New Legends - Cavaleiros do Zodíaco escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 95
A fúria do machado!


Notas iniciais do capítulo

Pessoas lindas (leia-se Laura_Delacour, Archer Shiro e Bills o Destruidor) obrigado pelos comentários do capítulo 95.


Betinho de Pégaso se prontifica para enfrentar o Guerreiro Deus Thor de Phecda.



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O Guerreiro Deus Thor encarava os rostos dos cavaleiros de bronze, imaginando quem dentre eles estaria disposto a enfrentá-lo.

Foi Betinho, porém, que armou o plano. Ele, que estava tremendo de frio há alguns instantes, já sabia o que fazer.

— Deixe-o comigo – sussurrou para Thiago. – Sei como enfrentar caras grandões.

Seu irmão só pôde concordar. A maioria dos oponentes que seu irmão havia derrotado anteriormente eram bem mais altos do que ele (Betinho só era mais alto do que Rina dentre os principais cavaleiros de Bronze). Rapidamente, Thiago murmurou instruções para os amigos.

Felizmente para o Pégaso, os outros entenderam rapidamente. Thiago e Rina foram para um lado, Gustavo e Matt para o outro. Parecia que iam atacar Thor ao mesmo tempo.

Betinho ficou só, defronte ao Guerreiro Deus. Quando seus amigos chegaram perto de Thor, ele também correu, só que para frente. Ao encontro do inimigo.

Thor ergueu os dois machados ao ver os cavaleiros de Bronze se aproximando pelos flancos. Mas, quando ia lançar suas armas, sentiu algo segurando suas pernas. Olhou para baixo.

Betinho segurava firmemente as pernas de Thor, impedindo-o de se mover, tentando erguê-lo do chão.

— Tolo! – bradou Thor, erguendo seu machado mais uma vez. – Já que insiste, vou cortar fora seus braços...

Mas Betinho, mais rápido do que Thor, largou as pernas dele e jogou-se para trás, caindo a alguns metros do oponente, no chão de neve. O Pégaso impedira o Guerreiro Deus de conter o avanço de seus amigos.

Thor, porém, não se deixou abater. Lançando um olhar irado ao Pégaso, girou nos calcanhares e avistou os outros cavaleiros de Bronze se afastando ao longe.

MARTELO MJÖLLNIR!!

Thor lançou seus machados pelos ares; os objetos pontiagudos voaram em direção aos Cavaleiros.

Betinho tentou gritar para avisá-los, mas eles já estavam muito longe; Matt e Gustavo indo para o leste e Thiago e Rina para o oeste. Porém, ele não precisou se preocupar.

Rina e Matt se viraram ao mesmo tempo; Rina brandiu a corrente contra o martelo da direita, e este voltou girando para a mão de Thor. Ao lado dela, Matt simplesmente saltou sobre o objeto giratório, que voltou logo em seguida para a direção dele. O cavaleiro de Fênix saltou novamente, mas dessa vez atirou-se sobre o martelo voador: com um chute, Matt jogou o objeto de volta para as mãos de Thor.

— Betinho! Não se acanhe! – bradou Matt para trás, enquanto voltava a correr ao lado de Gustavo. – Você pode vencê-lo! Nós sabemos disso!

Matt e Gustavo saltaram para fora do vale, à direita; Thiago e Rina fizeram o mesmo à esquerda. Os cavaleiros de Fênix e Dragão divisaram uma bifurcação no caminho à frente; Gustavo foi para a direita e Matt, para a esquerda. Thiago separou-se de Rina ao ver um caminho que conduzia a uma floresta, à esquerda (devia haver uma floresta rodeando o palácio, pensou Thiago), enquanto Rina seguiu em frente, pela estrada principal.

Betinho e Thor foram deixados a sós, no meio do vale inóspito, com a neve a rodeá-los. Betinho fazia de tudo para aguentar o frio; sua armadura que agora tinha o sangue dos cavaleiros de ouro parecia estar mais resistente ao frio do que antes. Thor, porém, não sentia frio; parecia que ele praticamente fazia parte da neve.

— Agora somos só nós – disse Betinho, tentando intimidar o oponente. – Ninguém vai interferir.

— Suas chances de me derrotar, porém, acabaram de cair drasticamente – disse Thor -, agora que está sozinho. Não sei se tem real capacidade para me deter sozinho.

Betinho estava acostumado com provocações dos adversários e insinuações sobre sua capacidade. Porém, já havia provado a todos os oponentes que enfrentara que estavam enganados. Ele já não era um cavaleiro inexperiente e ingênuo, como fora na Guerra Galáctica, ou mesmo na época de seu treinamento.

— Pude ver claramente a habilidade de seus colegas agora há pouco – disse Thor, debochando. – Talvez estejam em um ponto acima do seu.

— Eu não teria tanta certeza disso – retrucou Betinho, sua voz o mais fria possível para interagir com o clima. - Eu vi sua técnica com os martelos agora há pouco. Não irão funcionar contra mim. E quanto a você, Guerreiro Deus?

Thor mostrou-se ligeiramente intrigado.

— Sei que vocês estão ao lado de Hades agora – continuou Betinho. – Quem garante sua força não provém totalmente dele agora?

— Como se atreve?!? – exclamou Thor, furioso.

— Quer dizer, ele pode lhes emprestar um pouco da força dele. Mas será que só é um pouco, ou toda a sua força vem do cosmo dele?

— Seu moleque insolente! – Thor parecia prestes a explodir de fúria. – Nós, Guerreiros Deuses, ainda ostentamos nossa velha honra, nossa glória, não vamos perder isso só porque agora servimos a outro deus!

De repente, Thor ergueu novamente os martelos.

— Vou lhe mostrar a força de um Guerreiro Deus! – berrou. – Para que não tenha mais dúvidas! MARTELO MJÖLLNIR!!

O Guerreiro Deus lançou os martelos como se fossem lanças. Betinho, porém, estava pronto.

O Pégaso saltou até ficar na mesma altitude que os martelos voadores e tomou todo o fôlego possível que o ar frio lhe permitia. Sua tática de deixar o adversário irado e impulsivo havia funcionado.

METEORO DE PÉGASO!!

Os inúmeros golpes de Betinho foram de encontro aos martelos velozes de Thor. Com um barulho de metal rachando, que o Pégaso ficou satisfeito ao ouvir, quando voltou ao chão, os martelos Mjöllnir se quebraram. Seu pó espalhou-se pelo chão gelado de Asgard.

Betinho levantou a cabeça para encarar Thor, com um sorriso de triunfo exibido no rosto. Para sua surpresa, porém, o Guerreiro Deus de Phecda soltou uma gargalhada, que ecoou fria, exatamente como aquele vale.

— Como pode rir, agora que está desarmado? – indagou Betinho, confuso. – Você não tem mais como me atacar.

— Você é mesmo um tolo, Pégaso – disse Thor; sua alta risada ainda ecoava pelo vale. – Meus martelos são apenas um aperitivo para meu oponente. São usados para enfraquecer meu inimigo, para que só então eu possa revelar minha verdadeira força. Achou mesmo que eu sobrevivia apenas com os martelos?

Betinho, de repente, sentiu-se encolhido diante de Thor. A altura dele pareceu dobrar sem os martelos fazendo peso em seus braços longos. O cosmo gelado do Guerreiro Deus se elevou, emanando fúria, fazendo o cabelo de Betinho arrepiar.

Thor juntou os punhos, ameaçador, estalando os dedos; estava preparando lentamente o golpe. Betinho tentou pensar em uma maneira de bloquear ou revidar, mas estava diante de uma força desconhecida e imprevisível.

HÉRCULES TITÂNICO!!

De repente Thor se lançou contra o Pégaso. O garoto só teve tempo de sentir a força esmagadora do punho gelado do adversário, e foi lançado longe. Caiu contra a neve, cuspindo-a, sentindo seu estômago sendo comprimido. Teve ânsia de vomitar.

— Viu, Pégaso? – bradou Thor, ao longe, satisfeito. – Minha força independe do deus a quem sirvo. Minha força independe das armas que posso carregar. Minha força provém unicamente do meu cosmo.

Betinho viu que ele estava certo. Mas agora, sentindo o golpe latejante de Thor em seu tórax, ele viu que havia uma esperança de vencer.

O cavaleiro de Pégaso ergueu a cabeça. Visualizou a safira de Odin, brilhante, verde-azulada, no cinturão do Guerreiro Deus. Sabia o que fazer.

Levantou-se. Ouvia os resmungos de Thor. Com toda a força que seu cosmo lhe permitiu reunir, ficou de pé e estendeu os braços para os lados.

— O que é isso? – indagou Thor, incrédulo. – Está abrindo os braços para a morte? Está disposto a se entregar?

— Você fala demais – disse Betinho, calmamente. – Vamos partir para a ação.

Thor cerrou os punhos e juntou-os outra vez. Seu cosmo e o de Betinho se incendiaram ao mesmo tempo.

— Como queira – disse o Guerreiro Deus, fechando seu punho. – HÉRCULES TITÂNICO!!

Desta vez, Betinho visualizou por um instante o turbilhão que se formou em torno do punho de Thor. Talvez o guerreiro não tivesse percebido, mas a distância entre eles agora estava maior. E isso seria o diferencial para Betinho. Ou, pelo menos, ele esperava que fosse.

Numa fração de segundo, o Pégaso avistou o Hércules Titânico se aproximando. Juntou rapidamente os braços, sabendo que só teria uma chance.

COMETA DE PÉGASO!!!

Por um instante tudo pareceu congelar. O corpo do cavaleiro de Pégaso penetrou com tudo no turbilhão, evitando se aproximar do punho de Thor, que obviamente não percebera o que estava acontecendo.

O golpe de Betinho encontrou a sólida armadura de Phecda, perfurando sua superfície. O Guerreiro Deus gritou espantado, não tendo percebido a movimentação rápida do Pégaso. Thor tombou para trás, seu corpo levantando neve quando encontrou o chão. O espanto e a incredulidade estavam estampados no rosto do guerreiro.

— Bastou ver o seu golpe uma vez – disse Betinho, parado a poucos metros de Thor. – E já pude neutralizá-lo. Que azar o seu, enfrentar de cara um cavaleiro de Bronze que já enfrentou vários oponentes cujos golpes tinham aspecto de turbilhão, furacão, tornado, como se sugassem o oponente, e que possui uma técnica secreta que reverte esses fenômenos.

O rosto de Thor mostrava os sentimentos do guerreiro. Estava pasmo e temeroso.

— Portanto, há menos que possua outra técnica oculta – disse Betinho, desafiador -, não tem chance de me vencer. As regras do jogo mudaram, Thor de Phecda.

Então Thor encheu-se de fúria novamente. Levantou-se de um salto espalhando neve para todos os lados. Betinho, porém, não o temeu. Estava convicto e decidido.

— Já chega, Pégaso! – urrou Thor, sua fúria soltando-se em cada sílaba. – Já fui insultado demais só por hoje! Você acaba aqui!

Thor cerrou e juntou os punhos pela terceira vez. O cosmo de Betinho instava-o a aguardar; desta vez seria mais fácil, ele sabia, agora que já mostrara do que era capaz.

Era o golpe decisivo. Quem superasse o outro, venceria. Betinho admirou-se ao ver a safira de Odin brilhar com mais intensidade, mesmo naquele momento crítico...

Thor estava pronto. E Betinho também.

HÉRCULES TITÂNICO!!

COMETA DE PÉGASO!!

O choque fatal. O choque final. O Pégaso pareceu voar quando penetrou de vez no turbilhão titânico, decidido a só sair de lá vencedor. O golpe acertou o queixo de Thor e o levantou. O Guerreiro Deus voou até cair de bruços na neve, como um meteoro que cai na Terra. A última explosão do cosmo de Thor foi insuficiente para impedir sua derrota.

Cansado, mas aliviado por terminar com a luta, Betinho se adiantou e foi até o corpo inerte de Thor. Virou-o de barriga para cima; a safira de Odin ainda emitia um brilho magnífico.

Betinho desprendeu a safira de Odin do cinturão de Thor e meteu-a no bolso. A safira parecia estar satisfeita por ter sido resgatada; emitia uma pequena cosmo-energia, de aspecto quase divino.

Betinho, de repente, reparou no rosto de Thor. Não exibia fúria tampouco ódio.

Lágrimas penosas e tristonhas escorriam dos olhos quase sem vida do guerreiro. E havia outra coisa, quase líquida, meio gasosa, escorrendo do corpo de Thor; era negra, parecendo um filete de sangue.

O Pégaso jurou ter ouvido um grito baixo, longínquo e distante, acompanhando o líquido negro que saía de Thor. Depois, ouviu um sussurro audível, porém claro, vindo do chão.

— Pégaso... Por favor... Salve Hilda... Salve Asgard.

O último esforço dos lábios de Thor surpreendeu Betinho. Os olhos lacrimejantes do guerreiro se fecharam com um último suspiro. Com um assomo de compreensão, Betinho percebeu o que era o líquido negro; era a influência de Hades se desprendendo do corpo de Thor. O corpo sem vida do homem era novamente de um servo de Odin. Infelizmente, morto pela tirania de Hades.

Thor lhe havia confiado a salvação de Asgard. Betinho partiu na direção da saída do vale, deixando o corpo do Guerreiro Deus jazendo na neve.


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