta e entrou sentindo algo molhado e quente escorrer pela sua bochecha.

- Jin, tem certeza disso? – perguntou Ronan olhando o ruivo preocupado. Jin limpou a lágrima.

- Tenho, eu só voltarei quando puder me controlar... Não quero... Não quero feri-la de novo – falou Jin sério.

- Vamos, Felix – falou Ronan, o motorista obedeceu pisando fundo e arrancando recomeçando a viagem.

Elesis ficou um tempo absorvendo cada palavra pronunciada por Jin, não poderia ser verdade, Jin a estava abandonando? Elesis sentiu grossas lágrimas escorrerem de seus olhos, o homem que sempre amou a havia abandonado como se ela não fosse nada. Era doloroso demais para ser verdade.

Elesis começou a andar completamente sem rumo, mas naquele momento não importava, queria apenas diminuir aquela dor insuportável que crescia cada vez mais em seu peito. A ruiva se pegou indo em direção ao parquinho em que conheceu Jin, reparou que o lugar continuava a mesma coisa, exatamente do jeito que ela se lembrava.

Elesis andou até o balanço de vermelho, sentou-se nele e deixou as lágrimas escorrerem sem impedimento algum, a ruiva ergueu a cabeça e observou a lua, sussurrando com uma voz chorosa.

- Você quebrou a promessa... – falou Elesis enquanto um vento frio batia em seu corpo mexendo os cabelos ruivos fortemente.

Elesis ficou ali por um tempo muito grande, que para ela pareceram apenas minutos, levantou-se e foi andando em direção a sua casa, adentrou a porta percebendo que sua tia estava no sofá esperando-a, mas ela nem ligou, foi para o seu quarto e jogou-se na cama, abraçou o travesseiro chorando e desejando acordar daquele pesadelo.


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Notas finais do capítulo

Estou disposta e levar pedradas agora.
E então, mereço reviews? Recomendações?
Esse foi o Penultimo capitulo gente. E aqui vou eu lançar um desafio.
Se eu ganhar 15 reviews eu posto o ultimo capitulo ^^
Até o proximo cap.