New Legends - Cavaleiros do Zodíaco escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 49
O cosmo de luz infinita! Koji, cavaleiro de Escorpião


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, há tempos que não postava nada, espero que ainda estejam querendo ler, aqui vai mais um pedaço da história para vocês.

Este capítulo foi um divisor de águas para mim, porque estava há tempos em hiato com esta fanfic, embora não tenha avisado a voces. Ai consegui encaixar novamente a fanfic na minha rotina e pude voltar a atualiza-la. Daí eu recuperei o animo e consegui estabelecer um ritmo de postagens que vou procurar manter pelos proximos meses.Quero agradecer pelos inúmeros comentários ja recebidos e pelas 2.440 visualizações que a história recebeu. São números gratificantes e que muito me motivam a seguir em frente. Espero não voltar a largar minha fanfic por tanto tempo novamente.

Aqui a história chega à casa de Escorpião. Um jovem cavaleiro de Ouro espera pelos cavaleiros de Bronze, escondendo debaixo de seu semblante pacífico, um cosmo estrondosamente poderoso.



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Os cavaleiros de Bronze haviam entrado na Casa de Escorpião, que estava assustadoramente silenciosa.

— Alguma chance de não haver cavaleiro de Ouro aqui? – arriscou Gustavo, sussurrando para os demais.

— Acho que seria otimismo demais. – Matt estreitou os olhos para o interior da casa.

Sem dúvida, Escorpião era uma das casas mais bonitas dentre as Doze. Seu interior, como as demais, era imenso, cheio de colunas, e com algumas esculturas. Dois imponentes escorpiões de pedra guardavam um portal do outro lado da casa, o que os cavaleiros de Bronze supuseram que seria a saída.

— Bom, a menos que alguém apareça para nos enfrentar, não vejo motivo para não seguirmos em frente. – Betinho tomou a frente e se dirigiu calmamente para os escorpiões de pedra. Os outros quatro o seguiram.

Mal tinham dado cinco passos quando ouviram uma voz.

— Estava esperando vocês.

Um cavaleiro de Ouro surgiu de trás de uma coluna. Era jovem, mais ou menos da mesma idade que os Cavaleiros de Bronze, o que contrastava com a idade dos outros Cavaleiros de Ouro que haviam visto antes, que eram pelo menos duas décadas mais velhos do que eles (exceto Gildson). Tinha uma pele clara, olhos levemente puxados, como os de um oriental, cabelo castanho escuro que estava preso em um rabo de cavalo curto, olhos negros, e tinha a praticamente a mesma altura que Matt, Thiago e Betinho, sendo um pouco mais alto que Rina e um pouco mais baixo do que Gustavo. Segurava o elmo da armadura de Escorpião como se carregasse um animal de estimação.

Os cavaleiros estavam surpresos em ver um cavaleiro de Ouro tão jovem. Em parte devido ao choque por terem encontrado Gildson mais cedo, Betinho perguntou:

— Você é mesmo um Cavaleiro de Ouro? Parece ter a nossa idade.

O cavaleiro de Escorpião franziu o cenho para eles.

— Você é o Pégaso, não é? – perguntou ele. Seu sotaque era japonês. – Eu me lembro de você. Morou aqui no Santuário por alguns anos, enquanto concluía seu treinamento.

Uma luz brilhou nas memórias de Betinho, recordando-o de já ter visto aquele rosto antes.

— Espere. Você também era um dos aspirantes a cavaleiro quando cheguei aqui. – Ele estreitou os olhos para o cavaleiro de Ouro. – Agora eu me lembro. Seu nome é... Koji, não é?

— Precisamente. – O garoto sorriu. – Sou Koji, cavaleiro de Ouro de Escorpião. Encarregado pelo Grande Mestre de testar a força do cosmo de vocês.

— Testar...? – indagou Gustavo.

Koji de Escorpião deu de ombros.

— Pessoalmente, exterminar se encaixaria melhor na descrição que eu colocaria para esta situação com vocês. Mas ordens são ordens, e devo seguir as do Mestre, quaisquer que sejam.

— Estou gostando cada vez menos desse Mestre – bufou Thiago.

— Mas você não é jovem demais para ser um cavaleiro de Ouro? – perguntou Betinho, ainda se lembrando de Gildson.

Koji colocou o elmo em sua cabeça.

— Francamente, estou surpreso que seu mestre e a amazona de Águia não tenham lhe dito nada sobre isso, Pégaso. É natural que os Cavaleiros de Ouro sejam escolhidos na juventude. Se saírem daqui com vida, perguntem ao Kiki há quanto tempo ele é um cavaleiro de Ouro, por exemplo. É claro que não posso deixá-los sair daqui, mas depois resolveremos isso. Seu mestre deve saber disso melhor do que ninguém.

— Do que está falando? – quis saber Betinho.

Koji o fitou de modo estranho, como se tentasse descobrir se ele estava se fazendo de idiota ou se estava falando sério.

— Não importa. O que vem ao caso é que devo acabar com vocês.

Thiago estava inquieto, ao lado do irmão, levantando hipóteses sobre o que Koji acabara de falar, ou de não falar. Se Ikki, o mestre de Matt, era o cavaleiro de Leão, se Shun, mestre de Rina, era o cavaleiro de Virgem, e se Shiryu, mestre de Gustavo, era o cavaleiro de Libra, seria possível que...?

A ideia o deixava impressionado, mas o único jeito de prová-la e passar no teste das Doze Casas com vida era vencendo Koji primeiro. Thiago se concentrou nele, ponderando que tipo de técnica ele usaria em combate. Seu cosmo era pacífico, mas também imenso, e Thiago sentia que ele podia se expandir até para além do Sétimo Sentido.

— Já que insiste – disse Gustavo. – Eu estou mesmo ansioso por uma boa luta. Aqui vou eu!

A atitude estúpida de Gustavo tirou a concentração de Thiago. O cavaleiro de Cisne estava prestes a gritar Não!, para alertar o Dragão acerca do perigo, mas era tarde demais.

Gustavo estava prestes a atingir Koji com seu chute voador. O cavaleiro de Escorpião fechou os olhos e, instantes antes de Gustavo acertá-lo, ele segurou a perna do Dragão e o arremessou contra uma das colunas, aproveitando-se da força do próprio golpe de Gustavo.

Repeliu o golpe de Gustavo sem nem suar, pensou Thiago com amargura. Isso não revela que tipo de técnica ele usa nem o elemento que ele controla, mas pelo menos, revelou que ele é bem poderoso.

— Próximo? – Koji limpou as mãos e olhou atentamente para os outros quatro.

— Isso não faz sentido. – Betinho se adiantou, embora estivesse apreensivo. – É muito poder.

— Você não é muito jovem para ter tanto poder? – indagou Matt.

— Pouco importa a minha idade. Pégaso me observou no começo do treinamento, mas eu estava destinado a me tornar um cavaleiro de Ouro. O treinamento para tal patente é mais rigoroso, e os cavaleiros que sobrevivem a esse treino se tornam muito mais fortes do que os demais. Não à toa somos os cavaleiros designados para guardar as Doze Casas, que são o coração do Santuário, assim como a Sala do Mestre e o Templo de Atena. Todo cavaleiro de Ouro começou sua carreira quando jovem, meus caros. Basta pesquisarem um pouco... Seus próprios mestres são provas disso.

— O que quer dizer? – disse Rina. Imediatamente, porém, ela ficou paralisada. Ninguém percebeu, exceto Matt, que estava ao lado dela.

— Não vem ao caso – respondeu Koji. – Agora, quem de vocês vai me enfrentar? Já vi que o Dragão não irá conseguir.

Betinho se adiantou, como se analisasse a situação. Estava mais próximo do cavaleiro de Ouro, e era o mais propenso a iniciar um combate contra ele. Thiago estava um pouco afastado, observando seu irmão e Koji, avaliando ambos em sua mente. Mas Matt havia percebido a estranha reação de Rina. Ela estava pálida e olhava horrorizada para Koji.

— O que houve? – sussurrou Matt para ela, tão baixo que só ela podia ouvi-lo.

— Minha... corrente – ela exclamou, de modo que apenas Matt a escutava. Geralmente, ele era quem melhor a entendia dentre os Cavaleiros novatos, sem contar, talvez, Isabella. Ela se perguntava em seu íntimo se o fato de os mestres de ambos serem irmãos influenciava seus cosmos a se compreenderem melhor. – Ela está reagindo de maneira esquisita. É como se não reconhecesse a ele como inimigo.

— Tá falando do Koji? – Matt olhou apreensivo para a corrente de Rina e dela para o cavaleiro de Ouro. Ele e Betinho se estudavam, esperando um movimento ofensivo um do outro.

— Tem algo nele que me deixa perturbada, incomodada. – Rina não tirava os olhos de Koji, como se estivesse flertando com ele, mas seus olhos exibiam puro terror.

Matt não conseguia entender o que fazia Rina ficar tão perturbada em Koji, ainda mais depois que ela tinha enfrentado Kanon de Gêmeos e o próprio mestre em casas anteriores.

Entrementes, Betinho havia criado coragem e começado a evocar sua luz, prestes a disparar seus Meteoros. Nesse momento, os olhos de Koji brilharam, como se o fato de Betinho controlar o elemento Luz o divertisse. Thiago foi o único que percebeu, e viu que o irmão poderia não ter chance em uma luta contra o cavaleiro – talvez fosse derrotado mais rapidamente do que Gustavo. O cavaleiro de Dragão estava consciente, mas devido à força do impacto com que Koji o lançara contra a coluna, ele se via obrigado a se arrastar de volta para onde seus amigos estavam.

— Não! – Thiago se colocou à frente de Betinho, entre ele e Koji. – Deixe comigo, irmão. Eu o enfrentarei – ele acrescentou, se dirigindo a Koji.

O cavaleiro de Escorpião ergueu uma sobrancelha. Podia estar surpreso, mas não tanto quanto Betinho.

— Irmão, eu mal encostei nele. Deixe-me tentar enfrentá-lo e, se eu perder, pode assumir a luta.

— Não, Betinho, você não entende. – Ele se virou para o irmão, de modo que só ele poderia escutá-lo. – Tem algo diferente nos olhos desse cara. Eu acho que um cavaleiro do elemento luz não teria chance contra ele. Vou segurá-lo, talvez eu consiga derrubá-lo. Enquanto isso, vocês seguem em frente. Por favor, confie em mim.

Os dois trocaram um olhar profundo, e Betinho viu que Thiago não iria desistir da ideia. Sendo irmãos, era comum que eles conseguissem se entender só com um olhar.

— Os dois já terminaram de se despedir? – provocou Koji.

Thiago se virou.

— Não, Koji, eles é que vão se despedir de você – ameaçou o cavaleiro de Cisne.

— Como é? – retrucou Koji. – Eu ouvi bem? Por acaso acham que posso deixá-los fugir assim tão facilmente?

— Fugir, não – disparou Thiago. – Eles, meus amigos, seguirão em frente. Eu ficarei aqui para enfrenta-lo.

— Impossível – disse Koji. – Não posso deixar ninguém atravessar esta casa sem me enfrentar...

— Círculo de Gelo!!

Thiago apontou para Koji e seu cosmo produziu uma corrente de ar gelado que imobilizou o cavaleiro de Escorpião, que largou seu elmo com o susto; a peça caiu no chão com um som estridente, enquanto Koji se dava conta da velocidade de raciocínio e do golpe de Thiago para prendê-lo em sua camada de gelo.

— Vão! – disse Thiago para os amigos. Estes entenderam a deixa rapidamente; Gustavo ainda estava fraco pelo golpe que havia levado antes, mas se apoiou no ombro de Matt, que o segurou e o ajudou a andar. Betinho já havia disparado na frente deles, passando por um incrédulo Koji, mas Rina não se mexera, trêmula e ainda olhando aterrorizada para o cavaleiro de Escorpião; sua corrente continuava apontada para ele, tensa e sem movimentos; Matt já ia se distanciando com Gustavo quando percebeu que a menina não se mexia; ele recuou alguns passos e gritou para ela:

— Vamos, Rina!! – ele a puxou pelo braço, o que pareceu tirá-la daquele estranho transe, e ela o ajudou a carregar Gustavo para fora da casa. Os três se afastaram depressa para acompanhar Betinho, cientes de que Thiago não seguraria Koji por muito tempo.

Quando os passos dos quatro cavaleiros pararam de ecoar, Thiago desfez o Círculo de Gelo, que já estava severamente enfraquecido. Koji o estudou atentamente.

— Que seja. Não era para deixar algum de vocês sair daqui, mas os outros cavaleiros de Ouro poderão dar conta dos seus amigos. O que ainda não entendo é porque você preferiu ficar para trás quando poderia ter tentado seguir seus companheiros e, assim, evitar um embate comigo.

— Não sou de fugir de uma batalha – respondeu Thiago. – Além disso, você é um adversário diferente. Quero ver do que você é capaz.

— Hm! Vai desejar não ter dito isso – avisou Koji. – Prepare-se...

Só que Thiago estava mais atento do que o oponente. Ele avançou sobre Koji antes mesmo dele concluir a frase, e o segurou pelos braços, impedindo-o de golpeá-lo. Mas Koji conseguiu se desvencilhar de Thiago e chutá-lo para longe. Ainda de pé, o cavaleiro de Cisne ofegou e encarou o adversário, que agora erguia o dedo indicador da mão direita. A unha do cavaleiro se alongou e ficou vermelha. Koji apontou a unha para Thiago e disse:

— Agulha Escarlate!!

Thiago sentiu uma pontada forte no peito, e viu que um buraco havia sido aberto no lado direito de sua armadura e um filete de sangue escorria dali. Uma dor intensa tomou conta dele, começando da região torácica e se estendendo para o resto do corpo.

— O que acha do veneno do Escorpião? – disse Koji, ainda com a mão erguida. Ele chutou seu elmo caído para longe enquanto se aproximava lentamente de Thiago. – Esta foi apenas a primeira das 15 ferroadas da Agulha Escarlate. Cada uma delas injetará uma pequena dose do veneno do Escorpião no seu sangue, até que você venha a perecer com o golpe da última agulha. Eu avisei que você ia desejar não ter dito que queria ver do que eu era capaz.

Thiago podia ver que Koji não estava exagerando. Sua visão ficou cheia de pontos escuros e seu corpo estava perdendo força. Seu cosmo ainda estava de pé, fazendo-o resistir à dor, mas ele via que o poder do cavaleiro de Escorpião era tão grande quanto ele havia imaginado.

Mas não podia desistir. Ele conseguia ver que Koji não era de todo mal. Se Thiago mostrasse sua força, podia convencer Koji a desistir da luta, ou mesmo vencê-lo.

— É uma tática forte – admitiu Thiago, cuspindo sangue da boca. – Mas não é o bastante para me vencer.

O cavaleiro de Bronze avançou novamente sobre o adversário. Talvez Koji não achasse que Thiago já estivesse em condições de lutar logo após ter recebido uma das agulhas, ou que ele não seria ingênuo de atacá-lo de frente mais uma vez, e por isso ficou surpreso com a nova ofensiva do Cisne e demorou a reagir. Mas, dessa vez, Thiago estava mais atento, e não tentou segurar Koji: ele girou em frente ao oponente no último instante, ao invés de desferir nele um soco como parecia estar intencionado a fazer, e chutou-o com a perna esquerda bem no abdômen, fazendo o cavaleiro de Escorpião cair alguns metros para trás, desfazendo a pose confiante do cavaleiro de Ouro.

Mas Koji não se deixou abater, e logo se levantou, com um sorriso amarelo no rosto. Avançou contra Thiago, sua Agulha vermelha brilhante já se erguendo para atacar novamente o Cisne.

Era isso que Thiago esperava. Assim que viu Koji se aproximar, ele ignorou a dor que o lancinava por dentro, convocou seu cosmo, concentrou-o em seus punhos e disse:

— Pó de Diamante!!

A segunda agulha de Koji o atingiu, num ponto mais abaixo do que da primeira vez, mas o jato de ar congelado que Thiago conseguiu evocar disparou para o braço estendido de Koji, deixando o membro dele paralisado por uma fina, porém dura, camada de gelo.

O cavaleiro de Escorpião sentiu a queimação do gelo em seu braço imobilizado enquanto Thiago sentia a dor em seu peito voltar a crescer, mas dessa vez ele estava preparado para senti-la. Sua visão voltou a embaçar, mas ele manteve os olhos fixos em Koji, que agonizava com o peso morto do braço direito.

— Então, meu caro, ainda acha que vou desejar não querer ter visto o seu poder? – disparou Thiago.

Koji ergueu os olhos para o brasileiro.

— Você é forte, Cisne. – Ele relaxou o braço, como se enfim aceitasse que não poderia mais contar com ele naquela luta, e voltou a encarar, hesitante, o cavaleiro de Bronze. – Vejo que mesmo com o veneno do Escorpião afetando você, continua com o cosmo firme na batalha. Vou ter que lidar com você de outra maneira. Vou mostrar a você meu verdadeiro poder.

— Mesmo com o braço nessas condições? – disse Thiago, mas já estava ficando preocupado. Então o poder de Koji não resumia apenas ao veneno?

— O braço não é um problema para o nível de força que vou utilizar a partir de agora. – Koji suspirou e fechou os olhos. – Considere-se sortudo, Cisne. Até hoje, foram poucos os adversários que tiveram a honra de conhecer minha verdadeira força em combate.

Nesse momento, o corpo de Koji começou a irradiar uma forte luz branca, que se espalhou pela casa de Escorpião e quase ofuscou a visão de Thiago. Ele ainda conseguia discernir Koji em meio àquela luminosidade, mas parecia que a casa inteira seria engolfada pela luz.

Então a luz ficou menos intensa e parou de se espalhar pela casa, embora ainda espalhasse seus raios luminosos pelas paredes. A armadura de Koji agora exibia um brilho branco, e o braço congelado ia aos poucos descongelando – a intensidade da luz devia ter aumentado a temperatura da casa em uns dez graus. Thiago sentiu o cosmo de Koji, cujo rosto também estava esbranquiçado pela luz, se expandir intensamente. O cavaleiro de Escorpião abriu os olhos e disse:

— Caçador de Luz!!

Uma forma gigantesca, semelhante a um escorpião, tomou forma partindo da luz formada pelo cosmo de Koji, e avançou em direção a Thiago, como se tivesse saído de dentro do próprio cavaleiro de Ouro. A forma de luz atacou o garoto brasileiro, erguendo-o do chão e perfurando-o em vários pontos da pele, para depois derrubá-lo no chão e voltar para dentro de Koji.

A dor que tomou conta do cavaleiro de Cisne era dez vezes mais lancinante do que a das duas ferroadas que Koji lhe havia desferido. Ele se contorceu no chão, não pelo veneno, mas pela força do impacto que a forma monstruosa assumida pelo cosmo de luz do adversário tinha usado ao golpeá-lo.

— Não sei porque não deixou seu irmão me enfrentar. – A voz de Koji estava suave e etérea, como se ele tivesse deixado de usar seu próprio corpo e agora ocupasse, graças ao cosmo, o ambiente inteiro da casa. – Pelo que entendi, ele também possui o elemento luz. Poderia ter uma chance de aguentar ou mesmo absorver o impacto do meu Caçador de Luz e usá-lo a seu favor, ou sei lá. Já você, por ser de outro elemento, visivelmente nunca teria chance. Você é do gelo, que derrete num ambiente que tenha muito calor, e é isso que meu cosmo de luz está produzindo nesse momento. Logo, meu braço estará livre. Se meu golpe já produziu tamanho estrago em você mesmo com meu braço inutilizado, quem dirá a potência que meu golpe terá em você com ambos meus braços disponíveis. Isto é, supondo-se que você vá viver o suficiente para que eu tenha que lançar outro golpe em você.

Thiago já havia suportado dores imensas. Vários mergulhos no mar congelado do Ártico o haviam deixado resistente a esse tipo de provações, mesmo para alguém que nascera na cidade mais ensolarada do Brasil. Ele tentou relativizar aquela situação em sua mente. Aquela era apenas mais uma provação. A intensidade do cosmo de luz de Koji o havia impressionado, e talvez por isso ele estivesse achando que a dor provocada pelo Caçador de Luz fosse mais angustiante do que a dos golpes anteriores de Koji. Mas precisava reagir. Seu irmão e seus amigos estavam contando com ele para atravessar aquela casa e chegar ao salão do Grande Mestre. Não era impossível aguentar a força do cavaleiro de Escorpião; Thiago só precisava encarar aquilo como mais um mergulho no mar congelado.

— Ah, vejo que ainda lhe resta alguma persistência – disse Koji, ao ver Thiago se erguendo lentamente, apesar da dor que lhe consumia. – Veremos se você aguenta receber o impacto do Caçador de Luz uma segunda vez.

Thiago abaixou a cabeça e sorriu rapidamente. O próprio Koji havia acabado de lhe dar a resposta que procurava – a chave para vencer aquele confronto.

Ele fitou o adversário e se preparou para sua última cartada. Não desistiria enquanto não acabasse com aquele duelo, mesmo que aquilo lhe custasse a vida.


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Notas finais do capítulo

Um abraço para todos os que ainda quiserem ler! A gente se vê nos próximos capítulos!



Revisao do capítulo concluída em 03.05.2020



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