New Legends - Cavaleiros do Zodíaco escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 23
O duelo das chamas!


Notas iniciais do capítulo

Começa a batalha entre Cavaleiros de Bronze e Cavaleiros de Aço pela posse da Armadura de Libra!!!!

Logo no primeiro embate, Matt se envolve em um confronto inesperado e duríssimo!!!
Dois cavaleiros dominadores do fogo, apenas um pode sair vencedor.

Matt se vê diante da batalha mais formidável que enfrentou até agora, contra uma antiga paixão do passado que agora se encontra determinada a matá-lo.



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Matt desceu até a beira da praia; estava seca, com a areia dominando o espaço, devido ao horário matinal. A praia estava deserta; o Fênix tentou sentir algum cosmo por perto, até que se lembrou que os Cavaleiros de Aço não tinham cosmo. Então...

— Veio me enfrentar, Cavaleiro de Fênix? – disse uma voz carinhosa.

Matt olhou para trás. De trás das rochas, surgiu Fernanda de Fogo, com um olhar e um sorriso não intimidadores, mas afetuosos.

— Fernanda – disse o Fênix. – Há quanto tempo. Não esperava reencontrá-la desse jeito.

— Tenho que dizer o mesmo – disse ela. – Você, um Cavaleiro de Bronze; eu, uma Amazona de Aço. Como pode nos trair...?

— Trair? – indagou Matt, surpreso. - Eu nunca traí ninguém. Vocês é que estão traindo o Santuário...

— Você não nos seguiu quando fomos para a Academia de Aço! – disse Fernanda. – Você, a Rina, o Gustavo. Resolveram se tornar Cavaleiros de Bronze...

— Abraçamos uma causa justa! – resmungou Matt. – Entramos para a ordem dos Cavaleiros de Atena!

— Preferem defender uma deusa que sequer viram na vida do que uma sólida amizade de anos? Como esta, que carregamos desde os tempos de Academia, eu e os demais líderes de Aço? – disse Fernanda.

— Temos bons amigos, agora – disse Matt. – Gustavo, Betinho, Thiago, Lauro, John, Jonathan, Elias, Cícero, bondosos e poderosos amigos que querem proteger Atena!

— Atena, Atena, é só Atena! – resmungou Fernanda. – Só falam nisso? Que dependência!

— É o nosso destino – justificou Matt.

— Destino? – disse Fernanda. – Querem ficar presos a isso pelo resto da vida?

— Sim – disse Matt. – Só assim encontraríamos um motivo para viver.

Fernanda fitou-o com um olhar profundo, e então seu olhar e seu sorriso ficaram tristonhos.

— Bem, se pensa assim – disse Fernanda. – Terei que te matar. – Olhou novamente nos olhos dele, como se buscasse alguma coisa. – Você está com uma namoradinha, é?

— Não é da sua conta – respondeu Matt. – Não para você, que brincou com os meus sentimentos quando éramos mais novos...

— Você era muito otário – disse ela. – Mas vejo que você mudou. Se não fosse por isso, por estarmos em guerra declarada, eu até tentaria fazer você se aliar a nós com mais afinco. Quem sabe, Mattzinho... Você poderia ser um bom brinquedinho para minhas horas de prazer.

— Poupe seu fôlego - disse Matt, esforçando-se para se lembrar de Isabella, de seu rosto, de seu aroma e dos momentos que haviam tido juntos, para não ceder à tentação de cair na lábia de Fernanda. - Seu joguinho não funciona comigo.

— Que seja. Está pronto para morrer?

— Lute, e veremos quem vai morrer! – desafiou Matt.

— METEORO DE FOGO! – disse Fernanda.

Matt recebeu o golpe com força; porém, lembrando-se de ter enfrentado alguém com semelhante golpe, bloqueou os meteoros de fogo de Fernanda com as mãos.

— Onde aprendeu este golpe? – indagou Matt. O sorriso e o olhar de Fernanda haviam se tornado ambiciosos.

— Eu tive como mestres Daichi da Armadura da Terra – informou Fernanda -, e aquele que me ensinou meus golpes, o Cavaleiro Gigars, de Fogo. Que foi derrotado pelo seu Mestre, Ikki! E quando descubro que meu mestre voltou à vida, soube que ele foi novamente derrotado... por um Cavaleiro de Fênix! – concluiu ela, apontando para Matt.

— Seu mestre era um Cavaleiro Negro! – ralhou Matt. – Um dos que roubou as Armaduras de Ouro! E vocês roubaram uma delas! E além disso, pelo que soube, ele não foi exatamente um cavaleiro exemplar quando estava vivo da primeira vez.

— Pelo meu mestre, vou derrotá-lo, Cavaleiro de Fênix! – disse Fernanda em tom ameaçador. Seus olhos pareciam queimar de raiva. – METEORO DE FOGO!

Novamente Matt bloqueou o golpe; porém, ao pensar que tinha desviado de todos os meteoros de fogo, um deles o atingiu na perna.

— Mas como? – disse Matt surpreso. – Vocês Cavaleiros de Aço só deviam atingir a velocidade em Mach 1, como os Cavaleiros de Bronze! Mas este golpe atingiu Mach 2, que só os Cavaleiros de Prata e de Ouro atingem!

— O que achou disso, Fênix? – exclamou Fernanda, convencida. – Não somos apenas simples Cavaleiros de Aço!

— Mesmo assim, não conseguirá me vencer só com isso – disse Matt. – SENTIRÁ O PODER DE FÊNIX! PUNHO DE FÊNIX!

O golpe acertou Fernanda em cheio; ela voou longe, mas logo estava de pé novamente, encarando Matt.

— Muito bem, Fênix – disse ela. – Você conseguiu me irritar, portanto, sinta toda a minha força! PUNHO DE FOGO!

Desta vez foi Matt quem foi lançado longe; seu elmo foi arrancado da Armadura e ele foi jogado contra as rochas, e Fernanda se aproximou dele, levantando-o pela garganta e segurando com força.

— Vou te matar e vingar meu mestre, Fênix. – Dizendo isto, suas unhas ficaram grandes como garras de aço. – MORRA...

Mas, antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, Matt chutou-a para longe e ela largou-o. Ele estava de pé novamente, pronto para a luta.

— Certo, acho que a subestimei – disse Matt. – Pelo visto, estamos em pé de igualdade. Você e eu controlamos o fogo, o que sugere um impasse neste duelo e...

— Não tenha tanta certeza, Fênix – disse Fernanda, levantando-se. – GARRAS DE TIGRE!

O golpe atingiu Matt na velocidade de Mach 3; ele sentiu como se inúmeras garras o fatiassem rapidamente.

— Mas... e este golpe? – disse Matt.

— Este é dos tempos da Academia de Aço – disse Fernanda. – Júlia e eu aprendemos golpes com garras, após treinarmos intensamente nesse estilo de luta. Agora, você não escapará desta vez! GARRAS DE TIGRE!

Matt, porém, visualizou os golpes de Fernanda e passou por entre todos os golpes das garras dela, como se estivesse se movendo na velocidade da luz; até ficar cara a cara com ela e dizer:

— GOLPE FANTASMA DE FÊNIX!

O golpe afetou a mente de Fernanda, que se via estraçalhada por uma Fênix gigantesca feita de chamas. Enquanto ela gemia de dor, Matt desapareceu de sua vista.

— Fênix! Onde você está? Apareça! – ralhou Fernanda. Então, de repente, ela se viu envolta por chamas, e Matt apareceu atrás dela, agarrando-a.

— O QUE VAI FAZER FÊNIX?! – gritou ela. – DESSE JEITO, NÓS DOIS MORREREMOS!

— EU NÃO ME IMPORTO EM MORRER! – respondeu ele. – MAS SE EU MORRER, VOCÊ VEM COMIGO! ASAS DE FÊNIX!

Então, os dois subiram ao céu num turbilhão de chamas; Matt soltou Fernanda temporariamente e ergueu-a usando os pés, prendendo-os na dobra das axilas dela, para depois lançá-la em direção ao oceano embaixo deles; e depois caíram ambos dentro d’água, Matt caindo nas ondas um pouco mais longe da orla. Fernanda saiu primeiro, cambaleando e dizendo:

— Ele é realmente um Cavaleiro forte... por isso, me venceu... – dizendo isso, desmaiou. Em seguida, Matt surgiu da água. Ao ver que a amazona não estava morta, ele se surpreendeu, mas em seguida sentiu uma fraca cosmo-energia vindo... de Fernanda.

— Mas... como? – indagou Matt. – Será que os Cavaleiros de Aço desenvolveram cosmo energias? Está muito fraca... mas com certeza, foi isso o que salvou Fernanda da morte.

Ele olhou para os lados – não havia ninguém por perto. Fernanda flutuava sobre a água do oceano Pacífico, desacordada. Embora seus sentimentos por Isabella estivessem mais vivos do que nunca, Matt não esquecia que Fernanda havia sido sua primeira paixão, ainda na infância, quando a conhecera na Academia dos Cavaleiros – ela acabou indo para a Academia de Aço depois, ele agora sabia, enquanto ele, seu primo Gustavo, e Rina, que treinavam a maior parte do tempo com os jovens que agora eram Cavaleiros de Aço, tinham sido designados para a Academia de Bronze, possivelmente por terem apresentado um potencial melhor à época. Não parecia justo, para Matt, deixar a antiga amada ali, desguarnecida e exaurida.

Ele a ergueu cuidadosamente com seus braços e a tirou das águas. Ela ainda conservava as belas feições da infância; sua pele era morena de um tom sensual e provocante, seu torso era graciosamente curvilíneo, e seus seios eram levemente volumosos. Sua bunda também havia crescido e atingido formas sinuosas e sensuais. Ele não conseguia deixar de contemplá-la, observando cuidadosamente como o tempo a havia transformado numa bela moça.

Matt depositou Fernanda sobre algumas pedras, longe da água, e colocou uma das pedras para apoiar a cabeça dela. Endireitou a posição de seus braços e pernas, que haviam ficado um pouco tortos devido à queda que o golpe dele provocara.

Ele observou que a mente dela ainda estava frágil devido ao Golpe Fantasma, e se recuperava muito devagar. Pensou se não seria uma boa ideia fazer os efeitos de seu golpe sumirem com seu cosmo, e tentar convencer Fernanda a lutar ao lado dele, fazer com que não tivessem mais que ser adversários. Contudo, ele percebeu que a situação em que se encontravam era bem mais complicada. E ele tinha acabado de descobrir sentimentos fortes por Isabella. Além disso, ele não sabia se os sentimentos dele por Fernanda seriam correspondidos por parte dela. E ela havia deixado bem claro que preferia estar ao lado dos próprios amigos, os demais Líderes de Aço, e que sua lealdade era para com eles. O clima de tensão recém-formado entre a geração de Bronze e a geração de Aço não a faria ouvir a razão que ele pudesse tentar colocar em seus argumentos.

Tocou de leve na testa dela, não para remover os efeitos do Golpe Fantasma, mas para fazê-los demorarem mais a deixar a mente da garota. Com um pouco de sorte, Fernanda ainda ficaria desmaiada por algumas horas. Depois, antes que perdesse a coragem, Matt deu um beijo de leve no rosto da garota, e outro na testa dela, como uma forma de homenagear a paixão que sentira por ela quando eram mais novos, enquanto acariciava seu cabelo curto e castanho, que estava preso a um diadema que integrava sua armadura.

— Não quero ser seu inimigo – disse Matt, quase sussurrando, mesmo sabendo que ela não o ouviria, ao se afastar lentamente dela. – Espero que um dia, estejamos do mesmo lado.

Quando estava quase a largando por completo, ergueu de leve a cabeça dela e deu-lhe um suave beijo nos lábios. Pensou em demorar-se mais no beijo, já que ela estava desacordada, mas se deteve. Logo, estava arrependido daquele ato. Era um desserviço ao que estava tentando construir com Isabella. Havia deixado o impulso falar mais alto por aquele breve instante. Decidiu que não contaria aquilo a ninguém. Talvez ele precisasse daquele desfecho, depois de derrotar Fernanda numa luta intensa e de, enfim, fazer as pazes com seu passado no qual ela havia sido sua grande paixão. Talvez agora ele pudesse seguir em frente, sem mais nenhuma amarra, e se jogar na chance de viver um amor com uma nova pessoa. Depositou levemente a cabeça da garota de Aço novamente sobre a rocha e a soltou por completo, parando um último instante para admirá-la novamente, e torcendo, em seu íntimo, para não ter que passar por um momento como aquele mais uma vez.

E saiu correndo da praia.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler!!


Revisão do capítulo concluída em 09.06.2020



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