Pouco Além (A Harry Potter Story) escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 5
Os Guerreiros do Apocalipse


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, aqui vai mais um capitulo. Obrigado a todos pelos reviews.
Depois de tanta enrolação, Harry , Rony e Hermione finalmente descobrem o que anda tirando o sono do Ministério,mesmo após a queda de Tio Voldy.
Espero que todos estejam dispostos a ler um Pouco Além da história...


Os três bruxos enfim consegue colocar Matt Stick contra a parede, e o auror confidencia a eles qual é a nova ameaça que paira sobre o mundo bruxo após a queda de Voldemort.



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Harry acordou cedo na manhã seguinte, em parte devido ao esforço de ajustar o relógio de Prewett para as 06h da manhã. Alguns minutos depois, Rony também acordou, em parte devido ao esforço de Harry para acordá-lo.

Hermione juntou-se a eles quando passaram em frente ao quarto de Gina. Os três desceram para tomar café como tinham planejado: a mesa da cozinha estava quase vazia exceto pelo Sr. Weasley e Percy; a Sra. Weasley aprontava o café.

A Sra. Weasley estranhou vê-los acordados tão cedo, mas não fez comentários. Os três se sentaram para comer, atentos a qualquer movimento.

Então, quando Gina e Charlie já haviam descido e se juntado a eles, as pessoas que Harry, Rony e Hermione estavam esperando finalmente apareceram: Matt Stick e Thaila Fadden.

Harry continuou comendo depressa, sem tirar os olhos de Matt. Hermione havia decorado o horário do auror e descoberto que ele teria o dia seguinte ao aniversário de Harry de folga. Matt mal havia baixado os talheres quando Harry, Rony e Hermione se levantaram e o encararam.

— Matt, será que pode vir conosco? – disse Harry rispidamente. – Estamos querendo uma ajuda para abrir os presentes.

Matt olhou para Thaila em busca de socorro e para Percy que lhe lançou um olhar gelado de autoridade. Thaila olhou para o noivo como quem diz: “O problema é seu.”

— Tudo bem – disse por fim, com jeito de quem não vê alternativa.

Harry, Rony, Hermione e Matt subiram as escadas rumo ao quarto de Rony; Harry tomou o cuidado de ir à frente, enquanto Rony e Hermione vinham atrás de Matt. Ainda confiavam no amigo, mas aquela situação exigia medidas extremas.

Chegaram ao quarto de Rony. Matt sentou-se numa cadeira perto da janela, enquanto Rony e Hermione sentavam na cama de Rony e Harry na própria cama. Ficaram um instante em silêncio.

— Onde estão os presentes? – disse Matt, tentando disfarçar. Harry e os outros ignoraram e continuaram encarando-o. – Não gostou do meu presente, Harry, é isso?

— Não, não é isso – disse Harry friamente. – Já estamos fartos, Matt. Sabemos que você e os outros sabem de algo e querem esconder de nós.

Matt olhou para cada um, como se buscasse um elo fraco que pudesse fazê-lo disfarçar. Porém, o destino daquela conversa já parecia estar selado desde que Matt resolvera acompanhá-los da cozinha.

— Então, o que está havendo, Matt? – perguntou Hermione, sem dar a Matt chance de se esquivar da conversa.

Matt levantou-se penosamente da cadeira e olhou o céu do amanhecer pela janela.

— Bom, não tem mesmo sentido continuar escondendo isso de vocês – disse por fim, ainda encarando a janela. – Por tudo que vocês já fizeram...

Ele não se deu ao trabalho de continuar a frase. Então, virou-se para eles e disse:

— Que é que vocês sabem sobre os Guerreiros do Apocalipse?

Harry olhou para Rony e Hermione. Da mesma forma de quando perguntaram a Xenofílio o que era o símbolo semelhante a um olho que ele usara no casamento de Bill e Fleur e que eles encontraram na carta de Dumbledore para Grindelwald, o garoto teve certeza de que os amigos também não sabiam nada sobre isso.

— Os o quê? – perguntou Hermione.

— Os Guerreiros do Apocalipse – repetiu Matt. – Receei que fosse essa a sua resposta.

— Mas o que são esses Guerreiros do Apocalipse? – indagou Rony.

— São bruxos das trevas – prosseguiu Matt, andando pelo quarto. – O grupo existe desde antes da primeira ascensão de Voldemort. Contudo...

— Espere Matt – interrompeu Hermione. – Eu li e reli Os Segredos das Artes mais Tenebrosas e nunca vi nada sobre esses “Guerreiros do Apocalipse”. Também não há menção sobre eles em nenhum livro de Defesa Contra as Artes das Trevas que eu já tenha lido.

Matt encarou Hermione um instante, depois voltou a andar pelo quarto.

— Está certa de novo, Hermione – disse ele. – Porém, não se pode encontrar registros dos Guerreiros do Apocalipse fora do Ministério.

— No Ministério? – perguntou Harry.

— Sim, há uma sala perto da sala do Ministro que contém todos os documentos confidenciais do Ministério – disse Matt. – Lá você encontra todas as informações sobre os Guerreiros do Apocalipse.

— Como você sabe...? – começou Harry.

— Eu requeri ao Kingsley o acesso aos documentos – informou Matt -, para poder me aprofundar no assunto. Eu já tinha ouvido falar dos Guerreiros do Apocalipse quando era mais novo, mas precisava me recordar de várias coisas...

“Meu pai uma vez deu combate a uma horda de Guerreiros do Apocalipse. Conseguiu fugir por pouco. Mais tarde nós descobrimos que os Comensais da Morte que mataram meu pai tinham massacrado um exército imaturo de Guerreiros do Apocalipse dias antes. Isso fez com que os demais membros da facção entrassem na clandestinidade antes que Voldemort tomasse conhecimento da existência deles.”

— Olha, Matt, isso tudo é muito interessante – disse Harry -, mas ainda não consigo entender por que esses Guerreiros do Apocalipse poderiam preocupar você.

Matt lançou um olhar triste a Harry.

— Não pensem que o perigo passou só porque Voldemort foi derrotado – declarou ele.

— Quê?? – exclamaram Harry, Rony e Hermione ao mesmo tempo.

— Se Voldemort não tivesse alcançado o poder – prosseguiu Matt -, os Guerreiros do Apocalipse o teriam feito com mais brutalidade. Voldemort podia ser um grande conhecedor de magia das trevas, mas não chegava aos pés dos chefes dos Guerreiros do Apocalipse.

“Os Guerreiros, no entanto, não quiseram se intrometer de verdade nas últimas duas Guerras Bruxas. Talvez soubessem que se entrassem na guerra, poderiam ver os outros dois lados se unindo para derrotá-los, ou talvez não quisessem se aliar ao Ministério da Magia nem aos Comensais, uma vez que odiavam ambos os lados. O Ministério promoveu perseguições declaradas a eles antes de sumirem na clandestinidade, e os Comensais tinham matado muitos Guerreiros antes do começo da guerra.

“Então, como eu disse, os Guerreiros entraram forçadamente na clandestinidade, provavelmente esperando o fim definitivo da guerra Bruxa. Enquanto isso, eles se misturaram aos bruxos normais e até aos trouxas. Desconfio que tenham penetrado até no Ministério – e se estiver certo, teremos problemas maiores pela frente.

“Mas a maioria absoluta deles se dispôs a levar vidas tranqüilas e discretas: trabalhando em lojas, bares e até em escolas. Sim, eles se infiltraram em Hogwarts – e devo admitir que vocês mesmos chegaram a conhecer um.”

— Quem? – perguntou Rony. – Quem era o Guerreiro do Apocalipse?

Matt inspirou profundamente antes de responder.

— O Guerreiro que chegou a Hogwarts assumiu um cargo de professor de Estudos dos Trouxas pouco depois da primeira queda de Voldemort. No verão de 1990, ele se demitiu e foi viajar pelo mundo para testar sua prática, uma vez que era um excelente teórico da magia. Voltou a Hogwarts um ano depois, e para a surpresa de todos nós, pois eu já era o supervisor, se candidatou ao cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Dumbledore, sem pestanejar, aceitou o nome dele sem dar bola à candidatura de Snape.

“Quirinus Quirrell foi um Guerreiro do Apocalipse.”

A estas palavras, Harry, Rony e Hermione se entreolharam pasmos.

— Mas como Quirrell poderia ser um Guerreiro do Apocalipse? – perguntou por fim Rony.

Matt, que estivera parado de frente para a janela, recomeçou a andar pelo quarto.

— Não se surpreendam. Ninguém do corpo docente suspeitava disso. No começo, ninguém suspeitava, mas eu ouvi de Hagrid que Quirrell estava diferente quando voltou. Ele contava as histórias dele para convencer os professores: zumbis na África, vampiros e feiticeiras na Floresta Negra... E só se vestia com vestes longas quando regressou, incluindo aquele turbante. Ele pode ter convencido os professores, mas Dumbledore não esperou um mês e pôs Snape no rastro dele.

“Eu mesmo só descobri tudo isso depois da morte de Quirrell. Dumbledore contou que Quirrell havia tentado lançar uma praga diferente em Harry antes de o diretor chegar para salvar vocês. Desconfiei na hora. Nunca pude examinar o corpo de Quirrell para ter certeza porque não sobrou nada dele.”

— O corpo...? – começou Rony, mas Matt ergueu a mão para silenciá-lo.

— Depois eu explico. Fiquei imaginando aonde Quirrell poderia ter aprendido essas pragas “diferentes”. Voldemort com certeza se admirou com a capacidade de Quirrell, ou não o teria possuído. Foi aí que me lembrei dos Guerreiros do Apocalipse e cogitei a possibilidade.

“Ora, se os Guerreiros estavam na clandestinidade, Quirrell, sendo ambicioso e tendo visto uma possibilidade de entrar na guerra com o pé direito para ajudar o lado das trevas, que estava em desvantagem à época, não hesitaria em mostrar suas habilidades a Voldemort e se juntar a ele. Como Voldemort nunca tomou conhecimento dos Guerreiros, acho que Quirrell fez questão de esquecer-se de mencionar ao Lorde de que aprendera suas habilidades com eles. E quando acessei os documentos do Ministério, me deparei com uma lista de homens que foram pegos pelos aurores praticando rituais de magia negra; eles foram os primeiros Guerreiros do Apocalipse. O nome de Quirrell estava entre eles: minhas suspeitas se confirmaram.

“Porém, nada disso bastaria para o Ministério se alarmar com uma provável volta deles, pois Quirrell abandonou o grupo para juntar-se a Voldemort. Não havia provas concretas.”

Matt fez uma pausa, a mais longa até ali, enquanto andava pelo quarto. A cabeça de Harry girava; tinha várias coisas que ele estava tentando assimilar. Matt olhou para Harry e pareceu compreender o que se passava na cabeça do garoto.

— Você deve estar se perguntando até hoje – começou o Auror -, por que eu o mandei de volta à casa dos seus tios quando o trimestre terminou.

— Sim, é verdade – confirmou Harry.

— No último dia do trimestre – prosseguiu Matt -, eu recebi uma notícia alarmante antes do banquete de despedida, do quartel dos aurores. Naquela tarde, um homem saiu pelo Beco Diagonal empunhando a varinha e disparando feitiços para todos os lados. Berrava a plenos pulmões. “Nós, os Enviados do Juízo, estamos de volta! Nós vamos assumir o poder! Não haverá Eleito capaz de nos deter!” Porém, os aurores de serviço conseguiram cercá-lo. Ele, porém, investiu contra nossos homens. Um dos nossos se empolgou e disparou um feitiço certeiro no coração do homem. Morte instantânea.

Por um momento Harry se recordou da morte semelhante de Belatriz Lestrange na batalha de Hogwarts.

— Os moradores e vendedores do Beco Diagonal não tardaram a identificá-lo – continuou Matt. – Era um homem de meia-idade que vivia sozinho em Londres. Parecia ser natural do Oriente Médio. Passava o dia bebendo uísque de fogo. A primeira conclusão que tiramos foi que ele simplesmente passara da conta naquele dia.

“Porém, duas coisas chamaram a minha atenção. A primeira, que não ajudou muito a princípio, foi que, segundo as testemunhas, ele se dizia membro dos ‘Enviados do Juízo’. Enviados do Juízo é o nome pelo qual os Guerreiros do Apocalipse se denominavam, mesmo que a denominação de Guerreiros tenha sido como eles ficaram mais conhecidos. O nome se deve à crença deles de que são mensageiros do juízo final.

“A segunda evidência foi chocante. Notamos uma corrente de prata no pescoço do homem. Quando os aurores abriram a camisa do homem para averiguar, encontraram isso.”

Matt pôs a mão no bolso e tirou uma fina corrente prateada com um símbolo. Quando Harry botou os olhos no símbolo, quase caiu para trás.

Rony e Hermione também reconheceram o símbolo imediatamente; Rony xingou e Hermione ofegou aflita. Da ponta da corrente pendia um triângulo contendo um círculo cortado por uma linha reta. O símbolo das Relíquias da Morte.

— Mas como...? – começou Harry encarando Matt.

— Os Guerreiros do Apocalipse acreditavam nas Relíquias – continuou Matt guardando o símbolo e recomeçando a andar. – Acreditavam que a posse das Relíquias tornava uma pessoa digna de comandar o juízo final. Em suma, as Relíquias eram a inspiração para os atos deles.

“Alguns Guerreiros acompanharam atentamente os passos da Guerra desde o começo. Mesmo quando Voldemort não conseguiu matar Harry em Godric’s Hollow, eles não ousaram se mostrar. Eles são muito poderosos, mas também são muito inteligentes. Talvez soubessem que Voldemort não se fora de fato ou que ele iria voltar mais forte um dia. Há ainda a possibilidade de eles saberem que o Lorde tinha feito Horcruxes, já que eles possuíam um grande conhecimento sobre magia das trevas.

“Outros membros do grupo participaram ativamente da guerra, infiltrados nos bruxos da nossa causa. Não acho que eles tenham se infiltrado na Ordem da Fênix, uma vez que fazer isso seria submeter à Dumbledore, a quem eles odiavam. Como eu já disse, é possível que eles tenham se infiltrado no Ministério.

“O caso é o seguinte: tanto os Guerreiros que acompanharam a Guerra quanto os que nela lutaram ficaram atentos aos movimentos das Relíquias da Morte. Eles não sabem que a Capa do Harry é a legítima capa da invisibilidade, tampouco que ele chegou a por as mãos na Pedra da Ressurreição. Contudo, eles sem dúvida sabem que Harry é o senhor da Varinha das Varinhas, uma vez que a tomou de Voldemort, e que somente Harry sabe onde ela está.

“Provavelmente eles acreditam que Harry deveria se declarar o senhor das Relíquias, uma vez que teria a Varinha em seu poder e possivelmente as outras duas Relíquias; eles não acreditam que elas possam ter donos diferentes. Isso, na crença deles, faria com que Harry se tornasse o senhor da Morte e responsável por comandar o Juízo Final. Como Harry não fez nem uma coisa nem outra, eles podem ter ficado revoltados e decidido declarar guerra a ele e ao mundo bruxo; coisa que, oficialmente, eles ainda não fizeram.”

— Não tenho medo deles – disse Harry firmemente. – Se eles quiserem me enfrentar, que venham. Depois de Voldemort posso encarar qualquer coisa.

Mas Matt balançou a cabeça e olhou penosamente para o garoto.

— Eu estava receando que vocês fizessem essa falsa leitura – disse ele, lembrando a Harry seu antigo capitão de quadribol Oliver Wood dando conselhos à equipe. – Voldemort foi um bruxo temível, não há como negar; mas como eu disse antes, não era nada comparado ao poder dos Guerreiros do Apocalipse.

“Deixem-me explicar: no começo, eles não apresentavam um perigo grande à sociedade, porque eram inexperientes e imaturos. Os poucos que sobreviveram às perseguições ministeriais e aos ataques dos Comensais se dedicaram à expansão de seus conhecimentos e da facção. Acredita-se que o maior número de Guerreiros se encontra no Reino Unido, mas também há um número respeitável de membros no Norte da África e no Oriente Médio.

“Os Guerreiros se dedicaram ao aperfeiçoamento de suas habilidades ao longo dos anos. Eles trabalham com elementos da natureza e tudo que seja grandioso. Querem expandir suas magias ao infinito; e cada Guerreiro do Apocalipse possui uma ‘área de especialização’, por assim dizer. Cada um tem sua própria habilidade especial. Eles inventam os próprios feitiços.”

— Inventam? – indagou Hermione. – Mas isso pode levar anos, décadas talvez!!

Pela primeira vez desde que entrara no quarto, Matt riu, mas foi um riso sem gosto.

— Hermione, quantos anos foram necessários para que a Guerra Bruxa se encerrasse? – indagou ele, surpreso. – Você não acha que aí já tem tempo suficiente para que a facção inteira se tornasse capaz de fazer seus próprios feitiços?

A compreensão se espalhou com uma velocidade impensável pelo rosto de Hermione. Harry e Rony fizeram sinal para que Matt continuasse.

— Outra vantagem que fez os Guerreiros do Apocalipse se expandirem na clandestinidade – continuou Matt, sua voz ficando mais misteriosa -, foi que eles não fizeram restrição quando houve quem os procurasse para se alistar. Ao contrário dos Comensais, que veneravam o sangue puro dos bruxos (apesar do Lorde das Trevas ter nascido mestiço), os Guerreiros aceitavam homens e mulheres, negros e brancos, ricos e pobres, pessoas nascidas bruxas e pessoas nascidas trouxas. Muitos nascidos trouxas se refugiaram nos esconderijos dos Guerreiros quando Voldemort tomou o Ministério. Assim eles escapavam de um destino pior e, em troca, ajudavam a facção a se expandir.

“Assim, os Guerreiros tornaram-se um símbolo de resistência às discriminações e preconceitos de trouxas e bruxos. Passavam a imagem de libertadores, e de que quem se juntasse a eles receberia a glória eterna por colaborar com o Juízo Final: só os merecedores viveriam pela eternidade. Por merecedores, eles se referiam a eles mesmos.

“Mas nem sempre foi assim. Nos primeiros anos, os Guerreiros conseguiram desenvolver seus feitiços, mas não conseguiam se expandir. Surgiu então a idéia de misturar não só com os bruxos normais, mas com os trouxas, como já falei antes. Se eles não tiveram dificuldade de se infiltrar na sociedade bruxa, o que eu não duvido, os trouxas provavelmente devem tê-los recebidos de braços abertos, sem discutir, hesitar ou pestanejar. A irmandade dos Guerreiros cresceu dentro das fraternidades dos trouxas, como a famosa Maçonaria.”

— O que é...? – começou Rony.

— Depois, Rony – interrompeu Matt, impaciente. Agora que começara a conversa, ele não parecia estar disposto a terminá-la tão rápido. – Quando eu morei com os trouxas, os boatos de que a Maçonaria estava experimentando novos rituais eram freqüentes. Agora, depois que li os documentos sobre os Guerreiros no Ministério, tenho certeza de que eram verdade.

“Quando você, Hermione, sumiu sem deixar vestígio depois do fim do trimestre letivo, o Ministério se alarmou por completo. Primeiro, um suposto Guerreiro do Apocalipse aparece em público fazendo ameaças, apesar dos Guerreiros preferirem agir em sigilo na maior parte do tempo. Pensam duas vezes antes de agir, porque se recordam dos massacres que sofreram em seus primórdios. Então, logo em seguida, a melhor amiga de Harry Potter, um dos símbolos da nova esperança do mundo bruxo, modéstia a parte”, acrescentou Matt, e Hermione deu um sorriso discreto, “some do mapa! É claro que o Ministério achou, a princípio, que poderia haver uma ligação entre os dois acontecimentos. Graças ao Harry, pudemos ficar aliviados ao saber que estávamos enganados.

“E é por isso que o Ministério está tão alarmado. A ameaça deles está pairando sobre nós com força total. Por isso que eu e Thaila decidimos ficar aqui com vocês no verão, para garantir a segurança de todos. Não que eu não confie em vocês, mas depois que Olho-Tonto e Ninfadora morreram, eu e Thaila meio que nos tornamos os líderes, os primeiros em tudo dentre os Aurores, e nos vemos obrigados a assumir missões mais duras.”

Harry não achava estranho Matt falar com tal eloqüência, talvez porque se acostumara a ouvi-lo usar esse tom de voz no curto período de tempo em que ele fora professor de D.C.A.T. Realmente a situação era mais ampla e séria do que Harry imaginara, então ele se esforçou em tentar manter a conversa leve.

— Mas por que só durante o verão? – indagou ele. – Por que não ficam mais tempo?

— Depois do verão o tempo de vocês na Toca será curto – respondeu Matt. – Os cursos de vocês vão começar, e acho que os feitiços lançados em volta da Toca serão o suficiente para mantê-los seguros.

— Seguros? – disse Rony de repente, parecendo nervoso.

Matt olhou penosamente para o chão, não conseguindo encarar nenhum dos amigos.

— Como eu disse antes, os Guerreiros poderão vir atrás do Harry – respondeu ainda olhando para o chão. – Mas é claro que não se importarão em levar outros de brinde, como você, a Hermione, o Percy, a Thaila e eu. Ainda que não seja oficial, devemos nos considerar em guerra. E há o risco de pessoas próximas da gente estarem trabalhando para os Guerreiros.

— Como?? – indagou Rony apavorado.

— Tem espiões deles aqui? – perguntou Hermione.

— Não exatamente aqui— disse Matt. – Nem temos certeza se são espiões. Mas descobrimos que haviam membros dos Guerreiros bem perto de vocês em Hogwarts... Ou achamos que haviam.

— Desembucha logo, Matt – insistiu Harry. – Estou ficando nervoso.

Matt parou de caminhar pelo quarto e postou-se em frente para a porta, mas ainda olhando para os garotos.

— Lembram do Dean Thomas? – perguntou ele. – O que nasceu trouxa, da Grifinória, torcedor do West Ham? O que estava na AD e foi namorado da Gina?

Harry e Rony assentiram em silêncio; nenhum dos dois realmente aprovava Dino, ainda mais quando alguém citava o namoro dele com Gina. Hermione, porém, ficou horrorizada.

— O Dean é um Guerreiro do Apocalipse?? – perguntou aflita.

— Não – respondeu Matt. – Nem é filho de trouxas. Ele nunca contou que foi criado pela mãe e pelo padrasto? O pai o abandonou ainda pequeno. Disse à esposa que queria protegê-lo de um destino pior. Sean Thomas era um Guerreiro do Apocalipse, e foi morto pelos Comensais da Morte quando ele se recusou a juntar-se a eles.

“Sean morava em Hogsmeade, escondido. Mas nosso outro suspeito não estava muito longe. Lembram do garçom do “Cabeça de Javali”? O assistente do Aberforth?

— O Seto? – indagou Harry, que conhecera Seto Kaiba, o auxiliar de Aberforth Dumbledore, em seu 6º ano de Hogwarts, no mesmo dia em que Cátia Bell foi enfeitiçada pelo colar de opalas.

— Esse mesmo – confirmou Matt. – Ele esteve na batalha de Hogwarts. Deu combate a vários Comensais e os derrotou. Não suspeitei de nada a princípio. Mas, no dia seguinte à queda de Voldemort, ele sumiu de Hogsmeade. Só deixou um bilhete para Aberforth: Voltei para casa. Descobri isso no último fim de semana do trimestre em Hogsmeade, quando visitei Aberforth. Ele simplesmente encontrou a cama de Seto arrumada, o quarto vazio e o bilhete sobre o lençol. Ninguém o vê desde então.

“O caso é que Aberforth me contou que Seto era nascido na América, filho de japoneses, mas com raízes no Egito. Opa, o Egito fica entre o Norte da África e o Oriente Médio, não é mesmo? São dois dos redutos antigos dos Guerreiros. E Aberforth me contou que Seto sempre usava uma corrente no pescoço, mas nunca a viu inteira pois ele a usava debaixo da camisa. E se ele voltou para casa... A verdadeira casa, é como os Guerreiros chamam seus esconderijos... Tá na cara, ele é um Guerreiro do Apocalipse.”

Matt abriu a porta do quarto e olhou mais uma vez para Harry.

— Espero ter tirado todas as suas dúvidas – disse por fim.

O auror saiu do quarto e fechou a porta, deixando para trás três garotos desnorteados.


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Notas finais do capítulo

eae gostaram? Obrigado pela atenção :)

Agradeço pela leitura!



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