Pouco Além (A Harry Potter Story) escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 19
Paz Armada: parte 1


Notas iniciais do capítulo

Gente, em primeiro lugar, peço MIL DESCULPAS pela demora infinita em postar nesta história. Voces devem estar com muito ódio de mim, e com razão. É uma das histórias que mais gostei de criar, mas simplesmente não estava conseguindo me debruçar sobre ela para dar vazão às ideias.
Quero anunciar que, sim, a história está retornando, talvez não com a mesma velocidade de antes, mas vou logo anunciar que algumas mudanças estão sendo feitas. estou colocando novos capítulos, mas também excluí vários deles, não por que achei que estivessem ruins, mas por que julguei necessário para incluir os capítulos novos ANTES destes. Não haverá muitas mudanças nos capítulos quando eles forem repostados, e também já tenho um capítulo inédito para ser postado após os antigos, bem como estes inéditos a serem postados antes dos antigos. Espero que voces compreendam os motivos da mudança após lerem os capítulos. Ou reler, no caso de alguns de voces.



O capítulo que segue tinha sido postado antes em uma outra fanfic minha, que se passa no mesmo universo que essa, inclusive quem se interessar só avisar por MP que eu mando o link da outra fanfic. Acontece que o capítulo ficava meio fora do contexto na outra fanfic, e decidi colocá-lo logo aqui. Na POUCO ALÉM, ele dialoga melhor com os outros eventos narrados do que na outra história, sem falar que quem estava lendo a outra fanfic não fazia ideia de quem eram os personagens descritos neste capítulo. Fiz um pequeno desvio no tempo para incluir este capítulo, porque a ideia original era que o próximo capítulo ja´se passasse 11 anos depois dos eventos do casamento conjunto de Harry com Gina,e Rony com Hermione. Este capítulo terá uma continuação que irei postar dentro de alguns dias, e que provavelmente será menor em tamanho do que este capítulo, e que também irá ajudar voces a se situarem em como as duas fanfics irão dialogar. Após estes dois capítulos, a postagem dos capítulos anteriormente postados irá voltar. Obrigado pela atenção e espero que entendam os motivos que levaram-me a tomar essa decisão sobre a mudança. Curtam o capítulo. não esqueçam de ler as Notas Finais.


Matt Stick, em mais um dia de trabalho no Ministério, se depara com algumas informações importantes ao analisar certos documentos.



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Antes que aqueles 11 anos (referidos no capítulo "Núpcias em Dobro") se completassem, contudo, ocorreram alguns eventos dignos de nota que deixaram os membros da Ordem da Fênix um tanto apreensivos com os eventuais rumos que a guerra travada contra o poderio crescente dos Guerreiros do Apocalipse estava para desencadear.

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O auror escocês Matt Stick estava sentado em sua mesa no escritório da Seção dos Aurores do Ministério da Magia da Grã-Bretanha, conferindo relatórios e fazendo anotações próprias em um caderno. A noite já caía e Stick estava sozinho na sala. Todos os demais aurores já haviam terminado suas tarefas e ido para suas casas. Seu chefe havia lhe dito que ele poderia terminar de conferir suas tarefas no dia seguinte, mas Stick preferiu ficar no Ministério, enquanto todos iam embora. Ele gostava de trabalhar sozinho, no silêncio que tomava conta da seção àquela hora da noite. Para ele, aquele tipo de ambiente facilitava sua concentração nos documentos que tinha que analisar.

Nas primeiras horas após o anoitecer, vez ou outra alguém da Manutenção Mágica passava pela sala dos aurores e oferecia a Stick um café ou um chocolate quente. Após as dez da noite, mesmo esse pessoal também deixava o Ministério. Matt só não era a única pessoa viva presente no Ministério naquele horário porque o Ministro atual passava praticamente o dia todo em seu gabinete, atarefado e cheio de seus próprios documentos para ler. Havia inclusive uma pequena dependência dentro da sala do Ministro, para que o mesmo pudesse dormir sem ter que sair do Ministério.

O atual Ministro havia sido indicado pelo amigo de longa data de Matt, o também auror Kingsley Shacklebolt. Kingsley havia sido empossado como Ministro logo após a vitória sobre Voldemort e sobre os Comensais da Morte na Batalha de Hogwarts. Ele não possuía ambição política, por isso, limitou-se a cumprir o mandato que lhe foi confiado de maneira discreta e eficiente. Agora, ele se desdobrava atuando ora como agente de campo, perseguindo os bruxos das trevas que a cúpula do Ministério designava como foragidos ou fugitivos, ora como chefe interino da Seção dos Aurores, posição essa que assumia quando o chefe titular, Steven Savage, precisava se ausentar da sede do Ministério por muito tempo.

Kingsley atuava como um mentor para Matt Stick. Sempre o orientava em seus trabalhos e sobre como devia conduzir seu papel como auror. Kingsley, de certa forma, havia substituído a figura do antigo chefe e mentor de Stick, o ex-chefe dos aurores Winnifred Fuller, como figura paterna do jovem escocês. Fuller estava desparecido desde o golpe de estado que Voldemort havia efetuado contra o Ministério, no auge da segunda guerra entre seus Comensais da Morte e o grupo de resistência encabeçado pela Ordem da Fênix, a sociedade secreta fundada por Alvo Dumbledore.

O desaparecimento de Fuller era algo que ainda incomodava Stick. Ele sentia que seu antigo mentor ainda estava vivo, em algum lugar. As únicas pessoas com quem compartilhava essa inquietação eram sua esposa Thaila e o próprio Kingsley. Ambos, porém, costumavam lembrar a Stick que havia preocupações mais pertinentes na situação atual do mundo bruxo do que a localização de Winnifred Fuller.

Já haviam se passado nove anos desde a batalha final em Hogwarts, e praticamente dez anos desde que Fuller tinha desaparecido enquanto, supostamente, estava se escondendo dos Comensais da Morte. Até aquele dia, nenhuma evidência do paradeiro de Fuller havia sido encontrada pelo Ministério. Mesmo assim, Stick não descansava; ele sempre estava atento a cada linha dos documentos aos quais tinha acesso por meio de seus colegas aurores, buscando qualquer pista, por menor que fosse, que pudesse lhe guiar até a localização atual do antigo mestre. Matt sonhava em poder contatar algum representante de outros Ministérios dos países próximos da Grã-Bretanha, como Irlanda, Espanha, França, Bélgica, Alemanha ou Holanda, para aumentar seu campo de busca por Fuller e descobrir se algum desses países possuía informações mais substanciais que pudessem leva-lo a localizar o ex-chefe, mas nem Kingsley, nem Savage e nem o Ministro se mostravam dispostos a lhe conceder autorização para entrar em contato com alguém dos outros Ministérios no estrangeiro.

Contudo, em uma coisa tanto Thaila quanto Kingsley estavam corretos: a busca por Fuller não era nem de longe a principal preocupação de Matt Stick nos últimos tempos. Após a batalha contra Voldemort, quando o mundo bruxo acreditou que finalmente poderia desfrutar de paz, a Grã-Bretanha e vários outros países foram invadidos por um grupo de bruxos das trevas intitulado de “Guerreiros do Apocalipse”, que possuíam uma crença obsessiva no poder ilimitado que as Relíquias da Morte supostamente reservavam ao seu possuidor. Os Guerreiros haviam se espalhado rapidamente pelos países do Oriente Médio e do Norte da África, países que contavam com populações de maioria muçulmana e de etnia árabe. Esses países sofriam com governos autoritários e opressores, e as populações desses países estavam começando a se indignar e se revoltar com a opressão que lhes era imposta por seus governos. Infiltrando-se nessas populações, os Guerreiros do Apocalipse prometiam liberdade e acessibilidade aos direitos civis, bem como o fim das desigualdades sociais, em troca do apoio dos cidadãos árabes à causa dos Guerreiros, que incluía a deposição dos regimes extremistas que detinham o poder naqueles países. E isso incluía não apenas a expansão da influência dos Guerreiros junto à sociedade bruxa, mas também junto à sociedade trouxa (Nota do Autor: leia-se “sociedade não-bruxa”). Os Guerreiros do Apocalipse direcionavam seus discursos revolucionários objetivando muito mais, em tese, a melhoria das condições de vida da população trouxa do que da população bruxa, e a quase totalidade dos trouxas que eram apresentados à causa dos Guerreiros não sabia que eles se tratavam de um grupo de bruxos.

Na Grã-Bretanha, os Guerreiros não tiveram, de início, o mesmo sucesso que encontraram para se espalhar nos países árabes. O arquipélago britânico, bem como o restante da Europa, se mostrava uma área pouco propícia para a expansão dos Guerreiros, devido à força de seus principais Ministérios da Magia. O Ministério britânico, ainda que enfraquecido pelas crises das décadas anteriores, resultado das lutas contra o grupo de Voldemort, havia conseguido deter as primeiras tentativas de avanço dos Guerreiros em seu território, em grande parte devido ao apoio da Ordem da Fênix, que havia se aliado ao Ministério após a queda de Voldemort. O próprio Stick, membro ativo da Ordem, havia enfrentado vários Guerreiros enviados ao território britânico, junto com seus amigos, e contribuído essencialmente para a derrota ou captura de muitos deles.

Em meio àquela situação, o Ministro da Magia britânico passava a maior parte dos dias trancado em seu gabinete, analisando documentos e se comunicando com Ministros de outros países, fosse para saber da situação da guerra corrente contra os Guerreiros em outros territórios, fosse para reforçar a aliança da Grã-Bretanha com países considerados estratégicos para que o avanço dos Guerreiros fosse contido. No Ocidente, um grande bloco liderado por Grã-Bretanha e Estados Unidos estava se formando, composto em sua maioria por países europeus e americanos, como resposta aos avanços e às ofensivas empreendidas pelos Guerreiros. Mas o bloco enfrentava grande oposição dos Ministérios dos países árabes, cujos líderes eram simpáticos ou mesmo favoráveis aos ideais dos Guerreiros.

Uma das funções de Stick em meio a esse conflito era analisar relatórios de outros aurores que estavam em missões de campo em outros países, tanto para reforçar a segurança dos Ministérios de tais países quanto para combater as frentes de ataque dos Guerreiros junto aos Esquadrões de Aurores desses países, os quais, em sua maioria, já se encontravam em estado de guerra declarada e avançada contra os Guerreiros. Stick estava aguardando a permissão do chefe Savage para que também fosse enviado para outros países, mas em caráter de agente investigativo e não como agente de combate. Ele sabia que Thaila não o perdoaria caso decidisse se alistar para servir numa frente de combate, e ela provavelmente ficaria angustiada com a presença dele num campo de batalha tão longínquo, cercado por inimigos e sem poder entrar em contato regularmente. Mas outro fator determinante para que Stick fosse designado como investigador foi que tanto Savage quanto Kingsley enxergavam o crescimento do jovem escocês no campo da informação, desenvolvendo habilidades, desde a época em que trabalhou na repartição escocesa (onde Fuller havia lhe dado as primeiras instruções nesse campo), para descobrir pistas que a maioria dos aurores da idade dele deixava passar despercebida. Além disso, apesar de ter pais bruxos, Stick foi criado como trouxa até os onze anos. Assim, ele contava com um conhecimento amplo sobre os métodos trouxas de investigação e decodificação, que mesmo a maioria dos aurores mais experientes desconhecia por completo. Fluente em vários idiomas, Matt tinha acesso a uma gama de informações bem maior do que alguns de seus colegas aurores.

Mesmo sem ter autorização para buscar informações sobre o paradeiro de Fuller, Matt teria que se deslocar logo, logo para alguns países onde teria acesso a mais informações sobre os Guerreiros e sobre como derrota-los; tais informações eram consideradas vitais pela cúpula do Ministério inglês. Ele estava disposto a aproveitar a experiência e, com sorte, os superiores permitiriam que Thaila fosse com ele nessas missões.

Naquela noite em particular, ele se debruçou sobre vários documentos de aspecto interessante. Um deles, providenciado pelo veterano auror Nicholas Proudfoot, informava sobre a situação na Bulgária, país próximo do Oriente e considerado instável pelos Ministérios ocidentais. O Ministério de lá alertava os britânicos para a iminente expansão dos Guerreiros na Turquia, que eles tencionavam usar como ponto de passagem para a Europa Oriental. Uma mensagem de Viktor Krum, o famoso jogador de quadribol, estava transcrita no relatório; nela, Krum afirmava que, devido à grande presença de muçulmanos em alguns países daquela região, como Albânia, Bósnia, Macedônia e a própria Bulgária, os Guerreiros enxergavam tais territórios como facilitadores de sua expansão no continente europeu. A julgar pelo texto da mensagem, Proudfoot estava tentando convencer Krum a dialogar com os representantes do Ministério local, para que eles não sucumbissem às ofertas de aliança do lado dos Guerreiros.

Outro documento havia sido enviado pelo auror Kenny Dawlish (aquele mesmo que havia tentado estupefazer Dumbledore quando o antigo diretor de Hogwarts estava viajando em busca das Horcruxes de Voldemort), e informava sobre a situação das tentativas de expansão dos Guerreiros na América do Sul. Era a primeira vez que Matt lia algo sobre a presença dos Guerreiros no continente americano; pela forte perseguição imposta a eles pelo Ministério dos Estados Unidos, esperava-se que os Guerreiros tivessem dificuldade em chegar às Américas e que demorassem pelo menos uma década para conseguir furar o bloqueio norte-americano. Pelo visto, a velocidade dos Guerreiros havia surpreendido até mesmo a cúpula do Ministério estadunidense.

Dawlish havia escrito em seu relatório que estava baseado na embaixada do Ministério norte-americano no Brasil. Stick se lembrou de seu amigo brasileiro, Rudolf Fontes, que ele havia conhecido há alguns anos numa viagem de férias. Embora não fosse agente ministerial, Rudolf havia mostrado a Matt que possuía um conhecimento razoável sobre o avanço dos Guerreiros devido aos estudos que realizava sobre a sociedade bruxa dos países árabes (ele era professor de história), e que havia se dado conta de que a situação política atual daqueles países havia produzido um cenário ideal para que um grupo de bruxos pudesse emergir para buscar a dominação do mundo; Rudolf havia deduzido que a ascensão dos Guerreiros estava próxima na mesma época em que os investigadores do Ministério haviam chegado a essa mesma conclusão, e ele tinha constatado isso mesmo sem ter contato com ninguém do Ministério do país dele. Rudolf não conhecia a história dos Guerreiros antes de se tornar amigo de Matt, e havia chegado a ponderar que o grupo de Voldemort poderia ter se tornado esse grupo que se aproveitaria dos países árabes para se expandir se não fosse pelo fato de que Voldemort sempre fora obcecado por subjugar primeiramente a Grã-Bretanha.

Matt e Thaila não contavam a praticamente ninguém do Ministério sobre as pesquisas de Rudolf sobre os Guerreiros do Apocalipse; eles consideravam os estudos do amigo como um diferencial na busca por falhas na organização e na hierarquia dos Guerreiros. Somente Kingsley já havia tomado conhecimento, dentre os aurores, dos estudos de Fontes, por meio de Stick, mas mesmo Kingsley preferiu deixar a pesquisa de Rudolf em segundo plano, visto que tanto o Ministério britânico quanto o americano já haviam chegado às mesmas conclusões que o jovem bruxo brasileiro por meio de métodos bem menos acadêmicos. Contudo, Rudolf havia avisado a Matt, por meio de constantes e-mails que os dois trocavam (Matt usava muito a tecnologia trouxa) que iria continuar com sua pesquisa sobre os Guerreiros, imaginando que ela seria útil no futuro.

Stick deixou esses pensamentos de lado e voltou a se debruçar sobre os relatórios. Seu amigo Harry Potter havia recebido um particularmente grande, enviado pelo auror Mylor Silvanus, que havia entrado no Esquadrão de Aurores britânico na mesma época em que Stick, e que atualmente estava em missão na Tunísia. Harry havia repassado o relatório a Matt devido à presença de textos em vários idiomas no relatório de Silvanus, sabendo que o amigo escocês conhecia mais idiomas do que ele. Pelo que Stick pôde entender do manuscrito, havia outros grupos não-bruxos oferecendo resistência ao avanço dos Guerreiros. Era sabido que os Guerreiros eram inimigos declarados dos grupos cristãos e judeus, mas um trecho em particular do relatório chamou a atenção de Stick. Um grupo de moradores bruxos de Túnis, que habitava próximo às ruínas da lendária cidade de Cartago, afirmava ter visto um estranho guerreiro dar combate, sozinho, a uma horda de Guerreiros do Apocalipse, e expulsá-los da cidade. Segundo os moradores, o guerreiro desconhecido era “rápido como o vento”, possuía “mãos capazes de abrir fendas na terra” e que lutava usando uma armadura brilhante, que parecia ser feita de um metal precioso, que, à distância, os moradores não conseguiram identificar se se tratava de prata, aço, cobre ou bronze.

No relatório, Silvanus havia feito pouco caso do relato dos bruxos locais, citando a idade avançada deles como um fator comprometedor da história por eles contada; o auror, inclusive, atribuía o “sol escaldante” do país africano em questão com tendo sido o causador de uma suposta “alucinação” em grupo que acometeu aos bruxos daquela comunidade, e recomendava que o Chefe dos Aurores, ao ler aquela passagem do documento, não se preocupasse com aquilo e que não desse a mínima para o relato dos bruxos da cidade.

Stick, por sua vez, fez pouco caso da opinião de Silvanus. As palavras da descrição fornecida pelos bruxos anciões tunisianos ficaram martelando em sua cabeça. Um guerreiro de armadura que lutava sem armas, com mãos capazes de abrir os céus e a terra, e que se movia na velocidade da luz. Ele já havia ouvido uma descrição semelhante àquela anteriormente. Quem havia lhe dito tais palavras antes? Teria sido Kingsley? Dumbledore? Rudolf? Fuller? Ele não conseguia se lembrar.

Ele passou à página seguinte do relatório, fazendo uma anotação mental para pesquisar sobre aquela descrição do guerreiro de armadura mais tarde; quem sabe uma olhada no Google não pudesse ajudar. Quando Stick achava que não poderia haver mais descobertas estarrecedoras para ele naquele dia, ele se deparou com uma folha solta, sobre a folha seguinte da documentação de Silvanus. Era um pedaço de papel que visivelmente não pertencia ao material enviado pelo outro auror: havia sido colado com fita adesiva à folha do relatório. A fita estava colocada de maneira torta, como se a pessoa que a tivesse colocado estivesse com pressa no momento em que a grudou junto ao papel.

Stick puxou a fita adesiva devagar, tomando cuidado para não danificar os textos compilados por Silvanus (apesar de Matt ter uma rixa pessoal com Silvanus, eles meio que se respeitavam nas funções profissionais do Esquadrão). Ele soltou o papel e o virou. Havia uma pequena mensagem no verso.

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Seu amigo não percebeu quando eu coloquei esta pequena nota junto ao relatório dele. Usei um feitiço da Desilusão sobre este papel para que ele não o visse quando fosse conferir o relatório antes de envia-lo para a nossa sede. Usei outro feitiço para fazer com que a Desilusão fosse desfeita quando você encontrasse esta mensagem, e também para que as palavras desta nota só durassem até que você as termine de ler. Pelo seu conhecimento de línguas (seu pai deve ter te influenciado nisso...), imaginei que seu colega fosse enviar este rico documento para você. Se estiver lendo isso, é sinal de que meu palpite estava certo. Mas também é sinal de que minha torcida pelo seu sucesso na sua busca continue de pé. Espero que possamos nos reencontrar logo. Você está no caminho certo, meu caro aprendiz.

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Mesmo que a mensagem não contasse com aquela referência no fim, Matt ainda era capaz de reconhecer aquela caligrafia rebuscada. O rapaz ficou em choque, tentando absorver o impacto daquela mensagem.

De repente, as palavras do papel começaram a sumir. Matt piscou e, quando olhou de novo, o papel estava em branco. Ele se lembrou de que uma das linhas do texto havia alertado que aquilo iria acontecer (Usei outro feitiço para fazer com que a Desilusão fosse desfeita quando você encontrasse esta mensagem, e também para que as palavras desta nota só durassem até que você as termine de ler). Ele se xingou por não ter tirado uma foto, gravado ou registrado aquela mensagem de alguma maneira. Ele se recordou de quando Harry lhe contou sobre a conversa que tivera com o diário de Tom Riddle, na qual o diário mostrava mensagens ao garoto para depois fazê-las sumir, também fazendo desaparecer as palavras que Harry escrevia no diário para se comunicar com ele.

Pelo visto, uma forma de magia similar à do diário de Riddle havia sido utilizada no pedaço de papel, agora em branco, que se encontrava nas mãos de Stick. Ele só se recordava de ter conhecido uma pessoa cujo nível de magia poderia permitir um feito daquele tipo e que ainda estivesse, talvez, viva.

O choque deu lugar à compreensão sobre o que havia acabado de ocorrer. Matt estava perdido em meio a seus pensamentos, levantando inúmeras possibilidades, quando ouviu uma voz ao seu lado que lhe tirou dos devaneios.

Uma gazela flutuante, transparente e prateada estava postada ao seu lado. A voz de sua esposa Thaila ecoou na sala vazia por meio do Patrono dela.

— Matt, pro caso de você não se lembrar de como é o meu patrono, sou eu. Cheguei em casa faz umas horas e não encontrei você. Está no Ministério ainda? São os relatórios de novo? Quando receber isso, mande uma mensagem por Patrono pra mim, ou então mande mensagem por qualquer outra forma, apenas entre em contato comigo para eu saber se você está bem. Beijos, Thaila.

O Patrono se dissolveu, trazendo Matt de volta à realidade. Ele consultou seu relógio de pulso e constatou que estava sozinho naquela sala há mais de cinco horas; já era madrugada. Ele olhou novamente para o pedaço de papel em branco, que antes continha aquela mensagem anônima. Ele guardou o papel no bolso, refletindo se valeria a pena contar a Thaila, Kingsley ou a mais alguém sobre o que havia acontecido. Lançou um olhar cansado para o imenso documento de Silvanus, que ele só havia lido até a metade. Cansado demais para aguentar mais possíveis surpresas, ele decidiu terminar de analisar o conteúdo do relatório do colega na manhã seguinte. Marcou a última página que havia lido, guardou o documento na gaveta de seu birô e se encaminhou para a saída da sala da Seção dos Aurores.

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Thaila Fadden olhava desanimada para a tela de seu computador. Após receber a resposta de Matt, anunciando que estava deixando o Ministério, ela havia se encaminhado para o quarto do casal, e se sentou defronte ao notebook para voltar a conferir seus e-mails, enquanto esperava o esposo chegar. Nos últimos anos, ela e sua velha amiga Dora Sabah haviam se correspondido quase que semanalmente para saber notícias uma da outra. Contudo, já fazia quase quatro meses que Dora não respondia aos e-mails dela. Ela já havia tentado entrar em contato com a própria Dora ou com alguém da família dela, que morava no Egito, por telefone, mas ninguém nunca atendia. E nem ela nem Matt tinham autorização para entrar em contato com alguém do Ministério de lá, para saber informações de uma determinada família bruxa residente do país, em parte porque o Ministério daquele país estava se alinhando com o lado dos Guerreiros do Apocalipse. Ela mordeu o lábio, amargurada, enquanto passava os olhos pela sua caixa de entrada e não encontrava nenhum e-mail recente com “Dora Sabah” no nome do remetente. Em seu íntimo, Thaila torcia para que nada de mal houvesse acontecido com a amiga.


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Notas finais do capítulo

Nota do Autor: esse episódio da vida de Matt Stick e de Thaila Fadden, ocorreu nove anos depois da derrota de Voldemort em Hogwarts, ou seja, dez anos antes daquele epílogo do fim do livro Harry Potter e as Relíquias da Morte, e cinco anos antes da turma de Betinho, Gustavo, Rina, Thiago e Matt chegarem ao Japão para a Guerra Galáctica - estes eventos são narrados na fanfic New Legends, também da minha autoria, que se passa no mesmo universo que esta história. Os interessados em conhecer a New Legends, podem procurar no meu perfil ou me mandar uma MP para ter o link da fanfic. Adicionei essa pequena nota para que vocês possam se situar mais adequadamente na linha cronológica das duas fanfics, em como elas se comunicam até o presente momento, e já preparando voces para como ocorrerá o crossover de fato entre as duas.
Nota 2: mais precisamente, a batalha final com Voldemort ocorreu no ano de 1998. O epílogo de Relíquias da Morte se passa em 2017. Os eventos narrados nos últimos dois capítulos da fanfic, que se passam no universo dos Cavaleiros do Zodíaco, são dos anos 2012-2013. Os eventos narrados desde o primeiro capítulo da fanfic até o casamento de Thaila Fadden e Matt Stick estão inseridos entre o ano de 1998 e o de 1999. Os casamentos de Harry, Gina e Rony e Hermione, ocorreram no ano de 2002. Os eventos de 11 anos depois como foi sugerido no capítulo do casamento conjunto, se passarão no ano de 2013. espero ter esclarecido a situação. quaisquer dúvidas, podem me mandar MPs.



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