Elesis estava sentada perante aquele espelho, vendo como tudo havia mudado tão rápido e agora o grande dia havia chegado. A ruiva se observava, vendo como o véu branco entrava em contraste com os seus longos cabelos vermelhos, que naquele momento jaziam presos em um coque com inúmeras presilhas brilhantes.

Elesis se levantou e se pôs a observar. Viu como o vestido branco ressaltava as curvas de seu corpo, observou a longa cauda que escorria pelo chão. Logo o sol adentrou pela cortina do quarto enquanto Elesis apenas esperava a hora de seguir para a igreja para o grande momento.

– Está linda, Elesis – uma voz cortou o silêncio que pairava no quarto assustando levemente a ruiva.

Elesis se virou e encarou a figura encostada na porta e sorriu, era bom ver Ronan novamente. O azulado usava um terno preto com camisa branca social, estava sem gravata e os cabelos azuis, antes longos agora estavam cortados na altura do pescoço repicados.

– Obrigada, Ronan – falou Elesis um pouco acanhada.

– Quem diria que tudo isso aconteceria em tão pouco tempo – falou ele adentrando o quarto – Jin até havia me dito que iria tentar fazer o pedido naquela noite, mas não achei que fosse conseguir – Ronan riu divertido.

– Ronan, o que vocês fizeram durante aquele tempo? – perguntou Elesis um pouco receosa.

– Bem, acho que cabe a você perguntar isso ao Jin e não a mim, pois não irei lhe dizer nada – falou o azulado virando as costas com um sorriso maroto nos lábios perante a cara de irritação da ruiva.

O azulado deixou o quarto a passos lentos enquanto Dio entrava no cômodo. Elesis sorriu ao vê-lo. Dio se aproximou e colocou no cabelo da ruiva uma rosa vermelha, Elesis sorriu um pouco envergonhada.

– Esta belíssima – falou ele – Nervosa?

– Você nem imagina – falou a ruiva rindo um pouco.

– Acalme-se, vai dar tudo certo – falou Dio se aproximando e depositando um beijo na testa de Elesis – Nos vemos na igreja – dito isso Dio saiu deixando a ruiva sozinha no quarto, sorrindo como criança boba.

Enquanto isso, um certo ruivo tentava inutilmente dar o nó em sua gravata em frente a outro espelho, de fato detestava aquela peça mais do que qualquer coisa, mas faria um esforço, afinal era o dia de seu casamento, Jin sorriu, mal podia acreditar que estava se casando com a mulher que sempre amou.

O ruivo segurou novamente o tecido e tentou dar o maldito nó e novamente não conseguiu, o ruivo bufou irritado. Jin estava tão concentrado em amarrar a gravata que não notou a belíssima mulher que adentrou o quarto.

– Tendo problemas com a gravata? – perguntou ela com um sorriso maroto nos lábios.

– Não... – falou Jin tentando novamente, mas desistiu – Pode fazer o nó para mim?

– Claro, apesar disso ser o trabalho do pai e não da mãe – disse ela sorrindo, enquanto fazia o nó – Pronto.

– Obrigada – falou Jin afrouxando a gravata.

– Jin! – falou sua mãe dando um tapa na mão do ruivo.

– Ai... – falou ele rindo enquanto ela apertava a gravata novamente.

– Nervoso? – perguntou ela sorrindo.

– Sim, muito! – falou Jin coçando os cabelos ruivos.

– Vai dar tudo certo – falou ela sorrindo e saindo do quarto – Boa sorte.

– Obrigada – falou Jin sorrindo e se olhando no espelho.

Jin usava um terno preto, um pequeno colete prateado por baixo e a gravata preta com listras pratas na diagonal. Ele sorriu e olhou no relógio, percebendo que já estava quase na hora. Jin sentou-se em uma cadeira para esperar o tempo passar, após dez minutos Ronan adentrou o cômodo sorrindo.

– Está na hora, garanhão – falou Ronan rindo.

– Tá – falou Jin sorrindo.

Os dois seguiram para fora, logo saíram e deram de cara com duas limusines, uma branca e um preta, Jin sorriu imaginando Elesis entrando na igreja, de fato mal podia esperar para aquele momento. Jin entrou no carro e seguiu rapidamente para a igreja.

Elesis estava nervosa, mas logo o seu nervosismo foi embora ao ver aquela figura tão familiar abrir a porta sorrindo.

– Está divina, Elesis – falou ele sorrindo.

– Obrigada, pai – falou a ruiva levantando-se e andando em direção ao seu pai.

Elscud guiou Elesis para fora da casa e levou-a até as limusines, Elesis tremia levemente ao entrar no automóvel, seu pai sorriu ao ver a agitação da ruiva. Logo a limusine começou o trajeto até a igreja. Logo estavam na frente daquele lugar tão belo, o lugar aonde muitos sonhos se realizam.

– Espere aqui, sim? – falou Elscud sorrindo e descendo – Procure se acalmar.

Elesis sorriu enquanto seu pai saia do carro, a ruiva olhou-se pelo retrovisor esperando dar a hora de entrar, estava ansiosa de fato, afinal iria se casar com o homem que amava e nada poderia deixá-la mais feliz naquele momento. Elesis viu seu pai saindo e segurou mais forte o buquê de rosas brancas em suas mãos.

– Está na hora – falou ele abrindo a porta – Pronta?

Jin estava no altar esperando a ruiva, o ruivo olhava de cinco em cinco segundos no relógio prateado em seu pulso, o que fazia Ronan rir com gosto do nervosismo do ruivo. Ronan assim como Dio e Sieghart estavam sentados na primeira fileira de bancos e ficavam sussurrando para Jin se acalmar.

Logo a marcha nupcial começou a tocar, as enormes portas marrons da igreja foram abertas dando a todos os presentes a visão de Elesis e seu pai Elscud entrando. Elesis estava deslumbrante aos olhos dos convidados, e aos olhos de Jin ela estava simplesmente perfeita.

Elesis veio andando devagar com o seu pai ao seu lado, Elscud depositou um beijo na testa de Elesis e entregou a ruiva a Jin que sorria como criança boba, mal acreditava que aquilo realmente estava acontecendo.

Logo o padre começou a cerimônia, que foi simplesmente belíssima e assim como em todos os casamentos chegou na hora dos votos. Entrou um pequeno garotinho com cabelos brancos e olhos azuis na igreja, segurando em seus braços uma pequena almofada com duas alianças douradas. Jin pegou a aliança da esquerda enquanto o padre falava.

– Jin, aceita Elesis como sua legítima esposa para amá-la e respeitá-la na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, todos os dias de sua vida, até que a morte os separe?

– Aceito – disse o ruivo colocando o anel na mão de Elesis. Uma pequena lágrima escorreu dos olhos da ruiva.

– Elesis, aceita Jin como seu legítimo esposo para amá-lo e respeitá-lo na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, todos os dias de sua vida, até que a morte os separe?

– Aceito – falou Elesis colocando a aliança na mão de Jin.

– Eu os declaro marido e mulher – falou o padre com um sorriso maroto nos lábios – Pode beijar a noiva.

– Já que vou fazer isso, vou fazer com estilo – falou Jin sorrindo malicioso enquanto Elesis o olhava assustada.

Jin enlaçou a cintura da garota rodando o corpo dela para o lado dando-lhe um beijo nos lábios, fazendo todos os convidados assoviarem e rirem enquanto Elesis corava. Jin colocou a ruiva em pé novamente e os dois desceram do altar enquanto os convidados batiam palmas e riam.

Jin e Elesis saíram da igreja e entraram na limusine. Assim que se viram fora do olhares Elesis sentou no colo do ruivo que corou levemente. Elesis sorriu desejosa e depositou um beijo longo nos lábios de Jin.

– Você só tem cara de santa, não? – falou Jin rindo.

– Que bom que sabe – falou Elesis no ouvido do ruivo, fazendo-o se arrepiar.

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Seis anos depois

Jin estava deitado preguiçosamente na cama de casal, Elesis dormia em seus braços com um rosto sereno que fazia o ruivo querer voltar a dormir. Jin aconchegou Elesis mais em seus braços fazendo a ruiva resmungar de aprovação e ficaram daquele jeito até ouvirem pequenos pesinhos descalços andando pela enorme casa.

– Lá vem eles – falou Jin sorrindo.

– Eles não se cansam? – falou Elesis rindo baixo.

– Eu acho que não – falou Jin depositando um beijo nos lábios de Elesis e fingindo estar dormindo.

Logo a porta foi aberta lentamente e risinhos baixos foram ouvidos. Os dois pequenos se aproximaram da cama da casal e foram surpreendidos por Jin que pegou a pequena garota no colo e jogou-a na cama, fazendo muitas cócegas na pequena enquanto o garoto falava indignado.

– Não vale, vocês estavam acordados! – gritou o pequeno. Jin olhou para ele com um sorriso maldoso, pegou o pequeno garoto no colo e assim como fez com a menina o encheu de cóceguinhas.

– Pronto, chega crianças! – falou Elesis levantando e depositando um beijo na cabeça de cada um dos pequenos – Bom dia!

– Bom dia, mãe! – falaram juntos fazendo Elesis rir.

– Vão trocar de roupa, hoje vocês têm aula! – falou Jin, os pequenos soltaram um sonoro suspiro.

– Vamos logo, Kaoru e Yuki, nada de querer ficar em casa – falou Elesis colocando as mãos na cintura e lançando um olhar às crianças.

– Mas mãe... – começou Kaoru.

– Nada de mas, vão se trocar já! – falou Elesis autoritária.

– Tá bom... – falaram os dois saindo de cabeça baixa do quarto.

Assim que os dois saíram Jin abraçou Elesis e derrubou-a na cama, fazendo a ruiva soltar um pequeno gritinho.

– Elesis, já falei que te amo? – perguntou ele com um sorriso.

– Todos os dias – falou Elesis sorrindo e puxando Jin para um beijo até que ouviram risadas vindas do andar de baixo seguido de um grito “Tio Ronan!” e risadas graves.

– Tenho que ir – falou Jin se levantando e trocando de roupa.

– Ok – falou Elesis se levantando e saindo.

Elesis desceu as escadas somente para ver Ronan sentado no sofá com sua filha Yuki e seu filho Kaoru no colo enquanto os dois mostravam para ele os trabalhos de escola. Elesis sorriu enquanto Ronan brincava com os dois.

– Eu não falei para vocês irem se trocar? – falou a ruiva zangada.

– Vem Kaoru! – falou Yuki subindo as escadas.

– Eles não param um segundo, nossa! – falou Ronan rindo, enquanto Elesis começava a preparar o café.

– Sim – falou a ruiva – Mas são as minhas alegrias.

– É, percebi – falou Ronan.

– Bom dia, Ronan – falou Jin descendo as escadas.

– Bora, Jin, temos que resolver uns assuntos bem chatos hoje – falou Ronan levantando. Jin bufou.

– Posso dar pelo menos um beijo na minha esposa? – perguntou Jin irônico.

– Claro – falou Ronan.

Jin se aproximou e depositou um beijo nos lábios de Elesis, um beijo longo que fez a ruiva corar levemente.

– Tchau – falou Jin.

– Tchau – respondeu Elesis.

Jin ficou uns segundos admirando Elesis da porta e ouviu risadas de Kaoru e Yuki no andar de cima e sorriu. Não se importava com qualquer problema que pudesse vir a ter no trabalho porque de fato ele era um homem de sorte, um homem de muita sorte.