Ron nunca entenderia o motivo de Hermione apoiar o romance dos dois jovens.

De apoiar o amor de Rose Weasley e Scorpius Malfoy.

Como também nunca entenderia o motivo dela passar todos os domingos enfurnada na biblioteca quando estudavam em Hogwarts.

Não percebeu que ela nunca estava só nas tardes frias de domingo.

Que ela sempre estava acompanhada de Draco.

Draco Malfoy.

Que eles sempre conversavam sobre seus livros favoritos ou de como o cabelo do professor Snape estava mais oleoso que o de costume.

E que com o tempo essas conversam tornaram-se encontros.

Que eles às vezes nem falavam nada. Bastava apenas se olharem que estava tudo bem.

O olhar valia muito mais que as palavras.

Ron nunca entenderia.

Que eles gostavam de sentar-se à mesa mais afastada e escondida da biblioteca.

E que por baixo da mesma seus pés descalços se entrelaçavam.

Que Hermione gostava de olhar os olhos cinzas de Draco.

Ou de como eles sofreram por se amarem em segredo.

Por que seria um erro vermelho e verde se misturarem.

Era errado um Malfoy amar uma sangue-ruim.

E eles sabiam disso. Ela sabia. Ele sabia.

Ron nunca entenderia.

Nunca entenderia que com o tempo Draco parara de ir à biblioteca.

Que ela sempre passava as tardes de domingos esperando por ele.

E que quando se encontravam nos corredores de Hogwarts ela podia ler nos lábios do loiro um “É por você, pelo seu bem”.

Ron nunca entenderia que o amor deles tinha sido proibido.

Que ele tinha sido a segunda opção na vida dela.

E que sempre que iam  jantar na casa dos futuros sogros de sua filha, ela sentia os pés de Draco procurando os dela.

Ele nunca entenderia que Hermione não queria que o amor de Rose por Scorpius fosse proibido como o seu por Draco um dia fora.

E que ela sabia que o loiro pensava o mesmo quando a olhava discretamente na reunião de suas famílias.

Ron nunca entenderia.

Que eles ainda se amavam.

Em segredo, como sempre fora.