Pouco Além (A Harry Potter Story) escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 36
Rumo ao Conclave


Notas iniciais do capítulo

A equipe de Harry Potter, Matt Stick, Robert Langdon e cia., se encaminham em direção ao coração do Vaticano, local do epicentro da crise.



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                        Harry Potter, Rony Weasley, Hermione Granger, Matt Stick, Thaila Fadden e Robert Langdon seguiram rumo à área social do Vaticano. Ao longe, uma moça segurava um cartaz com os dizeres: “Equipe do auror Stick: bem-vindos”.

                        Eles se aproximaram. A moça baixou o cartaz e veio ao encontro deles.

— Olá, Vivian – cumprimentou Thaila.

— Olá – falou a moça em inglês, e se adiantou para abraçar a auror. – É um prazer recebê-los.

— Pessoal, esta é Vivian Vermelo – anunciou Matt Stick. – Do Ministério da Magia da Itália. Vivian, esta é minha equipe: Harry Potter, Rony Weasley, Hermione Granger e Robert Langdon. – O chefe dos aurores fraseou o último nome de forma enfatizada.

— É um prazer, Sr. Langdon – saudou Vivian. – Tive ótimas recomendações do senhor por sua amiga Vittoria Vetra. Uma velha amiga.

— Obrigado. O prazer é meu.

                        Langdon achava que nunca veria uma moça tão bonita como Samantha Leblou, mas a bruxa italiana batia de frente. Vivian tinha cabelos castanhos longos, a pele alvíssima, e olhos verdes. Assim como Thaila Fadden, ela tinha a aparência de alguém que dificilmente engordava. Parecia uma manequim polida de loja de roupa.

— É uma honra conhecer vocês. – Vivian se dirigiu a Harry, Rony e Hermione.

— Nós esperamos ajudar – disse Harry.

— Todos vocês podem ajudar – declarou ela. – E muito. Especialmente você, professor Langdon. Imagino que já estejam a par da situação por meio da Samantha.

— Certamente – confirmou Stick.

— Eu falei há pouco tempo com o atual responsável pela administração da cidade – continuou Vivian -, e com o responsável pelo andamento do conclave.

                        Dessa vez, Langdon ficou pasmo.

— Você falou com o camerlengo? E com o Grande Eleitor?

— Sim. Os dois precisavam saber que vocês iam chegar. Eles concordaram em receber ajuda, mas não sabem que somos bruxos. Num momento delicado como esse, não podemos sair dando todas as nossas informações logo de primeira. Nós teremos que improvisar para passarmos pela Guarda Suíça.

— Sem problema – afirmou Thaila. – Eu e Matt somos mestres em passar a perna nos outros.

— Apesar de ser uma expressão vulgar para se referir às habilidades de um chefe de aurores, é isso aí – apoiou Stick. – Essa será a parte fácil do negócio.

                        Ele olhou para a Basílica e em seguida para o relógio.

— Quanto tempo teremos para falar com o camerlengo?

— Eu pedi que eles esperassem uns 30 minutos – disse Vivian.

— Ótimo. Primeiro, quero deixar todos a postos de como vamos proceder.

                        Stick pigarreou e disse:

— Vamos tentar confundir a Guarda Suíça e deixá-los a nosso favor. Já tenho um plano para convencê-los. Depois, vamos convencer o camerlengo a nos dar acesso aos Arquivos do Vaticano. Eu, Thaila, Vivian e o professor Langdon vamos entrar...

— E nós? – indagou Rony.

— Vocês três vão chamar atenção demais – disse Stick. – Os trouxas sabem muito sobre nós, mas ignoram que nossa existência seja real. Vão pensar que vocês são os atores que os interpretam no cinema. Só iria atrapalhar nossa missão. Vocês vão ficar escondidos na Praça de São Pedro, atentos à movimentação. Qualquer sinal de movimento estranho, nos avisem, que voltaremos para nos reagrupar. Enquanto isso, nós iremos atrás das igrejas do Caminho da Iluminação.

— Não quero ser grosseiro, Stick – começou Langdon -, mas estou achando que vocês estão agindo muito como trouxas para membros do Ministério.

                        O chefe dos aurores suspirou e contemplou novamente a Basílica.

— Na situação em que estamos, professor, fica difícil saber quem é bruxo e quem é trouxa. Assim, fica difícil saber quem está do nosso lado e quem é um Guerreiro do Apocalipse, porque eles se misturaram também aos trouxas. Isso nos obriga a agir como trouxas quando estamos fora do Ministério. Eu e Thaila fomos criados como trouxas antes de entrarmos em Hogwarts, assim como Harry e Hermione; isso facilita a nossa situação. Outros, como Rony, tiveram de se adaptar aos hábitos de trouxas.

— Matt – falou Harry. – Antes de ir atrás do professor, você disse que tinha uma teoria para me contar.

— Que teoria? – indagou Hermione.

                        Harry olhou seriamente para todos os presentes.

— Minha cicatriz ardeu. Antes de Kingsley nos chamar.

                        Conforme era esperado, Hermione e Thaila ofegaram, enquanto Rony fazia uma careta apavorada.

— Não creio que seja algo para nos preocupar – afirmou Stick. – Eu li sobre cicatrizes produzidas por maldições. A cicatriz do Harry não deixou de funcionar com a morte de Voldemort. Agora, ela funciona como uma espécie de radar, detectando as movimentações da magia das trevas. No mesmo dia em que sua cicatriz ardeu, os Guerreiros do Apocalipse avisaram que iam atacar o Vaticano.

                        A compreensão se espalhou pelo rosto dos presentes.

— Agora que deixamos isso claro – retomou o chefe da equipe -, eu peço que fiquem alertas o tempo inteiro. Os Guerreiros do Apocalipse são traiçoeiros: mesmo enquanto estão executando este ataque, eles continuam recrutando membros, passando a mensagem de que construirão um mundo de justiça. Um mundo de igualdade.

                        A declaração de Matt Stick fez Langdon refletir. Já ouvira afirmações como aquela, de buscar um mundo justo e igualitário.

                        Fazia poucos meses. Ele havia voltado de um jantar com Peter e Katherine Solomon; chegou em casa, e recebeu um telefonema de seu editor, Jonas Faukman. Assim como hoje, quando o havia avisado da provável vinda de Matt Stick, Jonas estava bastante animado. Dizia que o reitor de Harvard havia contratado uma nova e promissora professora para um curso não muito conhecido: o de Sociologia. A nova membra do corpo docente da universidade tinha pós-graduação em Princeton e ótimas recomendações de sociólogos respeitados. O editor ainda disse a Langdon que o mesmo estava convidado a comparecer a uma palestra da professora, e que devia relatar sua opinião acerca da mesma. Um pedido pessoal do reitor. Assim, Jonas teria mais facilidade em indicar o nome da nova professora a seus colegas editores que, eventualmente, se interessassem em publicar trabalhos dela.

                        A contratada chamava-se Alzimar Suárez, uma moça de 32 anos, baixa, de olhos castanhos e cabelo escuro e curto. Era filha de imigrantes mexicanos e apaixonada pela sociologia. Dizia que nunca deixaria de estudar e buscar uma graduação elevada até chegar a uma grande universidade nos Estados Unidos. Agora, em Harvard, ela afirmava que sua voz seria ouvida com respeito e admiração, já que estaria cercada de grandes pensadores. O que exatamente ela desejava falar foi esclarecido em sua palestra. Alzimar exaltava as funções e metas da Sociologia: questionava o sistema que sobrecarregava a classe média em detrimento da classe alta, e apontava melhorias para que os norte-americanos construíssem uma sociedade mais justa.

                        Alguns dos colegas de Langdon fizeram expressão de paisagem ao ouvir as ponderações de Alzimar, mas ele compreendia perfeitamente bem. Era um assunto que o estava interessando. Ele se arriscou a levantar a mão.

— Pois não, professor Langdon? – falou ela. Ele não se surpreendeu com o fato de ela já saber seu nome.

— Minha cara, seus argumentos são impressionantes. Meus parabéns. Nunca tinha visto a Sociologia ser tratada desse modo. – Ele pensou um pouco antes de continuar. – Corrija-me se eu estiver errado, mas acho que, de acordo com suas declarações, a Sociologia deve ser analisada sempre de forma a atender os mais necessitados. É isso?

                        Alzimar sorriu e assentiu.

— Essa é a essência da Sociologia, Robert.

                        Com esta afirmação, Langdon conseguiu deixar Faukman maravilhado com seu relatório. Mais tarde, ele soube pelo editor que o reitor havia aprovado o relato de Langdon e que a professora Suárez correspondera às expectativas dele.

...

...

...

...

                        Matt Stick continuava a orientar a equipe, e Langdon voltou ao presente.

— Tomem cuidado, vocês – ele se dirigia a Harry, Rony e Hermione. – Eles sempre tentarão nos converter aos ideais deles. Quero todos de olhos bem abertos. Não deixem nenhum detalhe da Praça escapar aos seus olhos. Se precisarmos nos comunicar, Thaila ligará para o celular de Hermione. Usar patronos não é recomendado, uma vez que a cidade já está cercada pelos feitiços do Ministério e que há muitos trouxas aqui, devido ao conclave.

— Vamos nos ocultar direito – garantiu Hermione. – Se cuidem, pessoal. Deixem conosco.

— Boa sorte – desejou Thaila aos três. Vivian apontou-lhes a direção que deveriam tomar para ir até a Praça de São Pedro.

                        Harry, Rony e Hermione se afastaram na direção da Praça de São Pedro, tomando todo cuidado para não serem vistos ou mesmo facilmente reconhecidos em meio aos transeuntes. Olhando-os, Matt e Thaila recordaram-se dos garotos que outrora eram quem estavam farejando os mistérios que cercavam Hogwarts anos atrás.

— É a nossa vez. – Vivian tomou a frente e os conduziu por outro caminho, que os levaria ao escritório da Guarda Suíça. Matt, Thaila e Langdon a seguiram. – Matt, Thaila, vocês têm consciência de que a cidade de Roma e o Vaticano estão cercados pelos feitiços do Ministério?

— Samantha nos informou isso em Paris – disse Thaila.

— Mas eu devo alertá-los assim mesmo. Esses feitiços não são nada para os Guerreiros do Apocalipse, como vocês devem imaginar – falou a italiana em tom sombrio. – Eles é que acreditam ter nos cercado. Não creem na hipótese de podermos combatê-los; não sabem ainda que estamos com o professor ou que temos uma equipe de prontidão. Em suma, eles acham que o Ministério não tem chance. É a armadilha perfeita. Infelizmente, o Ministério italiano não pôde nos providenciar uma proteção melhor nas circunstâncias atuais.

— Nós não imaginávamos que os Guerreiros fossem facilitar, Vivian – retrucou Matt. – Nós conhecemos o estilo deles. Estávamos preparados.

Estamos preparados – corrigiu Thaila.

                        Langdon ouvia tudo com atenção. Lembrou-se do maçom conspirador Mal’akh, que quase levara ele e os irmãos Solomon à morte em Washington alguns anos atrás. O maníaco também acreditava ter encurralado Langdon e Solomon, e que eles se moveriam de acordo com seus caprichos como peões num tabuleiro. O professor tinha a sensação de que algo parecido iria acontecer naquele dia no Vaticano.

                        Seguindo Vivian, o grupo se afastou da Praça e da Basílica, andando ao lado dos muros do Vaticano. Ao avistarem o prédio da Guarda Suíça, estacaram.

                        Um oficial de terno estava recostado a um carro sedan, postado em frente à entrada. Vivian seguiu na direção dele, e os outros a acompanharam. O homem era negro, alto, robusto e de olhos castanhos, e virou-se ao notar a aproximação da bruxa.

— Srta. Vermelo? – ele indagou inquiridor, quando ela chegou perto. A moça assentiu. – Tenho ordens expressas de levá-la ao comandante. Sou o sargento Vicenzo Lorenzetti.

                        Ele olhou duramente para o grupo atrás dela, mas Vivian interveio:

— Estão comigo. O signore camerlengo já foi avisado e já autorizou nossa entrada.

                        Lorenzetti continuou encarando-os por um instante, mas não fez comentários.

— Sigam-me – e os conduziu para dentro do escritório da Guarda.

                        Pela segunda vez em sua vida, Robert Langdon atravessou o corredor de entrada da Guarda Suíça, cheia de estátuas romanas com as genitálias decepadas e cobertas por folhas de parreira.


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Notas finais do capítulo

Agradeço a atenção!



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