New Legends - Cavaleiros do Zodíaco escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 3
Rina conhece Isabella


Notas iniciais do capítulo

Pessoal eu já tinha postado esse capitulo mas decidi colocar de novo.


As duas meninas da história passam a se conhecer melhor e decidem iniciar uma amizade.



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As demais entrevistas ocorreram sem grandes surpresas. Tatsumi ouviu dois irmãos, Lauro e John, que eram os únicos do grupo que não eram da cidade de Natal; eram naturais de Belo Horizonte. Lauro era o cavaleiro de Unicórnio, e John era o cavaleiro de Hidra. O mentor de Lauro foi Jabu, ex-cavaleiro de Unicórnio e atualmente cavaleiro de prata de Centauro; o sensei de John foi Ichi, antigo cavaleiro de Hidra e hoje cavaleiro de prata de Lagarto. Lauro tinha quinze anos e John, doze, sendo o mais novo dessa leva de novos cavaleiros de bronze. John nasceu em dezesseis de novembro e Lauro em dezesseis de setembro. John havia sido treinado na Finlândia e Lauro em Oran, na Argélia. O mais velho, Lauro, era alto, magro, de pele clara, cabelo liso e castanho, e olhos negros. John era baixinho, com uma pele morena, cabelo curto e negro, e olhos escuros.

Em seguida vieram os primos de Betinho e Thiago. Elias, o cavaleiro de Lobo, tinha sido treinado na Libéria por Nachi, cavaleiro de Cães de Caça; tinha dezesseis anos, era nascido em Natal, no dia trinta de novembro. Era alto, magro, de pele morena, cabelo raspado e olhos negros que davam a impressão de estar num meio-termo entre bêbado e sóbrio. Cícero, o cavaleiro de Urso, havia treinado nas Montanhas Rochosas, no Canadá, por Geki de Cérbero; tinha dezessete anos e era nascido no dia três de junho, em Natal. Era alto e magro, um tanto desengonçado ao andar; tinha o cabelo curto e moreno e olhos castanhos de ar divertido, e uma pele levemente bronzeada. Jonathan, cavaleiro de Lionet, foi treinado pelo cavaleiro de Prata Ban de Cão Maior nos arredores do Monte Kilimanjaro, o ponto mais alto da África, na Tanzânia. Tinha dezoito anos e era natural de Natal, nascido no dia dezoito de agosto. Tinha uma estatura mediana e um porte atlético comparável ao do primo Thiago de Cisne (uma luta corpo a corpo entre os dois provavelmente seria muito longa), uma pele clara e olhos castanhos, e cabelo raspado. Nenhum desses cavaleiros fez perguntas sobre como seria o evento da Fundação Graad, mas tanto Jonathan quanto Cícero quiseram saber, tal como Thiago, se o evento seria transmitido pela mídia e aberto ao público.

Tantos jovens ansiosos para aparecer. Tatsumi esperava, com essa ponderação, que o evento ficasse mais atrativo ao público.

Encerradas as entrevistas, já à noite, Tatsumi dispensou os cavaleiros e instruiu-lhes a ficarem em seus quartos e repousarem. Um a um, em grupos de dois ou três os jovens seguiram para suas respectivas instalações.

Rina, de Andrômeda, era a única que tinha o quarto só para si. Tal fato não era muito animador, uma vez que os quartos da mansão Kido eram enormes. Ela possuía uma cama de casal, de modo que não lhe faltava espaço para dormir, mas também ajudava a acentuar sua solidão nesse momento.

Estava ela perdida em seus pensamentos quando alguém bateu em sua porta.

— Entre – disse.

A enorme cara de Tatsumi apareceu no portal. Ele olhou para a menina sentada na cama e esquadrinhou o quarto.

— Minha jovem, você me parece um tanto solitária – comentou ele. – Achei melhor pedir a Isabella que passe a noite com você.

— Hã, não estou incomodada, Sr. Tatsumi, não precisa...

— Não se preocupe, ela já concordou. – Com um gesto, ele convidou Isabella a entrar no quarto.

— Não tem problema para mim – disse ela, sorrindo para Rina, enquanto esta olhava para as vestes da outra. A assistente de Tatsumi vestia uma camisola bastante sensual, branca com estampa de rosas, o que a deixava, na opinião de Rina, ainda mais bonita. Ela não via nada de anormal em pessoas de pele semi-albina. A própria amazona já fora chamada de semi-albina durante seu treinamento em tom de discriminação, e acabava tendo uma tendência a se relacionar melhor com pessoas desse tom de pele. – Não ia fazer nada mesmo...

— A senhorita Andrômeda precisa descansar para o evento de amanhã, portanto, nada de ficarem acordadas até tarde, certo Isabella? – ponderou Tatsumi.

— Claro, sensei Tatsumi – respondeu a moça.

Tatsumi fechou a porta, e Isabella soltou o riso que estava reprimindo até então.

— O que foi? – indagou Rina.

— Ora, não viu que ele ainda me trata como criança? Só porque eu trabalho para a família Kido desde a infância. Lembra-se daquela novela que passou no Brasil algum tempo atrás, Cheias de Charme?

— Sim.

— E você se lembra de que tinha uma menina chamada Cida, que trabalhava na casa de uma família desde que saiu do berço?

— Acho que sim.

— Eu sou do mesmo jeito. A diferença é que não tenho patrões perseguidores e reclamões.

— Você também é brasileira? – quis saber Rina.

— Bom, sim. Eu vim junto com os aspirantes a cavaleiro que vieram para a Academia de Bronze, na verdade.

— Mas então... – Rina hesitou. – Você também é uma amazona?

Isabella olhou para os lados antes de responder, como que para ter certeza de que não estavam sendo observadas. Ela sentou-se na cama de Rina com as pernas dobradas, deixando suas coxas bastante visíveis do que o ideal. Rina imaginava e se perguntava, em seu íntimo, por que ela hesitava em responder. O que afinal a outra moça estaria escondendo?

— Mais ou menos. É meio complicado para eu te dizer, mas eu recebi um treinamento especial, de fazer inveja a muitos desses cavaleiros que chegaram junto com você. Não conheço suas habilidades para te julgar, mas acho que você não ia querer me ter como adversária.

Rina olhou admirada para a garota. Sentada com aquele vestido e com aquela pose provocante, era difícil imaginar Isabella como uma guerreira poderosa, mas ela não conseguia enxergar falsidade nos olhos da assistente.

— Mas acho que, na melhor das hipóteses... – Isabella prosseguiu, pensativa. – Até o final desse evento você terá a chance de entender a minha situação.

— Certo. Ahn, eu reparei que você chamou o senhor Tatsumi de sensei... Ele foi o seu mestre ou algo assim? Ele era um cavaleiro? É um cavaleiro aposentado, talvez? E por isso tem essa relação de proximidade com a Atena?

— Ah, não. O senhor Tatsumi é mestre do oitavo kendo de alguma arte marcial aí, uma coisa bem local, cultural e típica... e de que eu agora me esqueci do nome, e gosta de lembrar esse fato com frequência, e por isso é bom tratá-lo de maneira respeitosa. Ele já teve seus problemas com os cavaleiros no passado, mas agora tem uma profunda admiração por eles, ou, pelo menos, por aqueles que se esforçam em proteger Atena. Se bem que, cá entre nós, Rina, o mais miserável dos cavaleiros de Bronze venceria Tatsumi sem derramar uma gota de suor. Talvez até os soldados do Santuário, os aprendizes ou os aspirantes a Cavaleiro em fase final de treinamento o venceriam sem muito esforço.

A amazona riu como não ria havia meses, e sua risada saiu um pouco forçada. Isabella deve ter reparado que ela estava passando por alguma questão emocional, por que disse:

— Olha, assim que eu vi que você optou por não usar a máscara, eu simpatizei com você na hora. Se eu já fosse uma amazona, eu também não ia querer usar.

Rina assentiu em silêncio, enquanto dava um sorrisinho tímido.

— Até por que, sendo a Atena a deusa da justiça, nada mais justo do que deixar os cavaleiros e as amazonas em condições iguais de aparência. Sei que para muitos isso não pode importar muito, mas é uma prova de que o Santuário está superando o machismo e outras coisas arcaicas que reinaram por lá durante eras – concluiu Isabella.

— Você é muito inteligente – comentou Rina.

Isabella deu de ombros.

— Eu só escolho falar nas horas certas. É intuição.

— É a primeira pessoa que eu encontro que consegue manter um diálogo racional comigo em meses. Isso faz de você praticamente uma pessoa amiga para mim.

Isabella sorriu satisfeita.

— É bom ouvir isso! Arrumar boas amigas não é fácil numa cidade como Tóquio.

— Muito menos na Ilha de Andrômeda.

— Por que está dizendo isso?

Rina baixou os olhos para o lençol.

— Na ilha, a armadura de Andrômeda não era a única armadura em disputa pelos aspirantes, mas era a que tinha mais pretendentes. E eu era a única garota dentre os candidatos.

— Isso é triste.

— É mesmo. Nosso mestre, Shun, é um dos cavaleiros mais fortes da atualidade, e também um dos mais famosos. Isso atraiu muitos meninos que estavam interessados em se tornarem “o novo Shun”. Já as meninas preferiam tentar as outras armaduras.

Houve um momento de silêncio, quebrado apenas pelo som do vento noturno entrando no quarto. Rina estava envolta em seus pensamentos, e Isabella, fitando a nova amiga, não queria desconcentrá-la. Fez menção de se levantar, mas Rina saiu de seu torpor e disse:

— Não vá ainda, por favor. Eu fiquei sem companhias agradáveis por meses.

— Na verdade eu também fiquei. Só achei que você estivesse precisando de um tempo para você antes do evento.

— Evento esse que você, como minha nova amiga, não pode nem ao menos me dar uma pista sobre o que vai ser?

— Eu sinto muito, Rina, mas não quero correr o risco de que o senhor Tatsumi tenha colocado escutas no seu quarto para ouvir a nossa conversa. Ele é capaz de muita coisa para se certificar de que tudo está do jeito que ele quer.

— Ah... Eu entendo.

— Mas então, você teria alguma estratégia para o evento se, digamos você tivesse de enfrentar os outros cavaleiros?

Tentando decifrar alguma pista escondida na pergunta de Isabella, Rina respondeu:

— Hipoteticamente? Não sei. Eu costumo improvisar. Minha armadura tem suas particularidades.

— Sei... – Isabella tirou de um bolso da camisola o celular para olhar as horas. – Bom, ainda não são nem nove e meia, mas o Tatsumi já deve estar achando que vou fazer você ficar a madrugada inteira acordada. Boa sorte amanhã, Rina.

— Obrigada.

Rina se inclinou para frente e estendeu os braços, como se quisesse abraçar Isabella, mas no meio do movimento se conteve. Fazia muito tempo que não abraçava alguém, e não achava que a garota fosse corresponder ao gesto. Mas Isabella tomou a iniciativa e abraçou calorosamente a nova amiga.

Rina quase havia se esquecido o quão bom era abraçar uma pessoa, para sentir o calor humano e a energia positiva que a amiga lhe passava. Isabella massageou levemente as costas da amazona antes de soltá-la.

— Boa noite... Bella – disse Rina, por fim.

A outra sorriu e passou a mão nos cabelos de Rina, antes de se levantar e deixar o quarto.


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Notas finais do capítulo

Obrigado pela leitura.



Revisão em 03/01/2024



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