Pouco Além (A Harry Potter Story) escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 34
A chegada ao Vaticano


Notas iniciais do capítulo

De volta, mais cedo do que eu esperava, mas achei que depois do mini-gancho do último capítulo, era melhor retornar logo.

Harry, Matt, Langdon e os demais seguem rumo a seu primeiro destino, o Vaticano, onde os Guerreiros do Apocalipse planejam lançar seu ataque e iniciar sua ofensiva contra os inimigos em solo europeu.



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                        O cardeal Lisandro Rubião andava de um lado para o outro da Basílica de São Pedro. Estava preocupado, porque sua Igreja enfrentava um grave problema.

                        Rubião era o Grande Eleitor do atual conclave. Tinha 68 anos. Ainda possuía idade para tentar o papado, mas não era dos mais populares cardeais; era extremamente reservado. Boa parte dos católicos do mundo só estava tomando conhecimento dele nesse momento – o da escolha do sucessor do Papa.

                        Nascido em Lisboa, Rubião não era um homem muito alto. Era de etnia centro-europeia, tinha olhos castanhos e cabelo ralo. Tivera uma juventude humilde antes de se tornar cardeal. E agora testemunhava uma grave crise no Vaticano.

                        Os quatro preferiti do conclave haviam desaparecido na noite da véspera. O camerlengo Bertoni Tarso foi imediatamente comunicado, e o medo e o temor pairaram sobre o Colégio de Cardeais. Logo em seguida, um homem identificado como “o Hassassin” enviou uma mensagem de voz à Guarda Suíça, declarando que havia sequestrado os cardeais e que pertencia aos Illuminati; que executaria a vingança contra a Igreja e marcaria os quatro cardeais, matando-os em seguida no “Caminho da Iluminação”.

                        Apesar de ser reservado, o cardeal Rubião conhecia a lenda dos Illuminati. O simples fato de os Illuminati terem ressurgido causaria um furor na mídia, e o Colégio dos Cardeais ficaria em tensão máxima. E os quatro cardeais eram os mais queridos da população cristã: o cardeal Chris Klaus, da Polônia; o cardeal Igor Andriy, da Rússia; o cardeal Jim Schmidt, da Inglaterra; e o cardeal Jorge Neves, do Brasil.

                        Embora houvesse quatro cardeais com chances, tanto Rubião quanto o camerlengo sabiam, no fundo, que dificilmente o Papa escolhido não seria o cardeal brasileiro. Neves promovia distribuição de comida aos necessitados em várias partes do mundo, e fazia a propaganda do próprio país para o exterior, exaltando as belezas do Brasil. O cardeal buscava construir a imagem de um país e de uma Igreja solidários. Logo, a maioria dos cardeais o tinha como preferido.

                        Por isso o cardeal Rubião estava prestes a roer as unhas, quando um soldado da Guarda Suíça tocou-lhe o ombro.

— Vossa Eminência. O camerlengo recebeu um telefonema e está requisitando a vossa presença para ouvi-lo.

                        Rubião engoliu em seco, se benzeu e seguiu com o soldado. Deus queira que seja algo ao nosso favor.

                        O Hassassin não ligava desde a hora do sequestro. O cardeal não via motivos para o sequestrador ligar novamente. A voz que falava ao camerlengo em italiano no viva-voz do telefone, porém, não era a dele.

                        Ao chegar ao gabinete do Papa, ocupado pelo camerlengo durante o tempe sede vacanti, o cardeal deparou-se com uma voz feminina entoada. O camerlengo Tarso fez sinal para que Rubião se aproximasse, e anunciou à interlocutora que o cardeal estava presente.

— Que bom que está aí, Cardeal Rubião – disse ela. - Temos muito que conversar.

...

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                        Meribá ligou a ignição do carro que Jambres disponibilizou para ele. Olhou para o espaço traseiro e deparou com os quatro cardeais, amarrados e amordaçados. No banco dianteiro, ao lado do Guerreiro, havia uma caixa, com as armas especiais que ele utilizaria nesse dia.

— Tudo bem aí atrás, padres? – debochou Meribá.

                        É claro que os cardeais não puderam responder. Só gemeram em resposta.

                        Meribá deu um sorrisinho convencido. Deu a partida, saindo da Igreja da Iluminação. Eu sou o Hassassin. Logo os demais Guerreiros também deixariam aquela base para trás. O Ministério não teria chance. Mas podem me chamar só de Meribá. Xá comigo, Sua Excelência.

...

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...

                        Harry, Rony, Hermione, Stick, Thaila e Langdon desembarcaram em solo parisiense. Não haviam andado muito pela pista de decolagem, e logo, uma moça veio na direção deles.

                        Era loura, mas o cabelo tinha mechas escuras. Seu rosto era amigável, em formato de coração. Seus olhos escuros lembravam os de um coelhinho. Langdon juntou tudo isso e achou-a muito bonita.

                        Thaila acenou alegremente para ela e foi ao encontro da moça. Stick seguiu-a.

— Leblou – saudou ele por cima do ombro da esposa.

— Stick – respondeu a moça, falando em inglês com sotaque francês, sorrindo para o auror.

— Samantha! – Thaila abraçou-a como uma velha amiga.

— Thaila, querida – disse Samantha Leblou, devolvendo o abraço da escocesa com mais carinho. – Você não mudou muito. Nem você, Matt.

— É um prazer vê-la, Samantha. – Stick postou-se ao lado de Thaila. – Quero que conheça minha equipe. Harry, Rony, Hermione.

                        O trio se aproximou e cumprimentou Samantha.

— Ah, os bruxinhos da esperança – disse ela abrindo ainda mais o sorriso. – Claro que não são mais bruxinhos... Vocês dois estão bem fortes, Harry e Ronald. Você está um doce, Mione.

— Obrigada.

                        Samantha conseguia iluminar muito com seu sorriso. Ela notou Langdon, recuado, e seu riso vacilou um instante.

— Quem é o trouxa?

                        Langdon franziu a testa, intrigado. Como ela podia saber que ele era trou... aliás, uma pessoa normal?

— São suas roupas, professor – disse Hermione, virando-se.

                        Ele encarou os bruxos. Stick e sua equipe usavam as vestes pretas e douradas do Ministério inglês. Samantha usava uma vestimenta negra, mas sua cor secundária era vermelha. Langdon, por sua vez, usava seu paletó escuro habitual.

— Este é Robert Langdon, Samantha – informou Stick. – Ele é simbologista. Professor Langdon, esta é Samantha Leblou, do Ministério da Magia francês.

— Prazer – disse Langdon educadamente, se adiantando e apertando a mão da francesa.

— Robert Langdon, hm? – Ela parecia impressionada. – Eu morei algum tempo no mesmo prédio que sua amiga Sophie Neveu. Ela não sabe que sou bruxa, evidentemente.

                        Langdon não pode deixar de reparar que Stick fez uma pequena careta à menção de Sophie. Mas o professor não se importou; a lembrança da agente Neveu lhe era alegre.

— Então, Samantha – falou Harry. – Que informações tem para nos dar?

                        A francesa se posicionou de modo que todos da equipe a escutassem.

— Nosso Ministério está trabalhando em conjunto com a Itália e outros países. É de meu conhecimento que vocês irão para Roma e irão coordenar as ações de lá. Descobrimos as identidades de alguns dos líderes importantes da ordem dos Guerreiros do Apocalipse. Eles são liderados por um tal de Excelência, búlgaro, que esconde o nome verdadeiro a sete chaves.

                        Os aurores assentiram. Ela prosseguiu:

— Também há um tal de Mestre, do Egito, que é subordinado a Excelência. Ele comanda uma boa parte do exército deles. O nome dele também é desconhecido da maioria dos próprios Guerreiros, e nossos aurores não tiveram sucesso em conseguir extrair essa informação até o momento. Ao lado dele, outro nome importante da irmandade é Maximillion Pegasus, dono da empresa “Ilusões Industriais”, do Japão. Possui inúmeros subordinados...

— Maximillion Pegasus? – indagou Stick. – Já ouvi falar. Não imaginei que houvesse Duelistas metidos nisso.

— Se não me engano, Mestre e Excelência também são duelistas – continuou Samantha. – Você nos indagou sobre um nome, Matt, e devo dizer que estava certo. Seto Kaiba é de fato um Guerreiro do Apocalipse, e é um duelista.

                        O chefe dos aurores ergueu os olhos para o alto.

— Aquele infeliz nunca me enganou.

— E, na mesma posição que ele, temos Marik Ishtar, do Egito, outro duelista. Ele e Kaiba são os líderes dos duelistas. Imagino que eles tenham conseguido combinar magia e a força de suas cartas de alguma forma.

— Algo que não é nada bom para nós – declarou Hermione.

— Já que sua equipe está indo para o Vaticano, vamos redobrar a segurança no seu Ministério – continuou Samantha. – O Ministério da Itália está lançando feitiços em torno de Roma para evitar que os Guerreiros do Apocalipse escapem da cidade. A barreira mágica só será desfeita quando tiverem resgatado os cardeais. Ou pelo menos, um deles.

                        Essa última parte soou sombria para os aurores e Langdon, sem intenção.

— E quanto ao nosso Ministério? – indagou Thaila. – Por que vão intensificar a proteção?

— Estamos receosos sobre a forma como o inimigo se infiltrará no Ministério. É provável que haja espiões lá. Talvez a bomba já tenha sido colocada, mas não ativada. Temos de estar prontos para qualquer coisa.

                        Matt Stick cerrou os punhos e mordiscou o lábio. Langdon, pelo pouco que conhecia do auror, pode ler os sentimentos dele só pela expressão: ele estava dividido entre seguir para o Vaticano e voltar imediatamente para Londres, para resolver de vez a questão no Ministério; e provavelmente não engolia a hipótese de que pudesse haver espiões na organização.

— Por isso, enquanto vocês seguem para a Itália, eu estou indo para Londres – informou a francesa. – Vou procurar ajudar no que for preciso, como representante da França.

                        Stick e Thaila trocaram olhares de compreensão, e o auror cedeu.

— Muito bem. Confiamos em você, Samantha. Vamos para Roma agora mesmo.

— Obrigada por tudo, Sam – agradeceu Thaila. – E boa sorte.

                        Samantha voltou a sorrir.

— Não vou decepcioná-los. Amigos são pra isso. Se cuidem, Harry, Rony, Hermione e Robert.

                        Langdon se surpreendeu ao ouvi-la chamá-lo pelo primeiro nome, mas o sorriso de Samantha não vacilou.

— Obrigado – disseram ele e os bruxos.

                        Samantha Leblou virou-se para um jato com a bandeira francesa e embarcou. Stick virou-se para sua equipe.

— Então é isso, pessoal. Já podemos partir.

                        Um a um, eles retornaram para a aeronave.

...

...

...

...

                        Durante o voo, os pensamentos de Matt Stick andaram inquietos. Uma sensação de expectativa apoderou-se dele, mas não era algo novo para ele.

                        Apesar de saber o propósito da missão, e de sua confiança estar maior pelo fato de Robert Langdon ter se unido a eles, Stick sentia-se como se ainda fosse um auror novato, e estivesse prestes a falar com seu antigo chefe, Winnifred Fuller. O atual chefe dos aurores quase sentia como se estivesse prestes a encontrar o antigo mentor naquela missão, e, por uma estranha razão, quando olhava para Langdon, tinha a impressão de que o americano teria algo a ver com esse encontro.

                        Mas que bobagem. Fuller estava desaparecido! Se Kingsley, que era o bruxo mais sábio da Inglaterra, não sabia do paradeiro do bruxo, como Robert Langdon, que há poucas horas ainda ignorava a existência do mundo mágico, poderia ter algo a ver com a localização de Fuller?

                        A imagem do velho auror ia e voltava à mente de Stick, como um fantasma que o assombrasse. Antes que seus pensamentos pudessem se organizar, ele ouviu a voz do piloto.

— Senhores passageiros, sejam bem-vindos à Cidade do Vaticano.

                        A última palavra mexeu tanto com o auror quanto com Langdon. Os dois se entreolharam, e observaram a janela.

                        A cidade sagrada do cristianismo erguia-se, imponente, à frente deles. Já haviam aterrissado no heliporto local. Com um toque da varinha, Stick ajustou o relógio. Já era o quinto país em que ele punha os pés naquele dia. A equipe do Ministério da Magia desembarcou.

                        Ao mesmo tempo, Matt Stick e Robert Langdon contemplaram, por um instante, a cidade. A Basílica de São Pedro, edificação que fascinava a ambos, erguia-se a poucos quilômetros dali.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo. Que talvez demore a sair. Aguardem notícias, rs



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