Todos se levantaram imediatamente.

— Peguem as vassouras! – disse Matt com pressa. – Vamos surpreendê-lo!

— E quem não tiver vassoura? – perguntou Percy.

— Aparatem fora do terreno da Toca – disse Thaila. – Depressa!

Harry, Rony, Gina, Matt e Thaila sacaram as varinhas e convocaram suas vassouras, saindo da Toca. O Sr. Weasley, Hermione e Percy saíram correndo pelo jardim para sair dos limites da Toca onde poderiam aparatar.

Harry montou a Firebolt e viu os outros fazerem o mesmo; deu um impulso e as cinco vassouras partiram ao mesmo tempo, rumo ao outro lado da planície.

— Seguindo o rio! – berrou Matt para os outros, e o grupo chegou mais perto do rio. – Não desçam das vassouras em nenhum momento! Vamos cercá-lo!

Logo avistaram as colinas que cercavam a casa dos Lovegood. O grupo atravessou-as e Harry viu a casa reconstruída de Xenofílio: o editor do Pasquim estava na porta da frente, trêmulo e choroso.

— Pra que lado ele foi, Sr. Lovegood? – gritou Gina para Xenofílio, que apontou um dedo trêmulo para a esquerda.

Ao longe, na direção que Xenofílio apontara, havia uma ponte sobre o rio, e do outro lado da ponte, um vulto apontava a varinha para outro vulto que se contorcia no chão.

Os cinco voaram na direção da ponte. Nesse instante Thaila sugeriu que usassem Feitiços da Desilusão para que Nessy não os visse chegando. Todos concordaram e se aproximaram da ponte sem serem vistos. Hermione, Percy e o Sr. Weasley aparataram com um estalo à porta de Xenofílio.

O estalo fez Nessy se virar e esquecer Luna por um instante; a garota parou de se contorcer e se arrasto para longe dele. Enquanto Nessy procurava a origem do ruído, Harry e os outros desfizeram seus feitiços de Desilusão.

Pela primeira vez Nessy pareceu apavorado, como se não esperasse vê-los ali. Tropeçou quando eles apareceram do nada e recuou.

Gina e Thaila foram até Luna e Gina guindou-a para cima da vassoura. As vestes da loira também estavam rasgadas em alguns pontos, mas ela parecia bem sob outros aspectos. Harry, Rony e Matt apontaram as varinhas para Nessy.

Os feitiços deles erraram o Guerreiro Sanguinário por pouco; Nessy deu um berro e correu para longe, mas os três o cercaram no ar, sem deixá-lo escapar.

Como se previssem o próximo passo de Nessy, Thaila e Percy ergueram suas varinhas e lançaram feitiços de proteção sobre a casa e o terreno de Lovegood. Agora Nessy estava realmente encurralado.

Nessy não viu alternativa se não dar combate a Harry, Rony e Matt; mas logo Gina e Thaila se juntaram a eles e a situação ficou ainda mais desfavorável ao Guerreiro. Nessy bloqueava vários feitiços, mas um ou outro conseguiam atingi-lo. Ao ser golpeado, ele se abalava, mas não se rendia; rapidamente voltava à ação.

Matt não havia exagerado; a magia de um Guerreiro do Apocalipse superava qualquer coisa que eles já tivessem visto. Porém, quando Harry voou perto de Nessy, o Guerreiro abandonou as tentativas de se defender e voltou-se para o garoto.

— Destructo!— berrou Nessy.

— Expelliarmus!— gritou Harry em resposta.

Os dois feitiços colidiram no ar. Mas a tentativa de Nessy lhe custou caro.

Sem barreira, os feitiços de Rony, Gina, Matt e Thaila atingiram Nessy de todos os lados. A varinha do Guerreiro saiu voando de sua mão e ele tombou no chão.

Harry desceu da vassoura e suspirou aliviado. Haviam derrotado um Guerreiro do Apocalipse.

Os outros também desceram das vassouras. Hermione, Percy e o Sr. Weasley haviam se aproximado junto com Xenofílio, que abraçou com alívio a filha enquanto murmurava agradecimentos a eles.

Matt se aproximou de Nessy e conferiu seus batimentos.

— Morto – declarou Matt e se levantou, apontando a varinha para o céu. Da ponta da varinha, irrompeu o leão prateado que disparou pelos ares. – Mandei avisar Kingsley. Os aurores estarão aqui logo.

— Ele não devia saber que Lovegood nos conhecia – disse Percy. – Do contrário não teria vindo para cá.

— Provavelmente ele percebeu que era inútil continuar a tentar ir atrás do Harry – disse o Sr. Weasley –, ao ver que havia muita gente protegendo-o. Ele não esperava que aparecêssemos aqui.

— Devia estar planejando voltar ao esconderijo, a Casa do Juízo – disse Thaila. – Lá ele devia traçar um novo plano... Mas quis continuar atacando pessoas pelo caminho. Como um Guerreiro do Apocalipse costuma fazer. Não se importa com o número de pessoas que fere.

Rony abraçou Hermione pelos ombros. Matt se dirigiu a Harry.

— Agora que já nos livramos dele, queria te fazer uma pergunta, Harry.

— Pode falar.

— Estão me convidando a trabalhar no Profeta Diário— anunciou Matt. – Terei minha própria coluna. Sei que não é o melhor lugar do mundo para trabalhar, mas é uma proposta boa. A coluna se chamará Observatório Potter, como aquele programa de rádio clandestino da época da guerra. Lino Jordan vai trabalhar comigo. Estaremos falando de você, lógico, e de pessoas que nos ajudaram a combater Voldemort, estejam elas vivas ou não. – Sua voz pesou ao dizer isso; Harry compreendeu que Matt também sentia a perda de várias das pessoas mortas durante a guerra. – Você se importaria em me dar algumas entrevistas qualquer dia?

— Claro – respondeu Harry.

— Sei que haverá outros Guerreiros do Apocalipse – continuou Matt. – Mas por hora vamos descansar um pouco, parece até que gastamos três meses para derrotar esse imprestável. Pena que tenha sido logo esse, um dos mais cruéis, o primeiro a vir.

— Não faz mal – disse Harry. – Quanto mais fortes eles forem, melhor. Me dá mais vontade de enfrentá-los.

Matt não tinha como censurá-lo. Sorriu e deu uma tapinha no ombro de Harry.

O Esquadrão de Aurores chegou para examinar o corpo de Nessy. Luna veio dizer um rápido “Obrigado” a Harry, Rony e Hermione e voltou para casa com o pai. Harry, os Weasley, Hermione, Matt e Thaila voltaram para a Toca para tranquilizar a Sra. Weasley, que se apressou em preparar um bom pudim de caramelo para todos.