Pouco Além (A Harry Potter Story) escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 27
O Retorno


Notas iniciais do capítulo

COMEÇA A TERCEIRA TEMPORADA.

É isso aí amigos! Depois de tanta espera, depois de meses com a fanfic em hiato, chegamos à "fase 3" da fanfic. Era um momento que eu sonhava muito em atingir, desde que comecei a atualizar esta fanfic no Nyah! a partir de 2012. A partir daqui provavelmente demorarei a postar os capítulos subsequentes, em parte porque ainda estão sendo reescritos ou revisados, em parte porque irei me voltar para outras fanfics. Antes de descer para o texto do capítulo, quero aproveitar para registrar meus sinceros agradecimentos aos leitores que abraçaram esta história até o presente momento, que deixaram suas impressões em comentários e, no caso de alguns, em recomendações, e que se deliciaram com a leitura da primeira temporada. São eles:

Chris Granger
Louis (que recomendou a história)
Cassiano Souza
archer shiro (que recomendou a história)
Notorious/ Fimose
Artemis Stark
Tiffany
Senhorita Nada
Flor de Cerejeira
Justine Matsu
Bilss o Destruidor
Scarnight
Lady Layla
Minnie
Harley Quinn
Vagner Moura
R. Steves
tigrebranco
Luna B.
Luiz T. Antonio
Th. Fernanda Alves

A vocês, meus sinceros agradecimentos pelo apoio prestado até aqui.

AVISO: Em breve, uma nova categoria será adicionada a esta fanfic, somando-se aos universos que ela já aborda (Harry Potter, YuGiOh, universo Dan Brown, e Cavaleiros do Zodíaco). Aguardem. A partir do próximo capítulo, saberão.

Sobre o capítulo:
Após terem se passado 15 anos desde a derrota de Voldemort e as primeiras batalhas contra os Guerreiros, 14 anos do casamento de Thaila e Matt, 11 anos dos casamentos de Harry e Gina, e Rony e Hermione, 6 anos desde a estranha mensagem que Matt recebeu, supostamente, de Winnifred Fuller, e 4 anos desde a missão de Matt para a Macedônia, o grupo de bruxos se preparam para uma nova missão, desta vez com o objetivo de frear de forma definitiva o avanço dos Guerreiros do Apocalipse pelo mundo. Também faz poucos dias, neste capítulo, que os Cavaleiros de Bronze foram atacados pelo trio elementar e seus asseclas no Santuário (evento narrado nos capítulos 25 e 26), e logo, logo eles darão as caras novamente, movidos pelo sentimento de revanche.



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            Quatro anos depois...

                        Em abril de 2013, Matt Stick estava andando pelos corredores do Ministério. Parecia apenas mais um dia normal. Mas Matt Stick não era o mesmo de 11 anos atrás, quando ocorreu o casamento de seus amigos Harry, Gina, Rony e Hermione, nem o mesmo de quatro anos antes, quando esteve na fronteira de Grécia e Macedônia se comunicando com seu amigo Rudolf. Nem o mundo bruxo era o mesmo.

                        A guerra contra os Guerreiros do Apocalipse estava andando cada vez mais a passos lentos. Vez ou outra, um auror capturava um guerreiro. Mas o comum era o guerreiro conseguir fugir de Azkaban, que já não parecia tão assustadora.

                        A família Weasley havia aumentado. Harry Potter e Gina Weasley agora tinham três filhos: James, Alvo e Lílian. Rony e Hermione tinham dois: Rose e Hugo. Jorge e Angelina tiveram três filhos: Freddy, Roxanne e Raíssa.  Percy e Aubrey tiveram mais duas filhas, Lucy e Flavia. Charlie teve um caso com uma meretriz na Romênia; desse caso nasceu seu filho Gustavo. Para cuidar melhor do filho, o segundo filho dos Weasley voltou para sua pátria. Bill e Fleur tinham finalmente tido filhos homens: Louis, cujo nome era uma homenagem a um avô de Fleur, e Matt. Em homenagem ao Matt Stick.

                        Pois é, Bill. Você cumpriu sua promessa, velho amigo. E eu cumpri a minha.

                        Mais ou menos na mesma época em que James Potter havia nascido Thaila Fadden, esposa de Matt, deu à luz um filho. O menino foi batizado como William Scott Fadden Stick, o Will. Era uma cópia física do pai: olhos negros e cabelo castanho revolto. Mas o pequeno Will era bastante tímido. Já seu pai...

                        Matt Stick havia subido muito no Ministério. Tanto que já era o Chefe dos Aurores. O Sr. Fuller, seu antigo Chefe, antes de Olho-Tonto Moody e Rufo Scrimgeour, havia predito que um dia o garoto Stick chegaria àquele cargo. Mas Fuller estava atualmente desaparecido.

                        Aliás, pouca gente ainda o chamava de Matt: sua esposa, seus amigos mais íntimos e uma parte da família Weasley. Hoje em dia, era conhecido apenas como Stick. Em parte porque já tinha mais de quarenta anos. Em parte devido ao nascimento do último filho de Bill, Matt Weasley, à época com quatro anos.

                        Stick acompanhava atentamente os passos da guerra que se desenrolava entre tréguas virtuais no mundo bruxo. Há alguns anos, o mundo trouxa havia testemunhado uma série de revoltas no mundo árabe. Os Guerreiros do Apocalipse estavam presentes em praticamente todos os países onde muçulmanos e árabes (que não são sinônimos como alguns pensavam) se encontravam em grande parcela da população. Jordânia, Tunísia, Egito, Líbia, Argélia, Iraque, Omã, Iêmen, Djibuti, Irã, Senegal e até a Albânia tinham visto seus governantes serem depostos, e os Guerreiros do Apocalipse se misturaram e se propagaram entre os trouxas, auxiliando nos protestos e manifestações do povo árabe. Outros países como Marrocos, Mauritânia, Sudão, Somália, Arábia Saudita, Bahrein, Kuwait, Síria e Sudão do Sul estavam entrando com tudo na onda do Apocalipse. Stick acharia louvável a atitude deles, no intuito de trazer paz, unidade e liberdade aos países árabes, se os Guerreiros do Apocalipse não fossem os atuais piores inimigos do Ministério. Do jeito que a situação andava, o Ministério do Reino Unido ia acabar travando uma guerra contra todo o mundo árabe.

                        Seus amigos Harry Potter, Rony Weasley e Hermione Granger também andavam bastante ocupados. A nova “senhora Weasley” deixara o Departamento das Criaturas Mágicas após deixar os elfos domésticos em melhores condições e entrou para o Departamento de Execução das Leis da Magia. Harry e Rony eram membros notórios do Esquadrão de Aurores, e passavam muitos dias em missões de busca e patrulha. Mas Stick tinha autoridade o suficiente para convocá-los a hora que quisesse.

                        Só havia uma coisa perturbando Stick profundamente, mais do que tudo. Ele não suportava a ideia de esconder nada da esposa Thaila Fadden. Porém, havia feito uma recente descoberta com o Ministro Kingsley Shacklebolt. Numa visita à sala dos documentos do Ministério, eles foram conferir novas descobertas sobre os Guerreiros do Apocalipse enviadas por outros Ministérios da Magia. Havia poucas informações concretas nos documentos novos, mas vez ou outra eles traziam nomes de Guerreiros do Apocalipse detectados. E um dos nomes deixara Stick profundamente abalado.

                        Do Egito, Dora Sabah.

                        Dora Sabah Lestrange.

                        A corrente com o “L” que eles haviam visto no pescoço de Dora há 14 anos no Beco Diagonal finalmente fizera sentido. Ela era filha de Rabastan Lestrange, notório Comensal da Morte. E era uma Guerreira do Apocalipse.

                        Bom, Rabastan era um Comensal de Voldemort, mas os Guerreiros não ousaram feri-lo quando ele esteve em seus domínios, para não atiçar a fúria do Lorde das Trevas. Sua filha foi educada em Hogwarts para poder voltar ao Egito com mais experiência. O problema é que Dora e Thaila eram amigas de longa data.

                        Stick não tinha coragem de simplesmente contar a Thaila que a melhor amiga dela era uma Guerreira do Apocalipse. E, mesmo que não contasse, havia também o medo de que ela viesse saber disso por intermédio de terceiros, dada a situação em que se encontravam.

                        Enquanto andava pelo Ministério, Stick tirou do bolso um pequeno retrato quadrado que carregava aonde quer que fosse. Era a foto de Thaila. A foto se abria ás vezes contendo um recado da esposa para o marido. Ele abriu o retrato e encontrou um bilhete dela: Eu te amo. Não se esqueça.

                        A imagem e as palavras da esposa pareceram fortalecer Stick, e ele se decidiu. Assim que saísse do Ministério, iria encontrar Thaila, que estava em casa com Will, recebendo uma visita dos pais, e abrir o jogo com ela.

                        Ele chegou ao corredor da Seção dos Aurores. Tinha recebido uma notificação do País de Gales sobre uma quantia considerável de ouro de leprechaun que enchia uma casa de trouxas. Era só resolver esse probleminha e teria o resto do dia livre.

                        Stick não imaginava o quanto estava enganado.

                        A tarde já caía em Londres, apesar do Ministério não ter janelas para mostrar isso, uma vez que ficava debaixo da cidade. Só havia um auror no quartel-general. Stick reparou que era um dos mais jovens.

                        O chefe abriu a porta e ia entrando, quando o subordinado ergueu-se da cadeira com um salto, olhando para Stick, e exclamou:

— Comandante Spock...!

— É Stick, Richard. Francamente, você devia parar de assistir Star Trek todos os dias.

— Ah... Claro, senhor. Desculpe. É... Tenho um recado para o senhor...

— Já sei do que se trata – disse Stick, erguendo a mão para silenciar o jovem Richard. – É o caso do ouro de leprechaun em Cardiff. Estou começando a me arrepender de ter feito uma pegadinha dessas com os tios de Harry anos atrás... Aquilo deve estar voltando para mim em retaliação. Não se preocupe, vou partir com um pequeno grupo agora...

— Não! – exclamou Richard, e Stick franziu a testa para o rapaz. – Não... Não é isso, senhor. É que o Ministro quer falar com você. Disse que é urgente.

— O Ministro? – repetiu Stick. – Urgente?

— É, senhor.

                        Stick encarou o rapaz, e concluiu que ele não estava brincando.

— Muito bem – disse por fim. – Richard, está encarregado de resolver o caso do ouro. Leve seus dois colegas com você... Como eles se chamam mesmo? Colfer e Walker, não é?

— Sim, senhor. Obrigado.

— Ótimo. Depois que terminarem, estão liberados por hoje. Vão comer uma pizza ou algo do gênero.

— Sim, senhor. Farei isso imediatamente.

— Comer a pizza ou partir na missão?

— Hã... A missão, senhor.

                        Stick sorriu e assentiu para o jovem, fechando a porta da seção.

...

...

...

...

                        Na Casa do Juízo, Excelência tirou sua varinha da caixa para guardá-la nas vestes. Em seguida, virou-se para seus ouvintes, Pegasus e o Mestre.

— Hora de deixarmos nossa Casa – anunciou Excelência. – Sr. Pegasus, nos leve para seu esconderijo. Nossa glória está enfim chegando.

— O trio do Apocalipse já está pronto, meu senhor? – indagou Pegasus.

— Sem dúvida.

...

...

...

...

                        Stick seguiu para o gabinete do Ministro, e bateu à porta.

— Entre – disse a voz de Kingsley do outro lado.

                        Stick entrou. Era uma sala espaçosa e aconchegante, ideal para trabalhar sem ser incomodado. Uma lareira, apagada no momento, destacava-se da parede à esquerda. A mesa do ministro ficava ao fundo. Atrás havia retratos dos ministros anteriores.

                        Kingsley, sentado, olhava seriamente para algo na mesa, mas quando Stick entrou, ele se levantou.

— Matt – disse ele com a voz pesarosa. – Aproxime-se, velho amigo.

                        Stick foi até a mesa. Kingsley contornou-a e pôs a mão sobre uma pasta.

— Recebeu meu recado, pelo visto – disse o Ministro.

— Sim, amigo.

— Receei que aquele jovem não fosse, hm, capaz de transmitir a mensagem sem gaguejar.

— Ele fez melhor do que o habitual, Kingsley. É um rapaz esforçado – assegurou Stick. – Ele disse que era um assunto urgente.

— De fato é. Quero que leia isto.

                        Kingsley abriu a pasta e tirou um documento, oferecendo-o a Stick, que se pôs a ler.

                        Mas à medida que ele lia mais intrigado ficava. Quando terminou, Stick ergueu os olhos para Kingsley, incrédulo.

— Isso só pode ser brincadeira, Kingsley.

                        Kingsley balançou a cabeça.

— Receio que não, caro amigo. Como vê, os Guerreiros do Apocalipse foram mais longe do que podíamos imaginar.

            “Agora, Matt, preciso que parta imediatamente para este endereço.”

                        O Ministro tirou um pequeno pedaço de papel das vestes roxas e entregou-o a Stick. O endereço era um dos mais improváveis para os quais Stick cogitaria viajar naquele momento.

— É nossa única chance no momento – ponderou Kingsley. – Ou não teremos como combater os Guerreiros do Apocalipse. Leve a pasta com você.

                        Ele entregou a pasta ao chefe dos Aurores, o qual se dirigiu, atordoado, para a saída.

...

...

...

...

                        Para não se arriscarem, Pegasus, Excelência e o Mestre pegaram o jato particular de Pegasus no aeroporto de Londres.

— Para onde você irá, Vossa Excelência? – perguntou o Mestre quando haviam finalmente embarcado. – Teerã?

                        O Mestre sugeria tal cidade porque a capital do Irã era a sede mundial dos Guerreiros do Apocalipse.

— Não – respondeu Excelência. – Teerã tem hospitalidade, mas cheira a bomba nuclear. Estava pensando em Meca, Bagdá ou o Cairo.

— Bom, nós iremos para o Cairo – informou o Mestre. – Eu e Pegasus. Todos estarão lá.

— Você se refere aos Guardiões de Tumbas.

— Sim, senhor. Talvez fosse melhor o senhor coordenar a guerra estando ao nosso lado.

— É uma ótima ideia. Estaria bem posicionado para instruir meus servos. E estaria cercado de servos competentes. Confiarei na sua competência, Ryo Bakura.

                        O Mestre se mexeu desconfortavelmente no assento e olhou para os lados, receoso, ao ouvir Excelência dizer seu nome. Mas, além deles, só Pegasus estava presente, e mal prestava atenção à conversa. O piloto estava em sua cabine.

— Por favor, senhor, eu gostaria que não repetisse o meu nome assim em voz alta – pediu o Mestre.

— Que seja – disse Excelência. – Mas não entendo o porquê de tanta preocupação, vindo da sua parte. Só estamos nós e Pegasus aqui.

— Vou lhe dizer o que me preocupa. É ela.

                        Excelência riu.

Ela?? Por Deus, Mestre, você não confia na capacidade de sua própria mulher?

— Claro que confio! – exclamou o Mestre, um pouco mais alto do que o necessário. Excelência ergueu as sobrancelhas, e até Pegasus franziu a testa. – Desculpe. O senhor sabe, porém, que me preocupo com a Dora e com o meu filho.

— Seu filho nasceu no Qatar, não é, Mestre? – indagou Excelência.

                        O Mestre se intrigou com a mudança de assunto, mas respondeu:

— Sim, senhor.

— Um excelente lugar para passar as férias e ter um filho, eu suponho. – Excelência voltou-se para Pegasus. – Sr. Pegasus, é crucial que enviemos mais guerreiros para fazer nossa “propaganda” no Qatar e nos outros países que podemos alcançar. Refiro-me, vocês sabem, ao Afeganistão, Paquistão, Bangladesh, Líbano...

— Ou Mali, Níger, Comores, Chade, Eritréia, Etiópia, na África – disse Pegasus.

— E Palestina, Chipre e Turquia, no Oriente Médio; Macedônia, Montenegro, Kosovo, Grécia, Bósnia e Chipre do Norte na Europa – completou o Mestre. – Mas, Vossa Excelência, preciso mesmo falar sobre minha mulher.

— Pois bem. Dê-nos licença, Pegasus.

— Estejam à vontade. – Pegasus foi se sentar um pouco mais à frente, onde abriu o frigobar e ficou bebericando vinho.

                        O Mestre tomou fôlego. Não queria ficar escutando Excelência mostrar seu conhecimento geográfico enquanto esnobava de Dora.

— Meu senhor, com todo o respeito, não acho sensato deixá-la solta, enquanto seu trio do Apocalipse se empenha em derrubar o Ministério.

— Mestre, o senhor sabe melhor que qualquer um que a Dora é uma Guerreira formidável. Não é à toa que a chamam de “a Guerreira Dourada”. Confio nela tanto quanto em você.

— Eu sei que ela é habilidosa. Mas uma coisa é ela se deslocar pela Europa com sua tropa particular. Outra coisa é ela decidir se aventurar sozinha por esse mundo. E se...?

— Ora, Mestre. Você está com medo que ela seja encurralada pelo Ministério?

— Não exatamente. Estou me referindo a Potter, Stick, Fadden, Weasley e Granger, se eles estiverem envolvidos.

— Stick e Fadden se casaram. Porque então Fadden continua usando o nome de solteira?

                        O Mestre fez força para não se irritar com mais essa mudança repentina de assunto.

— Segundo diz Dora, é porque ela não quer ser vista na sombra do marido. Quer que o nome dela também seja reconhecido.

— Suponho que o mesmo se aplica a Weasley e Granger – disse Excelência, levemente interessado.

— Sim, senhor – bufou o Mestre. – Voltando à nossa questão, senhor...

— Meu caro Mestre – disse Excelência, com a voz incrivelmente suave. – Prometo a você que nada ocorrerá com a sua Dora. Ela não estará diretamente envolvida na guerra. Só dei a ela essa liberdade para ver como ela interage com os outros Guerreiros do Apocalipse.

                        Os dois ficaram em silêncio por um momento. Às vezes o Mestre esquecia-se que, apesar de Excelência ser arrogante e esnobe algumas vezes, ele também se preocupava bastante com os membros de sua ordem. Era quase um pai para eles.

— O senhor está lidando com a hipótese de que os Guerreiros do Apocalipse não irão matá-la nesse período – disse o Mestre.

— Eu juro a você, Mestre, que se algum subordinado do Trio do Apocalipse encostar um dedo na Dora sentirá a minha fúria. Com a sua licença e permissão, Mestre.

— Muito obrigado, meu senhor. – O Mestre Bakura respirou aliviado, e sua força pareceu voltar. – Quando você se referiu aos “subordinados do Trio do Apocalipse”...

— Sim. Aqueles mesmos. É por isso que tenho certeza de que o Ministério não vai ter chance de revidar.

— A menos que contatem nossos outros inimigos.

— Isso está fora de cogitação. Duvido que Shacklebolt, Stick ou qualquer outro dentro do Ministério sequer saiba da existência deles.

                        O Mestre parecia completamente tranquilizado com tudo que acabara de ouvir. Excelência ergueu os olhos para o teto da aeronave, pensativo.

— Estou com a impressão de que estou esquecendo um país importante para onde devo mandar meus servos.

— E está – afirmou o Mestre. – São os Emirados Árabes, senhor.

                        Excelência olhou satisfeito para o Mestre.

— Bem observado, Mestre. – Excelência dirigiu-se a Pegasus: - Sr. Pegasus, por favor, inclua na caravana dos Guerreiros os Emirados Árabes. Preciso urgentemente de agentes infiltrados em Dubai e em Abu Dhabi.

— Se me permite Vossa Excelência – disse o Mestre -, também poderíamos enviar soldados para outros pontos. Estou falando de Cazaquistão, Turcomenistão, Uzbequistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Armênia, Azerbaijão e Geórgia. Nesses lugares há muitos muçulmanos e precisam de uma sacudida em seus governantes. Sem falar nos conflitos étnicos. Também podíamos cogitar uma revolução no Saara Ocidental, para livramos o território do domínio do Marrocos.

                        O olhar de Excelência se iluminou e ele riu de prazer.

— Oh, ótimos planos, Mestre. Mal posso esperar pra ver quando a Rússia perceber que seus “subordinados” estão passando para o nosso lado. É o primeiro Ministério da Magia que quero derrubar depois do britânico. Também acho louvável a revolução no Saara. Estou pensando em fortalecer meu juramento de proteger sua esposa, Mestre.

— Eu agradeço senhor.

— Que o pai Alá ilumine e abençoe sua família, protegendo-os de nossos inimigos. Salam alaikum, Mestre.

— Eu não sou muçulmano, senhor.

— Eu sei. Tu és um filho de Rá. Porém, não devemos entrar em divergência por causa de questões religiosas. Apesar de nossas crenças serem diferentes, acredito que meu pai Alá e seu pai Rá podem cooperar para nos guiar.

— Com certeza, senhor.

— Estou decidido. Pegasus, irei para o Cairo – anunciou Excelência. – Informe o nosso piloto de que a rota será única e direta.

...

...

...

...

                        Pouco tempo depois do jato de Pegasus, Excelência e do Mestre partir, Matt Stick tomou um avião no mesmo aeroporto. Mas seu destino estava longe do dos Guerreiros do Apocalipse.

                        A família Stick teria que esperar. O pai estava partindo numa viagem crucial. Kingsley iria explicar a situação para Thaila, e Stick sabia que ela ia entender. Quanto àquele outro assunto... Bem, talvez tivesse que esperar.

                        Ele lia e relia os documentos na pasta que Kingsley lhe confiara, finalmente percebendo a gravidade da situação. Ele já havia feito algumas coisas estranhas, como quando jogou uma partida duríssima pela seleção de quadribol da Escócia contra a Bulgária de Viktor Krum, ou quando, numa das viagens que fizera por suas colunas no Profeta Diário (além do Observatório Potter, ele era o editor-chefe de uma coluna que fazia explorações pelo mundo bruxo, chamada “Tá Preparado?”. Seu agente especial Lino Jordan era quem normalmente partia em aventuras, mas vez ou outra o próprio Stick era o explorador), alimentou uma quimera feroz e apostou uma corrida aérea com um grifo. Mas o que estava prestes a fazer ia além do que já havia imaginado fazer.

                        Stick não conseguiu partir sem antes avisar a alguém de sua viagem. Foi à Toca, imaginando encontrar Harry, que descansava depois de uma missão.

                        Nosso amigo da cicatriz estava meio perturbado naquele dia. Sua cicatriz, aliás, tinha doído há alguns instantes. E ele precisava dizer isso a alguém.

                        Harry estava na sala quando Stick entrou.

— Ah, Harry – disse o chefe dos aurores. – Que bom que está aqui. Precisava mesmo falar com alguém.

— E eu também, Matt – disse Harry. – É que minha cicatriz acabou de doer.

                        Harry achou que Stick fosse demonstrar algum tipo de surpresa, mas ele apenas assentiu.

— Eu estranharia se fosse ontem. Mas depois do que eu vi hoje... Tenho uma teoria sobre sua cicatriz, Harry.

— Tem?

— Sim, mas não posso explicar agora. Depois conversaremos. Agora, tenho de partir. Vou viajar.

— Viajar? – indagou Harry.

— Isso.

— Para onde?

                        Stick hesitou.

— Para a América.

                        Harry assentiu.

— Boa sorte, seja lá o que for fazer.

— Obrigado. Acho que vou realmente precisar. E Harry...

— Sim?

— Avise Thaila e os outros o mais rápido que puder. Por favor.

— Pode deixar.

— Muito obrigado. Até mais – disse Stick, e desaparatou.

                        Agora ele estava voando, atravessando o oceano, em um avião particular providenciado pelo Ministério. Ainda não conseguia acreditar duramente no que estava acontecendo, mas se esforçava para dizer a si mesmo que o Ministério precisava dele, porque agora estava com sérios problemas.

                        E Stick ia buscar um homem, que o Ministro acreditava ser o único capaz de ajudá-los a combater os Guerreiros do Apocalipse naquela situação.


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Notas finais do capítulo

Obrigado pela leitura!




última revisão Em 15.06.2023

Como o Nyah! vai se tornar PlusFiction, decidi deixar apenas 3 categorias na história, pois será uma das mudanças do novo site; ainda irei me decidir quais serão as outras duas.



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