New Legends - Cavaleiros do Zodíaco escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 62
A paz no Santuário


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, quero agradecer pelos 98 comentários e por terem tido a paciencia e a virtude de continuarem acompanhando a história, espero que ela possa ficar ainda melhor para entreter vocês. Agradecimentos especiais vão para Archer Shiro, Bills o Destruidor e EricYue pelos comentários deixados na última postagem. Vamos para mais um capítulo.
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Após a vitória sobre Gildson, os jovens cavaleiros retornam ao Santuário. Antes de receber as congratulações do Grande Mestre, é selada a paz entre Cavaleiros de Aço e Cavaleiros de Bronze que, após vários embates entre si, finalmente saíram vitoriosos de uma batalha na qual lutaram bravamente lado a lado. E assim, o Santuário se fortifica cada vez mais...



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Depois de retornarem ao Santuário, os Cavaleiros de Bronze e de Aço ficaram esperando a audiência de congratulações com o Grande Mestre do lado de fora do Grande Salão. Os dois grupos ficaram sentados enquanto aguardavam, todos eles ainda exauridos e ofegantes após a dura batalha. A maioria havia dormido no voo de volta no avião da Fundação Graad, mas mesmo com o fuso horário (haviam deixado o Brasil nas primeiras horas da manhã e, quando chegaram à Grécia, o sol já estava prestes a se por) os jovens cavaleiros ainda estavam cheios de fadiga. Do grupo que havia ido para o Brasil, apenas Isabella, Marília e Gabriella não estavam presentes; as três tinham sido chamadas para se reportar primeiro ao Grande Mestre, por estarem a mais tempo no Santuário do que os demais.

Eles haviam se dividido em dois grupos, sem intenção, enquanto esperavam ser chamados pelo Mestre. Os antigos Líderes de Aço ficaram sentados juntos à direita das portas, enquanto os Cavaleiros de Bronze e os Cavaleiros de Aço contra-rebeldes estavam do lado esquerdo. O grupo de Marcolino, Pedro e Jadiel já era muito ligado aos Cavaleiros de Bronze, pela identificação que haviam começado a construir durante a revolta dos Cavaleiros de Aço, e ainda não haviam superado por completo as diferenças para com os ex-Líderes. Também suspeitavam de que seus antigos chefes rebeldes ainda guardavam mágoa pela traição deles. Por isso, o grupo ficou postado atrás dos cavaleiros de Bronze, que assumiam uma função protetora, para evitar atritos entre os dois lados dos Cavaleiros de Aço.

Para um observador externo, aquela cena pareceria sugerir que estava ocorrendo uma exclusão para com os Líderes de Aço, visto que eles se encontravam em menor número do que o grupo defronte a eles, composto por cavaleiros de Bronze e pelo demais cavaleiros de Aço. Isso seria estranho, levando em consideração o ato de redenção que os antigos chefes rebeldes haviam acabado de protagonizar, ao se disponibilizarem para combater ao lado dos antigos rivais contra um inimigo comum e poderoso. Em tese, aquela atitude por si só já deveria bastar para que os ex-Líderes passassem a gozar da confiança dos demais cavaleiros e para que qualquer clima de desconfiança entre os dois grupos fosse removido. No confronto no litoral de Natal, quando se uniram contra Gildson e o viram ser derrotado, os dois lados vibraram efusivamente e se abraçaram, se confraternizaram e festejaram ali mesmo pelo resto da madrugada, todos em êxtase pela vitória recém-conquistada, dando sinais de que todas as desavenças entre eles haviam ficado no passado.

No entanto, estando os dois grupos ali, esperando o chamado do Mestre, encarando-se silenciosamente, parecia que a realidade que pairava sobre eles havia voltado com força total e escancarava a situação na qual eles ainda se encontravam: que ambos os lados ainda hesitavam em se aproximar um do outro, devido ao forte clima de inimizade desenvolvido durante a rebelião e durante as batalhas que os dois grupos haviam travado entre si ao redor do mundo apenas algumas semanas antes.

De repente, Fidelis de Rocha quebrou o silêncio.

— Nós gostaríamos de agradecer – disse ele, hesitante, olhando para seus companheiros em busca de apoio. – Vocês nos deixaram lutar ao seu lado e nos aceitaram como aliados, ainda que momentaneamente.

— Mesmo tendo medido forças conosco há alguns dias – complementou Jota de Radar -, vocês relevaram isso e aceitaram o nosso auxílio.

— Ei, cara – disse Matt de Fênix. – Não nos entenda mal. É bem verdade que nós, embora em maior número, estávamos em desvantagem naquela luta. Não é do feitio dos Cavaleiros de Bronze recusar apoios, mesmo quando são inesperados.

— E mesmo quando vêm de ex-oponentes – frisou Betinho. – Acreditem, nossos mestres nos ensinaram muito. Principalmente, ensinaram-nos a perdoar e a prestar apoio a quem quer que seja quando necessário.

— Vocês são cavaleiros de Atena, como nós – comentou Thiago. – O que vocês fizeram por nós, se oferecendo livremente para enfrentar o Gildson conosco, é algo que nós também faríamos por vocês se tivéssemos a chance. É isso que nos faz Cavaleiros: saber passar por cima das diferenças, principalmente em momentos críticos... Como aquele pelo qual passamos ontem à noite.

— Vocês dizem que querem nos agradecer – disse Rina. – Eu digo que nós é que temos que agradecer a vocês. Sem a ajuda de vocês, agora nós provavelmente estaríamos mortos. Nós passamos pelos 12 Cavaleiros de Ouro, inclusive por nossos próprios mestres, mas ontem, Gildson nos mostrou a força total de um cavaleiro de Ouro, sem se conter, mesmo que de modo errôneo. Com a ajuda de vocês, pudemos equilibrar o duelo.

— E no fim das contas, mesmo a nossa força combinada com a de vocês não foi suficiente – afirmou Gustavo. – O Shaka salvou todos nós ontem, e todos puderam reparar que ele estava envolvido pelo cosmo de Atena. O que mostra que tanto nós quanto vocês ainda precisamos de treinamento. Por isso estamos todos no Santuário: para continuar a treinar e a crescer como Cavaleiros...

— E vocês agora são parte disso – emendou Matt. – Estamos todos no mesmo barco agora. Todos iremos treinar juntos para continuar servindo a Atena e ao Santuário. E para isso não pode mais haver desavenças entre nós. Vocês têm o nosso perdão.

— Eu concordo – disse Gustavo.

— Eu concordo – disseram Rina, Betinho e Thiago em sequência.

Os cavaleiros de Aço se entreolharam e depois voltaram suas atenções para os Cavaleiros de Bronze.

— Obrigada, cavaleiros de Bronze – disse Fernanda. – Nós vamos retribuir o acolhimento de vocês.

— Vocês já retribuíram – retrucou Rina. – Vocês se lançaram no campo de batalha ao nosso lado ontem, como nossos irmãos de armas. Isso já compensa tudo.

— Ei, Fidelis – disse Marcolino repentinamente, e todos voltaram suas atenções para ele. – Queremos pedir perdão por termos traído vocês lá atrás.

Os cavaleiros de Aço ao lado dele acenaram suas cabeças em concordância, mas Júlia de Gato disse:

— Não, Marcolino... Nós é que queremos pedir perdão a vocês e aos Cavaleiros de Bronze por termos iniciado aquela revolta. Confesso que até hoje não sei onde estávamos com a cabeça. Saímos da Academia de Aço e logo em seguida cismamos em ir atrás dos Cavaleiros de Bronze. Era como se algo ou alguém estivesse sussurrando nos nossos ouvidos o que devíamos fazer e... – Ela hesitou, como se tentasse se lembrar de algo. – Estranho. Eu... Eu não lembro exatamente. É como se tivessem apagado alguma coisa da minha memória, algo que ocorreu logo após nos graduarmos da Academia de Aço...

— É, eu também sinto essa lacuna na memória – disse Kevynne de Trovão. – É como a Júlia disse. Algo foi apagado dos nossos cérebros. – E ele levou as mãos à cabeça, como se tentasse se lembrar.

Os outros ex-Líderes também passaram as mãos na cabeça e massagearam-nas, como se só agora tivessem reparado no sumiço de uma memória nem tão antiga.

— Que estranho – cochichou Thiago para os demais cavaleiros de Bronze. – O que será que ocorreu...

Nesse momento as portas do Salão se abriram, interrompendo a fala de Thiago. Isabella estava de volta, encarando a eles sob o portal.

— Pessoal, entrem – anunciou ela. – O Mestre vai falar com vocês agora.

— Mas estávamos prestes a... – começou Gustavo, mas Matt o cortou:

— Isso não tem importância agora. Venham cá, seus filhos da mãe – disse ele para os cavaleiros de Aço. – Venham cá nos dar um abraço para selarmos a paz.

Os cavaleiros de Bronze foram ao encontro dos cavaleiros de Aço e todos trocaram abraços. Os jovens cavaleiros davam seu primeiro passo para firmar a união das duas categorias de cavaleiros.

Praticamente ninguém notou que, enquanto os cavaleiros de Bronze falavam, Fernanda de Fogo não tirava os olhos de Matt, principalmente quando era ele quem estava falando. Somente Isabella notou algo estranho entre eles, ao ver os dois grupos de cavaleiros se abraçando e, quando chegou a vez de Fernanda abraçar o cavaleiro de Fênix, eles dois ficaram abraçados por mais tempo do que os demais. Mas, aparentemente, apenas a amazona de Taça notou isso.

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Bastante misturados e à vontade, os dois grupos entraram no Salão do Mestre para a audiência com Shion. Marília e Gabriella estavam sentadas nos degraus do tablado onde se achava o trono do Mestre. Isabella sentou-se ao lado delas enquanto Shion começava a falar para os jovens cavaleiros.

Num discurso rápido, ele deu as boas vindas de regresso aos cavaleiros de Aço e de Bronze e parabenizou a todos eles pela coragem na luta contra Gildson.

— Agora voltamos a ter todas as armaduras de Ouro presentes no Santuário – continuou o Mestre. – Seu esforço será reconhecido, jovens cavaleiros. Vocês conquistaram um período de paz para o Santuário. Com Gildson encarcerado e os Cavaleiros Negros foragidos, não há nenhuma ameaça real pairando sobre nós nesse momento. Se esse período será breve ou longo, só o tempo dirá. Sugiro que tirem o resto do dia para descansar... Pedi às meninas que os conduzissem a seus novos dormitórios. Espero que façam bom proveito... a batalha e a viagem certamente lhes deixaram esgotados. Tenham um bom descanso, pois amanhã, a rotina deste Santuário, digamos, voltará “ao normal”.

Com essa nota enigmática, o Mestre dispensou todos eles.

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Os dormitórios dos Cavaleiros de Bronze e dos de Aço ficavam em áreas separadas do Santuário, de modo que os dois grupos foram para direções distintas; Gabriella conduziu o grupo dos ex-rebeldes, acompanhada por Marin de Águia, enquanto Isabella e Marília levaram os cavaleiros de Bronze para seus novos quartos.

O dormitório dos cavaleiros de bronze era extenso e comunal. Havia pouco mais de cinquenta camas e beliches, cada uma delas com uma mesinha de cabeceira ao lado; também contava com diversos banheiros numa sala anexa e uma minicozinha com uma dispensa aos fundos do dormitório. A edificação era dividida em duas, uma seção para os meninos e outra para as meninas. Ambas as seções eram idênticas e contavam com o mesmo número de camas e de banheiros; a única zona mista dali era a cozinha, que servia de comunicação entre as duas seções, que eram divididas por uma porta que tinha uma fechadura diferente para cada lado, de modo que só podia ser aberta por quem estivesse do lado interno de cada seção, para que os meninos não entrassem na área das meninas ou vice-versa. A orientação dos cavaleiros seniores era de que aquela porta só poderia ficar aberta quando a cozinha estivesse em uso, permanecendo fechada no restante do tempo. Àquela altura, o dormitório estava vazio, pois a maioria dos demais cavaleiros de Bronze se encontrava espalhada pelo mundo, de férias ou em missões para o Santuário.

— É todo de vocês – anunciou Isabella para os dez cavaleiros de Bronze. – Divirtam-se. E Rina, não se preocupe – acrescentou ela só para a amiga ouvir. – Marília e eu provavelmente não ficaremos no dormitório dos Cavaleiros de Prata seniores. Faremos companhia a você no dormitório feminino... Vai ser divertido. Vou apresentar vocês duas devidamente, e acho que vocês darão boas amigas.

— Obrigada – agradeceu Rina, e em seguida, evocou sua Cloth Stone para recolher sua armadura. Os meninos a imitaram e, logo em seguida, se jogaram em suas camas, cheios de sono.

As meninas apagaram as luzes e foram para seu dormitório. Mais um dia vencido com sucesso pelos cavaleiros de Bronze.

— Então, Bella – disse Rina assim que se sentou em sua cama. – O que o Mestre quis dizer com “a rotina voltará ao normal”?

— Receio que só ele possa responder a essa pergunta – retrucou Isabella, também cansada. A amazona de Taça soltou um profundo bocejo e se atirou na própria cama, vencida pelo sono. A amazona de Andrômeda contemplou-a por alguns instantes, até que o sono também começou a fazer seus olhos pesarem, e ela se recostou no travesseiro enquanto escutava Marília roncar levemente algumas camas depois dela.


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Notas finais do capítulo

Obrigado pessoal por lerem mais um capítulo. Gostaria de ler as opiniões de voces sobre o que ocorrerá no dia seguinte na volta da "rotina normal do Santuário" que o Shion falou. Aguardo ansiosamente seus comentários. Ate o próximo capítulo.



Revisão concluída em 04.05.2020



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