New Legends - Cavaleiros do Zodíaco escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 111
O brilho dourado das armaduras de Bronze


Notas iniciais do capítulo

Rina e Betinho precisam se superar para enfrentar os generais Io de Scylla e Bian de Cavalo Marinho, enquanto recorrem a novas habilidades e a uma estranha característica nova de suas armaduras.



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— Como você sabe que sou Andrômeda? – indagou Rina, perplexa.

— O mestre Hades me informou sobre os cavaleiros de Bronze que adentraram o templo submarino – disse Io. – Achei curioso que logo a amazona atual de Andrômeda tenha sido designada para me enfrentar, ainda mais levando em conta que foi o cavaleiro anterior desta armadura que me venceu.

— O mestre Shun venceu você? – disse Rina. – Então...

— Ah, isso não é importante. Além de ser um membro da força de elite de Poseidon, agora estou fortalecido pelo cosmo de Hades. Seu mestre não teria chance contra mim nessas condições. Aliás, quem está aqui é você, não ele. O que implica dizer que suas chances são menores ainda!

— Humpf! Eu não me deixo intimidar por papo de intimidação. Sou muito diferente do meu mestre. – Ela disse as últimas palavras em tom de ameaça.

— Disso não tenho dúvidas – retrucou Io. – Você possui uma agressividade no seu cosmo que não era presente no do seu mestre. Tanto melhor... Assim, terei mais gosto em acabar com você, garota.

— Você não conhece Rina de Andrômeda, senhor – avisou ela. – Estou dizendo que sou bem diferente de Shun. Passei por muitos adversários com cosmos bem mais espetaculares que o seu, e cá estou, fortalecida pelos inúmeros combates que tive.

Io riu de leve.

— Mas será que nem o Sorento explicou direito a situação pra vocês? Você, garota, e seus colegas NUNCA conheceram a força de um general marina, um guerreiro da alta patente de um deus olimpiano. Vocês só enfrentaram seus iguais, cavaleiros de Atena corrompidos e, quando muito, alguns guerreiros mimados de Asgard. Você vai ter a sensação de uma guerra santa plena, garota. Vai se arrepender de ter entrado nessa, mas, quando se der conta disso, será tarde mais. Você estará a caminho do próprio Hades.

Rina ficou um tanto arrepiada com as palavras do general. O medalhão de Shun pesou um pouco em seu pescoço, mas ela tentou ignorar essas formigações.

— Acabou o discurso? Tanta pose não fará você me derrotar. – Ela instigou sua corrente. – Prepare-se para sentir minha força, general! Corrente de Andrômeda!!

Io saltou para o alto no momento em que as correntes avançaram para ele. Rina percebeu tarde demais que ele estava preparando seu próprio ataque.

Águia Poderosa!!

Io disparou um feixe de luz contra Rina, e o feixe se tornou uma enorme águia que avançou para cima dela. A princípio, ela julgou se tratar de uma ilusão, mas a águia perfurou as correntes em torno de Rina e rasgou sua pele nos braços e no tronco. Ela caiu com a força do golpe e com o choque pelo aspecto do ataque.

— O que houve? – Io estava de pé novamente, em meio às correntes que a águia havia traspassado, com um sorriso confiante em direção à garota. Uma pessoa normal teria sido eletrocutada pela corrente naquela situação, mas, fosse pelo estado de choque em que Rina se encontrava, fosse pelo poder do cosmo de Io sobrepujando a corrente, ele estava intacto e imune à habilidade das correntes. – A garotinha não conteve o susto?

— Eu vi... Uma águia – balbuciou Rina, olhando em volta à procura da ave, mas o “céu” do templo submarino estava desprovido de vida animal. – Ela me atacou...

— Ah, sim! – exclamou Io. – Se tiver a metade da inteligência do seu mestre, presumo que conheça o mito de Scylla.

— Ora, seu... – ofegou Rina. – Eu te mostro o que é metade da minha inteligência quando...

— Não precisa se exaltar. – Io observou calmamente enquanto a garota se levantava com esforço, segurando as partes ensanguentadas do tórax que haviam sido atingidas pelo golpe. – Scylla era uma criatura com cabeça e busto de mulher, que continha seis bestas saindo de seus membros inferiores, que atacavam os navegantes que ousavam atravessar a região do mar em que ela habitava. Minha escama é a representação dessa fera mitológica. Vou desferir os golpes das seis bestas de Scylla contra você, uma a uma, até que você pereça. Então, Andrômeda, ainda quer tentar a sorte?

— Argh... Seu verme... Eu não tenho medo das suas ilusões... – balbuciou ela, ainda lutando para se manter em pé.

— Ilusões?? Scylla e suas bestas são bem reais, garota insolente. Para mostrar que não estou mentindo, vou presenteá-la com o poder das bestas restantes!

O cosmo de Io subiu em intensidade, e ele se lançou no ar. Rina forçou a si mesma a ficar em alerta para poder reagir a qualquer que fosse o golpe que Io viesse a disparar a seguir.

Defesa Circular!!

Ela ergueu sua corrente defensiva, mesmo achando que a águia que havia lhe golpeado antes fosse alguma ilusão mágica causada por Io. Era melhor prevenir do que remediar, se quisesse evitar que as dores em seu tronco aumentassem.

Ferrão da Abelha Rainha!!

Em pleno ar, Io apontou um dedo da mão esquerda para ela. Um novo feixe de luz partiu dele, e do feixe irrompeu um enxame de abelhas que se lançaram contra a barreira de Rina. As abelhas perfuraram a corrente, do mesmo jeito que Afrodite e Liège haviam feito com suas Rosas Piranhas, e atacaram Rina, aplicando seus ferrões nos braços e no tronco da garota.

Rina berrou de dor, e se deu conta de que uma ilusão não produziria tamanhas dores como as que ela estava sentindo. Em algum momento, ela percebeu, pelo canto do olho, que as abelhas haviam voltado a ser feixes de luz e que haviam retornado para junto de Io, como se habitassem em partes da sua escama.

— Já deixou de acreditar que eram ilusões, pelo visto, não é? – quis saber Io. Seu sorriso presunçoso indicava que ele já sabia a resposta. – Pois bem, Andrômeda. Agora que sua incredulidade caiu, vou dar um fim a esse seu sofrimento patético. Conheça a força das bestas de Scylla!

Mesmo sentindo que a Defesa Circular seria inútil, Rina manteve a corrente erguida. Não era hora de desistir.

Io ergueu o braço direito, e o feixe de luz partiu dali, tomando uma forma gigantesca que enroscou em torno de Rina.

Serpente Assassina!!

O feixe de luz se tornou uma serpente que envolveu Rina, apertando-a até quase sufoca-la, a ponto de ela sentir seus ossos estalando. A cobra sibilava rispidamente para a garota, exibindo suas presas como se ameaçasse cravá-las no pescoço dela. Tão repentinamente quanto havia surgido, o feixe de luz se desfez e a serpente sumiu, rastejando de volta para o cosmo de Io.

Rina mal havia tido tempo de absorver o choque, quando percebeu Io avançando mais uma vez, e erguendo seu cosmo com mais intensidade.

Fúria do Lobo!!

Dessa vez os feixes de luz partiram do elmo da escama do guerreiro. A luz tomou a forma de um lobo selvagem, que avançou sobre Rina e cravou as presas no braço direito dela, que o ataque da serpente havia deixado dormente e um pouco afastado do resto do corpo.

Rina mal tinha força para gritar de dor, apesar da força das presas do lobo. Parecia que seu braço ia ser arrancado. Então o lobo sumiu, voltando a se condensar no feixe de luz que partiu do elmo de Io. Ele estava sorridente e exibindo um semblante satisfeito, maquinando o próximo passo de sua sessão de tortura.

Ela se deu conta, tarde demais, de que ele não tencionava mata-la. Apenas buscava tortura-la com cada uma das bestas para que ela se entregasse à exaustão e não tivesse mais condições de lutar. Então ela agonizaria no chão do templo, em frente ao Pilar do Pacífico Sul, enquanto ele daria risadas pela derrota dela, devido ao estado em que sua mente e corpo ficariam... Quase como se ela fosse um cadáver, ainda vivo, mas apenas por uma linha tênue do cosmo. Um plano maldito... Porém bastante eficaz, como ela agora reconhecia.

Alheio às divagações da amazona, Io continuou atacando.

Ataque Vampiro!!— o general abriu as asas de sua escama, e disparou novamente os raios de luz. Desta vez eles tomaram a forma de morcegos, que voaram para Rina com os dentes em riste. Ainda entorpecida pelos ataques anteriores, ela mal teve tempo de reagir; os animais a morderam em quase toda a extensão de seu corpo, produzindo rachas até em sua armadura.

A dor da mordida dos morcegos era semelhante à dor que ela sentira quando Arak de Andrômeda Negro usara sua técnica das Correntes Negras, que haviam tomado a forma de serpentes e mordido sua pele em vários pontos. Àquela altura, Rina não conseguia sequer juntar as pregas vocais para ofegar ou se lamuriar pela dor recebida. Ela se sentia quase um zumbi.

Se eram as seis as bestas do mito de Scylla, Io já havia usado cinco. Quando os morcegos cessaram o ataque e voltaram a ser feixes de luz, Rina ergueu os olhos, a muito custo, pois sua visão, além de estar embaçada pelo sangue que lhe escorria da cabeça, já começava a falhar, devido à fraqueza de seu cosmo e pela enorme quantidade de sangue que ela já havia perdido. Io concentrou os feixes de luz em seus joelhos; e deles surgiu uma forma luminosa e monstruosa, maior do que a da serpente que ele havia usado antes.

Urso Infernal!!

Então o feixe de luz se tornou um urso pardo gigante, que ergueu a pata na direção de Rina. A garota, ainda trôpega e sem nem conseguir se manter em pé devidamente, não conseguiu, mais uma vez, reagir ao ataque, e foi alçada para o alto com o impacto do golpe; parecia que o tapa do último golpe havia atingindo-lhe tanto na alma quanto no corpo.

Ela subiu por muito tempo até perder Io e o pilar de vista, quando, por fim, seu corpo encontrou a superfície das ondas atlânticas. Ela havia sido jogada para fora do templo submarino.

...

...

...

...

Eu não sou o mais fraco, pensava Betinho em seus devaneios. Sua cabeça doía e latejava com seus pensamentos. Não posso ser!

Enquanto sua mente peregrinava, ele sentiu um cosmo entrando em contato com ele. Era distante, porém familiar.

Não se renda, Betinho! Você não é fraco. Você não deve nada a seus amigos no que diz respeito à força e ao poder. Eu conheço seu potencial, e sei que você também o conhece! Sua batalha NÃO está perdida!

Era a voz de Seiya. Seu mestre estava enviando seu pensamento para ele enquanto estava em Trôade, procurando os cavaleiros da região para que reforçassem a causa do Santuário. A energia de seu mestre o deixou desperto, e ele começou a lutar para se erguer daquele estado de torpor. Enquanto se mexia, outro cosmo se dirigiu a ele.

A voz que acompanhava o novo cosmo parecia vir da sua própria armadura, renovada pelo sangue dos Cavaleiros de Ouro... E de um em particular.

Levante-se, Betinho. Você pode vencer. Sua armadura e sua força de batalha já não são mais as mesmas de quando você se tornou um cavaleiro. Doei meu sangue para sua armadura porque enxerguei seu potencial, como seu mestre também enxergou. Desça daí e retorne ao templo submarino. Mostre que não estamos equivocados! Nossas preces estão com você e seus amigos!

Aiolos estava sendo mais duro do que Seiya em sua prece para Betinho, mas parecia estar sendo mais justo e exibia mais confiança no potencial do garoto. À essa altura, Betinho já estava 100% fisicamente mais uma vez. Ele ergueu um pouco a cabeça e olhou em volta, para o gigantesco oceano e para a faixa de mar vazia em que se encontrava. Então outra voz juntou-se aos seus pensamentos.

Pégaso, mostre a mesma força e a mesma determinação que teve quando lutou contra mim. Você não está incluído nessa nova geração por mero acaso, e sim por mérito próprio. Ainda lutaremos juntos por Atena, eu sei. Mas antes, vá, desça até o templo e mostre ao exército de Poseidon a real força de um Cavaleiro de Bronze!

Era Saga de Gêmeos. Ele, assim como os demais cavaleiros de Ouro da geração anterior, ainda estava se recuperando das batalhas travadas durante a Guerra do Santuário, quando Betinho e seus amigos se viram face a face contra os Cavaleiros de Ouro mais fortes dos últimos duzentos anos. Mesmo assim, ele havia conseguido direcionar seu cosmo para incentivar Betinho naquele momento de aflição e resignação. Se até mesmo Saga contava com ele para que o Santuário saísse vencedor, não havia mais pelo que Betinho pudesse esperar.

Ela sentia sua armadura ficando mais leve, ressonando com sua recém-renovada determinação. Ele prendeu a respiração e mergulhou no oceano. Não conseguia ver a bolha que cercava o templo de Poseidon, mas tinha uma ideia de como chegar lá.

Se Bian havia usado um tufão para arremessa-lo de dentro do templo, porque não usar um outro tufão para se lançar de volta ao templo?

Betinho se concentrou. Seu golpe que havia falhado contra Bian momentos antes teria uma chance de redenção ali mesmo.

Cometa de Pégaso!!— sem poder abrir a boca, ele utilizou o cosmo para pronunciar o golpe.

Como era de se esperar, o Cometa produziu um pequeno turbilhão na água, que impulsionou Betinho para baixo. Ele se concentrou e manteve o cosmo firme, para que o golpe não perdesse força e velocidade enquanto não alcançasse a bolha que cercava o templo submarino.

Após alguns minutos, devido à velocidade aplicada pelo golpe, gerada por uma incrível nova força que Betinho havia encontrado em seu cosmo ao despertar de seu torpor, ele vislumbrou o Pilar do Pacífico Norte em meio ao templo. Direcionou seu golpe para ele, focalizando o general Bian, que estava de costas para o pilar, como se aguardasse a chegada de algum novo cavaleiro que tentasse desafiá-lo.

Betinho cortou o ar com seu golpe, e pegou Bian desprevenido, desequilibrando-o e rasgando a capa do general. Desconcertado, o canadense arregalou os olhos ao perceber a chegada inesperada do cavaleiro de Pégaso.

— Pégaso? – Bian se levantou e olhou incrédulo para o garoto, que aterrissara de pé, defronte a ele. – Não achei que você pudesse sobreviver ao impacto do meu golpe. Você foi alçado para longe das fronteiras do templo submarino!

— Parece que seu golpe não foi lançado com a devida concentração – provocou o garoto, sentindo um novo jorro de energia pulsando em seu corpo. – Em vez de me projetar para fora do templo, você projetou a minha ira e a minha vontade de vencer, Cavalo Marinho. Você não terá mais moleza neste duelo!

Neste momento o cosmo de Betinho se elevou desproporcionalmente, como nunca antes havia se elevado. Ele sentiu um formigamento estranho no corpo, até que uma luz começou a envolvê-lo. Não podia ser fruto da imaginação, já que Bian também o encarava de maneira perplexa. O garoto baixou rapidamente os olhos para o próprio corpo, e o que viu deixou-o aturdido.

A armadura de Pégaso que havia sido danificada em alguns pontos devido aos ataques anteriores de Bian, agora estava novamente restaurada, como quando os Cavaleiros de Ouro doaram seu sangue para as armaduras de Bronze. Mas não era isso que deixava Betinho aturdido. Um estranho e envolvente brilho dourado havia tomado conta da armadura de Bronze, como se ela tivesse se tornado feita de ouro.


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Notas finais do capítulo

Gente! Enquanto eu escrevi este capítulo me surgiu uma dúvida. Porque motivo as armaduras de Bronze só ganham esse brilho de ouro agora, enfrentando os Marinas, tal qual no anime, e não quando eles enfrentaram os Guerreiros Deuses? Pensei bastante e já descobri uma explicação para isso, que irei colocar no próximo capítulo! Mas andei deixando algumas dicas neste capítulo e em alguns anteriores! Os leitores que forem muuuuuuuito atentos talvez a essa altura já tenham descoberto o que houve de diferente nessas batalhas iniciais dos cavaleiros de Bronze com os Marinas para que os fizessem ganhar o brilho dourado em suas armaduras! Afinal, que situação diferente está se passando com eles, em relação aos combates anteriores que eles tiveram? Fico aguardando os palpites de vocês nos comentários! A gente se vê no próximo capítulo!

Esse fica pelo mês de outubro, mas, se eu tiver tempo, colocarei mais alguns disponíveis. Quero poder desenvolver mais essa Saga de Poseidon, e poder passar para a etapa final dessa parte da história, quando eles se defrontarão com as tropas do próprio Hades! Fica o aviso para vocês! até!



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