Pouco Além (A Harry Potter Story) escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 16
A história de Bill e Matt


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal

Depois de várias batalhas Harry e seus amigos conseguem uma "trégua" informal nas lutas contra os Guerreiros, e todos estão se preparando para um grande casamento. Antes da festa, Hagrid mostra para Harry , com a ajuda da Penseira, como duas pessoas aparente e completamente diferentes , Bill Weasley e Matt Stick, se tornaram grandes amigos, e como os dois conservaram tal amizade , trocando experiências, segredos, confidências e boas novas, mesmo vivendo muito tempo distantes um do outro.



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Mundungo acabou conseguindo ficar na Toca, com a condição de que teria que ocupar o galinheiro. Thaila e Matt combinaram que o casamento iria ocorrer na Toca e não em Glasgow. Os pais dela já estavam a caminho para abençoar o casal.

Bill e Fleur, como padrinhos tratavam de organizar toda a celebração e a festa. Todos na Toca estão mais uma vez muito ocupados. Percy havia dito que o Trio Elementar não havia morrido, que tinham apenas fugido. Mas também disse, numa rara demonstração de otimismo, que os aurores estavam aumentando o cerco sobre os Guerreiros.

Harry, Rony e Hermione raramente conseguiam passar muito tempo sem fazer nada. O recesso de verão havia começado para o Ministério. Mas os Weasley queriam deixar a casa excepcional para os convidados do casamento.

Nesse vai e vem das tarefas de limpeza, Harry estava se vestindo. Desceu para a sala e deu de cara com Hagrid, que estava acampado próximo à Toca.

— Ah, oi, Harry – disse ele. – Estava mesmo te procurando.

Harry reparou que ele trazia um embrulho redondo, que sustentava com as duas mãos.

— Algum problema, Hagrid?

— Não, só resolvi trazer isso pra você. Com permissão da profª McGonagall. Pode mostrar ao Rony e a Hermione, se quiser. Pode achar isso divertido.

Ele ofereceu o embrulho a Harry, que o segurou com dificuldade. Hagrid se despediu, e o garoto levou o embrulho para o quarto.

Depositou a carga na cama e abriu-a. Reconheceu a borda coberta de runas da Penseira, que habitualmente ficava no escritório do diretor em Hogwarts. No líquido prateado do objeto, flutuava uma solitária e longa lembrança.

Perguntando-se de quem seria aquela lembrança e por que Hagrid havia dito que ela seria divertida, Harry mergulhou a cabeça na bacia. Seria bom dar um tempo nas preocupações atuais.

Harry foi caindo até se ver parado num lugar que ele reconheceu sem dificuldade: a estação de King’s Cross.

A estação estava apinhada de pessoas. Sem dúvida era a plataforma 9 e 3/4, pois havia muitas pessoas com vestes largas e capas. O Expresso de Hogwarts, uma locomotiva vermelha com vários vagões, estava parado à frente de Harry, soltando vapor.

Ao lado de Harry, um menino olhava preocupado para seus pais. Harry reparou bem no rosto saliente do menino, nos cabelos escuros e nos olhos castanhos. Era o jovem Matt Stick, e os adultos com quem ele falava deviam ser seus pais.

— Acalme-se, filho – dizia o Sr. Stick. – Vai dar tudo certo.

— E se ninguém gostar de mim? – perguntou Matt, e Harry se espantou ao ver o quanto a voz do jovem Matt era aguda. – Eu sou escocês. Sempre serei escocês.

— Você vai se sair bem, filho – tranqüilizou a Sra. Stick. – Ninguém vai te tratar mal só porque você é escocês.

O Sr. Stick deu uma palmadinha no ombro do filho. Matt seguiu para o trem, e seu pai começou a olhar para os lados, atento. Harry se perguntou se ele estaria procurando algum sinal de Comensais da Morte ou Guerreiros do Apocalipse.

Harry quis seguir Matt, mas não precisou. A cena mudou, e Harry estava de pé ao lado de Matt Stick numa cabine. O garoto, solitário, olhava tristemente pela janela, para a estação que se afastava. Os pais dele não estavam mais à vista. Então, alguém falou:

— Posso me sentar aqui?

Harry e Matt se viraram. Sem nenhum erro, era o jovem Bill Weasley, com algumas sardas e o cabelo ruivo, quase exatamente como ele era hoje (tirando o rosto, que não tinha as cicatrizes provocadas por Fenrir Greyback).

— Claro – disse Matt, sorrindo timidamente. Bill ficou contente e sentou-se defronte a Matt.

— Obrigado. O resto do trem está cheio, e eu estava com medo de que ninguém me deixasse sentar.

— Hã... por que alguém faria isso? – perguntou Matt, hesitante.

— Eu me acho diferente – respondeu Bill. – Meu cabelo, minhas sardas e tudo o mais. Meus pais não têm dinheiro para comprar roupas de escola decentes nem livros novos, então tenho de usar tudo de segunda mão. Só a minha varinha é nova.

Matt de repente olhou para o chão. Harry percebeu porque ele parecia desconfortável na presença de Bill: os pais dele eram de uma família bruxa burguesa, que havia feito fortuna no mundo dos trouxas. Por isso, ele sempre havia tido do bom e do melhor. Por outro lado, Matt também estava com medo de não ser bem recebido em Hogwarts. Harry sentiu compaixão pelos garotos.

— A propósito, meu nome é William Weasley, mas pode me chamar de Bill.

Matt ergueu os olhos e deu um sorriso cansado.

— E eu sou Matthew Stick, mas pode me chamar de Matt. Também estava com medo de não ser bem aceito em Hogwarts. Acho que sou diferente.

— Por quê? – perguntou Bill.

— Eu sou escocês. Meus pais queriam que eu estudasse em St. Phillips, que é uma escola de magia escocesa. Mas meu pai tem sofrido muito, fugindo de Você-Sabe-Quem e seus seguidores. Está na lista negra deles. Então decidiu me colocar em Hogwarts. Não sei se vou me sair bem lá.

— Podíamos ser amigos – sugeriu Bill. – Podemos ajudar um ao outro a superar as diferenças.

— É, boa ideia! Vamos ser amigos.

E os dois apertaram-se as mãos.

A cena mudou. Harry estava parado ao lado de Bill e Matt no salão principal, entre as mesas das Casas, com a multidão de alunos novos, aguardando para serem chamados pela profª McGonagall. Na mesa principal, Harry sentiu um aperto no coração ao ver Alvo Dumbledore contemplando a seleção. Hagrid estava no seu lugar de sempre, algumas cadeiras à direita do diretor. Então a profª McGonagall chamou mais um aluno. Ou melhor, aluna.

— Fadden, Thaila!

Uma menina passou por Matt e Bill. Era magra, mas muito bonita. Olhos negros e cabelo castanho longo destacavam-se em seu rosto. Quando Matt a viu, ficou rapidamente boquiaberto.

— Ei, Matt! – sussurrou Bill. – Tudo bem, amigo?

Matt pareceu despertar de um transe, e fechou a boca.

— Tá, tudo bem... – e ficou contemplando Thaila Fadden subir no banquinho e experimentar o Chapéu Seletor, que não tardou a dizer:

— GRIFINÓRIA!

Thaila tirou o Chapéu e foi juntar-se à mesa da Grifinória, que a aplaudiu. A seleção continuou. Alguns nomes depois...

— Stick, Matthew!

Matt saiu andando trêmulo para o Chapéu. Quando ele se sentou, Harry podia jurar que vira o garoto cruzar os dedos. Também podia jurar que Thaila Fadden não desgrudava os olhos de Matt desde que o nome dele fora anunciado. A professora pôs o Chapéu em Matt. A aba do chapéu se abriu e disse:

— GRIFINÓRIA!

Matt tirou o Chapéu e saiu correndo para a mesa da Grifinória, sentando-se do lado oposto ao de Thaila, que desviou o olhar ao ver que Matt estava procurando-a pela mesa.

A seleção continuou. Faltavam poucos alunos quando a professora chamou:

— Weasley, William!

Bill marchou para o banquinho, e o Chapéu, imediatamente após tocar sua cabeça, anunciou:

— GRIFINÓRIA!

A professora tirou-lhe o Chapéu, e Bill correu para se juntar ao amigo Matt.

A cena mudou. Bill e Matt estavam na sala comunal da Grifinória, debruçados sobre um jornal, assim como muitos alunos ao redor deles. Harry se aproximou para ver a manchete que eles liam. Ao ler, sentiu um nó na garganta: Bebê derrota Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Havia também uma foto de um bebê chorando, com uma cicatriz em forma de raio na testa.

A cena mudou mais uma vez. Matt estava lendo uma carta no dormitório. Harry se aproximou, mas antes que pudesse chegar mais perto, Matt terminou de ler e começou a chorar. Bill entrou no quarto e acudiu Matt.

— O que houve, Matt? – perguntou.

Matt enxugou as lágrimas, ergueu os olhos para o amigo e disse:

— Meu pai morreu.

A cena mudou de novo. Harry estava no campo de Quadribol. Olhou para trás e viu o time da Grifinória, prestes a entrar em campo. Matt Stick fechava a fila, trêmulo e nervoso. Parecia um ano mais velho. Harry esquadrinhou as arquibancadas e viu Bill Weasley observando o gramado. Não longe dele, Thaila Fadden e algumas amigas estavam sentadas, esperando o começo da partida.

Os dois times, Grifinória e Corvinal, entraram em campo. Uma vez montado na vassoura, Matt parecia mais confiante. Madame Hooch deu início à partida, lançando a goles para o alto. Matt se esquivou de um balaço e interceptou a goles de um oponente. Voou para a baliza adversária, passando por metade do time, e marcou o gol.

A torcida da Grifinória vibrou. Thaila Fadden e as amigas aplaudiram entusiasmadas. Bill Weasley assoviava. Não tardou muito e Matt já havia marcado oito gols. Nove. Dez. Harry perdeu a conta. Ele era um gênio na vassoura. Finalmente, o apanhador grifinório apanhou o pomo, e Grifinória venceu por 270 a 60.

A cena mudou. Harry estava no pátio, ao lado de Bill e Matt.

— Você foi incrível! – disse Bill, entusiasmado. – Voou muito bem! Estamos na liderança do campeonato.

— Não foi nada – disse Matt. – Acho que nasci pra voar.

De repente eles ouviram risadinhas num canto. Thaila Fadden e suas amigas iam passando. Matt virou-se para olhá-las.

— É, caro Matt – disse Bill. – Acho que está ganhando mais do que os ares.

A cena mudou. Harry estava ao lado de Bill e Matt, no salão principal, observando Charlie Weasley ser selecionado para Grifinória. Depois, Harry estava ao lado de Bill na arquibancada, observando Matt marcar um gol contra a Sonserina. No instante seguinte, Charlie passou voando por Matt, como um raio, para agarrar o pomo de ouro, e Grifinória arrecadou mais uma vitória.

Agora Harry estava parado no pátio, olhando para Matt e Bill, sentados, conversando, num canto. Do outro lado do pátio, Thaila e suas amigas também conversavam. De vez em quando, Thaila lançava um olhar a Matt e vice-versa.

— Ei, Matt – disse Bill de repente. – A Fadden não parou de te olhar hoje.

Harry se posicionou de modo a escutar a conversa dos garotos ao mesmo tempo em que entreouvia a conversa das meninas.

— É, eu sei – retrucou Matt. – Ela sempre olha. Desde o primeiro ano.

Então Harry reparou que Bill estava usando um distintivo igual ao que Percy e Rony haviam usado em Hogwarts. Já fora nomeado monitor.

— Não vai arriscar? – disse Bill, indicando o grupo de garotas. – Ou o mega artilheiro Matt Stick vai bobear diante de uma garota? Se fosse eu, já teria ido.

— Não sei se ela faz o meu tipo...

— Não foi isso que você disse ontem à noite. Disse que era a garota mais fantástica que você já tinha visto. Ou foi só porque ela falou com você na aula de Herbologia? Que coisa linda, salvar a garota de tentáculos de arapucosos.

Matt lançou a Bill um olhar emburrado. O ruivo tinha deixado-o sem resposta. Então Harry ouviu uma das meninas mencionar o nome de Matt e se virou para escutar melhor.

—... o Stick está bem ali, Thai, e você fica aí posando de poderosa, esperando que ele venha falar com você – dizia uma das garotas. – Desse jeito ele vai te achar a maior arrogante.

— Não enche, Annie – disse Thaila rispidamente.

— Vamos, querida, admita – disse outra garota. – Você tem um fraco por ele desde o primeiro ano. E ele te salvou daquela planta ainda ontem.

— Dá um tempo, Dora – retrucou Thaila. – Ele é um exibido. Pode ser bonito, mas é um exibido.

— Tudo bem, mas o amigo dele é um gato! – disse outra garota. – Weasley. Monitor, aluno exemplar, ruivo, charmoso... Por que não vamos falar com eles, Thaila? Você convida o Stick que eu convido o Weasley para ir a Hogsmeade comigo.

— Só pensa em garotos, Emily. Vê se acorda. Não dou a mínima pro Stick.

Thaila falou como se encerrasse o assunto, mas sua amiga Dora disse:

— Então por que você não pára de olhar pra ele?

Annie e Emily riram. Thaila corou e olhou para o alto.

A cena mudou. Harry estava no salão principal num dia de exame. Matt estava sentado duas cadeiras à esquerda. Bill estava a três cadeiras à frente e uma para a direita. Duas cadeiras atrás de Harry, estava Thaila. Era o exame do N.I.E.M. Os três já estavam terminando o sétimo ano.

Harry também avistou as amigas de Thaila. Annie bocejava sobre o exame. Dora estava super concentrada. Emily observava Bill, sonhadora.

Matt terminou o exame e ergueu o polegar para Bill. O outro retribuiu o sinal. Pouco tempo depois, o prof. Flitwick disse:

— Descansem as penas, rapazes e moças!

Thaila e Dora suspiraram de alívio. Matt se espreguiçou na cadeira. Gui estufou o peito.

— Permaneçam sentados – pediu o prof. Flitwick. – Accio!

Oitenta rolos de pergaminho voaram na direção do professor, que os depositou sobre a mesa principal. Bill fez sinal para Matt, mas este disse ao amigo para esperar. Thaila guardou seu material na bolsa e disse à amiga Dora que depois conversavam. Ela saiu do salão, e Matt a seguiu. Harry foi atrás deles.

Thaila entrou numa sala de aula vazia, e tirou uma pena e um frasco de tinta da bolsa. Harry ultrapassou Matt e a alcançou. Ela ia escrevendo algo numa carteira quando Matt apareceu à porta da sala.

— Thaila? – disse ele, hesitante.

A garota terminou de rabiscar e se virou. Não parecia surpresa ao ver Matt.

O instinto de Harry o fez se afastar um pouco dos dois, para dar-lhes mais privacidade, mesmo sabendo que Matt e Thaila não podiam vê-lo.

— Ah... Oi, Matt – murmurou Thaila de volta, guardando a pena e a tinta na bolsa e depositando-a sobre a carteira, de modo a esconder o que havia escrito de Matt.

— Hm... O que achou do exame? – perguntou Matt. Ele estava corando. Harry nunca imaginaria, em sã consciência, que Matt Stick, aos 17 anos, havia falado com Thaila Fadden de maneira tão infantil.

— Foi legal... Acho que vou me sair bem – respondeu Thaila, também corando.

— O que você vai, hã, fazer quando terminar Hogwarts? – perguntou Matt. Harry notou que ele se aproximava um pouco mais a cada palavra pronunciada.

— Quero trabalhar no Ministério. Mas, sabe... Eu não sou inglesa, sabe.

— Não? Mas você fala...

— Ah, mas eu sou do Reino Unido. Da Escócia, sabe.

— Sério? Todos esses anos e eu nem soube... Eu também sou escocês. De Glasgow.

— É... É mesmo? Que legal, eu... Eu também. Meu pai é escocês, mas minha mãe nasceu na Argentina.

— Hã... Nossa. É longe. Meus pais... Bem, os dois são escoceses.

— É por isso que meu nome do meio é Lopez. É da minha mãe. Fadden é do meu pai. Foi minha mãe que escolheu meu nome. Ela tinha uma avó chamada assim.

— Legal.

Harry observava, pasmo, a conversa. Os dois estavam mega vermelhos, e Matt se aproximava mais. Thaila não parecia se importar.

— Então... você vai tentar o Ministério? – perguntou Matt.

— É, bem, acho que na parte escocesa, sabe, mais perto de casa.

— Que legal, eu também vou tentar entrar no Ministério. Talvez a gente se veja por lá...

— É, quem sabe...

A voz de Thaila foi sumindo. Matt agora estava a centímetros dela. Então, sem hesitar, como se tivessem planejado aquilo há anos, eles se agarraram e se beijaram.

Harry procurou não olhar diretamente para a cena. Passou-se algum tempo até que eles se largaram. Thaila olhava para Matt, sem jeito, então agarrou a bolsa e disse:

— Hã... A gente se vê, Matt...

E saiu da sala apressadamente. Matt ficou parado um instante, então resmungou.

— Droga. Devia ter perguntado o setor em que ela vai trabalhar. Droga.

Ele já ia saindo da sala quando notou a carteira em que Thaila havia rabiscado. As palavras estavam um pouco borradas, mas ainda legíveis.

Eu te amo, Matt Stick.

A cena mudou. Harry havia voltado à King’s Cross. Do Expresso de Hogwarts, os alunos desembarcavam após o final do ano letivo. Bill Weasley e Matt Stick levavam suas bagagens pela plataforma.

— Pois é! – exclamou Matt quando eles chegaram perto da passagem para o mundo trouxa. – Aqui estamos nós, Bill, sete anos depois. Foi um prazer conhecê-lo.

— Igualmente, amigo. Não deixe de escrever.

— Mas é claro. Me conte tudo sobre o Egito.

— Me conte tudo sobre a Escócia.

— Fechado.

E os dois se abraçaram. Atravessaram juntos a barreira, Harry em seus calcanhares. Bill foi em direção aos pais; ia viajar para o Egito, onde trabalharia em Gringotes. Matt foi abraçado pela mãe; voltaria à Escócia, onde trabalharia na repartição local do Ministério.

A cena mudou. Harry achava-se ao lado de Matt Stick num corredor de um prédio semelhante ao Ministério em Londres. Devia ser a repartição escocesa. Pelo jeito, Matt obtivera a vaga na seção desejada. Estava de frente a uma porta, onde se achavam os dizeres: Seção de Aurores.

Um homem corpulento de meia-idade, com vestes azul-escuras com listras brancas (cores da bandeira da Escócia), abriu a porta e focalizou Matt.

— Ah, você deve ser Matt Stick, o novato – disse ele. – Seja bem-vindo. Sou o chefe dos aurores, Winnifred Fuller.

— Hã, oi, Sr. Fuller.

— Vamos entrando – e Fuller conduziu Matt pela sala dos Aurores. Harry os seguiu. Era uma sala espaçosa, com aurores andando de um lado para o outro, e outros sentados estudando relatórios. Fuller levou Matt até o fundo da seção, onde havia alguns aurores de aspecto jovem, mais ou menos da mesma idade que Matt. – Você vai ficar aqui por enquanto. Pode trabalhar com a mocinha aqui.

Ele indicou uma garota de cabelo castanho, sentada de costas para eles, mas quando Fuller a indicou, ela se virou.

O queixo de Matt caiu ao reconhecê-la.

— Thaila?

A moça pareceu confusa por um instante, mas então o reconheceu.

— Ah, Matt...! – Ela, porém, se calou ao notar o olhar do Sr. Fuller.

— Já se conhecem? – indagou ele.

— Já – apressou-se Matt em dizer. – Éramos da mesma turma em Hogwarts.

— É, é verdade – acrescentou Thaila rapidamente.

Fuller olhou para ambos por um instante.

— Pois bem – disse por fim. – Isso pode ser útil para nós. Trabalhem bem, sempre cooperando, meus jovens. Stick pode ir pegar seu uniforme daqui a cinco minutos comigo.

Ele se afastou, e Matt sentou-se na cadeira ao lado de Thaila, que ainda olhava incrédula para o ex-colega.

— Então – disse ela, dando um sorriso levado. – Está me perseguindo, Matt Stick?

— Eu nunca imaginaria que você também quisesse ser auror – disse Matt. – Eu não sabia. Juro.

— Bom, eu também não sabia. Acredito em você. Estamos quites.

— Podemos ser excelentes colegas de trabalho – disse Matt.

— Só colegas de trabalho? – indagou Thaila, erguendo uma sobrancelha.

Matt sorriu astutamente.

— Quer sair comigo depois do expediente? – sugeriu ele. – Conheço uma lanchonete ótima perto daqui.

— Ah, quero! – disse Thaila, sorridente.

A cena mudou. Harry estava parado em meio a uma lanchonete. Matt Stick e Thaila Fadden estavam sentados numa mesa próxima, conversando, de mãos dadas. Harry quis se aproximar para entreouvir a conversa, mas antes que pudesse dar três passos, Matt e Thaila se beijaram.

A cena mudou. Agora, Harry estava em um lugar desértico, cercado por dunas enormes, banhado pelo sol. Pirâmides se erguiam à distância. Duendes andavam de um lado para o outro, contando moedas de ouro e rabiscando em pranchetas. Ao lado de Harry, achava-se parado Bill Weasley.

Então ocorreu a Harry o porquê de aquela lembrança ser tão longa. Não eram apenas as lembranças de Matt Stick, mas também as de Bill que estavam contidas na Penseira. Harry se aproximou do mais velho dos Weasley, e reparou que estava abrindo uma carta.

Harry se espichou para lê-la com Bill.

...

...

Caro Bill,

Consegui entrar para a Seção de Aurores do Ministério e já estou trabalhando aqui em Glasgow. A Escócia continua a mesma. Manifestações pequenas que buscam a separação da Coroa Britânica ocorrem de mês em mês, e aqui continua frio na maior parte do ano. Católicos discutindo com anglicanos e por aí vai.

Mas tive uma surpresa enorme no primeiro dia. O chefe da seção, Sr. Winnifred Fuller, me designou para trabalhar com outra novata, e quando vi não era outra que não Thaila Fadden. Pois é, ela também é uma auror! Caro amigo você não imagina o quão pasmo eu fiquei.

Agora nós trabalhamos juntos. Em todos os sentidos. Isso porque eu finalmente resolvi seguir o seu conselho e convidá-la pra sair depois de... Hã, sete anos, não é?

Ah, e o melhor de tudo é que ela realmente gostou do nome William para dar ao nosso filho (quando nós tivermos um; não tire conclusões precipitadas, Sr. Monitor). Ah, e não se esqueça da sua promessa.

Espero que possamos nos ver logo. Já sinto falta das suas imposições, Sr. Monitor. Mas o Sr. Fuller também não me dá sossego. Thaila mandou-lhe um abraço. Vê se desenterra uma múmia e me manda uma foto. E vê se encontra uma egípcia pra lhe fazer companhia.

Atenciosamente

Matt Scott Stick

Ministério da Magia

Glasgow, Escócia

...

...

Bill terminou de ler, sorriu e guardou a carta no bolso.

A cena mudou outra vez (Harry já estava perdendo a paciência). Agora ele estava diante de Matt, sentado na seção de aurores, lendo uma carta. Thaila se curvou para poder ler também. Harry se aproximou e leu o que devia ser a resposta de Bill.

...

...

Caro Matt,

Estou surpreso que tenha tido coragem para convidar Thaila para sair sem meus conselhos. Só uma brincadeirinha, amigo.

Se você reclamar do frio aí em Glasgow, saiba que o calor aqui é de matar. Tenho feito descobertas muito interessantes por aqui na terra dos faraós. Mas ainda não achei a sua múmia.

Os duendes são sábios, e alguns são amigáveis. Têm me ensinado bastante. Não sei por que os bruxos não gostam deles. Quanto às garotas, ainda não achei uma egípcia que me cativasse. Talvez porque muitas delas usem véu. Devia ter feito mais contatos em Hogwarts.

Não me esqueci da minha promessa. Só estou meio impossibilitado de planejá-la adequadamente, você sabe. Vou tentar visitar Londres em meu próximo recesso. Que deve ser daqui a um milhão de anos. Espero poder vê-los.

Um grande abraço, para você e Thaila.

Atenciosamente

Bill Arthur Weasley

Banco Gringotes

Cairo, Egito

...

...

Matt sorriu para Thaila e guardou a carta.

Então Harry se viu num turbilhão de lembranças. Matt Stick conversava com Alvo Dumbledore em Londres, sobre a morte de Quirrell. Bill Weasley recebia a visita dos pais no Egito. Matt e Cornélio Fudge ouviam de Dumbledore o caso da Câmara Secreta. Os Weasley visitavam Bill no Egito e entravam nas pirâmides. Matt e Thaila circulavam pelo Ministério com cartazes de Sirius Black. Os Weasley, Harry e Hermione subiam as escadas no estádio da Copa Mundial de Quadribol. Matt e Thaila estavam do outro lado da arquibancada. Matt olhava para o outro lado quando Bill passou, e por uma questão de segundos, os dois amigos não se viram. Matt assistia à segunda tarefa do Torneio Tribruxo, no momento em que Harry ajudava Rony e Gabrielle Delacour a emergirem do lago negro. Bill e a mãe faziam companhia a Harry antes da última tarefa do Torneio. Matt ajudava a velar o corpo de Cedrico Diggory depois da terceira tarefa.

No largo Grimmauld, Bill e Matt se abraçavam na reunião da Ordem da Fênix ao se reencontrarem. Bill e Fleur Delacour se beijavam no Beco Diagonal. Matt ajudava Hagrid e Grope a fugir da Umbridge na Floresta. Matt dava combate a Walden Macnair no Ministério. Tonks, Thaila e Matt vigiavam as divisas de Hogwarts. Bill ajudava a dissipar a fumaça do incêndio na Toca provocado pelos Comensais da Morte. Fenrir Greyback atacava Bill, mas Matt disparou um feitiço contra o lobisomem para afastá-lo do amigo. Matt e Thaila assistiam ao casamento de Bill e Fleur. Os quatro davam combate aos Comensais que invadiam a festa. Matt e Thaila derrubavam Comensais na batalha de Hogwarts.

Harry levantou a cabeça da Penseira. Animou-se e foi correndo chamar Rony e Hermione para verem aquilo.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoal.

Gostei muito de fazer esse capítulo, espero que vcs tenham gostado de le-lo.
Tenho outra fanfic que surgiu com base nesse capítulo, se chama O Chefe dos Aurores (obviamente, pelo título, está falando do Matt xD ), quem quiser conferir pode ir no meu profile e ver a história, XD
Considerem como um aprofundamento da história contada neste capítulo, achei mais apropriado fazer uma nova fanfic, por que ai teria mais tempo e espaço para tratar desse personagem Matt Stick sem dar a ele um espaço exageradamente grande já nesta fanfic (Pouco Além). Obrigado pela atenção e que todos tenham um ótimo final de ano e um 2014 melhor ainda!! xD :)


PS. Para quem tiver gostado desse capítulo e quiser se aprofundar na história do Matt Stick e da Thaila Fadden, os dois personagens originais cujos passados foram abordados neste capítulo, segue o link da minha fanfic sobre esses dois personagens e seu passado :

http://fanfiction.com.br/historia/274927/O_Chefe_dos_Aurores/



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