Pouco Além (A Harry Potter Story) escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 23
Paz Armada: parte 5


Notas iniciais do capítulo

Os bruxos seguem vivendo suas rotinas, mas ainda estão todos tensos e preocupados acerca dos avanços dos Guerreiros do Apocalipse pelo mundo. Por isso, algumas atitudes começam a ser tomadas para amenizar essa situação.



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            Kingsley Shacklebolt estava de pé em seu escritório. Diversos líderes e representantes de diversos Ministérios da Magia de outros países estavam ali de pé diante dele, esperando pelo seu pronunciamento. Brasil, Austrália, Noruega, Canadá, Zâmbia, Polônia, Andorra, Guatemala, e tantos outros... O Ministro britânico havia feito o possível para convidar todos os países da comunidade internacional que eram simpáticos à formação da Frente Ampla Democrática para combater o avanço dos Guerreiros do Apocalipse. E Kingsley teria que atuar como porta-voz do Ministro naquela reunião. Aparentemente, o Ministro estava ocupado tentando convencer outros países ainda nem tão simpáticos à Frente Ampla de se juntarem ao lado deles e comparecerem à reunião.

            Mylor Silvanus estava na antessala, segurando a porta aberta para o escritório de Kingsley e vistoriando os representantes que chegavam. De vez em quando lançava um olhar de aviso a Kingsley, indicando que um novo representante havia chegado.

            Kingsley foi observando os últimos representantes chegarem. Áustria, Nepal, Nigéria, Libéria, Granada, Somália, Itália, Barbados, Alemanha, Grécia, Israel, França, Suécia, Taiwan, Belize, Malta, África do Sul, Espanha, San Marino, Bélgica, Angola, Mongólia, México, República da Irlanda, Suíça, Luxemburgo, Peru, Filipinas, Panamá, Moçambique... A sala ia ficando mais e mais cheia.

            Por fim, o representante de São Vicente e Granadinas, que havia sido a última das delegações estrangeiras a confirmar presença, chegou para a reunião. Kingsley ergueu as mãos e estava prestes a iniciar seu discurso quando notou Silvanus acenando freneticamente para ele da porta.

            Pelo visto, mais um representante havia chegado, e esse provavelmente era de uma delegação que ainda não havia confirmado presença. Silvanus ajudou o recém-chegado a entrar, e Kingsley se surpreendeu ao ver a bandeira bordada no peito do representante: da República Democrática do Congo.

            Aquilo pareceu interessante aos olhos de Kingsley, que, ao mesmo tempo, ficou cauteloso e esperançoso. A R.D. do Congo era um dos países em situação mais instável devido ao avanço dos Guerreiros e à crise internacional do mundo bruxo. Localizado na África Subsaariana, no coração do continente, não estava tão próximo assim do mundo árabe onde os Guerreiros tinham mais força, mas também estava geograficamente e politicamente distante dos países ocidentais, que integravam a Frente Ampla.

            A presença do representante congolês poderia indicar um interesse revigorado do Ministério de lá em se juntar à Frente Ampla e prevenir-se contra a ameaça iminente dos Guerreiros. Ou talvez, Kingsley pensou com amargura, eles tivessem recebido uma proposta de aliança dos próprios Guerreiros do Apocalipse e estariam querendo comparar com a eventual proposta da Frente Ampla, e decidir qual delas seria mais benéfica para seu país. Pelo jeito, aquela seria uma reunião interessante, para dizer o mínimo...

            Kingsley fez sinal para Silvanus sair e fechar a porta. O auror prontamente obedeceu, e Kingsley ergueu os braços para chamar a atenção do grupo, cujos integrantes já haviam começado a cochichar e murmurar de impaciência.

— Prezados senhores e prezadas senhoras, agradeço pela vinda de vocês. Peço desculpas pela demora – ia dizendo o auror veterano. – Vocês todos foram convidados para discutirmos acerca da permanência, retorno ou ingresso de seus países em nossa Frente Ampla Democrática. Garanto que vocês irão constatar que será uma discussão proveitosa para todos. Em nome do Ministro da Magia da Grã-Bretanha, declaro aberta esta reunião.

            O auror bateu palmas, e uma longa mesa surgiu em meio ao escritório. Todos os representantes sentaram-se a ela. King se sentou à cabeceira.

— Agora, vamos dar início a nossa assembleia de nações – exclamou Kingsley.

            E os representantes internacionais começaram a se manifestar, um de cada vez, lançando perguntas para o auror.

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            Sentado na varanda do Chalé das Conchas, Bill observava o horizonte. Seus filhos estavam dentro de casa com a mãe. O mais velho dos Weasley aproveitava aquele momento de paz.

            Seu amigo Matt havia entrado em contato com ele via mensagem de Patrono há alguns minutos. Anunciara que havia terminado sua missão na Macedônia, embora não tivesse encontrado exatamente as informações que buscava naquela região.

            Mas o filho de John Stick havia lhe comunicado também que visitaria o amigo ruivo assim que chegasse à Grã-Bretanha. Bill estava tranquilizado por saber disso. Seu amigo nos últimos tempos raramente o visitava, devido às suas missões de auror. Bill havia colocado sobre a mesa da varanda uma garrafa de uísque de fogo, que já estava estocada há alguns anos, mas que ele guardara para ocasiões especiais. Sem dúvida, o retorno de Matt e a demonstração de que a amizade deles ainda era demasiado importante, depois de todos aqueles anos e especialmente naquela situação de crise internacional, a ponto de o escocês querer rever o amigo tão logo retornasse ao país, se encaixava como uma ocasião especial.

            Bill olhou de esguelha para a garrafa e depois voltou a fitar o horizonte. Ele sabia que ainda ia demorar para que Matt chegasse, mas ele havia dito que faria o possível para ir ao Chalé das Conchas ainda hoje. O filho mais velho dos Weasley se recordou brevemente do tempo em que os dois tinham frequentado a escola de Hogwarts juntos.

— Faça um bom retorno, meu amigo – pensou ele em voz alta. – Estarei esperando com esta bebida para saudarmos os velhos tempos.

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            Algumas semanas depois, Thaila estava em casa, respondendo a algumas cartas dos pais que haviam ficado acumuladas, ao mesmo tempo em que analisava alguns relatórios de missões. Seus pais haviam ido morar em Buenos Aires por alguns tempos, para ficarem longe da Grã-Bretanha, com receio de que os ataques dos Guerreiros do Apocalipse ao país recomeçassem. Thaila tentava se manter em contato frequente com eles, mas as diversas missões para as quais ela era designada atrapalhavam um pouco sua frequência em responder às mensagens do Sr. e Sra. Fadden.

            Nesse momento, Matt chegou. Havia voltado do expediente no Ministério, e no caminho havia feito as compras da semana.

— Cheguei, querida – anunciou ele. – Vou aqui guardar as compras.

— Tá certo – respondeu ela.

— Ainda respondendo às cartas dos seus pais?

— Sim... Você conhece minha mãe. Ela sempre gostou de cartas, mas agora está exagerando. Parece até que nós vivemos a planetas de distância. Quanto tempo faz desde que os visitamos da última vez?

— Quase um ano, hm, querida – respondeu Matt, da cozinha.

— Mesmo assim! Eles parecem achar que a gente os abandonou. Aliás, já sei por que minha mãe está assim tão emotiva nas cartas. Meu pai está incentivando-a a se expressar desse jeito. Sempre foi ele o mais emocional do casal. Quando formos lá de novo... Acho que precisarei conversar sério com eles sobre isso.

            Matt soltou uma gargalhada da cozinha. Em seguida ele apareceu na sala.

— Você não existe, querida... Seus pais só estão sendo seus pais. Estão preocupados com você, ainda mais morando longe e em meio a essa crise. É natural eles quererem saber de você, pedir notícias... Não é bem um exagero.

— Você defendendo minha mãe – comentou a latina. – Realmente eu já vi de tudo.

— Sua mãe sempre gostou de mim – lembrou-se ele. – Seu pai era sempre quem tinha um pé atrás comigo.

— Mas claro, tudo mudou quando ele soube que você era filho do famoso John Stick.

— Haha... É, realmente ele abrandou sua postura em relação a mim depois daí. Mas acho que eu me afeiçoei a eles mesmo, querida. É uma dádiva quando ainda temos nossos pais por perto.

            Thaila hesitou, depois ergueu os olhos lentamente para o marido.

— Desculpe. Eu aqui reclamando dos meus pais e nem me toquei que, se fosse com você, iria estar adorado receber tantas cartas assim...

— Não se preocupe, Thaila. Eu sei que não foi sua intenção. E entendo que você tenha suas diferenças com seus pais. Essas diferenças apenas enriquecem a relação de vocês.

            A latina conseguiu sorrir.

— Nossa, não tinha pensado por esse lado. É uma forma bonita de se pensar, querido. Você devia colocar essa frase em algum daqueles artigos que você escreve.

— Sim, bem pensado. Vou mesmo conversar com o Lino para incluir algo assim em meus próximos artigos. Bom, eu já terminei de arrumar a cozinha. Quer que eu prepare o jantar?

            Thaila abriu a boca para responder, mas se deteve. Sentia que estava se esquecendo de algo.

— Thaila? Está tudo bem? – quis saber o auror.

— Er... Acho que tinha algo que eu ia te contar, mas não estou conseguindo me lembrar do que... – Ela se deteve novamente. – Ah. Já me lembrei. Foi em uma das cartas que eu vi mais cedo... Era da Emily. Tinha algo nela que talvez te interesse.

            Matt ficou confuso.

— Da Emily? O que poderia ter de interessante para mim numa carta dela? Ela e eu nunca nem fomos amigos tão próximos.

— Sente-se – pediu a latina, abrindo um sorriso travesso. O marido prontamente obedeceu. – Antes de eu começar a abrir as cartas dos meus pais, li a dela. Ela chegou ao Brasil já faz algumas semanas. Resolveu começar por lá mesmo. A desmiolada se deu conta de que não sabia qual era o maior país da América Latina até agora.

— Estou ouvindo... – disse Matt, enquanto a esposa fazia uma pausa para rir da burrada da amiga.

— Bom, mas voltando. Ela chegou lá. Acabou indo para Natal. Seguiu meu conselho e foi conhecer o Rudolf. Ele se disponibilizou a acompanhar ela, mostrar os pontos turísticos da região, os dois saíram juntos em alguns passeios, se aproximaram e... – ela tentou fazer uma pausa dramática.

— E...? O que houve? – quis saber Matt.

— E houve que os dois ficaram. Estão “se conhecendo melhor”.

            O queixo de Matt caiu.

— Nossa. Isso eu realmente não esperava mesm... Mas, espera aí. O Rudolf não tava noivo de uma moça de lá? Acho que era Susana o nome dela.

— É, a Emily mencionou isso também. Pelo visto, a moça tinha cancelado o noivado faz um tempo. O Rudolf estava meio pra baixo. Quando bateu os olhos na Emily... foi difícil não se encantar. Agora os dois pombinhos estão lá, vivendo um sonho de verão juntos.

— Nossa. – Matt ainda parecia incrédulo em saber que um de seus melhores amigos havia se encantado pela amiga de Thaila. – Realmente, eu não esperava isso do Rudolf. Ele sempre tão quietinho, tão comportado, tão na dele... Mas quem sabe, ele deve ter mesmo mudado com isso do noivado cancelado. Espero que eles sejam felizes.

— Eu também torço muito para que eles sejam felizes juntos. Fiquei surpresa também, no início, mas logo fiquei alegre. Eles dois são ótimas pessoas. E a Emily precisava mesmo conhecer alguém legal. E pensar que fui eu quem indicou a ela ir conhecer o Rudolf. Sou praticamente a cupido desses dois.

— Menos, Thaila, menos... – falou Matt, mas deixou escapar um riso leve.

— Bom, já estou acabando de responder às cartas aqui. Vamos fazer logo o jantar então?

            Matt a fitou. Um pensamento lhe ocorreu.

— Na verdade, agora me lembrei de algo também. Depois que visitei o Bill naquele dia, logo quando voltamos das missões... Ele disse que Fleur e ele ficariam muito felizes de nos receber para jantar quando tivéssemos a chance de ir lá de novo. Estive pensando... essa semana foi bem intensa para nós. Aliás, as últimas semanas foram. O que acha de irmos jantar com eles?

            Thaila se deu conta da sorte que tinha. Seu marido era mesmo muito amável.

— Hmm... Essas palavras foram tão doces de ouvir. É claro que vamos, Matt. Queria mesmo rever a Fleur. Assim também poderemos contar ao Bill sobre a Emily e o Rudolf. E os filhos deles são adoráveis. Vamos, vou guardar essas cartas todas, me arrumar e aí a gente sai.

— Perfeito. Vou mandar um patrono a eles agora mesmo.

            Thaila recolheu as cartas e as levou para o quarto. Em seguida, fechou a porta para se arrumar. Matt pensou em perguntar a ela se havia tido alguma notícia da amiga desaparecida, Dora Sabah. Mas vendo que o ânimo da latina estava tão elevado, pensou que seria melhor não estragar o momento. Falar sobre Dora geralmente deixava Thaila bem triste. O escocês afastou aquele pensamento. O importante agora era sossegar e curtir aquela noite com a esposa e os amigos.


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Notas finais do capítulo

Agradeço pela leitura! Deixo registrado meus sinceros agradecimentos aos leitores, em especial a Artemis Stark, Cassiano Souza, Louis, Bilss o Destruidor, e Notorious que abraçaram esta história nos últimos meses.



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